A.U – Universo alternativo. Introdução longa e necessária. Temática recomendada para maiores de 18 anos.
Essa fic usa personagens de Saint Seiya ambientados em Vampiro, A Máscara parte do cenário do World of Darkness – Segunda Edição, publicado pela White Wolf.
Vampiro, A Máscara é um cenário de rpg de horror pessoal ambientado em um mundo punk-gótico inspirado principalmente nos livros de Anne Rice onde clãs de vampiros lutam pela supremacia.
Basicamente estou fazendo um cross over entre minhas duas grandes paixões: CDZ e Vampiros. Como eu é que mando aqui e não o Kurumada ou o Justin Achilli estou tomando certas liberdades em relação aos personagens e a ambientação. Não vou seguir nenhum dos dois universos ao pé da letra, capisco? Vai que eu esbarro em algum(a) fanático(a) (como eu).
Por quê, Chicago? Um dos livros mais over powers do WoD é o Chicago by Night e como os Cavaleiros são over powers, escolhi essa cidade como cenário básico. Ah, e também por que o blues de Chicago é o melhor do mundo (na minha suspeita opinião).
Para fundamentar o clima do que vocês vão ler, supõe-se que os vampiros modernos "vivem" em meio a uma complexa sociedade chamada Camarilla. Altamente hierarquizada, quase a um nível feudal. Ela prega que a ordem rígida e a convivência pacífica com os mortais como única forma de proteger os Membros de uma nova Inquisição, como a que exterminou boa parte da população vampírica européia durante a Idade Média (um genocídio de Vampiros).
Existe toda uma hierarquia nas cidades começando pelo cargo do Príncipe, o mais alto posto de uma cidade (ou região). O Príncipe possui um Seneschal (guardião das chaves, como nos castelos medievais) e governa ao lado de um conselho de Anciãos, conhecidos como Conselho Primogênito que é composto pelo representante mais velho, poderoso ou carismático (ou os três juntos) de cada Clã. Existem muitos outros cargos, mas esses eu vou explicando ao longo da fic, fiquem tranqüilos.
Existem 13 clãs oficiais, mas optei por explorar apenas alguns, que, por enquanto, são:
Ventrue – Literalmente são os de Sangue Azul. Líderes. Todos os Ventrue são da alta sociedade, da Elite. São os comandantes ocultos da humanidade. Geralmente as mentes mais brilhantes (ou diabólicas) e os mais notáveis comandantes fazem parte deste clã.
Personagens desse clã: Saga, Kannon, Kamus, Julian Solo, Saori Kido...
Toreador – Artistas. Belos. Hedonistas. Sem dúvida, são os vampiros clássicos, charmosos. Eles ignoram aquilo que não for belo, buscando assim a perfeição. Os membros do clã da Rosa dividem-se em duas facções principais: os Artistas e os Poseurs.
Personagens desse clã: Afrodite, Milo, Misty, Tétis, Sorento, Mime de Benetona...
Brujah – Revolucionários, guerreiros, filósofos. Onde houver um ideal, haverá um Brujah. Incompreendidos, eles lutam. Composto quase completamente de rebeldes de todos os tipos, eternamente à procura das expressões definitivas de sua individualidade. Sem dúvida o clã que possui a maior diversidade de membros. (Esse é o clã do meu coração, junto com Ventrue, eterno antagonista).
Personagens desse clã: Aiolos, Aioria, Máscara da Morte, Aldebaran, Ikki, Seiya, Shiryu, Marin...
Malkavianos – Os loucos. Videntes. Visionários.Os Malkavianos possuem um intelecto obscuro que é por vezes - e de modo crescente - regulado para propósitos desconhecidos."Nós caminhamos pela terra a tempo suficiente de saber julgar o certo do errado o bem do mal, ou qualquer outra coisa que pensemos. Somos para muitos o que chamam de forasteiros, mas a nossa vida é de peregrinação". – Tive que colocar essa citação... É linda. Completamente Malk.
Personagens desse clã: Shaka, Mú, Shun, Shina, Hyoga...
Nosferatu - Possuem a reputação de vendedores de informação e colhedores de segredos, uma vez que devido a suas feições, tiveram que aprimorar a mística habilidade de se esconder, algumas vezes bem diante dos olhos de outras pessoas.
Personagens desse clã: Shura, Dhoko. (esses serão polêmicos)
Sobre personagens e clãs: olhe, eu realmente acho que é necessário ler a fic para entender POR QUE tais personagens pertencem aos clãs que eu defini. Estou considerando aspectos da personalidade cruzadas com o arquétipo que os clãs costumam ter.
