Como eu começo isso? Bem, eu tenho que começar de alguma forma, de algum jeito.
Uma dia, eu tive, como podemos dizer, uma terrível manhã...
Você sabe aqueles dia em que...Não é um assunto que eu quero tocar aqui.
Isto é a história...de um herói.
Eu...não sou um herói.
Eu sou um monstro. Agora, quando eu sento nessa mesa e escrevo este livro, eu SEI que eu sou um monstro.
Mas foi porque eu neguei que foi um monstro por tanto tempo, e sofri a pior consequência disso, que eu escrevo agora.
Quem esse heroi era? Bem, no momento só tenho acesso a minha própria memória, então terei que contar a história do meu ponto de vista.
Eu tenho certeza que ele está muito disposto a dizê-la pra alguém para que essa pessoa registre essa história para a eternidade, mas isso ainda vai demorar milhares de anos.
Que estranha sensação essa, de falar do futuro no pretérito.
O melhor jeito de começar essa história é dizer que eu dormi.
Eu repousei por milhares de anos. Imóvel,inconsciente, eu permaneci, por milênios.
Mas meu repouso não foi permanente, obviamente. Eu fui despertado.
Eu não lembro como e por quais meios e, sinceramente, eu nunca fiz questão de perguntar.
Eu acordei para um teto de terra e uma sensação de estar acima do chão, e olhando para o meu lado, vi apenas uma figura sombria operando um paciente em outra mesa.
Minha mente ainda flutuava na névoa entre a consciência e a inconsciência, e eu voltei para os sonhos.
Quando eu acordei, foi para o choro de crianças e adultos discutindo.
Eu estava numa cama de hospital, se é que se podia chamar disso, cercado por médicos e enfermeiras, mas eles não me atendiam, apenas passando de um lado para o outro, cuidando dos outros pacientes.
Era menos um hospital comum e mais um centro de atendimento em massa num pátio.
Um dos médicos notou que eu estava acordado, e chamou outro cara, que saiu andando, provavelmente para chamar alguém.
Minutos depois, essa pessoa veio.
Algumas pessoas pararam de falar para ver ela chegar. E não na usual "fígura de autoridade chega" recepção. Não, eles pareciam mais ter se deparado com algum tipo de divindade.
O nome dela era Konan.
Konan era uma pessoa sombria e séria, mas de algum modo havia uma aura benevolente ao redor ela.
"Você está bem?" ela disse, sem demonstrar nenhuma emoção.
Eu, deitado de peito para cima e ainda um pouco sonolento, respondi que sim.
Ela me pediu para que eu me levantasse, se isso não fosse um problema.
Eu facilmente me levantei, e reparei que minhas roupas não eram as mesmas de quando eu dormi.
Konan me pediu que eu a seguisse, e nós saímos do pátio.
Do lado de fora, eu olhei ao redor, tentando me situar em algum lugar conhecido. Eu não podia estar tão longe do local na qual eu fui congelado, estaria?
Eu só via prédios de metal, e ouvia constantemente o som de máquinas.
Certamente isso era uma metrópole, eu pensei.
As ruas eram pacatas, mas algo me dizia que esses prédios deveriam estar ocupados,como aquele ginásio.
Na medida que percorremos as ruas, eu decidi não fazer perguntas. Certamente, quem tinha me despertado queria falar comigo sobre a minha "situação", e como alguém sobrevive congelado no gelo por milhares de anos.
Ela me levou até uma torre gigante, aparentando ainda estar em construção, no centro da vila.
Entrando dentro da torre, ela abriu um quarto randômico com uma chave, me deixou entrar, e fechou a porta.
Lá, sobre uma mesa, estavam minhas antigas roupas.
Assim que me terminei de vestir, bati na porta.
Ela atendeu.
"Vamos. Pain quer falar com você."
Essa foi, obviamente, a primeira vez que eu ouvi falar de Pain.
Explicar a história de Pain agora seria ir um pouco á frente de mim mesmo, mas acho que não lhe fará(você, o leitor) perder seu interesse.
Pain nasceu em uma vila qualquer, no meio do nada. Uma pessoa pouco extraordinária, talvez ele tivesse vivido e morrido sem ter feito nada importante.
