Era noite. Duas pessoas corriam velozmente por dentre as árvores, de olhos e ouvidos atentos ao menor movimento, ao ruído mais comprometedor, algo que pudesse entregar a posição daqueles que procuravam. Trajavam roupas negras como o céu pontilhado de estrelas que os observava inexpressivo e indiferente à sua urgência em capturar os fugitivos.

— Não o deixe escapar! – gritou o homem de cabelos vermelhos para seu ajudante descabelado – Temos que capturá-lo logo!

— Eu sei! – berrou o outro que vinha logo atrás – Estamos sob alerta por causa desse desertor, eu não sou tão desleixado quanto pareço!

O alarme soava por toda a Seireitei enquanto Abarai Renji e Madarame Ikkaku perseguiam um homem de roupas que ia muito à sua frente, com vestes azul-marinho escuras e usava uma máscara que parecia ter a forma de um crânio de ave com um bico curto. A perseguição durava apenas alguns minutos, mas eles sabiam que deviam terminar isso o quanto antes, devido ao perigo que essa pessoa representava. Ele era um deles. Um Vaizard! Enquanto corriam atrás do intruso, se perguntavam sobre seus motivos pra ter ido até a Soul Society, já que os Vaizards odeiam o lugar. Queriam saber o que ele queria com aquilo.

— Hoero, Zabimaru!! – ouvia-se Renji gritar enquanto brandia sua zanpakutou e a liberava, tentando acertar o inimigo sempre que se aproximava, mas sempre ficava pra trás por isso. – Kuso! Ele é rápido demais pra eu acompanhar! Ikkaku-san, tente acertar ele!

— Nobiro, Hoozukimaru! – dito e feito. Embora o alcance da espada de Madarame não fosse tão grande quanto à de seu companheiro, sua velocidade e experiência lhe favoreciam o ataque.

Tendo atacado não uma nem duas, mas três vezes, Ikkaku o acerta em cheio no ombro, mas o Vaizard saca sua Zampakutou e lança um golpe parecido com uma lâmina voadora muito parecida com o ataque do amigo de seus perseguidores, que pensaram exatamente a mesma coisa, embora a cor de sua reiatsu não demonstrasse isso. O clarão que iluminava a floresta densa de Rukongai era de uma cor verde-ácido berrante e tinha uma força tão assustadora quando veloz. Derrubando várias árvores de uma vez em cima dos dois oponentes, ele se desvencilha de outras árvores e faz uma coisa inesperada: ele abre Garganta e vai para o Hueco Mundo.

Enquanto isso, Renji e Ikkaku se levantavam com um pouco de dificuldade por causa das árvores cortadas pelo golpe imprevisto do inimigo.

— Ikkaku-san, você está bem? – perguntou Renji.

— Mas que droga... Nós o deixamos escapar! – Ikkaku se sentia frustrado não só com a falha em derrotar o intruso misterioso, mas também com a dor recente de um profundo corte na perna causado pelo galho de uma das árvores.

— Venha, vamos voltar. Precisamos contar pros capitães o que aconteceu.

Ikkaku concordou com um aceno de cabeça e se levantou, então se apoiou em Renji e os dois voltaram pra Seireitei devagar, refletindo sobre o que acontecera segundos atrás.