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CAPÍTULO I – A Bela Torre de Chicago.
Chicago, dias atuais – aproximadamente meia-noite.
- Não! Definitivamente não aceitarei o irmão de um anarquista como Primogênito Brujah. – Saga foi enfático. – Na minha cidade, não!
- Meu Príncipe, Aioria foi Archon(1) do Justicar(2) Brujah por quase 100 anos. Só não se tornou Justicar por querer permanecer em Chicago. – Falou calmamente Shaka, o inabalável Primogênito Malkaviano.
- Sem contar que ele controla praticamente todo os Brujah da América do Norte, eles o seguem como se fosse um Deus. – Completou, Afrodite, o belíssimo Primogênito Toreador.
- Eu compreendo as razões de Saga. – Defendeu, Kamus, o Primogênito Ventrue.
- Se Aioria foi aclamado pelo Clã Brujah, temos que aceita-lo. – Finalizou, Mú, o Mestre das Harpias (3).
- Saga, você precisa deixar essa disputa com Aioros de lado. Não aceitar o irmão dele pode gerar uma revolta dentro da Cidade e ameaçar a Máscara... Isso está chamando a atenção do Círculo Interno da Camarilla (4). – Observou, Shura, o Primogênito Nosferatu. – Eu tenho informações a respeito e não são animadoras.
O Nosferatu dera a cartada de misericórdia no Príncipe.E com exceção do seu sensato Primogênito Ventrue, os demais estavam favoráveis a decisão do Clã Brujah e isso inclua até mesmo seu Mestre de Harpias.
- Kannon, faça a cidade saber que eu, Saga, Príncipe de Chicago, aceito Aioria como Primogênito da Casa do Conhecimento.
O Seneschal e braço direito do Príncipe, limitou-se a concordar com um gesto e em seguida se retirou da sala.
- Por favor, Mú, use também suas harpias para espalham essa notícia pelo país. Não quero trazer problemas para Chicago, se bem, que a presença de Aioria aqui, já é um problema em si.
Os poderosos vampiros sentados a mesa, se olharam. Embora seu regente fosse duro na queda, sabiam que ele não era um suicida político. Significaria acabar com sua regência não aceitar um dos Brujah mais conhecidos da América em seu conselho. Pelo contrário, a entrada do ex-archon Aioria mostraria para toda a América como Chicago era, sem dúvida, a cidade onde os mais poderosos e influentes vampiros do mundo residiam.
- Quando Aioria se juntara a esse conselho? – Perguntou Kamus.
- Imediatamente, se os senhores assim o quiserem. – Disse Mú, sacando seu celular. – Ele está lá fora com mais ou menos vinte Brujah esperando a decisão do conselho.
Dessa vez os primogênitos se mexeram. Aioria era realmente ousado.
- Eu não disse que ele é praticamente um anarquista? Se a resposta fosse "não" o que ele faria? Quebraria a Máscara? Nos atacaria? – Saga falou levantando-se da mesa.
- Saga, você sabe que os Brujah sempre andam em grupo e até onde estou sabendo planejaram uma daquelas haves para hoje, depois da decisão do conselho. – Falou Shaka.
- Liga logo pra esse infeliz, Mú. Manda ele subir. – Saga falou contrariado.
Estavam no no trigésimo oitavo andar do mais luxuoso prédio comercial de Chicago, bem no centro do poder do Clã Ventrue ali representado pelo Príncipe Saga; Kannon, o Seneschal e Kamus o Primogênito. Mas eles eram apenas três nomes no clã mais poderoso da cidade, haviam ainda outros como o magnata Julian Solo que até onde sabiam como Strategos dedicava-se mais aos afazeres Ventrue do que a própria Camarilla e Lady Kido, uma misteriosa Ventrue vista por muito poucos, segundo alguns, ela fora abraçada no século VIII antes de Cristo e alguns chegavam a dizer que ela era a própria Atena, em outras palavras... Lady Kido inspirara o mito da Deusa da Guerra. Boatos maldosos diziam também que... Lady Kido não era uma Ventrue, mas boatos, são... Boatos e as Harpias os adoram.
Mú ligou. – Aioria, pode subir. – Desligou o celular.
- Vamos partir para a próxima pauta. – Falou o Príncipe.
- Existem algumas crianças da noite que precisam ser apresentadas ao Príncipe. – Disse Afrodite. – Chegou de Atenas um jovem que deseja residir na cidade, seu nome é Milo, pertence a minha família embora esteja sempre andando com os Brujah e Gangrel. – Falou com um ar de evidente desaprovação.