Ok, talvez não, mas certamente ele não se moveu para o campo de batalha por conta própria.
O fato é que uma guerra explodiu entre dois países vizinhos e esse país onde Pain vivia, e eles usaram a pequena vila de Pain, e em fato todo o resto do país, como campo de batalha.
Muitas pessoas morreram vítimas nessa guerra, mesmo sem querer lutar. Entre elas, os pais de Pain.
Ele foi um orfão. Ainda assim, ele conseguiu sobreviver, e foi treinado nas artes ninjas por um vagabundo viajante.
Anos depois, ele formou um grupo de militantes e, depois de um desastrado encontro com o antigo líder de seu país natal, ele tomou parte numa guerra civil, da qual saiu vitorioso, e se tornou líder da vila na qual eu me situava depois de acordar.
A vila da Chuva, a vila ninja da Chuva.
Por agora, isso deve bastar.
Eu segui Konan pelo interior da torre.
Subindo as escadas(aparentemente a tecnologia nesse lugar não tinha desenvolvido elevadores), eu conclui que Pain, apenas pela imponência dessa vila, que era bem mais uma cidade, era uma daquelas pessoas alimentadas com grandes ambições, e muito provavelmente, um complexo de Deus...
Nós não subimos exatamente até o topo, apenas a um andar bem alto. Konan apontou para um quarto sem porta e vazio por dentro, apenas com as paredes e aberturas para outros cômodos.
Ela me disse para esperar enquanto chamava os "outros".
"Os outros? Eu pensei que esse Pain..."
"Há outras pessoas em nossa organização interessadas em você. Pain é o líder. Nós te explicaremos no futuro."
Eu fiquei do lado da parede esperando.
Organização. Isso era muito maior que eu esperava. Algo me dizia que não haveria saída fácil dessa situação.
Minutos depois, Konan voltou de volta com Pain.
Pain parecia, bem, não-humano.
Não era o cabelo laranja, nem os estranhos olhos cinza-azulados com círculos concêntricos, mas os piercings.
Seis deles perfuravam cada lado da orelha, com uma barra enfiada no meio da mesma parte do corpo. Três atravessando o nariz de lado a lado, e dois em formato de espinho, se opondo um ao outro, na parte inferior do lábio.
Eu pensei se a situação não era pior através das partes que eu não poderia ver através do uniforme.
Pain se aproximou de mim. A atmosfera que ele lançava era de medo e imponência. Eu parecia um pequeno inseto perto dele.
Então, surpreendemente, ele levantou a mão em minha direção.
Eu estava tão concentrado em me manter firme diante ele que eu não percebi, e ele teve que me chamar a atenção.
"Ahn, eu sou Pain."
Eu sai do transe e percebi a mão estendida. Nós nos cumprimentamos, embora eu me mantivesse silente.
"E seu nome é..." disse Pain, esperando por uma resposta.
"Joseph." Eu disse quase cuspindo.
"Este é um nome...excêntrico." respondeu Pain.
Desfazendo o cumprimento, Pain continuou.
"Eu queria nos apresentar de forma completa agora, mas teremos que esperar pelos outros. Não há necessidade de inúmeras apresentações." disse Pain.
Por este ponto, Konan já havia desaparecido, provavelmente para chamar essa gente.
Então eles apareceram.
O primeiro a chegar nem sequer parecia humanoide. Ele andava em quatro patas, e aparentemente tinha uma cauda de metal. Sua cabeça não parecia ter cabelo, em vez disso haviam cinco estruturas pretas(provavelmente de metal) se curvando sobre o crânio da frente para trás ,e então se curvando para cima no lado de trás. Eu tomaria aquilo como um tipo excêntrico de cabelo qualquer outro dia, mas a essa distância era claramente...um ser de metal. Seu nome era Sasori.
O segundo parecia um híbrido entre homem e peixe. Azul, com guelras no rosto,cabelo azul . Ele carregava um volume nas costas coberto com faixas. Foi só depois que percebi que havia um cabo saindo desse volume, indicando que era alguma espécie de espada. Ele sempre estava sorrindo, mas parecia mais uma luxúria por sangue que verdadeira alegria. Seu nome era Kisame.
