Sumário: Soube antes mesmo de ser atingida pelo feitiço, que morreria.
Harry Potter pertence a JK Rowling. Não recebo nada além de comentários - e às vezes nem isso.
Fanfic dedicada à Swan e à Miih, porque elas merecem isso demais. Já sinto saudades.
Fanfic betada por Narcisa Le Fay.
Till death do us apart
Projeto Império Violeta.
Música: What about now? (Daughtry)
Prólogo – What about now? What about today?
Soube antes mesmo de ser atingida pelo feitiço, que morreria. Claro que soube, porque fez tudo o que uma sangue-puro não devia ter feito e agora pagava o preço. Ela não deveria ter ido para Hogwarts, não deveria ter saído da Casa dos Gritos com a varinha em mãos, não deveria ter parado quando o homem a avistou e não deveria abraçar a morte só porque o homem lhe levantou a varinha.
Não deveria tê-lo amado, também.
Viu o feitiço ser lançado, sentiu o impacto dele em seu corpo, assim como a dor, a pele rasgando e o sangue escorrendo. As costas bateram no chão tão rápido quanto o sectumsempra que a atingiu. O homem veio em seu encalço, soltou um xingo baixo por ter atacado uma garota qualquer, e partiu antes que alguém o visse – já tinha problemas demais.
Pansy morreu sozinha, o sangue escorrendo livremente da enorme ferida, a consciência a deixando aos poucos, sem ninguém para chorar por ela, vítima de inúmeros erros infelizes e de milhares de amizades erradas. Seria encontrada apenas de manhã, seu corpo seria colocado junto com tantos outros e seria apenas uma ficha de necrotério. Apenas um dado, apenas uma morte, apenas um túmulo.
E a última coisa que havia pensado, a última memória, as últimas lembranças, eram dele. Pensou que o avada kedavra teria sido menos doloroso, mas amaldiçoou-se por tal ideia. O tom verde do feitiço lembrava aqueles olhos.
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Amou-o o máximo que pôde com seu coração pequeno de cinco anos. Amou-o porque seus pais não gostavam dele, porque ele era o menino mais famoso da Inglaterra – seu mundo – e porque ele não tinha um sangue ruim.
Não sabia nada sobre os ideais que lhe ensinara; apenas os engolia, e começava a sentir vergonha das pessoas ao seu redor que não eram especiais ou ricas como ela. Não compreendia toda a filosofia por trás do nome Harry Potter, mas o amava mesmo assim. E por mais que nenhum amor de criança de cinco anos durasse, não queria dizer que deveria ser menosprezado.
A coisa que Pansy mais gostava em Harry eram seus olhos verdes. Olhos que ela nunca viu.
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Conheceu-o anos depois, no trem de Hogwarts. Ele não sabia quem ela era – na verdade, nem a vira –, mas ela soube na hora. Os olhos verdes eram fáceis de perceber. Porém, por mais que estivesse feliz por tê-lo encontrado, depois de seis anos pesquisando, sonhando, acreditando, sentiu uma decepção tão grande que pensou em voltar para sua casa.
Harry Potter era pequeno e magro, tinha olhos curiosos e imprudentes, usava roupas surradas e largas demais, e andava com um tipinho muito desagradável. Ela o imaginava um pouco mais corajoso, um pouco mais valente, um pouco mais forte.
Deu de ombros e mentiu para si mesma. Disse que não era nada, que já nem ligava mais. Que não havia necessidade de se importar com um amor infantil e bobo. E príncipes encantados não existiam.
Somente uma dessas coisas era verdade, descobriu mais tarde.
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Harry Potter era tão corajoso quanto imaginou, tão valente como esperava, a pessoa mais forte que conheceu. Por isso, era de se esperar que o amor infantil fosse alimentado pela fama de sua cicatriz, pelos jogos de Quadribol, pelo talento nos Feitiços, pela conta em Gringotes e pelos feitos que aprendeu na escola durante os anos.
Pansy não esperava por isso. E quando se deu conta que seus sentimentos eram fortes e reais demais, tentou afogá-los em seu subconsciente e focar-se em seu futuro. Fez amizade com as pessoas certas, foi ao baile de inverno com Draco Malfoy, participou da Brigada Inquisitorial e aceitou a ideia de um casamento arranjado. Desde que deixasse o passado para trás. Desde que fosse feliz.
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Mas seu subconsciente era tão raso que Harry Potter foi parcialmente submerso.
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Sentiu ciúme de todas as garotas que o conheceram melhor que ela. Pensou nele quando beijou Draco pela primeira vez. Chorou para que ele a salvasse quando soube que se casaria com Nott.
Rachou o espelho do banheiro quando soube que Ginevra Molly Weasley começou a namorá-lo.
