Saint Seiya não me pertence,pertence a Masami Kurumada e Toei.
Olá para todos,
estou postando o meu primeiro U.A(Universo Alternativo) e espero quese divirtamcom atrama.Essa fic é fruto de mera ficção e muita leitura, espero que gostem.
Boa leitura!
Paris estava apinhada de gente naquela quinta-feira de primavera, pessoas passavam apresadas pelas ruas do centro, corriam para seus trabalhos, para pegar o metrô, estudantes passavam em grupos barulhentos rindo muito e fazendo planos para o fim de semana que se aproximava. Nessa rua, uma das mais movimentadas de Paris, tinha um majestoso prédio de médio porte, em torno de uns 13 andares, nele funcionava a sede de um dos mais importantes jornais da cidade, o correio Parisiense. O local era cheio de gente, um entra e sai sem parar: repórteres, redatores, fotógrafos profissionais, enfim, tudo que um jornal de prestígio precisa para funcionar.
Apesar de não precisar acordar tão cedo e nem trabalhar tanto, o dono do jornal fazia questão de estar pontualmente todos os dias 9 horas na porta do prédio para iniciar seu ofício de jornalista e diretor. Camus era um homem jovem, alto, bonito, quieto e com ares de intelectual, os penetrantes olhos azuis impunham respeito a todos. Tinha assumido os negócios da família depois da morte de seu pai, entre terrenos espalhados pela Europa, lojas e ações na bolsa de valores, tinha herdado também sua paixão: o jornal.
Muitos o comparavam com o pai, que regera o jornal por 20 dos mais de 45 anos em que o negócio estava em sua família. Apesar de seu pai ter tido muito sucesso e conquistado respeito de todos, Camus tinha um brilho de entusiasmo no olhar, uma ânsia de descobrir tudo, achar respostas, era brilhante! Um jornalista esplêndido, diplomado com louvor e teve todas as honrarias dignas de sua profissão.
"Bom Dia senhor Camus" – disse a recepcionista
"Olá!"
"Senhor Camus, bonita camisa..." – dessa vez quem falava era um estagiário que começou a trabalhar ali fazia três meses e já se sentia íntimo do chefe.
"Obrigado!"
"Parabéns pelo artigo doutor Camus! Seu pai teria orgulho do senhor!"-um dos jornalistas mais velhos foi cumprimentá-lo por um artigo que ele tinha escrito no dia anterior e tinha ido parar na primeira página do jornal.
"Obrigado."-ele logo se desvencilhou do homem e continuou seu caminho rotineiro.
Camus entrou no elevador e cumprimentou a ascensorista que o levou até o 12° andar onde ficava sua sala. Quando chegou, Camus foi 'bombardeado' pela secretária.
"Bom dia senhor Camus!"
"Bom dia Dona Olívia!"
Dona Olívia era uma secretária que trabalhava no jornal fazia mais de 10 anos, era uma mulher baixa que aparentava ter seus 40 anos, tinha olhos verdes e um pouco estrábicos, não era muito magra e nem muito gorda, era uma pessoa trabalhadora, porém muito afobada.
"Tivemos um problema com a impressão dos jornais, parece que é um problema com as máquinas... O que devo fazer?"
"Mande alguém dar uma olhada!" – Camus caminhava rumo à sua sala com a secretária em seu encalço.
"Senhor Camus, recebemos alguns telefonemas e você tem que assinar alguns papéis que estão em cima da sua mesa!"
"Que bom Dona Olívia..." – aquele andar era quase deserto, lá ficavam apenas pessoas da coordenação do jornal.
"Não deve se esquecer do seu almoço com o editor do jornal e a entrevista para a contratação de três novos fotógrafos está em aberto... o senhor mesmo é quem quer cuidar disso ou prefere que eu peça para outra pessoa fazer as entrevistas?"
"Não, eu mesmo quero fazer as entrevistas para a ocupação do novo cargo. Diga que eu os recebo depois do almoço, antes nem pensar!"-quando Camus estava quase entrando em sua sala:
"Senhor Camus!"
"O que foi Dona Olívia?" – Camus já estava ficando cansado de tanta formalidade e do fato de sua secretária o estar lembrando tudo o que ele tinha que fazer como se aquele fosse seu primeiro dia de trabalho.
