Leve-me ao teu líder.

Sinopse: Mitsashi Tenten fora convidada assim que terminada a sua experiência na academia para participar de um grupo especial de jovens detetives. Sua primeira missão era conhecer suficientemente bem o dono da empresa de Tecnologia Minamit. Os problemas começam quando este dono é ninguém menos que um velho companheiro: Hyuuga Neji.


Capítulo Um:

Senhor Traidor.

22 de Outubro de 1999.

Amarrou os longos cabelos num rabo de cavalo bem frouxo. Era seu primeiro dia no trabalho paralelo, e estava animada para subir logo no conceito de quem quer que fosse o dono da maior empresa de tecnologia de Tóquio.

O nervoso quase não a atrapalhava. Sentia-se certa. Depois de passar por algumas difíceis avaliações da Tec. Minamit, estava confiante de que tudo daria certo.

Passaram-se duas horas desde a olhadinha no espelho de sua casa.

- Eu me candidatei para isso. Por que não posso vê-lo?

- Ninguém pode vê-lo, Srta. Mitsashi. – Aquele a lhe orientar era Heyio. Tinhas os olhos violeta e os cabelos esbranquiçados e médios. Era um homem e tanto! – Você poderá quando ele quiser. Enquanto isto não acontece, trabalhe em cima destes registros. Mais tarde lhe mandarei a agenda dele. E ele falará com você pela tarde, no fim do horário de trabalho. Creio que já conheça sua nova sala.

- Sim, senhor.

- Apenas Heyio.

Era tarde quando ele pediu que fosse tratado pelo primeiro nome. A porta estava sendo fechada.

Tenten pensava ter conquistado meio caminho. Não contava que o misterioso e enigmático dono de uma fortuna tão generosa fosse, em massa, os outros cinquenta por cento completos de seu objetivo.

Acessando os arquivos da empresa pela primeira vez, pôs-se a ler tudo. Ali estavam registrados todos os problemas e os grandes lucros da empresa, e ela acreditava que entendendo-os poderia ser mais útil quando perguntada sobre algo. Estava certa. Através do conhecimento completo sobre a história e seus registros, conseguiria ter uma leve noção dos padrões de trabalho e manifestar-se quando estivessem falando de algo sobre a Minamit.

Naquele mesmo dia, horas depois de concluir os registros no sistema, fora interceptada por Heyio. Este ofegava.

- Ele está aí. Quer vê-la imediatamente, mas está no prédio dois. Quer ajuda para ir até lá?

- Na verdade, Heyio, acho que posso encontrar sozinha. Devo levar algo? – Tenten soltou os cabelos, sorrindo distraidamente. Queria parecer ao máximo inocente.

- Deve levar esta graciosidade, Senhorita. Creio que o Senhor gostará. – Olhou-a bem nos olhos. – Andar sete.

E Tenten se foi, ansiosa para começar seu trabalho realmente. E também pensativa sobre o tratamento que o Senhor enigma possuía. Ele era algum tipo de Deus?

Segundo prédio, 18:20 da Tarde.

- Seja bem-vinda.

Nenhuma emoção na voz.

A sala em que se encontrava era completamente vazia, exceto por uma mesa branca e duas cadeiras. Numa, provavelmente seria ela a se sentar. Noutra estava a figura de um homem mascarado. Não era incomum para homens e mulheres que gostavam de guardar identidade. Lembrava-se de Konoha, quando ela, Neji, Lee e Kiba colocavam máscaras da ANBU em segredo. Desde muito era permitido caracterização do físico.

- Você é Mitsashi Tenten, certo? – A voz era completamente... Esquisita. Grossa. Memorável. Não esqueceria a quem pertencia se ouvisse uma segunda vez. – Soube que passou na avaliação da minha empresa. Estou surpreso.

Estava surpreso? Tenten continuou quieta e desentendida. A confiança sumindo junto com o ar de seus pulmões.

- Você costumava ser a mais lerda.

Agora fazia sentido. O coração de Tenten deu um solavanco monstruoso. De repente, viver aquele instante parecia protagonizar uma cena de horas. Estava assustada. Não sabia dizer por que, ou sequer explicar qual era a ameaça implícita na simples figura do homem, mas certa e seguramente havia uma.

- Perdão?

- Eu conheço você.

A única pista que tinha era a voz, mas não se lembrava de ter escutado uma tão... Afrodisíaca? Exótica? Masculina antes.

A curiosidade elevou-se a um nível fora de seu controle. As mãos começaram a fazer movimentos nervosos. Quando notou que estava deixando-se levar pela sensação de medo, curvou os lábios como costumava fazer quando percebia que estava fazendo algo errado.

- Podemos tratar de assuntos do trabalho?

Neji ficou surpreso mais uma vez. Tenten estava diferente, definitivamente. Desde que abandonara Konoha, ela fora, durante meses, sua única fonte de melancolia e nostalgia. Sempre que se lembrava da Vila, lembrava-se de Tenten. Ela treinava com ele, ela cuidava-lhe dos machucados, ela lhe repreendia como uma irmã rabugenta e ela lhe acarinhava quando estava magoado com a família. Ele sempre se esquivava, e não sentia-se irritado hoje por ter colocado distância entre eles. Nunca fora exatamente bom em mostrar algum sentimento.

- É isso que faremos.

Colocando as mãos sobre a mesa e entrelaçando-as, olhou-a bem nos olhos. Teve a certeza de que ela estava assombrada. Estava com os braços arrepiados, e um semblante digno dela mesma.

- Não mudou tanto assim, Tenten. – Expôs seus pensamentos como quem oferece uma bandeja cheia de diferentes especiarias. O tom de voz, porém, era divertido.

