O Caminho

Uma guerreira andava vazia por entre os dias

E cantava canções débeis pra se distrair.

Matava por diversão, sem conseguir se divertir;

E andava de cabeça erguida,

E andava com os olhos no chão,

Vazia e perseguida

Pelo seu próprio coração.

Simplesmente seguia o norte.

Farejando por instinto uma sorte,

Na qual ela nunca acreditou,

Ela não cria no amor.


Num lugarzinho perdido

Um olhar curioso tentava se encontrar.

Queria seguir um rio pra tentar chegar ao mar

Mas o mar não tem um caminho

O mar que ela queria

O seu caminho seria

E ela o esperava sem saber...


É tão difícil fazer o que é certo no momento certo.

É quase tão difícil

Como estar no momento errado do jeito certo

E Gabrielle estava lá...

E não tinha medo de mostrar o medo que tinha,

Com a fraqueza de quem não podia,

Mas ainda tinha um porque lutar

Mesmo quase sem o saber,

Mas ela sabia que tinha um porque

E Xena, que lutava sem porque,

Passou a quase entender

E a quase se encantar

E a querer lutar

Não simplesmente por bater,

Porque viver não é apenas respirar,

Assim como amar não é apenas dizer;

E lutar por uma razão

É ter algum sentido pra viver;

E Xena lutou naquele dia

E todos os outros dias

Pela razão mais bela,

A que faz um homem ser digno de sua humanidade,

Ela lutou por amizade

Ela lutou por amor

E aquele olhar encontrou

Um motivo pra caminhar

Encontrou um caminho para o mar

E o seguiu...


E nada foi tão perfeito

Como aquele encontro,

E nada foi tão perfeito

Como aquele estranho dia,

Que só se comparou

A cada dia que viria.

Cada dia, um dia perfeito a seu jeito...

Cada dia com o Sol que trazia...

E a guerreira já não andava mais vazia.

10.09.07