"Se precisar de algo, eu estarei na minha mesa!" – ela apontou à pequena mesa que ficava próxima à sala. Nela tinha um telefone, uma máquina de fax, pilhas e mais pilhas de relatórios empilhados caprichosamente e muitos porta retratos.
"Claro Dona Olívia!" – Camus deu um sorriso sarcástico e adentrou seu recinto sagrado: sua sala.
Era um ambiente muito agradável: constava de uma enorme janela coberta por uma persiana cuja posição era atrás de uma enorme escrivaninha muito espaçosa, que tinha tudo geometricamente organizado. Um porta canetas junto com um calhamaço de folhas ficavam expostos sobre a mesa, assim como um telefone, uma luminária e vários outros apetrechos. Atrás da escrivaninha, uma cadeira giratória muito confortável estava disposta e na frente, duas cadeiras bonitas, porém não tão confortáveis quanto a cadeira do diretor. No canto, um pequeno sofá e do lado, uma estante cheia de livros. A sala também era decorada com páginas antigas do jornal que tinha sido caprichosamente emolduradas e colocadas para decorar o local.A persiana estava fechada, o ambiente estava escuro e pouco podia ser visto ali, Camus ouve uma voz que vinha da direção da escrivaninha.
"Você está começando a chegar atrasado Camus!"
De uma vez só, Camus ligou o interruptor podendo dessa forma, ver quem foi tão ousado a ponto de adentrar sua sala e esperar por ele sem sua permissão.
"Você de novo? Dona Olívia consegue me avisar de tudo menos que alguém me espera em minha sala!" – ele ficou irritado,fechou a porta atrás de si, foi até a janela e abriu toda a persiana fazendo com que uma grande quantidade de claridade adentrasse pela janela.
"Ai, pare com isso! Estou aqui nessa toca de coruja faz tempo, quer me deixar cego?"
"Boa idéia!" – falou Camus, sarcástico. – "Vou falar com aquela secretária incompetente agora mesmo, as pessoas não podem simplesmente ir invadindo o meu escritório."
"Ela não sabe que eu estou aqui Camus, entrei sem ela perceber!" – O belo homem de longos cabelos azuis e olhos azuis profundo deu um sorriso maroto e o encarou, colocou os braços atrás da cabeça e se inclinou um pouco para trás.
"Saia da minha cadeira!" – Camus desistiu de ir falar com Dona Olívia e agora se preocupava em expulsar o hóspede indesejável de sua cadeira.
"Ta bom..." – ele pulou da cadeira e se sentou na outra, de frente para a escrivaninha.
"O que você quer Miro?"
"Primeiro, te parabenizar pelo artigo! Eu não quero nem ver quando o 'poderoso chefão' ler isso".
"É um risco que eu tenho que correr não é?"
"Nossa! É um homem que gosta de correr riscos, quanta coragem! Já descobriu o nome 'dele'?"
"Não, porém já estou investigando sobre ele. É um homem de muito nomes... Já ouvi histórias de que nem seus capangas saberiam seu verdadeiro nome!"
"Deu para acreditar no ditado do povo, senhor Camus?" – Miro sorriu sarcástico.
"O que você acha?" – o Francês deu um olhar gelado na direção do amigo.
"Não está mais aqui quem falou!" – ele ficou vendo Camus abrir uma de suas gavetas e tirar de lá um notebook preto, o francês colocou o objeto em cima da mesa, ligou-o e um tempo depois, começou a escrever alguma coisa, ambos ficaram em silêncio em torno de 15 minutos.
"O que você ta escrevendo?"
"Um artigo sobre ele"
"Deixe-me ver..." – o rapaz se levantou, deu a volta na mesa e começou a ler apressadamente o texto de Camus, que não parava de escrever mesmo com Miro lendo sua obra.
"Você escreve bem, mas precisa deixar realmente claro o que quer dizer. Você poderia terminar o texto com uma frase do tipo: E isso, caros leitores, mostra como o chefe do crime organizado na Europa realmente é malvado!"
"Que porcaria! Você acha que alguém vai me levar a sério se eu escrever isso?"
"Não, mas que vão chegar à conclusão que você é maluco, isso vão! Então, o 'poderoso chefão' vai reconsiderar que você é louco e que ninguém vai levar a sério o que você diz então, ele te poupa a vida!"
"Obrigado pelo conselho!" – falou sarcástico.
"Disponha!" – disse entre risos.
