Em uma noite escura, perto da mansão Agreste, era possível observar um luar que tentava em vão iluminar aquele lugar. Nessa escuridão, estava Chat Noir muito triste de que Ladybug ainda não chegara para o jantar que ele havia preparado para os dois.

- Eu te disse que ela não viria. Ela nem sequer tinha aceitado seu convite. – dizia Plagg, fazendo com que Chat Noir ficasse mais triste ainda...

- Ela não me ama. Eu fui um tolo por ter pensado que tinha alguma oportunidade... – respondeu. – Mas ela podia ter pelo menos vindo aqui... Por que não posso ao menos saber quem ela é? Assim, talvez pudesse fazer algo...

- Adrien, não é simples assim. Vocês não podem revelar suas identidades. Hmm... Você tem queijo aí?

- Não! Eu já estou cansado disso. É sempre assim. Nunca posso saber quem ela é. E ela nem sequer se preocupa em saber quem eu sou. Não quero mais viver assim!

Era bem notável que dessa vez, Chat não estaria disposto a continuar com isso: ele estava mais bravo que nunca.

Enquanto isso, na casa da Marinette...

- Ai, Tikki... Não entendo por que o Adrien estava tão apressado hoje. Ele parecia tão animado quando nos encontramos a tarde, mas não por estar comigo. Ele estava pensando em outra coisa. Nem parecia estar me escutando. Talvez ele goste mesmo de outra pessoa...

- Não diga isso Marinette. Tenho certeza de que deve ser outra coisa – disse Tikki. Ela já sabia que Chat Noir era Adrien na verdade mas não podia falar isso para Marinette.

- Não, Tikki. Eu não quero mais ter esperanças falsas. Se ele... se ele gosta mesmo de alguém eu não deveria interferir. Mesmo que eu o ame... não posso ser tão egoísta.

- Marinette... por favor não diga isso.

Mas ela não estava mais escutando o que Tikki dizia. Estava muito triste e não queria pensar em nada disso. Ela era Ladybug e devia pensar em salvar as pessoas. Não podia ser egoísta e impedir Adrien de ser feliz.

Então, para afastar esses pensamentos, foi à varanda. Ficou observando a noite escura sem poder ver nada além das nuvens escurecendo a lua. Contra a sua vontade, começou a chorar. Ela não queria acreditar que Adrien gostasse de mais alguém. Achava-se uma tonta por ter tentado se aproximar dele.

Nesse momento, pensa em Chat Noir repentinamente, lembrando de como ela o tratava enquanto ele dava uma de galã. Mas, dessa vez, percebeu que ele devia sentir o mesmo que ela: tristeza por não ser correspondido.

Foi então que o viu: ele estava sentado no telhado ao lado da varanda dela, também observando o luar sombrio. Ela ficou olhando para ele e percebeu que ele tinha lágrimas nos olhos. "Por que ele está chorando?", pensou: estava claro que tinha esquecido aquilo que pensava há poucos segundos.

Caminhou do meio da varanda até o canto desta do qual poderia ver seu amigo melhor. Chat Noir, ao notar que Marinette estava ali, sorriu tristemente. Ela era a única pessoa que conseguia animá-lo quando estava triste, além de Ladybug, mas essa última mais o fazia triste que animá-lo. E ele não queria mais se dar falsas esperanças.

Ele decidiu ir conversar com ela. À medida que eles se aproximavam, ele notava que ela também tinha chorado, mas não sabia o porquê.

- Boa noite, princess. O que faz acordada se já é tarde? - disse Chat Noir.

- Na verdade, eu ia perguntar o mesmo para você. Não vejo nenhum akumatizado por aqui.

- Bom, na verdade eu… eu ia me encontrar com a Ladybug. Eu tinha chamado ela para jantar, mas… ela não foi. No final, acho que ela nem se importa.

Marinette, ao escutar isso, lembra que Chat Noir havia mesmo feito um convite a ela. Ficou triste ao perceber que era por isso que esse gatinho estava triste. Era culpa dela.

- E você? Vai me dizer agora o que aconteceu com você que parece triste? - ele perguntou.

- É que… eu gosto de um garoto da minha escola, mas acabei de perceber que ele nem liga pra mim. Me sinto uma boba.

- Situação complicada. - Chat se perguntava quem seria essa pessoa. Na escola, havia muitos garotos que gostavam da Marinette já que ela era muito gentil, animada e ajudava todo mundo. Quando pensou nisso, não pôde deixar de sentir algo estranho invadir seu coração.

