Título: E o futuro não veio
Autor: Bellatrix
Beta: sem beta, snif
Personagens ou Casais: Harry Potter, Ava/Sirius, Remus/Tonks
Resumo: Harry tem uma madrinha e sente que, finalmente, terá um lar. Mas há muitos obstáculos no caminho desta misteriosa madrinha.
Disclaimer: Apenas Ava Wezen Sheppard é criação minha. De resto, infelizmente, é da Rowling!!!
Notas: é minha primeira fic...
"A alegria e o sofrimento são inseparáveis
como compassos diferentes da mesma música."
H.H.
Capítulo 1 – Ava Wezen Sheppard
Desde que soube que conheceria seu afilhado, sim, depois de tantos anos, Ava não se conteve em si de felicidade. O filho de Lily, sua melhor amiga, agora era um rapazinho de 15 anos que, disse Sirius, era inteligente, com um coração de ouro e tinha os olhos da mãe.
Na calçada do Largo Grimmauld Place, em frente aos números 11/13, ela sorri ao ver o número 12 aparecer de forma mágica entre os espaços. Entrou e logo apareceu seu querido Sirius, com um sorriso maravilhoso, que logo a abraçou, que logo a beijou. – Minha querida Ava... esse será um dia excelente... venha, venha conhecer o Harry, ele não sabe que você viria...
-Sirius, ele não sabe nem que eu existo, não é? – ela perguntou de maneira um tanto dolorosa. – Quer dizer, você não contou a ele... contou?
-Bom, Ava... não saberia nem por onde começar. Gostaria de contar a ele com você ao meu lado, assim a história fica completa... que acha?
-Sem problemas... só espero que ele não fique chateado. Eu ficaria, se fosse comigo. – respondeu com tristeza.
-Ora, vamos... Ele está na cozinha, o almoço já vai começar. Molly está fazendo algo especial. Os Weasley estão quase todos aqui.
Ava riu – Quem diria que Molly e Arthur teriam tantos filhos...
Ele a puxou pelo braço delicadamente e foram se encaminhando por um corredor estreito. A bruxa olhava tudo com interesse, fazia muito tempo que não colocava os pés naquela casa. O quadro da mãe de Sirius começou a gritar: - Quem ousa entrar na minha casa, quem é esta?
Porém, por um instante, o quadro fica em silêncio e murmura: - Hum.. Ava Wezen Sheppard... há quanto tempo... puro-sangue, a prometida... Futura primeira dama...
Ava gela com aquelas palavras e Sirius a puxa para mais adiante, onde já se podia ouvir o burburinho de vozes animadas.
Sirius abre uma porta e vários rostos se voltam para eles. Ava sorri para todos, um pouco nervosa, mas muito feliz. Observa vários cabelos vermelhos e seus olhos recaem para um rapazinho de cabelos pretos, olhos verdes, de óculos. "A cara do pai... é o James! Mas os olhos... Lily..."
"Posso segurá-lo, Lily? – pediu a amiga, com olhar enternecido ao bebê que choramingava levemente. – Sim, carregue o Harry... mas cuidado com a cabecinha..."
-Pessoal, essa é Ava, Ava Wezen Sheppard, uma grande amiga...er... e sua madrinha, Harry!
-Madrinha? Desde quando? –pergunta Rony, com a boca cheia de torta.
-Uma Sheppard?? – Arthur engasga e Molly enrusbece.
-Uau, que gata – comenta Fred e George entre eles, sorrindo abertamente.
-Como assim, Sirius? Como Harry nunca soube disso? Ou sabia, Harry? – indagou Hermione, franzindo o cenho.
-Que legal, agora tem madrinha também! – disse Ginny eufórica.
Todos observam de Harry a Ava, de Ava a Sirius. Ela se aproxima do seu afilhado e o envolve em seus braços, um tanto desajeitada. Harry olhou para seu padrinho interrogativamente. – Ora, não houve um bom momento para contar antes. Lembra, Harry, que, ao fugir com o hipogrifo, o que eu lhe disse? Que iria buscar um tesouro, que poderia estar perdido... – e ele sorriu - mas eu tinha esperanças! Essa é sua madrinha, mas toda história contarei depois do almoço... – acrescentou sério. - Estou faminto!