"Você não vai trabalhar não?" – Camus finalmente parou de escrever, encarou o amigo e, logo em seguida, voltou a fixar seus olhos azuis-vivo na tela.
"Eu não preciso trabalhar esqueceu? Eu sou um desocupado. Acho que vou jogar boliche mais tarde, quer ir comigo?"
"Diferente de você, eu tenho um emprego e obrigações a cumprir!"
"Desculpe, não quis ofender o GRANDE Camus!"
"Perdoado!" – Camus deu um leve sorriso canto de boca, mas sem tirar os olhos da tela do computador. – "Vamos, eu te levo até a porta!"
"Está me expulsando?"
"Eu? Jamais faria isso!"
"Eu vou indo mesmo, acho que tenho que dar um rumo maior à minha vida. Quem sabe um emprego não é?"
"Seria ótimo, estou cansado de ver você vagando meio que sem rumo."
"Desde a faculdade, você sabe que eu sempre fui assim!"
"É verdade, você acabou dividindo o quarto comigo naquela época."
"Foi assim que nos conhecemos e nos tornamos ótimos amigos." – ele passou o braço no ombro de Camus e deu um tapinha em suas costas.
"Não é hora para lembrar daquele tempo."
"Do jeito que você fala, parece que faz décadas que você terminou os estudos. Faz apenas um ano."
"Mesmo assim, não é hora de ficar lembrando daquilo tudo. Está na hora de pensar no que eu vou fazer daqui pra frente." – ele colocou a mão na maçaneta, pronto para abrir a porta, Miro deu mais um tapinha em Camus e já ia indo rumo ao elevador para ir embora, enquanto Camus ficou olhando-o sair. Como dona Olívia estava de costas, preparando um capuccino na máquina de café que ficava do lado de sua mesa, não viu o hóspede de seu chefe indo embora.
"Deseja alguma coisa doutor Camus?" – perguntou quando o viu parado na porta.
"Um café seria ótimo." – falou calmamente. Ele foi até o lado dela e pegou um pequeno copo de plástico para começar a preparar seu café.
"Não quer que eu mesma prepare e leve para sua sala?"
"Não há necessidade." – ele acabou de arrumar sua bebida e bebeu de uma só vez. Depois voltou para sua sala bem arejada. Continuou a escrever seu artigo, dando alguns toques, enfatizando ironias, distribuindo 'tapas com luvas de pelica'. Quando terminou finalmente de escrever seu artigo e minuciosamente revisá-lo, mandou por e-mail para o editor do jornal.O telefone toca:
"Senhor Camus, tem dois homens aqui dizendo que querem ver o senhor!"
"Quem são?"
"Eles se identificam por Mu e Aioria. Permito que eles lhe vejam?"
"Claro! Pode deixar, eu vou recebê-los."
Algum tempo depois, dois homens distintos irrompem a sala.
"CAMUS!VOCÊ É UM GÊNIO!" – um homem que tinha praticamente a mesma altura de Camus, cabelos loiros e curtos foi cumprimentá-lo. – "Como você pode ter escrito aquilo?Você é um maluco, mas genial... eu não sei se te dou os parabéns ou os pêsames por que, agora sim, você está morto!"
"Obrigado Aioria!" – Camus se desvencilhou do amigo. – "Como vão as notícias? Alguma novidade?"
"Ah, você sabe... o mesmo de sempre: roubo, enchente, assassinato, leilões beneficentes, uma praça nova inaugurada, contratos milionários entre multinacionais, saiu um novo modelo de um robô e..." – ele ergue o exemplar do jornal que carregava em baixo do braço, mostrando nitidamente uma matéria em letras garrafais: POLÍCIA IMPEDE AÇÃO DO CRIME ORGANIZADO por Camus Lantier.
"Camus, você está correndo risco demais publicando esses artigos. Sabe muito bem que não deveria!" – um homem de cabelos longos cor de lavanda, pele bem branca e alto apareceu atrás de Camus.Na gola da camisa, conservava um óculos de armação leve que usava para leituras no cotidiano.
"Eu queria poder ver a cara do 'chefão' quando ele ler isso... hahahaha"-Aioria ria com gosto e satisfação, seus olhos brilhavam só em imaginar o chefe da quadrilha lendo o jornal de manhã. Esse homem de que tanto se falava, de nome desconhecido, era o chefe de uma grande organização clandestina que interagia em toda a Europa e fazia o tráfico de materiais ilegais.