O terceiro tinha olhos vermelhos e pupilas verdes, com um capuz branco e uma máscara que cobria a parte inferior do rosto. Apesar de parecer mais humano que os outros, ele soltava uma aura incriminadora. Seu nome era Kakuzu.
O quarto era um mascarado. Ele vestia uma máscara em espiral com chamas desenhadas.E apenas um buraco pro olho, indicando que ele era talvez caolho ou escondia o outro olho para aperfeiçoar sua visão. Seu nome era Madara.
Eles se enfileiraram a frente de mim(exceto Konan e Pain, que ficaram do meu lado direito) e esperaram o líder deles começar. Konan então falou com o Pain no ouvido, baixinho. Ela então ficou a direita dele. Então Pain começou seu discurso, se movendo a frente de mim.
"Senhores, você devem estar se perguntando...Quem é este homem?E eu vos lho digo...Isso não é um homem. Isso é um deus."
"Como exatamente Deus?" perguntou Kakuzu.
O cara de cabelo laranja subitamente girou na minha direção. Eu senti algo pontudo mais roliço perfurando minha testa. Perdi os sentidos por alguns segundos. Quando acordei,estava sendo segurado por Pain, e a estaca estava no chão, sem um pingo de sangue.
"Regeneração quase instantânea. Que tipo de jutsu é esse?" Kakuzu disse.
"Isso...não é um jutsu. Esse homem precede o Sábio dos Seis Caminhos, ele não conhece nenhum jutsu."
"Provas?" perguntou o cético.
Eu já estava melhor, e Pain pegou a barra negra no chão. "O fato disso aqui não ter sangue é prova suficiente que não é um jutsu?" disse Pain, mostrando a estaca para todos.
Kakuzu pegou a barra, voltou para o seu lugar e a analisou cuidadosamente, curioso. "Talvez ele manipule o tempo. Sei lá. Mas por que você acha que ele precede o Sábio?" disse o mascarado.
"Bem, isso eu reservo pra mim mesmo. Mas me responda, Kakuzu, um homem com essa habilidade pode ser útil?"
Kakuzu esfregou os dedos na barra, provavelmente ainda tentando encontrar o sangue.
"Indo direto ao ponto, eu vejo."
O mascarado não esperou a resposta de Kakuzu, provavelmente adiantando a questão de todos os outros.
"Sim, muito. Mas ele quer fazer parte?" disse ele, levantando a cara da barra e olhando pra mim, por trás de Pain.
"Que vida existe para um homem fora de sua época?" disse Sasori.
Pain se virou para mim.
"E então, o que você quer, imortal?" disse Pain.
Eu olhei para todos eles antes de dar minha resposta.
"Eu só quero saber onde eu estou."
Pain não teve problemas em me responder isso.
"Você está muito, muito distante do mundo que você conhece. Já se passaram 6000 anos, ao menos, imortal"
Eu fiquei silencioso, olhando para o chão tentando absorver a informação...
6000 anos...Isso não vai ser simples como uma caminhada de volta para casa.
Eu levantei meu rosto de volta para ver essas estranhas pessoas, que estavam interessadas em mim pela minha imortalidade.
"O que vocês querem?" eu perguntei.
O mascarado não hesitou em me dar uma resposta.
"Nós queremos poder, garoto. Poder para fazer a terra tremer. Poder para fazer as nações do mundo se ajoelharem a nós. Poder para realizar todas as nossas ambições."
Eu fiz outra pergunta.
"Que PODER é esse?" Eu perguntei.
"O poder das nove bestas com cauda."
Eu ainda não tinha sido interrogado sobre o meu passado, mas a esse ponto eu percebi que teria várias questões sobre o futuro.
"Cauda?"
"As bestas com cauda, ou de cauda e você preferir. Nove seres poderosos o suficientes para devastar vilas, causar terremotos, afetar o clima e dominar mentes. Nossa organização pretende capturar esses seres e...Bem, o termo é clássico, mas prático: Conquistar o mundo." respondeu o mascarado.
Isso me fez ficar cético em relação ao poder da organização. Se tais criaturas realmente existissem, e houvesse um jeito de controlá-las, eu tinha quase certeza que não havia nenhuma naquela vila. Eu conseguiria ouvir seus sons de longe.