Molly indicou para o casal os lugares vagos na mesa. Arthur começou a se servir, observando atentamente a convidada.
Ava sabia que todos a olhavam, mas permaneceu quieta. Sirius, um tanto constrangido, tagarelou sobre sua família – Ava vem de uma família rica e tradicional, igual a minha... não, igual aos Malfoy, talvez.
Harry a observava. Achou sua madrinha muito bonita, de porte aristocrático, porém sem arrogância. Ela lembrou Narcissa, mãe de Draco Malfoy. Ava era loira, cabelos longos e sedosos, olhos azuis e muito pálida.
"Você não tem ninguém, Harry! Ninguém te ama, você é horrível, esquisito e idiota! – gritou Dudley a plenos pulmões." O bruxinho se encolheu a mesa, desconfiado.
-Minha família não se iguala aos Malfoy – disse por fim, fazendo todos da mesa se calarem – Os Sheppard eram mais ricos, antes da decadência. Lembram disso, Sr. e Sra. Weasley?
-Sim, claro, Srta. Sheppard. – disse Molly muito vermelha - Lembro também, perdoe-me, que eram muito amigos de Você-sabe-Quem!
-Molly! – Arthur a repreendeu – Não falemos disso.... que desagradável...
-Ora, Arthur, quero saber qual é a opinião da Srta., visto que esse assunto é de conhecimento de todos...
-Molly, chega... – avisou aborrecido.
-Tudo bem, Sr. Weasley. – disse Ava friamente – Não há o que esconder. Sim, Sra. Weasley, como bem lembram, minha família era toda a serviço de Voldemort, - todos se estremecem diante desse nome – inclusive eu, até parte da minha adolescência. Mas, por causa de acontecimentos que prefiro não comentar, percebi o erro em que estávamos metidos. Do engano que é o bruxo das trevas. Tanto que, como participantes da primeira Ordem, devem se lembrar que eu era um auror.
-Oh.... – Molly se mostrou arrependida, mas alguém entrou na cozinha, fazendo Ava se levantar de felicidade.
-Remus! – ela foi até ele e o abraçou ternamente.
-Querida Ava, há quanto tempo! Você continua linda. – ele disse a mirando atentamente, com olhos cheios de lágrimas. – Sirius, seu cachorro, você não me disse que ela estaria aqui hoje, no almoço...
-Ora, ora... queria que a surpresa fosse completa.
-Harry, ele já sabe? – Lupin olha para o garoto, que concorda com a cabeça.
-Logo, logo, conversaremos, Harry, sobre muitas coisas. – diz Ava sorrindo para o bruxinho. Harry nota que o sorriso dela era belíssimo, dissipando toda frieza inicial e emanando um calor agradável.
-Remus, sente-se e coma. – disse Molly, voltando a velha forma - Eu pegarei mais suco de abóbora para você. Fred, pegue mais batatas. Ginny, não deixe beterraba no prato, coma tudo. Harry, meu querido, você não vai comer nada? Está tudo no prato... coma, vamos! Rony! Você já comeu demais... depois tem indigestão!
-Ah, mãe... só mais esse pedaço... – disse Rony faminto, comendo mais um pedaço de torta de cebola.
-Eu não gosto de beterraba... por que sou obrigada a comer? – bufou Ginny, furiosa, e desanimada.
-Olha aqui as batatas, quer um pouco, Professor Lupin? – ofereceu Fred.
-Eu quero também! – George se adiantou.
-Tome um pouco de batatas, essa torta de cebola é maravilhosa, um pouco de suco? Tem almôndegas, também... você vai gostar – oferecia Sirius, montando o prato de Ava. Ela sorria e aceitava.
-Eu não quero mais, estou sem fome. – disse Harry a Sra. Weasley, observando atentamente Ava e Sirius. Ele estava extremamente curioso em relação a sua madrinha. E, estranhamente, se sentia confortável com a presença dela.
-Que bom, Ava, que voltou.. onde se hospedará? Aqui, por certo. – indagou Lupin.
-Ar... não sei, estou no Caldeirão Furado. Por enquanto é melhor....
- Não por mim, e você sabe disso – disse Sirius – por mim você moraria comigo...
Ava sente enrubescer, enquanto os olhares se voltavam para ela. – Sirius, por favor... - e rolou os olhos.