"Não vai me dar os parabéns Mu?" – perguntou Camus serenamente e sentando-se em sua cadeira de frente para a escrivaninha.
"Vou! Foi um artigo de primeira linha, você não poupou palavras para dizer o que realmente pensava, mas em compensação, está correndo risco de vida!"
"Mu tem razão! Sua cabeça está a prêmio! Acho que você deveria dar um tempo com essas matérias!" – Aioria se sentou no sofá que ficava no canto da sala. Mu ansiosamente parecia tentar escolher palavras para dizer alguma coisa da melhor maneira possível.
"Camus, eu estive pensando, e se a polícia..."
"A polícia sempre está me mandando parar de brincar com fogo e deixar que eles façam o trabalho sozinhos!" – uma nota de amargura podia ser claramente percebida na voz do distinto Francês.
"Não é bem assim, eles agradecem a sua ajuda, mas não querem que você se arrisque." – Mu tentava amenizar o comentário.
"Na verdade, eles querem prender o chefe da quadrilha sem intromissão para poderem ficar com a fama." – sentenciou Aioria ríspido, como se quisesse fazer Mu encarar os fatos. Mesmo assim, ele não desistia de tentar completar sua fala.
"Acho que deveríamos pedir ajuda com a investigação desse homem, alguém que pudesse nos ajudar com a procura de pistas contra ele" – falou Mu que foi até perto da janela de Camus e ficou olhando o movimento da rua de costas para os dois.
"Você ouviu Camus dizendo, a polícia não quer que a gente se meta nesse caso e um investigador particular daria muito trabalho. Sem contar que, se fosse pego, ele diria sem pestanejar quem o mandou ali." – Aioria já estava ficando impaciente e deu uma olhada em Mu que sempre calmo, não esboçava nenhuma reação de desaprovação a sua atitude.
"Como estou tentando dizer, eu tenho amigos na polícia e..."
"Você está ignorando o que eu digo é?"
"Eu tenho amigos na polícia japonesa!" – ele não ergueu o tom de voz contudo, frisou bem a última palavra.
"Deixe-me ver se eu entendo, você quer que a gente traga um policial japonês pra cá para poder ajudar a gente com as investigações sobre esse homem?"
"Não é bem um policial, é investigador!"
"Que seja, isso é loucura!"
"Isso é brilhante!" - depois de muito tempo, Camus finalmente abriu a boca para dar sua opinião.
"Mas Camus, um policial de outro país não estaria tão a par dos fatos quanto um policial Francês."
"Eu também não estava tão a par dos fatos quando cheguei na França, Aioria!" – Mu se virou e olhou o amigo. Era tibetano e tinha conhecido Camus em um congresso sobre jornalismo quando tinha vindo passear na França. Como gostou muito do país, acabou ficando e se envolveu, juntamente com Camus, no caso do mafioso que controlava o crime no país e em várias partes da Europa.
"Olhem aqui vocês dois! Eu só quero que ELE, seja lá quem for, seja preso e pague por tudo que fez!" – Aioria se levantou do sofá bruscamente. Ele, em especial, tinha motivos fortes para odiar o 'chefão do crime'.
"E ele vai pagar, mas não vamos conseguir sozinhos e com ajuda, poderemos achá-lo o mais depressa possível!" – argumentou Mu que, apesar de não demonstrar, já estava ficando preocupado com a recusa do amigo.
"E você já tem alguém em mente Mu?" – perguntou Camus, que estava arrumando uns papéis em sua mesa.
"Não!" – disse Mu.
Aioria deu um sorrisinho vitorioso, por mais que a idéia fosse boa, ele realmente achava que não precisavam de ajuda.
"Mas estou embarcando para o Japão esse fim de semana e resolvo isso. Estou com a passagem comprada!"
"O QUÊ? VOCÊ FAZ AS COISAS SEM AVISAR NENHUM DE NÓS DOIS?"
"Vamos, eu já estou bem crescidinho! Não tem que se preocupar comigo desse jeito Aioria!"
"Não seja sarcástico Mu."-dizia Aioria em tom de irritação.
"Não estou sendo, de verdade!"
"Por mim tudo bem Mu, mas veja bem quem você vai trazer para nos ajudar. Acima de tudo, priorize a confiança!" – Camus desgrudou os olhos do papel e em uma fração de segundos, seus olhos azuis se cruzaram com os olhos verdes de Mu.
