2012. A humanidade caminha para um meio mais consciente quanto ao meio-ambiente. Muitas espécies de animais e plantas foram salvas. Carros ecologicamente corretos são utilizados em massa. Todos os países mais importantes fizeram um contrato para a diminuição de poluentes. Embora seja um avanço, a violência não para. A explicação continua desconhecida.

Misa sentia uma dor forte no seu peito. O tiro havia sido forte o suficiente para arremessa-la contra a parede. Maldito ladrão, maldito gatilho. Misa sentia algo raro próxima a morte:raiva. Como podia sua vida ter um desfecho com um simples pedaço de metal. Paramédicos não apareciam, pessoas fugiam e esqueciam ali a garota próxima da morte. "Morrer sozinha, que ótimo!", Misa não podia acreditar que as pessoas eram assim:

-Alguém me ajude...-Gemia ela olhando para o sangue borbulhava para fora do furo.

Não acreditava que esse mundo estava na ruína:

-Por favor, aqui...

Não acreditava que no momento que precisava mais, todos correram:

-Alguém...

Vultos e mais vultos. "É agora." pensou Misa, esperando pelo doce abraço da morte. Estava começando a se afogar com o sangue que cuspia por causa do tiro. Achou ter visto a morte por um segundo. Era estranha, parecia um mero adolescente de cabelos negros com uma foice na mão. Estava delirando, a morte não podia ser aquilo. De seu lado, um homem de difícil identificação era notado por seus olhos falhando:

-Eien, espere. Não mate ela.-Disse o homem.

-Você sabe que não sou eu quem decido Matsuo.-Respondeu o garoto.

-Você decide sim. Já presenciei antes. Deixe ela ai, se for para ela morrer, que seja por conta própria.

-De repente decidiu ser bondoso?

-Os mortos sempre voltam Eien. Sabemos muito bem disso.

Misa desmaiou. Os paramédicos vinham correndo resgata-la finalmente.

Seus pensamentos vagavam longe. Quanto mais pensava, mais chegava a conclusão de que suficiente é relativo. Quando você sabe que foi o suficiente?Quando você percebe que é a hora de fechar os olhos e voltar ao início de tudo?Talvez seja nessa hora que você nota como o mundo era bonito, pensa nos olhos de sua amante e no calor humano. Talvez seja nessa hora que você percebe como a morte é ridícula. Você não entregou os livros de volta para a biblioteca, não pagou a última parcela do seu carro, não buscou o terno que mandou ajustar por ser muito grande. Encare, tudo isso é ridículo. Você viveu uma infância, uma adolescência e uma parcela de sua vida adulta para simplesmente chegar ao nada. Tão ridículo que muitos começam a rir perto da morte enquanto alguns choram e outros, se entregam as nuvens sem preocupações, pois a morte é uma benção para eles. Onde você se encaixa nisso?

-Senhorita Kamisaka, vai ficar tudo bem-Disse um paramédico.

"Tudo...bem..."