"Onde estão essas coisas?"
"Bem, depende. Algumas delas foram capturadas pelas grandes nações e postas dentro de hospedeiros. Outras estão livres, causando destruição aonde passam." respondeu Kisame.
"Vocês não tem alguma?"
"Não. Sim, nós estamos iniciando nossa luta da base da montanha." disse o mascarado, que descruzou os braços para coçar o lado da cabeça.
"Mas não se preocupe, não somos os únicos. Muitas das nações que tem um besta de caudas não sabem como usá-lo apropriadamente em batalha. A tática deles geralmente envolve soltar um hospedeiro descontrolado pela besta uma nas outras. E ao menos três hospedeiros são crianças pequenas no momento. Dominar uma criatura como essa é algo que só pode ser alcançado por um hospedeiro na adolescência." disse o homem quadrupedal.
"E como você pretende capturá-las?" Eu perguntei.
"Nós estamos treinando pra isso. Vai levar...alguns anos. Temos que estar preparados e certamente não queremos morrer. Temos que acumular dinheiro para enfraquecer as segurança dos hospedeiros, isso é complicado. E obviamente temos que capturar todas em um curto período de tempo. As Cinco Nações não vão nos dar intervalo depois de escapar com suas armas de destruição em massa." Kakuzu respondeu.
"E então? Como vai usar essas coisas pra dominar o mundo?"
"Nos temos uma coisa que ninguém mais no mundo tem:a estátua Gedo . É onde nos os armazenaremos.É uma estátua antiga, um artefato que Pain ganhou acesso através do presente que...Deus lhe deu. " Falou Tobi.
Foi a primeira vez que eu me concentrei na matéria dos olhos de Pain. Os olhos concêntricos e cinzas.
"O Rinnegan. O olho de Deus. O poder divino." disse o mascarado.
Deus. Isso não é uma palavra que você arremessa ao vento. Um deus é imortal, um deus é poderoso, um deus governa.
Para ter um olho de Deus é para ver além do que um ser humano pode ver. Enxergar coisas que humanos não deveriam ver. Conhecer coisas que um humano não deveria conhecer.
"Blah,blah, blah, lero lero. Pare de falar assim Madara, tu parece um padre. Foi Deus que te deu a sua 'imortalidade'?" disse Kakuzu, resmungando.
Eu fiquei surpreso, mas minhas esperanças foram logo esmagadas.
"Então você é..."
"Não, não, meu caro, não sou como você. Minha imortalidade é...artificializada." disse ele, tirando a luva da mão direita junto com um estranho anel verde.
A mão dele era completamente branca, quase como madeira branca. Eu não consegui associar inicialmente a madeira com alguma espécie de extensão de vida, até pensar em mandrágoras. Plantas humanoides que se alimentam de sangue.
Madara colocou a luva de volta na mão.
"Bem, voltando ao assunto, nós temos uma estátua que dá controle imediato as bestas. E nós a controlamos usando esses anéis." disse Madara, colocando o anel com um distinto padrão no mindinho da mão direita.
"E eu..."
"Não vai ter até que possamos confiar em você e nas suas habilidades." disse Kakuzu, já pronto para me reprimir.
Eu olhei para ele, que já me julgava com os olhos.
"Por que eu fui resgatado por vocês?" Eu perguntei.
Eles olharam uns para os outros e então para Pain.
Pain olhou para Konan.
Konan olhou para mim. Seus olhos eram melancólicos, cheios de tristeza. Eu sentia que ela jogava em mim alguma responsabilidade da qual eu não sabia ainda.
"Você é o plano Z." disse Pain.
"Se nós falharmos?" perguntou Sasori.
"Eu arrancaria esses olhos..." disse Pain, levando suas mãos ás órbitas.
"Pain, você realmente acredita que..." começou Kakuzu antes que o interrompesse.
"Eu sou seu herdeiro, você quer dizer?" eu finalmente falei.
"Sim. Você é." falou Konan de uma vez, fazendo todos na sala ficarem silentes.
Eu passei a mão na boca, nervoso com a responsabilidade que subitamente me era jogada.