Lupin sorriu e Sirius fica constrangido. Molly o repreende: - Sirius, sei que é esta a sua casa, mas sabemos que, ao cedê-la para Ordem da Fênix, essa moradia passou a ser de muitas pessoas. Vejo-me no direito de querer manter certa ordem e... decência.
-Não se preocupe, Sra. Weasley. A decência será mantida... – disse Ava, visivelmente aborrecida.
Um silêncio pesado instaurou-se a mesa, quebrado por talheres, pratos e copos que foram se erguendo da mesa e deslocando-se para a pia.
-Harry, você está no quinto ano, não é? – indaga Ava, tentando sorrir.
-Sim.. as aulas começam daqui a 2 semanas.
-Sim, eu sei. Eu darei aula em Hogwarts – um sorriso mínimo abriu-se em seu rosto.
-O quê?
Os gêmeos explodiram em alegria – Viva!! Uma professora bonita, para variar.
-Fred! George! Contenham-se! – berrou Molly, exasperada e envergonhada.
-Que matéria dará para nós, Srta. Sheppard? – questionou Hermione, curiosa.
-Isso é surpresa. – respondeu, mordendo um pedaço da torta.
-Vai ser de DCAT? – Rony estava ansioso.
-Não, deve ser de Adivinhação! – apostou Ginny, arrancando risos de todos.
-Creio que a Sibila continuará. – sorriu Ava.
-Ah, Prof. Lupin, o Sr. deveria também voltar... – disse Rony, engolindo mais uma batata.
-Rony!... – Hermione rolou os olhos.
-O quê?
-Será uma surpresa, meninos... – continuou Sheppard - E será agradável. Garanto.
Após o almoço, Sirius pediu que Harry fosse à sala com Ava. Também pediu para que Lupin os acompanhassem. O rapaz sentiu seu coração acelerar.
-Harry, muitas coisas devem ser explicadas. Você sabe que, por causa de diversos acontecimentos, eu fui mandado a Azkaban. E você foi morar com seus tios.
-Er... sim, eu sei.
-Bom, deixa-me contar minha parte, Sirius – disse Ava, se acomodando melhor no sofá. – Eu era muito amiga de sua mãe e de seu pai, assim como Sirius. Estudamos juntos, éramos do mesmo ano. Porém eu era da Sonserina.
-O quê? Como minha mãe pode ser sua amiga...!
-Harry, sua mãe era amiga de todas as pessoas de bem. Esse conceito de casas é bem limitante... Quando seus pais morreram, eu estava em uma missão, em um trabalho como auror. Sirius andava cismado com algum traidor, que pudesse entregar vocês a Voldemort. E ele estava certo. Porém, na época, Peter fez com que Sirius fosse culpado de tudo, e eu também acreditei nisso, as provas eram muito fortes.
"Não me pergunte como, por enquanto não contarei, mas eu sabia que Voldemort não havia morrido. Você estava aos cuidados de Dumbledore, cabendo a ele tomar uma decisão vital por você. Eu tinha que fugir, Harry...
-Por quê? Ele queria matá-la?
-Sim e não. Mas ele me persegue. Minha família foi toda dele, mas ao final meus pais se arrependeram, e nenhum deles sobreviveu. Meu irmão, Edouard, a mando do Lord, foi quem os executou. E Voldemort quer mais vingança. Se eu ficasse perto de você, Harry, ele descobriria facilmente nosso paradeiro e nos mataria. Separados, você teria bem mais chances de sobrevivência...
Cenas da morte de Cedric e, mais recentemente, do perigo que correra com os dementadores lhe vieram a mente. Harry franze o cenho: - Quase aquele monstro me matou, um dementador tentou me beijar! Sirius disse isso? Eu não estou seguro na casa dos meus tios...
-Sim, Harry, eu sei... o tempo mudou novamente. – Ava suspira fortemente. - Voldemort voltou em definitivo. Hora de nos juntarmos, em vez de separarmos...
-Eu seria o garoto mais feliz do mundo, - interrompeu o garoto - se soubesse que tinha padrinhos, eu não teria me sentido tão só... – murmurou Harry, tentando sufocar a emoção.