"Pode deixar Camus. E Parabéns pelo jornal, mas poderia fazer o favor de não fazer mais nenhuma dessas matérias que podem te colocar em risco?" – Mu começou a se dirigir para a porta.
"Aonde você vai?" – perguntou Aioria que ainda estava um pouco abalado com a notícia.
"Vou trabalhar, eu tenho coisas a resolver, depois conversamos mais sobre esse assunto!"
"Mu! VOCÊ NÃO PODE IR TOMANDO AS DECISÕES SEM NOS CONSULTAR!SOMOS UMA EQUIPE LEMBRA!"
"Já consultei, e Camus aprovou a idéia! Tchau para vocês!" – ele encostou a porta suavemente quando saiu, deixando Aioria realmente irritado.
"Não que ele esteja errado, mas ele toma as decisões por ele mesmo, não quer nem saber dos outros e...Camus, o que está pensando?" – Camus, que estava sentado em sua cadeira, olhou para a cara do amigo e esboçou um sorriso de canto de boca, com os olhos brilhando intensamente.
"Estou pensando no que ele deve estar fazendo uma hora dessas."
Em uma enorme casa de campo, no interior da França, não muito longe de Marselha, um distinto homem de longos cabelos azuis, olhos azuis penetrantes estava sentado em uma cadeira, com os cotovelos apoiados em uma mesa quadrada muito bonita. Trajava uma camisa branca de punho, uma calça social de cor escura. Sentado do seu lado esquerdo na mesa, estava um outro homem de olhos negros e cabelos rebeldes, alto e bem alinhado, usava um belo terno de linho, de cor preta e uma gravata vermelha. Eles permaneciam calados, o homem de cabelos curtos brincava com um canivete de prata, e o outro tomava uma xícara de café forte, os olhos estavam semi estreitos, não deixavam passar um único movimento da criada que permanecia ao seu lado com uma bandeja e nem um único movimento do outro homem.A sala era bem arejada, muito bonita e decorada, com peças e quadros raros espalhados pelo grande aposento.
Até que alguém irrompe a sala, um homem alto de cabelos curtos e azuis, ele trajava um terno armani branco. Ele se aproxima da mesa e joga um exemplar de um jornal sobre ela violentamente, apesar da tentativa de tentar retrair seu gesto.
"Saga, aquele jornalista idiota está publicando mais matérias sobre..."
"Poupe-me de suas palavras, eu já sei, Shura me trouxe o exemplar logo quando acordei." – ele levantou uma das mãos para mandar que a empregada fosse embora, e ela obedeceu, submissa.
"Ah, Shura trouxe é..." – ele lançou um olhar de irritação ao homem que estava à esquerda de Saga. "AQUELE JORNALISTA INTROMETIDO!" – o homem de cabelos azuis bateu os punhos na mesa muito bravo.
"Agora não adianta se irritar pelos erros cometidos, não é!" – falava calmamente o outro, que passava delicadamente o dedo pela lâmina do canivete.
"Que por sinal foram SEUS erros Shura!"
"Meus?" –Shura o encarou ameaçador. – "O erro foi seu, falei para não desembarcar a mercadoria!"
"Foi exatamente isso que você fez. Desembarcou a mercadoria na hora errada e..."
"Quietos." – falou calmo Saga que tinha gestos tranqüilos e olhar intimidador.
"Mil perdões senhor!" – Shura abaixou a cabeça em sinal de respeito.
"Sim! Perdão!" – o homem de cabelos azuis também imitou o gesto do outro.
"Escutem vocês dois: tudo de que eu não preciso agora são vocês dois brigando. Carlo, sente-se!"
Carlo relutou um pouco, mas se sentou em uma cadeira do lado direito de Saga.
"Eu já tomei conhecimento do que esse jornalista está fazendo, já não é a primeira vez que ele escreve alguma coisa que prejudique a minha organização. Já é a segunda gracinha que ele comete, a primeira eu ignorei, mas não vou permitir que isso continue assim."
"É simples, é só exterminá-lo!" – disse Shura, fazendo um movimento rápido com o canivete no ar, como se estivesse cortando algo.