Uma batida se fez ouvir na porta. Kannon entrou. – Meu Príncipe, Aioria e outro cavaleiro pedem sua permissão para entrar no recinto.
- Permissão concedida, Seneschal. – A voz de Saga era grave.
A porta se abriu e uma figura que não combinava em nada com aquele ambiente entrou. Ele usava um jeans surrado, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro repleta de pins. Não era possível dar lhe mais do que vinte e poucos anos, embora, aquele vampiro, possuísse mais de dois milênios de existência. Seu rosto era másculo, sua boca larga, sensual. Os olhos de um tom verde sobrenatural. Certamente muitas esculturas da antiguidade poderiam ter sido baseadas em seu corpo. Ele caminhou com tranqüilidade, colocando-se diante da enorme mesa circular onde estavam sentados os vampiros mais poderosos de Chicago.
Atrás do estonteante grego, entrou um rapaz de uma beleza que não devia em nada a seu predecessor. Pelo contrário, superava-a. Embora acostumados a belezas sobrenaturais, todos os vampiros no recinto não puderam ignorar o rapaz de longos cabelos revoltos e olhos de um tom azul nunca visto por nenhum deles. Seu olhar era impressionantemente vivo e profundo, perturbador. Ele usava um All Star preto com uma calça bastante justa e uma camiseta vermelha justíssima terminando com um esvoaçante sobretudo preto. Se uma palavra fosse usada para descreve-lo seria: perfeito. Ele se colocou ao lado de Aioria e sentiu que era o centro das atenções. Olhou para o companheiro tentando se comunicar, o que não foi necessário, pois o outro já havia entendido o que ele, sem nenhuma palavra queria dizer.
Ambos fizeram uma mesura ao conselho e Aioria se dirigiu a Saga:
- Príncipe Saga, finalmente deixou de me evitar. Sinto-me lisonjeado.
- Não o evitei, Aioria, apenas sou muito ocupado.
- Creio que tenha tido muito tempo para pensar em me permitir ver Lady Kido, não?
- Ela está em torpor há quase 300 anos, Aioria.
- Te pedi para vê-la há mais de 700 anos, Saga.
- Você há de reconhecer que vivemos tempos difíceis nesses 700 anos.
- Incrível como você não muda! Não vou perder meu tempo com você. Trouxe meu protegido pra te apresentar, assim os Algozes o deixam em paz e eu não quebro mais nenhum osso deles.
- Você que andou espancando meus Algozes?
- Espancando não, afastando eles do Milo, é diferente!
- Aioria, creio que você poderia ter conversado com eles antes. – Falou Kamus que até então estivera calado.
- Ah, francês, dá um tempo, ta? Se o seu Príncipe aí escolhesse vampiros com mais cérebro, eu até conversaria com eles, o problema é que eles estão tão condicionados a cumprirem as ordens desse aí que nem conseguem dialogar! O cérebro deles já virou pastel de feira.
- Aioria, se não me engano, Milo é um Toreador, não? – Kamus olhou para Milo que o encarou, altivo e aquilo realmente incomodou o Ventrue. Olhou então para Afrodite.
- Eu avisei que ele andava com os Brujah, Kamus. Ele não é da minha linhagem, pode ter certeza. – Falou também encarando Milo que demonstrava não estar nem aí para nenhum deles.
- Senhores, creio que estamos perdendo o foco dessa reunião. – Falou Shaka.
- Anda logo, Saga e dá a permissão pro menino ficar na cidade. Eu me responsabilizo por ele. Nada pessoal, Afrodite. – Olhou para Afrodite e deu uma piscadinha camarada.
- Seu nome é Milo, não? – Perguntou Saga olhando para o rapaz que não se intimidava com seu olhar inquisidor. – Mas é tão arrogante esse Toreadorzinho... Pensou.
- Sim, Majestade.
- De onde vens?
- De Atenas, Majestade.
- O que deseja em Chicago?
- Começar uma vida nova. Permanecer em minha cidade natal era um risco para a Máscara, dado que fui abraçado há pouco mais de cinqüenta anos.
- Consegue declarar perante mim e esse conselho as tradições da Camarilla, jovem Milo?
- Sim, Majestade.
- Comece, então. – Isso vai ser divertido. – Pensou.
Milo olhou para Aioria que se limitou a sussurrar – Vai Milo, do jeito que ensaiamos.
