Ele não sabe onde os próprios pais estão, mas isso não importa; não agora que Gaia Bawden está pressionando o corpo dele contra a parede com aquela força das almas completamente embrigadas pela vodka, mordendo os lábios dele com uma voracidade absurda e uma urgência desastrada, não; Stuart Wall realmente não quer saber por onde andam seus pais nesse momento.

Segundos antes dessa brincadeira de morder lábios e orelhas começar no hall de entrada dos Wall, eles estavam discutindo na festa de Howard Mollison. Ela o chamou de monstro, disse que ele era terrível por fazer bullying com Sukhvinder, que o odiava e outras coisas assim. Aí no segundo seguinte eles estavam se agarrando do lado de fora da festa, e um minuto depois ambos trocavam beijos furiosos no hall de entrada dos Wall.

A londrina o segura pela gola da camisa branca, empurrando-o indelicadamente contra a parede da escada e o beija novamente, contudo desta vez é diferente. A língua de Gaia tem um gosto delicioso de vodka e fúria, que o deixa cada vez mais bêbado em todos os sentidos possíveis. Os dedos da morena se embrenham nos cabelos dele com um toque de ódio, como se quisesse mostrar quem comanda o jogo, quem tem o controle daquela situação tão incontrolável. O corpo esguio dela se molda perfeitamente ao dele, e Stuart geme ao pensar que dali a instantes eles vão estar realmente fodendo.

Ela está tão bêbada que quando chegam ao sótão, onde fica o quarto dele, Gaia o empurra contra a porta e morde o próprio lábio inferior ao mesmo tempo em que sorri de maneira provocativa. Stuart se sente tão excitado que a puxa pela cintura sem delicadeza alguma, fazendo os quadris de ambos se encaixarem perfeitamente. Ela sorri e acaricia o peito dele, abrindo desajeitadamente cada botão da camisa; ele percebe que os olhos castanhos da morena estão turvos, sensuais e tão excitantes que fariam qualquer garoto de Pagford cair aos pés dela. Mas não ele, é claro.

Quando ele fodia Krystal não era tão intenso assim. Abaixava as calças, fazia o que tinha de fazer e ia embora; sem olhares sensuais, sem sorrisos provocantes, sem gemidos, sem carinhos. Aquilo que estão trocando agora são carinhos? Ele não sabe ao certo, mas gosta - acha autêntico - e faz o mesmo com ela, deixando as próprias mãos passearem pelo corpo de Gaia.

Ela o puxa pela gola da camisa meio aberta, empurrando-o em direção à cama. Stuart Wall se deixa cair e observa atentamente enquanto Gaia Bawden continua em pé, olhando diretamente para ele com aquele olhar turvo, sorrindo seu sorriso de vodka, abrindo sensualmente cada botão da camisa branca e se aproximando lentamente da cama.

Ele observa aquela cena com olhos famintos, abençoa os russos por terem inventado a vodka e para de pensar, porque isso não importa agora; não agora que ele já pode ver a sombra do sutiã negro de Gaia, a pele pálida do abdômen dela, não mesmo...