Prólogo
"Isso tem que ser um pesadelo!", pensa ela.
Meia-noite. A jovem raposa corre pela floresta, sem olhar para trás, sem sentir o frio causado pelo vento e a chuva.
Vencida pelo cansaço, ela tropeça. Olha ao redor, sem se levantar. "Devo ter despistado-o", pensa, e logo se põe a chorar, lembrando das infelicidades da noite que mudou toda a sua vida.
Em lágrimas, ela se levanta. Dá mais uma olhada ao redor. Ao se virar para trás, enche-se de pânico e medo.
-Não! Você, não! Me deixa ir embora!
Mas seus apelos são inúteis. Seu perseguidor, um diabólico homem em um miniveículo voador, com largos bigodes e traja vermelho, avança em sua direção.
Ela volta a correr, desesperada. Ele levanta-se de sua cadeira, e lança dois compridos braços mecânicos em direção à garota.
-Não! Não! Me solta!- grita ela, apavorada. Mas não importa mais. Já está nas garras de seu perseguidor. Pode ver o olhar diabólico por trás dos óculos dele, ouvir sua gargalhada maligna. Ao sentir seus braceletes eletrônicos serem arrancados de seus pulsos e seu corpo ser robotizado, perde todas as esperanças e grita:
-NNÃÃÃÃOOO! É UM PESADELO! É UM PESADELOOO...
E acorda.
Presente. O despertador toca. Cinco da manhã.
"Eu estava certa," pensa Mikaela, recuperando-se do susto. "foi um pesadelo."
