Disclaimer: Saint Seiya e seus personagens não pertencem a mim. Esta é uma obra de fã para fãs, yaoi (relacionamento entre homens), feita para o Desafio de Drabble. Tema: Começo.


Xeque-mate

O despertar de uma nova era estava próximo. A morte como salvação das almas aflitas traria felicidade, igualdade e fraternidade a todos os indivíduos. Não haveria dor e todos os pecados humanos seriam devidamente punidos. Para tanto, Hades precisaria vencer Atena em uma Guerra Sagrada e tomar o domínio da Terra para si. A seu lado, 108 espectros e toda a horda de cavaleiros mortos, corrompidos pelo desejo de prolongar suas ignóbeis vidas.

Dentre os espectros, um destacava-se: Kagaho de Benu. Extremamente fiel ao senhor do submundo, agia sozinho. Admirava-o. Amava-o. Lutava, era forte e invencível por ele. Não dava explicações a ninguém, senão a Hades.

– O que o traz aqui? – perguntou o jovem de longos cabelos pretos enquanto dedicava-se à pintura de mais uma tela.

– Precisava ter certeza de que estava tudo bem. – respondeu, curvando-se em sinal de respeito.

– Você é previsível, Kagaho...

– Apenas cumpro a minha missão, que é protegê-lo.

– Não. Não se subestime – pediu. Pela primeira vez voltou-se ao espectro. O quadro ficaria para depois.

– Eu sei o meu lugar – afirmou e ergueu-se lentamente.

– Sabe mesmo? – sorriu de forma enigmática e dirigiu-se até ele. Kagaho ainda estava com a cabeça baixa quando Hades tocou sua face.

O espectro nada respondeu. Cerrou os olhos. Deleitou-se com a carícia. Era a primeira vez que sentia a maciez daquela mão e queria aproveitar cada segundo.

– Juntos podemos ir além. – a proposta feita em baixo tom, soprada no ouvido de seu súdito.

– Sempre estarei ao seu lado. – declarou com a voz rouca após abrir os olhos e encará-lo. O sorriso terno, a expressão bondosa. Hades era um deus justo. O único a quem respeitava.

– Sim. Eu sei... – beijou-o nos lábios, sem pudor. Era um deus, senhor de si. Não devia ser julgado, apenas obedecido. Estava ciente das consequências posteriores. – Acredito em você. Na sua força, na sua coragem e, mais importante, na sua fidelidade. – deslizou a mão pelo pescoço, posicionou-a na nuca e entrelaçou os fios rebeldes de Kagaho com os dedos finos daquele corpo humano – Já deu-me provas suficientes...

– Hades... – sussurrou. Estava difícil conter-se diante da tentação.

– Kagaho, não tenha medo! Vamos dar um próximo passo. Quero começar uma nova realidade e construir um futuro condizente com a minha ambição. Vamos transformar a existência medíocre, a violência desenfreada e aplicar a justiça na Terra. Preciso de apoio. Preciso de você... – mirou os olhos escuros.

– Sou todo seu! Para o que for preciso...

Hades novamente beijou-o. Usou seu poder para despi-lo da sapuris. Admirou a imagem de Kagaho com uma calça colada preta e o peito desnudo. Passou a mão no peitoral definido, sorriu.

– Ótimo! Vamos iniciar a celebração do meu triunfo... – com as unhas, rasgou o peito do espectro. Lambeu o sangue escorrido. Retribuiria o amor do espectro em atos. Beijou-o com voracidade. Fortaleceria-o ainda mais. Dominaria-o. Iniciaria seu jogo. Daria xeque-mate!

Fim