Os personagens não são meus. Revenge não é meu. Apenas a história é. Have fun!
Harvard, 2010
Finalmente o último dia de aula tinha chegado ao fim. Todos os alunos se sentiam aliviados e queriam comemorar. Depois de um semestre estressante, aulas complexas e professores mais complexos ainda, minhas amigas e eu fomos ao bar mais próximo, numa tentativa de melhorar o dia. Esse era nosso último semestre. Agora só tínhamos a formatura e estaríamos livres. Formados!
Engenheiros, administradores, médicos, filósofos... O bar estava lotado deles, gente bêbada em todos os cantos, música alta tocando e pessoas apreciando suas bebidas. Honestamente, aquilo não era nada parecido comigo. Eu nunca bebi e mesmo assim minhas amigas insistiram pra que eu viesse e experimentasse uma marguerita. Depois de uns 20 minutos me sentia mais alegre e talvez um pouco mais confiante.
O garçom trouxe outra marguerita e um bilhete.
– Com os cumprimentos da mesa dois.
Junte-se amim.
Isso era tudo que o bilhete dizia. Não havia nem mesmo um nome.
Alguns minutos depois avistei a mesa indicada e notei um par de olhos e cabelos castanhos bebendo dum copo de uísque. Ao notar que estava sendo observado, ergueu seu copo e sorriu. Corei um pouco e dei um pequeno sorriso em agradecimento.
Nada disso passou despercebido e logo o bilhete rodava nossa mesa e eu era o motivo da piada. Já tinha me acostumado com esse tipo de comportamento, então só ignorei o resto do mundo e comecei minha empreitada.
Chamei o garçom e pedi que deixasse outra dose de uísque naquela mesa junto com minha resposta.
Nos seus sonhos.
Esperei ansiosamente sua reação enquanto lia minha resposta. Sorrindo, ele me olhou de novo.
Não podia me deixar enganar pelo tipo de cara que manda bilhetes e oferece bebidas. Provavelmente essa era sua melhor cantada e talvez até funcionasse com outras mulheres, mas não comigo.
Voltei minha atenção pras garotas na minha mesa e tentei me entrosar, conversar um pouco, me divertir. Mais e mais bebidas chegaram e querendo parecer coolbebi mais, estava bêbada no terceiro drink.
O bar abafado já não parecia mais tão interessante, a conversa já não fazia sentido e tudo girava rápido demais.
Disse às meninas que precisava de um pouco de ar e corri pra fora do bar o mais rápido que minhas pernas conseguiram.
Respirei fundo quando passei pela porta e o enjôo diminuiu um pouco. Tudo o que eu queria era ir pra casa, tomar um banho gelado e dormir.
Fiquei mais uns minutos observando o céu estrelado e quando decidi voltar pro bar, fui interrompida por uma voz maravilhosa.
–-Já vai embora, linda?
Minha mente me dizia que eu não deveria conversar com esse estranho e que se eu fizesse isso, teria sérios problemas depois. Ignorei minha consciência e respondi:
–-Só precisava de um pouco de ar. Dormir um pouco também não seria ruim.
–- E porque não vai embora?
–- Minhas amigas ainda estão lá dentro e eu vim de carona.
Por algum motivo eu não conseguia me calar. Fiz uma nota mental: nunca beber depois de um dia ruim.
–-Eu te levo pra casa.
E agora? Não consegui formar uma resposta inteligente pra isso.
–-Hey, Emily! Estamos indo pra casa. Você vem?
Minhas amigas finalmente resolveram ir pra casa. Elas observavam a cena atentamente.
–-Obrigado pela oferta...
–-Certo.
Entramos no carro e voltamos para o dormitório. Fui bombardeada com perguntas sobre o cara no bar. Respondi algumas e me calei em seguida, afinal, eu não era obrigada a respondê-las. Encostei minha cabeça no vidro e fingi estar dormindo.
As férias começariam na próxima semana, logo após a formatura e então eu estaria longe de Harvard e todas essas pessoas superficiais. Ou quase todas.
