Presente de Natal para Luna Lovegood (ou Vampyriem).
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Sibéria...
Em um lugar longínquo e inóspito. Três vultos se destacavam em meio a gélida paisagem. Eram um homem jovem acompanhado por dois meninos, ávidos por agrada-lo em seus afazeres. O frio cortante açoitava os pequenos corpos, sem proteção alguma contra ele, que se mantinham concentrados.
"Isaak! Hyoga! Concentrem-se em controlar a temperatura de seus corpos. Ou permitirei que morram congelados aqui!"-o mais velho falava com firmeza, mas através da fachada austera e impessoal, o cavaleiro Kamus de Aquário mantinha-se alerta aos seus pupilos, pronto para agir se alguns deles sucumbisse a hipotermia.-"Se não terminarem este exercício de concentração, ficaremos aqui a noite toda!"
Uma hora depois do seu aviso, Kamus percebeu que os garotos foram bem sucessidos em controlar o cosmo interior de seus corpos, impedindo-os de morrerem congelados ali.
"Acabou o exercício!"-chamou e os pequenos imediatamente se deixaram desabar na neve exaustos. Kamus sorriu, admirava a persistência de seus alunos.-"Venham tomar um pouco de sopa quente."
As palavras surtiram um efeito mágico nos meninos, que imediatamente se levantaram e sentaram em volta da fogueira do acampamento improvisado pelo seu mestre, esperando se servirem da sopa de aroma delicioso que da panela.
Comeram avidamente e no final, saciados e um pouco descansados, os três se permitiram admirar o céu que naquele momento proporcionava a eles a visão esplendorosa da Aurora Boreal. Kamus observou as belas luzes e uma saudosa lembrança veio a sua mente naquele instante.
"Luna."-murmurou.
"Disse algo, mestre?"-perguntou Hyoga.
"Nada! Vão dormir que amanhã cedo teremos mais um dia de treino!"-ordenou.
Os meninos concordaram e entraram na barraca destinada a eles, e exaustos dormiram rapidamente. Kamus ficou ainda sentado perto da fogueira, observando as luzes. E relembrando...
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Era verão na Sibéria, e mesmo assim o tempo não era um dos melhores naquela época do ano. E o menino no auge dos seus dez anos, de cabelos na altura dos ombros, olhos azuis intensos, desafiou a fúria da natureza para chegar ao seu destino.
"Chegou ate aqui."-uma voz grave chamou-lhe a atenção.-"Muito bem. Isso mostra que tem alguma utilidade!"
"O senhor é o mestre Ivan?"-perguntou, encarando o homem loiro, de olhos verdes e gélidos, que o fitava como se fosse um ser inferior.
"Sim. E você o novo candidato à armadura de ouro que o Santuário enviou. Kamus, certo?"-e o analisou.-"Espero que dure mais tempo que o outro que o antecedeu."
Kamus tentou disfarçar o estremecimento que sentiu com as palavras de seu mestre. Não queria pensar no que houve com o outro aluno dele. Já ouviu todos os boatos e rumores a respeito do treinamento cruel que mestre Ivan impunha aos seus alunos, nos quais poucos conseguiam ser bem sucedidos.
"Vamos!"
Chamou e o menino o seguiu por um caminho perigoso pelas planícies cobertas de neve, onde avistou a pouca vida selvagem enquanto andavam. Chegaram a uma casa em meio ao nada, perto desta outra casa menor. Da casa uma menina de cabelos dourados e curtos, usando uma mascara de prata que ocultava seu rosto apareceu, saudando-os.
"Mestre!"-ela parou olhando para Kamus.-"É o seu novo discípulo?"
"Sim!"-respondeu sem emoção alguma.-"Sirva-lhe algo para comer e mostre onde ele ira dormir. Amanhã de manhã começa seu treinamento, Kamus."
E entrou na casa. A menina o encarou com as mãos atrás do corpo e depois começou a perguntar, arrastando-o pelo braço até a casa menor:
"Kamus é o seu nome? De onde você é? Qual o seu signo? Ah esquece essa ultima pergunta cretina! Se esta aqui pela Armadura Dourada de Aquário, é lógico que seu signo é de Aquário. E então? Como é a Grécia? E..."
"Uma pergunta de cada vez!"-pediu se soltando das mãos dela e meio constrangido.-"Você fala demais! Qual é o seu nome?"
"Desculpe! É que o mestre raramente conversa e eu tenho uma louca vontade de conversar! Aqui é muito solitário!"-e estende a mão, sorrindo por debaixo da mascara.-"Me chamo Luna."
Depois Kamus, na cabana que seria sua casa, ela lhe contou o porque de usar uma mascara, lei das Amazonas, e depois ficou sabendo que Luna era órfã, abandonada em um orfanato na fronteira, onde passava fome e frio. Fugiu de lá há dois anos e vagou por ai sem rumo, até entrar de clandestina em um trem de carga e descer numa vila próxima. O mestre Ivan a encontrou, se defendendo de alguns garotos maiores que queriam roubar-lhe o único casaco que possuía para proteger-se do frio.
Não sabe bem o por que, ele resolveu traze-la até este lugar e treina-la. Sentada na cama de Kamus continuava a falar:
"Eu espero um dia usar a armadura de Aurora Boreal."-falou e Kamus podia imaginar ela sorrindo.-"Eu já lhe disse que eu acho a Aurora Boreal linda?"
"Eu também acho linda!"-murmurou, acabando de guardar seus pouco pertences em um baú.
"Um velho esquimó, de uma tribo nômade aqui da Sibéria, me contou que os espíritos dos mortos vivem na Aurora Boreal, que é a porta para o paraíso."-falou observando o céu.-"Quero acreditar nisso!"
