Sou uma grande fã de Sherlock Holmes e tive ideia de fazer este fic, que poderá parecer muito estranho... mas muito se tem escrito sobre este Grande Detective, incluindo sobrenatural e atribuindo-lhe estranhos atributos físicos, como orelhas de elfo xD, por isso tomei esta liberdade que se segue! Não hesitem em escrever reviews, mesmo que tenham detestado!
Conhece os meus métodos...Não o perderei de vista...com a 3ª visão.
Sherlock Holmes, A Pedra Mazarino, série de 1994
Prólogo
A escuridão pairava sobre Saperya.
Não era uma escuridão natural, quando a noite cai sobre a Terra. Era algo que não estava bem no Reino da Sabedoria.
Um Reino que não pertencia ao mundo dos vulgares humanos. Os seus habitantes não se atreviam a atravessar o portal que os levaria à Inglaterra dos humanos. Um portal que levaria ao passado e ao futuro, se o quisessem. Falavam a mesma língua, viviam no mesmo país, mas algo os separava.
Em tempos, o seu Rei fora do outro mundo. Do mundo dos humanos. Mas a sua grande inteligência e poderes de ver mais além fez com que o quisessem naquele mundo.
Mas agora o seu poder enfraquecia.
O Palácio parecia abandonado na cidade adormecida. Nenhuma luz se via nas escuras janelas, excepto numa.
Num dos aposentos, um jovem curvava-se sobre uma figura alongada no leito. A luz mortiça da vela iluminava o rosto molhado de lágrimas. Lágrimas que escorriam pelas faces e pelos lábios.
-Pai…porquê?
E segurava uma mão pálida e enxagúe, as marcas de antigas cicatrizes nos pulsos.
O homem no leito virou fracamente a cabeça. O rosto estava limpo de rugas, embora os anos fossem muitos. Naquele mundo, a velhice não existia. Os olhos cinzentos fitaram o jovem e, acima das sobrancelhas, o Terceiro Olho parecia conter toda a tristeza daquele mundo.
-Se o pudesse saber filho…possuímos a Terceira Visão mas nem tudo está ao nosso alcance…talvez o Poder das Trevas esteja a levar a melhor. Talvez ao fim e ao cabo eu não merecesse este Poder. Nem to devesse ter transmitido, filho…
-Quem sabe…alguém do Outro Lado…possa ajudar?
-Como é possível filho, se nós os Grandes, estamos a perder a Força?
O Rei tossiu.
-Pai…?
-Não te preocupes filho. Isto há-de passar.
O jovem fechou os olhos verdes, o cabelo negro caindo sobre ele. Em criança, ouvira falar de um homem excepcional que quase poderia ser como seu pai…alguém que pertencia ao Outro Lado.
Uma respiração lenta acordou-o para a realidade. O Rei adormecera. O cabelo negro espalhava-se sobre a almofada.
O rapaz levantou-se, decidido. Aproximou-se da janela. As ruas estavam desertas, como se só os espíritos habitassem a cidade.
Saiu dos aposentos, fechando a porta de mansinho. Ao passar pelo corredor, avistou uma mulher noutro aposento, que olhava a janela. O cabelo ruívo caía até a cintura, e o rapaz sabia que os olhos de esmeralda estariam cheios de lágrimas pelo seu senhor.
-Adeus, mãe. Prometo que volto em breve. – murmurou o rapaz, sem que a rainha o ouvisse.
E, saindo do palácio, embrenhou-se na escuridão.