Se o plano da organização falhasse, eu aparentemente levaria os olhos de Pain e, implantando os olhos em alguma outra pessoa, começaria a organização novamente, em outro lugar.
"Mas há 25 letras antes. Isto é uma medida preventiva. E também..." disse Kakuzu
"Nenhum homem vive para sempre, mesmo um homem com os olhos de Deus." falou Madara.
Um governante eterno.
Eu sou imortal. Meu corpo não envelhece, e não morre. Meu corpo também não pode "se modificar". Sem ganhos, sem perdas. Por isso, nada de sangue naquela estaca.
Minhas lembranças se iniciam no fogo. Um incêndio da qual não se conhecia um começo, justo como eu.
Meu padrinho me resgatou. Um individuo que não precisava resgate era eu.
Mas eu nunca consegui descobrir de onde eu vim. Minha origem é um enigma.
E é tudo que eu quero dizer sobre o ponto em que "nasci" até o ponto que fui congelado.
Nada mais precisa ser dito.
"Então? Quer se juntar a nós?" perguntou Madara.
"O que eu ganho?" eu perguntei.
"Diga me o seu desejo. Veremos o que fazer sobre isso." disse Pain.
Eu olhei para todos eles. Mortais com ambições, todos eles eram. Qual era a fonte dessa ambição era uma pergunta que eles certamente não dariam.
Eu precisava saber. Eu precisava conhecer-los. Bons ou maus, eu deveria ficar perto deles. Talvez eles fossem longe, talvez eles caíssem antes mesmo ser notados. Mas se a cidade lá fora significava qualquer coisa, eles iriam a algum lugar.
Eu iria me colar a eles.
E eu faria minha decisão assim que eu soubesse que lado da balança eles iam pender. Ficar com eles até o fim, ou traí-los.
"Vai ficar olhando para nós até quando?" disse Kakuzu.
"Eu aceito. Mas eu não tenho nenhum desejo ainda, me desculpem."
Eu senti um bufo de alguém. E com três caras com máscara, eu não sabia qual deles.
Depois eu descobri que definitivamente não era Sasori. Entre Kakuzu e Madara, podia ser qualquer um deles. Eu tenho fortes razões para cada lado.
"Ok. A reunião acabou. Konan, você...fique com ele por um momento. Kakuzu, eu quero falar com você lá fora."
Eles saíram. Eu e Konan ficamos sozinhos. Ela passava a mão do cabelo insistentemente, tentando enrolar o cabelo com o indicador apesar do cabelo claramente não se submeter tão facilmente. Que comportamento inusual, eu me pergunto agora.
"O que achou da nossa pequena organização?" ela disse, olhando para mim diretamente, que me fez virar a cabeça na direção dela.
"Eles são...Um pouco fora do padrão."
"Hum" ela riu. "Não os culpe. Nos somos produtos do sistema."
"Que sistema?" eu perguntei.
Ela serenamente me explicou a tragédia coletiva da Akatsuki.
"O mundo fora dessa vila é um mundo cruel, Joseph. Meus pais foram mortos numa dessas estúpidas guerras ninja. A psicose é uma epidemia que afeta cada camada do sistema, até mesmo os líderes. Você devia ver o líder dos ninjas do trovão. Ele é um drogado em testosterona, que explode fácil. E justo como seus antecessores, faminto de poder. Sua nação é a maior dentre as grandes nações ninja, e também a mais cruel e desonrosa. Comparados a ele, homens como Sasori e Kisame são muito calmos e racionais."
"Que tipo de homens são Sasori e Kisame?" eu perguntei.
Ela sorriu.
"Pergunte a eles quando tiver a chance" disse ela. Havia algo estranho no sorriso nela, eu noto agora.
Eu naquele tempo, no entanto, me senti meio intimidado.
Ela pegou na minha mão, analisando-a.
"Ahn, o que você está fazendo?" eu perguntei.
"Vendo se você não tem marcas de estacas."
Eu gargalhei, nervosamente. Essa era a última coisa que eu esperava ouvir.
Ela riu, largou a minha mão e disse sorrindo:
"Vamos, eu vou te mostrar o seu quarto."
"Bom trabalho, Konan." disse Tobi.