"Por que?"-Kamus indagou, achando aquele assunto maçante.
"Porque eu quero acreditar que meus pais e minha irmãzinha estão lá."-e virou-se para ele.-"Boa noite."
Luna caminhou para o quarto ao lado de Kamus e ele chamou.
"Aonde vai?"
"Dormir."-respondeu sincera.
"Aqui!"-espantou-se.
"Sim."-não parecia entender.-"Mestre Ivan não gosta de dividir sua casa com os alunos. Dormimos aqui! Boa noite!"
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Os dias e meses passaram rápidos depois da chegada de Kamus, o treinamento de seu mestre era algo difícil, e quase desumano. Muitas vezes o rapaz achava que não sobreviveria a isso. Referia-se ao lugar onde treinava de Inferno de Gelo.
Em compensação, ao fim de cada treino contava com a companhia de Luna. Era uma garota muito positiva, que tentava alegra-lo quando desanimava. Kamus tinha certeza de que jamais conseguiria sobreviver a este treino insano sem a companhia dela. Sempre que queria jogar tudo para o alto ela lhe mostrava o local onde a Armadura de Aquário repousava e dizia:
"Ela é sua, Kamus! Tem que ser sua! Ainda quero vê-lo usando-a!"
O tempo passou, os anos vieram, a menina começou a mostrar que tinha o corpo de uma mulher e Kamus não deixou de reparar isso. Na verdade, dividir o mesmo teto com Luna, todas as noites, era um teste de autocontrole. Afinal, ele também estava crescendo e não era mais um garoto e sim um adolescente com os hormônios em alta.
Certa noite...
"Kamus, por que esta me evitando?"-a pergunta de Luna era bem direta, e parecia mais uma afirmação.
"Quem disse que estou te evitando?"-disfarçou, voltando a se concentrar em seu treino.
"Os pingüins."-respondeu irônica, fazendo ele fitá-la.-"Somos só nos dois e o mestre aqui. E eu reparei que você tem me evitado nos últimos dias!"
"Luna...é que."
"Fala."-pediu impaciente.
"É que eu realmente gosto de você, Luna!"-respondeu de uma vez.-"E nem sequer sei como é seu rosto, mas sinto que não posso ficar longe de você."
Luna ficou em silêncio. Muda.
"Quando eu conseguir a armadura e retornar ao Santuário, irá comigo?"
Kamus esperava ansioso por uma resposta. E estava ficando apreensivo com a demora dela. Então Luna retirou sua mascara, revelando pela primeira vez o rosto perfeito, adornado pelos cabelos dourado, cujos olhos tão azuis como os céus estavam marejados pelas lagrimas.
"Sim, eu quero."-respondeu.
Kamus se aproximou, segurando-a pelos ombros e encostou suavemente seus lábios nos dela. Era o primeiro beijo de ambos, e estavam incertos, deixando que os instintos falassem mais altos. O beijo meio atrapalhado foi interrompido e ambos se encararam. Luna começou a rir, acompanhada por Kamus. Como ele amava o som da risada dela.
Voltaram a se beijar, e nem se deram conta que eram observados.
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Alguns dias depois...
"Kamus."-Ivan o chamou e o rapaz ficou diante do mestre, que contemplava a armadura de ouro. Ao seu lado Luna observava.-"Quero que descanse, amanhã iremos ver se finalmente é merecedor da armadura dourada."
"Mestre?"-Kamus espantou-se.
"Amanhã, irá se tornar um Cavaleiro de ouro...ou morrerá!"-avisou Ivan com frieza, voltando para a sua cabana.
Depois do comunicado de Ivan, Kamus se recolheu a cabana que ocupava, com Luna. Ele estava eufórico com a perspectiva de finalmente mostrar-se digno de ser o próximo Cavaleiro de ouro. Luna estava preocupada.
Ela retirou a mascara e Kamus pode ver seu rosto e ficou intrigado.
"O que houve, Luna?"
"Será que não percebe que pode morrer?"-perguntou angustiada.
"Nao pretendo morrer!"-falou confiante.
"Não pode saber disso! Ivan é um cavaleiro muito poderoso, senão não seria escolhido pelo Santuário para ser o guardião da armadura e preparar prováveis candidatos a ela! Todos que vieram antes de você foram mortos por Ivan! TODOS!"
Ela começou a chorar e Kamus a abraçou, tentando acalma-la.
"Eu vi como ele matou o ultimo que chegou aqui antes de você."-dizia entre soluços.-"Foi horrível! Não quero que morra!"
"Eu não vou morrer! Prometo!"-disse acariciando seus cabelos.-"Vamos juntos para o Santuário. Já viu uma praia de areia branquinha?"
"Não."-ela riu.-"O único branco que eu vejo é da neve e já estou cansada dele."
"Então eu a levarei para que conheça uma praia grega, e o sol quente."
Luna sorriu e depois o encarou.
"Eu te amo."-disse-lhe, ruborizada.-"Posso ficar com você esta noite?"
Kamus ficou estático, não sabia o que responder. Encarou aqueles olhos azuis.
"Sim. Por favor."
Eles se beijaram, e naquela noite se amaram. A primeira noite de amor de dois jovens, juntos descobriram o que fazer, como se tocarem para despertar sentimentos e o fogo que tinham em seus corpos, juntos experimentaram o ato tão antigo quanto o mundo, e juntos adormeceram abraçados, saciados...felizes. Murmurando um para o outro...
"Eu amo você..."
Continua...
Em breve postarei o segundo e ultimo capitulo deste fic! Já ta pronto e completo, so darei um tempo até domingo!
Beijos e obrigada por lerem!