Milo respirou fundo, embora estivesse morto, ainda executava esse gesto automático, pela simples lembrança de sentir que um dia fora humano. E começou:
- A Primeira Tradição:
A Máscara. Não revelarás tua verdadeira
natureza àqueles que
não sejam do Sangue. Ao fazer
isto, renunciarás aos teus direitos de Sangue.
- A Segunda Tradição:
O Domínio. Teu domínio é de tua inteira
responsabilidade. Todos
os outros devem-te respeito enquanto nele
estiverem. Ninguém poderá desafiar tua palavra enquanto
estiver em teu domínio.
- A Terceira Tradição:
A Progênie. Apenas com a permissão de teu ancião
gerarás outro
de tua raça. Se criares outro sem a
permissão de teu ancião, tu e tua progênie sereis
sacrificados.
- A Quarta Tradição: A Responsabilidade. Aqueles que criares serão teus próprios filhos. Até que tua progênie seja liberada, tu os comandarás em todas as coisas. Os pecados de teus filhos recairão sobre ti.
- A Quinta Tradição:
A Hospitalidade. Honrarás o domínio de teu próximo.
Quando chegares
a uma cidade estrangeira, tu te apresentarás
perante aquele que a gerir. Sem a palavra de aceitação,
tu não és nada.
- A Sexta Tradição:
A Destruição. Tu és proibido de destruir
outro de tua espécie. O direito de destruição
pertence apenas ao teu Ancião. Apenas os mais Antigos entre
vós convocarão a
Caçada de Sangue.
Enquanto recitou as Tradições, Milo manteve-se o tempo todo altivo, imponente. Muitos olhares admirados lhe foram dirigidos, pois apesar de jovem e estar na frente de vampiros tão poderosos ele não se mostrara intimidado.
Saga estava realmente impressionado com a exatidão com que o rapaz recitara as tradições da Camarilla. Poucas vezes ele vira alguém faze-lo sem gaguejar ou recorrer a ajuda de terceiros.
- Seja bem vindo a Chicago, Milo. Mostrou que possui conhecimento e que seja um digno integrante da Torre de Marfim.
- Saga, membros do conselho, se não tiverem nada importante a tratar tenho uma reunião de meu clã para presidir.
- Chama um encontro barulhento e selvagem de reunião, Aioria? – Falou Saga em tom zombereiro.
- Se quiser participar será bem vindo a arena Brujah. – Estalou os dedos das mãos. – Você está velho e resmungão demais, Saga.
- Mande lembranças minhas a Aioros e pode se retirar, não temos nada importante para tratar que exija sua presença. Isso vale para os demais membros do Conselho ao qual agradeço a presença nessa noite. – Saga se levantou da mesa e seu gesto foi imitado por todos que lentamente se retiraram do recinto.
- Shaka? Mú? Vocês virão conosco? – Perguntou Aioria enquanto esperavam o elevador.
- Sim, nós vamos! – Falaram juntos os Malkavianos. – Não há lugar melhor para desenferrujar as juntas do que a Arena de vocês. – Falou Shaka.
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(1) Archon – São os olhos e ouvidos dos Justicars, afinal, um Justicar não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Os Archons, geralmente, permanecem no cargo pelo tempo que o Justicar serve, embora alguns Justicars mantenham os Archons de seus predecessores.
(2) Justicar – Sete vampiros escolhidos pelo Círculo Interno têm o poder definitivo para julgar as questões relacionadas às Tradições. São eles que decidem as punições àqueles que violam repetidamente as Tradições, ou àqueles que tentem destruir a máscara em público. Os Justicars são obrigados a convocar um Conclave quando decidem proclamar um veredicto. Os Justicars podem convocar um Conclave a qualquer momento, seja para comunicar uma decisão ou declarar uma caçada, ou ainda outra decisão importante. Um Justicar serve por 13 anos e responde ao Círculo Interno.
(3) Mestre de Harpias/Harpias – Os administradores sociais dos Elíseos, eles realmente sabem das coisas. Negociam informações, fazem manobras sociais e controlam o status na seita. A maioria não se impressiona com intimidações e demonstram uma notável percepção da natureza vampírica.
(4)Circulo Interno – Estes sete anciões se reúnem a cada 13 anos em Veneza para planejar os negócios e a direção da sociedade vampírica. Um dos principais propósitos do Círculo é a nomeação dos Justicars, um para cada um dos sete clãs da Camarilla. A cada clã é permitido enviar um representante, normalmente o membro mais antigo do clã, pois só ele podem ditar o voto do clã. Outros membros podem ser levados ao encontro e podem até mesmo discursar, mas somente os anciões podem votar.