-Eu sinto tanto, Harry... – ela pousa o olhar sobre o garoto, sentindo uma grande afeição por ele - venha, me dê um abraço... – ela o abraçou ternamente, deixando a cabeça do rapaz repousar em seu ombro. Algumas lágrimas furtivas e tímidas escorreram no rosto de Harry. - Quando você nasceu, você foi a alegria dos seus pais. E também, lhe digo de coração, a alegria minha e do Sirius. Fazíamos planos malucos de tornar-lhe o maior bruxo do século – ela riu – o mais talentoso.
Lupin também riu, emocionado, e Ava o interrompeu – Não vem não. Você dizia que ele seria o melhor professor, fazia planos também!
-Ainda dá tempo, após Hogwarts, quem sabe! – entusiasmou-se Sirius, muito sorridente.
Harry, pela primeira vez, se sentiu em uma família, a família dele. Um carinho muito grande era emanado de sua madrinha, e o garoto experimentou o amor de uma mãe.
Ava balançou a cabeça – É ele quem decide. Mas enfim... eu voltei, Harry, o momento foi propício. Vou te ajudar, estarei ao seu lado para o que vier. Não deixarei aquele bruxo maldito lhe maltratar mais! Basta!
Harry sentiu a determinação naquele olhar e teve uma imensa confiança naquela bruxa. Sabia que seu padrinho também o ajudaria em tudo, mas havia algo em Ava que ele não sabia explicar. Ele apenas percebeu que ela era uma bruxa muito poderosa.
-Harry, o que ela contou? Por que ela sumiu durante tanto tempo? Ela realmente é sua madrinha? Sirius e ela estão namorando pra valer?
-Hermione, calma... assim não consigo nem me lembrar da primeira pergunta... er... o que era..
Ela rolou os olhos: - Por que Ava Wezen Sheppard sumiu durante tanto tempo?
-Ela disse que sabia que Voldermot não havia morrido... e que era muito perigoso, para mim e para ela, que ficássemos juntos. Ela se escondeu durante todo esse tempo...
-Como assim, ela sabia que ele não havia morrido? Harry, você é o menino-que-sobreviveu e ele o bruxo que se..
-Hermione! – Rony tinha ficado vermelho.
-Ei, Rony... o que foi?
-Na-nada...
-Enfim, ele o bruxo que se escafedeu. Harry, isso está muito estranho!
-Tem algo aí sim, Hermione, só que ela não contou! Ela disse que contaria depois.
-Sua madrinha é linda, Harry. – disse Rony, com ar sonhador - Puxa, quem dera... ái! Hermione, não me soca! – resmungou o Weasley indignado.
-Tenha modos, Rony. Ela é madrinha de Harry. – disse altivamente.
-Concordo com ela, Rony. Deixa minha madrinha longe de suas observações... poxa, é como se falasse de minha mãe, ok?
-Oh, puxa, Harry... foi mal. Mas pensar pode, não é? – perguntou sorridente.
Hermione rolou os olhos e socou novamente o braço de Rony, o fazendo gemer.
-Harry, o que mais ela contou?
O garoto relatou toda a conversa que teve com sua madrinha, em presença de Black e Lupin. Hermione achou insuficiente. - -Então ela conhecia sua mãe desde o colégio, que nem a gente – Harry sorriu – porém ela era da Sonserina. Puxa, como se conheceram? Como se tornaram amigas?
-Isso ela não disse, não entrou em detalhes.
A garota bufou insatisfeita. – Quando ela vier aqui, eu a interrogarei.
-O quê? – Exclamaram os dois garotos ao mesmo tempo.
-Isso é tudo muito suspeito. Tem muita história aí, garotos, e creio que devemos investigar.
-Acho que será mais fácil eu perguntar ao Sirius. Ele não é de guardar segredos. – argumentou Harry, pensativo.
-Bom, ele levou Ava de volta ao Caldeirão e, creio, que de lá sairá muito tarde... – Rony dá uma risadinha diante das palavras da bruxinha -... amanhã conversaremos com eles.
-Sim, Hermione.. enquanto isso, vamos jogar xadrez bruxo? – Rony disse já pulando pra debaixo da cama, retirando um caixote de madeira.
-Ok... vamos lá.
-Sirius, você não pode ficar... você sabe disso...
Ava tentava dizer a ele, entre os intervalos dos beijos. O animago a mantinha bem aninhada em seus braços, beijando seus lábios, seu rosto, seu pescoço. Ela sentia o coração acelerar de prazer... mas tinham que parar. Antes que fosse tarde.