"Não! Eu quero entender por que ele está se metendo comigo! E simplesmente eliminá-lo, não teria graça." – ele se levantou e foi até a janela que dava para ver a paisagem do lado de fora. – "Por isso quero que descubram tudo que puderem sobre ele: família, propriedades, idade, parentes vivos, parentes mortos, tratamentos médicos, antecedentes criminais, namoradas que teve, endereço, eu quero tudo! Absolutamente tudo! E eu quero que quem organize isso seja Shura!"
"Por que ele?" – Carlo se levantou bruscamente da cadeira em tom de ofensa.
"Não está claro? Por que eu sou melhor que um fracassado como você!" – ele deu um sorriso provocador. Carlo foi até ele e o puxou pela gola da roupa.
"Repita isso!" – ele serrava os dentes.
"Largue-o Carlo!" – Saga disse calmamente. – "E não se atreva a me fazer chamar sua atenção novamente!"
"Sim senhor!" – ele largou Shura relutante e voltou para seu lugar, estava muito irritado.
"Escolhi Shura por que ele está em falta comigo depois do fracasso do descarregamento no porto. Então Shura, não me decepcione! Faça tudo certo por que eu não admito mais nenhum erro."
"Si-sim senhor!" – ele engoliu seco depois da última frase.
"Então pode ir!" – Saga se virou. Shura saiu de seu lugar, foi até a frente dele e fez uma pequena reverência em sinal de respeito a Saga. Ele passou perto de Carlo que se equilibrava nas pernas de trás da cadeira e se dirigiu rumo a porta.
"Não faça nada de errado de novo! Não vamos ficar satisfeitos!" – ele deu um sorriso sarcástico para Shura que se virou rapidamente e, como não admitia provocações desse nível que impunham dúvidas com relação à sua competência, ele se virou e jogou o canivete que passou raspando sobre a cabeça de Carlo e terminou fincada no batente da janela de madeira.
"Não me provoque!" – disse ríspido.
"Ora seu..."
"Sangue frio, é desse tipo de pessoa que preciso aqui!" – falou Saga sem modificar o tom de voz.
"Obrigado!" – Shura saiu do aposento e fechou a porta atrás de si. Carlo olhou para Saga abismado pelo que acabara de ocorrer.
"Então, por que estou aqui?...Senhor"
"Carlo, não vou mandar um homem de seu porte correr atrás de provas com relação a vermes como aquele jornalista. Deixe Shura contar vitória e resolver casos menores, tenho coisas realmente sérias para você resolver." – Carlo deu um sorriso de superioridade, feliz pelo reconhecimento do chefe.
"Por que você está aqui? Porque quero que você vá falar com algumas pessoas para mim, lembrá-los que eu ainda estou por perto!" – o homem virou-se um pouco e Carlo não pode deixar de notar uma certa satisfação em que isso proporcionava a Saga, a satisfação de saber que seu nome provocava medo.
"Certo senhor!" – ele se levantou, fez uma pequena reverência e respeitosamente se retirou. Um tempo depois, através de sua janela, ele pode ver Carlo se distanciando de sua casa de campo em um carro de cor escura.
Ele saiu de perto da janela e foi até a sua mesa, pegou o exemplar que Carlo lhe trouxera e começou a passar os olhos vagarosamente pelo artigo. Quando terminou de ler, fixou seus olhos azuis penetrantes no nome do autor que ficava logo no início da matéria: Camus Lantier.
Ele abriu uma das gavetas de sua escrivaninha, tirou de lá um estilete e começou a rasgar o jornal calmamente, linha por linha, palavra por palavra.
"Não ouse se meter comigo, Camus Lantier." – seus olhos chamuscavam de raiva reprimida e ele passou um bom tempo se ocupando com essa nova 'brincadeira'.
N/A:Como puderam notar, esse capítulo foi a apresentação de alguns personagens que vão aparecer, espero que tenham gostado do pouco que leram.Apesar de parecer uma fic clichê que vai ser direcionada apenas para um único ponto, devo dizer que não!Essa história vai abordar vários temas distintos.Estou animada em escrevê-la e espero que gostem.
Também quero agradecer a Nana Pizani por ter me ajudado tanto na formulação de idéias, por ter betado o capítulo e por ficar meouvindo e tentando me ajudar.Obrigada amiga!
Mandem rewiens com suas opiniões!
É só apertar "go" ali em baixo,vai aparecer um outra tela e vocês deixam seu recado.Fácil,simples e vocês deixam uma fanficwriter feliz!
Bjus para todos
Ja Ne