Quanto a Marinette, ela se sentia melhor depois que compartilhar o que sentia com mais alguém, mesmo que essa pessoa fosse Chat Noir.

Os dois ficaram em silêncio, apenas pensando em suas situações. De repente, ambos levantaram o rosto e seus olhares se encontraram. Ficaram assim sem ter noção de quanto tempo tinha passado, até que…

- Mari… - era uma voz aguda e dorminhoca, vinda da carteira da Marinette...

- O que foi isso? - disse Chat confuso. Os únicos ali eram ele e Marinette. E por que a voz vinha da carteira dela?

- Éééé… deve ter vindo lá da rua - fala ela desesperada. Por que Tikki tinha ter feito isso com ela? Ela podia estar dormindo, mas estava revelando que estava ali!

- Mas eu tenho certeza de que veio daqui… - responde Chat. Ele tinha certeza disso.

- Não deve ter sido nada… Que tal se você ir pra sua casa dormir. Já está tarde, né?

- Sim, mas…

- Pode ir. Ah e espero que a Ladybug vá ao seu encontro da próxima vez - ela disse isso pensando que seria injusto continuar tratando ele assim. Algo havia mudado nela.

- Obrigado, mas eu não pretendo convidá-la de novo. Há pessoas melhores - e dito isso foi embora, deixando uma Marinette confusa em sua varanda.

Depois de olhar para a sombra de Chat partindo, lembrou do que ia fazer e acordou Tikki.

- mmm, Marinette… Que horas são?... - perguntou Tikki, sonolenta.

- Ai, Tikki. Eu estava conversando com o Chat Noir e você quase nos delatou!

- É sério? Ai, me desculpa Mari.

- Bem, vamos deixar isso pra lá e dormir. Já é muito tarde.

E as duas entram ao quarto de Marinette e deitam para dormir. Mas, Marinette não consegue fazer isso e continua pensando: "O que Chat Noir queria dizer com pessoas melhores?". Mas, depois de muito tempo pensando e pensando, o sono a venceu.

Na mansão Agreste…

Chat Noir entra pela janela a seu quarto, sem deixar de pensar em Marinette. O que estava acontecendo com ele? Definitivamente, havia algo diferente mas ele não sabia dizer o que era.

- Plagg, guardar garras - disse por fim, transformando-se.

- Nossa, Adrien, já está muito tarde. Podemos dormir? - dis Plagg, fazendo Adrien suspirar.

- Plagg, você não se importa com o que aconteceu?

- Ah, com a Marinette? Bem, por que eu deveria me preocupar com o que faz com sua namoradinha? - agora, Adrien fica vermelho.

- Ela não é minha namorada!

- Então, continua pensando em Ladybug?

- Não é isso. Mas… Na verdade, nem eu sei o que está acontecendo, Plagg.

- Ok, então. Você tem queijo?

- Não, Plagg. Eu não tenho queijo!

Então, cansado de conversar com Plagg e percebendo que este não queria mesmo saber de nada além de queijo, passa a ignorar as petições de queijo, deita na cama e acaba adormecendo.

No dia seguinte…

Adrien acorda e pensa em Ladybug e Marinette. Antes ele não percebeu isso, mas agora notava que as duas eram tão parecidas e ao mesmo tempo diferentes… Como isso era possível? Ele tinha tido um sonho estranho nessa noite, o qual não conseguia lembrar dos detalhes mas de uma coisa estava certa: era algo a ver com elas, havia alguma conexão em tudo isso que ele não conseguia entender. Mas, o que poderia ser?

Ele decide ir à escola e tentar se acalmar. Talvez, vendo essas duas garotas que atormentavam sua mente, ele pudesse ver alguma coisa que antes não tinha visto.

Na casa da Marinette…

Marinette tinha acordado mais cedo que de costume. Algo atormentava seu coração. Talvez arrependimento por ter esquecido do encontro entre ela e Chat Noir. Mas algo lhe dizia que não era só isso.

Ela vai à escola, ainda sonolenta, pois não tinha dormido bem no pouco tempo que tinha conseguido fazer isso. Ela também teve um sonho estranho, mas ela não podia lembrar nada dele. Por que? Ela mesma não sabia.

Enfim, ela e Adrien se dirigiram à escola, sem se encontrar no caminho nem nada, pois algo ou talvez alguém os interrompeu.