-Sirius! – e ela o empurrou pra longe, dolorosamente.
-Eu não me importo, sabia? – gritou em fúria - Que se dane que eu morra, eu quero você, nem que isso seja a última coisa que eu faça...
-Seu idiota, eu me importo! – suas lágrimas despontaram nos olhos – E você me prometeu, Sirius Black, que não forçaria nada! Prometeu!
Ele respirou profundamente, tentando voltar ao controle. – Sim, eu prometi... eu lembro. Mas eu te amo... tanto... desde que te vi, Ava, desde aquele dia, quando crianças... e eu nunca te terei... Não vê como isso é doloroso para mim? Como posso ficar perto de você, sem lhe tocar, beijar, e...
-Pára! Pára! Já discutimos isso, Sirius, um milhão de vezes... a minha situação não mudou. Será que teremos que repetir novamente as mesmas frases? As mesmas cobranças? Você aceitou ficar comigo e vivermos como se fôssemos irmãos, sem contato íntimo. – ela fecha os olhos, como se sentisse uma grande dor – Eu te amo tanto...- sussurrou – e há tantos impossíveis em nossas vidas... Sabe, eu não sei se foi uma boa idéia ficarmos juntos novamente...
-Não, por favor – ele a segura pelas mãos, com o coração dolorido – Perdoe-me, Ava, por favor... Sei que quase quebrei nosso acordo, perdoe-me... eu aceito as condições, eu aceito tudo para ficar com você.
Ela o observa com tristeza. Quando foi que o arrastou para seu abismo? Quando foi que ela teve a egoísta aceitação de mantê-lo aprisionado junto a sua própria prisão? Seus lábios formam palavras que não saem, temendo seus decretos.
Sirius pousa seu olhar nas mãos dela. Eram brancas, bem feitas. O braço que a continua aparentemente frágeis e delicados. Seu olhar desliza para os ombros, para o pescoço. A boca entreaberta, lábios vermelhos. Os olhos azuis borrados de lágrimas, contendo muita tristeza. Seus cabelos loiros claros deslizam com graça, alcançando os ombros, se perdendo nas costas. Cabelos que pedem carinho, olhos que necessitam de compreensão... Era tudo dele? Ele tinha direito a ela?
-Dumbledore achará um jeito, Ava... eu confio nele. E nós também estamos lutando por isso. Vamos achar um contrafeitiço...
Ela suspirou. Havia muito tempo que tinha extinguido a esperança em seu coração e agora tinha que reconstruir novamente todas as etapas da espera, com todas suas dores.
- Eu não tenho muita escolha, Sirius, a não ser que isso o machuque muito. – ela pegou na mão dele, timidamente. Seus olhos estavam baixos. - Eu não tenho para onde ir, você é meu lar, o meu lugar. É com você que encontro o que procuro, no meu coração. Eu te amo, e só peço a você que não se prejudique. Isso me afetará terrivelmente, como veneno, pois mesmo que não tenhamos uma união completa, minha alma lhe pertence, só a você, e o que acontecer ao meu amado, acontecerá comigo também. E ninguém poderá mudar isso.
Ela o beija suavemente e se afasta, indo para a janela, observando os transeuntes.
-Ava... – ele se aproxima, timidamente...
-Está na hora de ir, querido... é melhor. Vá, amanhã irei a sua casa.
-Eu gostaria muito que fosse morar lá, meu amor. Tem o quarto do Regulus, está vago. Além do que, conviveria com Harry mais cedo, enquanto ele não vai a Hogwarts.
Ava suspirou - Vamos ver... agora vá, querido.
Ele lhe dá o último beijo, e se transforma em um grande cachorro preto. Ela abre a porta, observando que ninguém estava nos corredores da estalagem. Encaminham-se até a entrada, onde ela escancara a porta principal e o cachorro sai pela noite. Ava acompanha o animal sumindo numa esquina, enquanto som de uma melodia estranha e triste ressoa no ar. Logo ela reconhece como uma canção de um bêbado perdido, que se escorava numa mureta ao longe.
Nota da autora:
É minha primeira fic... espero reviews! Assim saberei se estou no caminho certo, ok?