Perdeu noites de sono se perguntando como é que a fã número (dois) um de Harry Potter conseguiu ver além de sua cicatriz e de sua fama e notou o garoto escondido. Como ela conseguiu distinguir Harry de Harry Potter, como se encantou pelo menino sem qualidades, sem inteligência e sem personalidade? Ele era apagado demais, tímido demais, inseguro demais. Não era nada como o Harry Potter que imaginou, que amou, que escolheu quando era muito pequena.
Perdeu muitas noites de sono até perceber que era a única garota que o amava e que nunca o chamou de Harry. Para ela, havia apenas Potter e Harry Potter.
Eternamente.
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Tinha dezessete anos e um número infinito de pesadelos. Tinha dezessete anos e confundia seus sonhos ruins com a realidade. Tinha dezessete anos e amava uma pessoa que nunca conheceu de verdade. Tinha dezessete anos e acordava todos os dias acreditando que Harry Potter morrera na sua frente; que ele fora capturado; que ele, no fim, não conseguiu fazer nada porque era só um jovem apagado e com mau gosto para garotas.
Tinha dezessete anos e chorava baixinho todos os dias, sufocando seus soluços como uma mulher amargurada fazia quando não tinha notícias do marido que foi para a guerra.
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A última vez que o viu, tentou entregá-lo. Recebeu um olhar frio vindo dele e soube que estava acabado antes mesmo de começar.
Era melhor assim.
Tinha de ser melhor assim.
Sentou-se na mesa da Slytherin e sorriu. Aquela seria a última vez que o veria, porque depois tudo estaria acabado. Foi o que disse a si mesma.
Nunca esperou que fosse verdade.
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E por mais que seu subconsciente fosse raso, morreu antes de seu amor imergir completamente.
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Arrependeu-se de tê-lo amado.
Arrependeu-se ainda mais por nunca ter tentado.
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Abriu os olhos apenas para encarar o teto de King's Cross. Teto branco, praticamente transparente, o teto de King's Cross. Sabia que era, sentia que era. Ele se movia da mesma maneira como sempre se moveu, chacoalhando um pouco, mas não o suficiente para enjoar. O cheiro de couro e madeira ainda era o mesmo, o tempo que parecia passar rápido demais ainda corria rápido demais e o som de cabines sendo abertas permanecia igual.
Exceto que não era King's Cross e ela estava morta. Talvez aquele fosse o seu caminho, sua maneira de ir para o além, ou seja lá o que fosse. Gostava da ideia de King's Cross, só não esperava que fosse realmente isso. Porque havia tantas outras coisas que Pansy gostava mais que aquele trem, tantos outros meios de transportes mais rápidos e divertidos.
E o som de passos ecoou no corredor, junto do arrastar de portas, tão alto quanto era possível. Quase real, permitiu-se pensar.
Fechou os olhos de novo, gostando da ideia de dormir naquela cabine até chegar onde deveria chegar. Houve silêncio no trem, exatamente como ela sabia que haveria – afinal, se ela controlava ali, controlava também o barulho, certo? Barulho que era completamente desnecessário se ela estivesse dormindo.
Entretanto, antes que pudesse gostar dessa ideia, a porta abriu-se violentamente, algo que ela não havia permitido ou controlado. Levantou-se rapidamente, virando o corpo para ver o que estava acontecendo. E então ocorreu, tão irônico quanto poderia ser: o trem passou por um túnel, e o local iluminado simplesmente caiu em trevas por vários minutos.
Engoliu em seco, sentindo que aquilo seria um verdadeiro problema e o que quer que estivesse à sua frente poderia utilizar-se da escuridão para atacá-la. Afastou-se lenta e silenciosamente pela cabine até suas costas baterem na janela e esperou. Qualquer coisa, pularia para o outro lado e desataria em correr pelo corredor, até conseguir escapar.
Não foi necessário. Quando houve luz novamente, Pansy soube imediatamente que aquela realidade, aquela viagem não era sua. Estava apenas pegando carona, por assim dizer.
À sua frente, estava Harry James Potter.
Morto.
Shadows fill an empty heart
As love is fading,
From all the things that we are
But are not saying.
Can we see beyond the scars
And make it to the dawn?
N/A.: Primeira long postada de Harry Potter, segunda escrita e quinta desenvolvida. Espero que tenham gostado, porque esse casal é lindo :3 Essa fanfic se divide em Prólogo + três partes e foi desenvolvida a partir da música What about now?, do Daughtry, para o Projeto Império Violeta, da seção HarryPansy do 6v. Só expus o primeiro trecho porque eles são como "itens", já que o refrão foi utilizado como tema e linha da fanfic.
A fanfic será postada de uma em uma semana, podem acreditar~
Espero receber reviews, dizendo o que acharam~ E, por favor, vou pedir novamente para não favoritarem a fanfic sem deixar um comentário. É falta de educação e escrever um "adorei", não dói. Cresço com as reviews, assim como qualquer pessoa que escreve, e também é uma motivação a mais. E também tem a minha pequena equação:
Alerta de favoritos + alerta de reviews = :)
Alerta de favoritos - alerta de reviews = MP para o ser.
