• Você acredita em mágica? •
Não sabia exatamente o que estava fazendo ali, lembrava vagamente que tinha que assinar uns papéis, que tinha que voltar para Brasília, que tinha que fugir do brilho daqueles olhos. Mas só conseguia ficar sentado ao lado dela, na areia, fingindo não estar ficando louco com o cheiro daquele cabelo – que, cacete, era ruivo! - ou com o sorriso que às vezes ela lhe dava.
Claro, amava uma praia, mas ainda não entendia o que fazia ali, com ela, quando deveria estar trabalhando para cuidar de seus outros...Filhos. Claro que Brasil não a considerava uma filha, se o fizesse, não poderia se apaixonar, não poderia sequer babar enquanto ela fingia não perceber, olhando distraída para algum ponto lá no mar, bem distante de onde eles estavam.
Se Brasil acreditasse em mágica – e, definitivamente, não acreditava – diria que aquela garota ali, que só pelo cabelo ruivo e pela pele bem branca nem deveria ser considerada brasileira, era uma bruxa. Não daquelas que andavam curvadas, tinham unhas em forma de garras, riam histericamente e tinham uma verruga na ponta do nariz. Ele a achava a bruxa mais bonita de todas.
Porque, óbvio, ele não a chamaria de fada. Nunca. Aquilo era muito Inglaterra e ele jamais gostaria de se parecer com aquele lá. Até porque, sem ofensas à Sininho, mas aquela garota era bem mais bonita que ela.
Na verdade, se ele acreditasse em mágica, ele diria que ela era um feitiço inteiro, daqueles para o qual não há cura ou resistência. Aqueles feitiços para os quais é bom se entregar, se deixar envolver. – Na verdade, ele achava que o feitiço estava nos olhos dela, que prendiam seu olhar, que eram mais bonitos que todas as suas matas e mares e praias e pessoas e animais.
Talvez por isso ela fosse brasileira, porque ele a amava demais. Talvez mais do que amasse seu povo, talvez mais do que amasse suas terras. Talvez por isso ele estivesse...
Então, sorriu, daqueles sorrisos enormes, bem brasileiros e pegou na mão dela.
"Que foi?" – Ela perguntou.
"Abracadabra."
"Eu também amo você." – E aí ele lembrou que só estava ali por estar mesmo, só para conseguir mais um tempinho com ela, quando a magia acabasse.
Não que ele acreditasse.
Nota da Autora:
Primeiro, porque eu estava devendo uma fanfic para compensar a Prússia/OC que ela me deu.
Segundo, porque ela é incrível demais - tanto quanto o Gilbert – e merece muitas, muitas fanfics. O Brasil é teu, Abra. Todo seu, junto com essa fanfic. Porque você merece e porque...Porque sim.
Amo você.
Reviews? Pela Abra?
