Prólogo

Depois que Edward decide voltar ao outro mundo e fechar o portal, Alphonse entra em uma armadura para voltar com o irmão, determinado a nunca mais se separarem. Juntos a Noa, eles seguem sua jornada pelo mundo onde não há alquimia, ainda determinados a voltar a Amestris. Dois anos se passaram desde que, enfim, fecharam o portal com a ajuda dos poderes de Noa, e continuaram sua jornada.

Já fazia muito tempo que haviam sumido, e era isso que preocupava uma certa loira que morava em Resembool com sua avó. Há alguns anos, talvez há quatro, ou mesmo cinco anos, Winry tinha se dado conta de seus sentimentos por Edward. Porém, com tantas lutas, guerras, inimigos, homúnculos, e tudo o mais, nunca houve espaço para ela em sua vida.

Simplesmente não conseguia, não podia esquecê-lo, depois de tudo que fez por ela. Por todos os momentos em que ele tentara protegê-la e demonstrava preocupação. Por mais tenso que tais momentos estivessem, ela não deixava de sorrir ao lembrar-se daqueles dias. Mas também não conseguia deixar de chorar ao ver Al e lembrar que ele só estava ali, em seu corpo original, graças ao irmão que lhe dera a vida para salvá-lo.

Ela não tinha tanta certeza que Ed estava vivo. Quando Al voltara a ter dez anos, bom, apesar de não se lembrar do que tinha acontecido, apesar de ter perdido quatro anos de memória, de vez em quando vinha até ela conversar, e dizia que o irmão mais velho estava vivo. E ele dizia com tanta convicção que era quase impossível não acreditar.

Então o mais novo se fora com Izumi e seu marido, para aprender alquimia, e trazer o irmão de volta. Foi aí que as coisas começaram a piorar. Passavam-se dias, semanas, meses, e nem Ed, e nem Al voltavam. Sabia que o mais novo estava ocupado treinando, e que dificilmente escrevia, mas e o outro? Onde estava? Se estava vivo, o que estava fazendo? Nessas horas, começava a chorar.

Pelo menos, pouco depois da guerra contra os "malucos" do outro mundo, Sheska fora passar um tempo ao lado de Winry e Pinako, e assim a loira não se sentia tão sozinha como costumava se sentir. Certo que Ed nunca parava em Resembool, mas pelo menos era uma boa companhia para ela, fazendo-a se sentir bem, mas sempre tinha que ir embora.

Agora as duas pessoas mais importantes para ela estavam em um outro mundo e não podia nem sequer se comunicar com eles, nem tinha como saber o que acontecia no outro mundo. Não tiveram tempo para conversar assim que Edward surgiu na cidade subterrânea, afinal, só ficou sabendo o que estava acontecendo mais ou menos enquanto trocava seus automails, e depois saiu correndo para salvar o mundo, como sempre fazia.

E quanto ao abraço que dera em Ed, foi um impulso, não conseguiu se segurar. Assim que o viu, teve certeza de que talvez a distância que os separara por anos, não mudara o que sentia por ele. Não queria mais deixá-lo ir, mas sabia que ele tinha, e não podia o impedir.