- Não o vejo há muito? – Sorrindo de lado e levantando a sobrancelha, Tenten tentou emitir a impressão de que estava, mesmo afrontada, arranjando maneiras de descobrir quem ele era. Ela descobriria cedo, porque ele provavelmente não conseguiria mais disfarçar. Recolheu as mãos rapidamente. Talvez ela o reconhecesse pelo formato das unhas.

- Nós iremos até a Índia. Eu, você e Heyio. – Olhou-a diretamente mais uma vez, ignorando a pergunta que ela fizera. – Tenho uma reunião com caras prestigiados por lá, e não posso deixar de aparecer. Quero que você pegue com Heyio sua passagem e a minha agenda oficial, porque a partir de hoje você cuidará dela.

- Mas isso não é o trabalho do...

- Heyio poderá ser demitido posteriormente. Por enquanto, faça o que eu mandei. Nos vemos amanhã a noite. Não se atrase.

Antes de sair da sala, Tenten quis decorar o máximo que podia da imagem do enigmático dono da Minamit. Cabelos presos num rabo de cavalo. Cabelos mais longos que o dela. E a voz. Uma voz aveludada, grossa, arrastada... Sensual.

Neji fora deixado sozinho com suas incertezas. Logo ele teria que mostrar-se debaixo de luzes para ela. Ele queria isso. Queria que ela soubesse. Mas ele sabia um monte de coisas sobre Tenten, e uma delas, quando pegou seu currículo nas mãos e soube que foi aprovada, era que a Mitsashi conseguira realizar o sonho que tanto almejara: Ser detetive. Não restavam dúvidas para ele que ela estava dentro de sua empresa atrás de informações. O que fazer? Apagar as velas ou atiçar as chamas?*

23 de Outubro, 21:15 da Noite.

- Heyio, está com todas as passagens? – Ao ver Heyio assentir com a cabeça, Neji, ainda coberto pela máscara de homem respeitável olhou para Tenten. – Você está com tudo anotado sobre as reservas no hotel e os pontos de parada?

- Estou. – A Mitsashi limitava-se a resmungos. Por mais que soubesse de seu papel lá dentro, não conseguia não ser rude ao invés de ser cativante. Aquele homem era um chato!

- Ótimo. Esta pequena mala servirá para dois dias?

Ela podia imaginar que ele estava sorrindo. Assentiu simplesmente, assobiando um sim quase inaudível.

A maneira tão sensata e profissional que o homem mascarado tratava os negócios deixava-a completamente irritada. Ele era, aparentemente, centrado demais. Se todas as insinuações dele estivessem corretas e ele realmente a conhecia... Como conseguia manter-se tão dentro do que estava trabalhando? Ela mesma estava perdida em sua missão. Odiou-se por admitir. Quando notou, estava decidida a levar adiante. Estava decidida a seguir em frente e conseguir chegar ao seu destino.

E o destino estava realmente próximo. Horas dentro do avião, Tenten apavorada ao lado de uma moça ruiva dorminhoca, Neji ao lado de Heyio totalmente absorto num programa na pequena telinha da poltrona e Heyio... Entretido com a agenda oficial quando uma aeromoça anunciou que estavam aterrissando. Demorou alguns minutos até que pudessem abandonar o grande avião.

Quando em terra firme, Tenten respirou profundamente, para depois suspirar de cansaço. Não conseguira dormir um minutinho sequer, tamanho seu medo!

Apressada em ter todos os papeis em mãos, deixou-os cair no meio do caminho. Apenas ela ficara para trás. Os dois homens já estavam na frente, adentrando o aeroporto de Nova Delí, e ela ficara recolhendo a pasta para juntar toda a papelada. Estava nervosa.

- Heyio! – Ela chamou, vendo o homem virar-se para ela um pouco á frente. – Se um homem chamado Aakash Nehaul aparecer, ele é quem nos levará!

Heyio sorriu para ela.

Que diabos...? Será que ela não sabia que era Aakash quem os procuraria?

24 de Outubro.

Tenten estava sonolenta. Uniformizada e descabelada, abriu a porta de seu quarto pronta para sair, quando ouviu um trecho de discussão da porta do lado.

- Se eles conseguirem mesmo, então eu não serei mais um grande tecnólogo. Isso não pode acontecer. – A voz do Senhor misterioso era rude, mas controlada. – Se o mundo souber quem sou eu, não serei mais tão respeitado.

- Senhor, mas você apenas cometeu um erro. Não adianta fugir deste jeito de quem o senhor é. Se não descobrirem agora...

- Eu ajudei a vila inimiga da minha vila por dinheiro. Ambição, Heyio. O nome da minha família está...

Os sentidos de Tenten quase se foram. Voltou para o quarto, totalmente desorientada. Fechou a porta devagar e apoiou-se nela, colocando a outra mão sobre a boca. O coração batia forte, rápido. Ela conhecia uma história assim. Ela conhecia!

12 de Março de 1982.

- Eu não poderei voltar, Tenten. Me desculpa. – Hyuuga Neji sussurrou, com os olhos baixos e a culpa carregada na voz.

- Não é justo, Neji. Você não fez por mal! Você só queria...

- Fiz o que fiz. Sem perdão. – Olhou-a por uma última vez nos olhos, dando as costas logo depois. – Cuide-se.

- Neji!

24 de Outubro, hoje.

A voz era indiscutivelmente parecida, exceto que mais grossa. A maneira de ser era totalmente idêntica. Os cabelos... Oh meu Deus! Não podia ser Hyuuga Neji. Não podia!

Duas batidas na porta.

Seu mundo revirado.

Continua...


N/A: Nada a dizer. Espero que tenham leitores. E espero que vocês gostem;