Eles agora estavam sentados numa mesa. 10 assentos, uma mesa metálica. Uma sala com duas portas em lados opostos, e uma luz incessante vinda do teto.
"Apenas fazendo meu trabalho." Ela disse calmamente, sua expressão dura como pedra.
"Qual o propósito desta palhaçada? " perguntou Kakuzu.
"Fazer o garoto leal a nós. Não existe laços mais profundos do que aqueles que são construídos com morte e sexo. Nós podemos cuidar da morte depois, quando ele começar a executar missões. Por agora, quando ele ainda está muito desconfiado de nós para nós o levarmos para fora da vila, nós usaremos sexo."
Kakuzu se virou para Konan, que estava com uma expressão fria no rosto.
"E o quão longe nosso 'anjo' iria para preservar nossa última carta na manga?"
Pain abriu a boca, mas Konan foi mais rápida em responder a Kakuzu.
"Eu não sou mais uma criança, Kakuzu. Eu farei o que for necessário, quando for necessário. Isso satisfaz a sua questão?"
Kakuzu cruzou os braços enquanto se reclinando em seu assento.
Pain se dirigiu a Konan.
"Lembre-se de...não se envolver muito. Ele é um instrumento a ser manipulado, e nada mais."
Konan concordou.
"Não se preocupe. Eu não sou uma genin. Não mais."
"E a espada dele, Kakuzu? Alguma propriedade especial?" Perguntou Tobi.
"E negra e mais dura que diamante...AHAHAHAHA!" Kakuzu riu espontaneamente.
"Do que você está rindo?" Kisame perguntou.
"Nada. Seres sem senso de humor."
Kakuzu voltou a ficar sério. Tobi entendeu a piada momentos depois e riu.
"E corta?" Tobi perguntou.
"Sim, sim. Não é a espada mais cortante do planeta, mas é prática."
"Estranho. Pensei que a espada do Demônio Negro tivesse um corte legendário." refletiu Sasori.
"Talvez só aconteça se ele a estiver usando." respondeu Kisame.
"Se for assim, vou deixar a espada com ele. Uma pena, podia vendê-la por um bom preço se tivesse uma qualidade extraordinária." falou Kakuzu.
"E eu o impediria imediatamente de fazer isso. O Demônio Negro precisa dela assim como eu preciso da Samehada. É a lenda." disse Kisame.
"Você já era um jounin sem a Samehada."apontou Tobi.
"E ai daqueles que tomarem ela de mim. Assim como ai de quem fizer isso com ele. Dizem que ele é ainda mais perigoso sem a espada. Punhos de aço!" Então Kisame fez um gesto de soco com os punhos.
"Kisame parece muito excitado hoje. Lembre-me de não deixar Sasori fazer o almoço novamente. Ele pode ter misturado substâncias alucinógenas." Falou Pain.
"Atualmente Kisame é um grande fãs das histórias do Demônio Negro."comentou Tobi.
"Realmente? Eu perdi o interesse depois daquela saga do Apocalipse. Tão absurda. E eu odiava aquelas crianças com seus animaizinhos." respondeu Sasori .
'"Do que diabos você está falando, Sasori? Aquilo foi incrível. Principalmente a última linha do Homem Mascarado: 'Cadela, é você?' quando ele foi acertado pela..." Kisame foi interrompido por Tobi.
"Você disse Homem Mascarado, Kisame?" Pain ficou confuso. Que diabos seus subordinados estariam falando sobre? Ele olhou pra Tobi.
Tobi respondeu calmamente.
"Sim, eu sei. Atualmente , eu pedi pra Kisame e Sasori ficarem só entre eles discutindo sobre esses quadrinhos que circulam por aí. Lembra-se, Kisame e Sasori?"
"Desculpe, chefe." EeKisame e Sasori ficaram quietos.
"Mas é a vida dele mesmo?" perguntou Pain.
"Você quer saber? Eu não. Podemos descobrir da pior forma. Eu li uma das sagas só por curiosidade e fiquei assustado." Tobi respondeu.
"E vocês não tem medo, Kisame e Sasori?" perguntou Pain.
"A morte chegará de um jeito ou de outro, chefe. Não importa se sabemos ou não." Sasori respondeu.
"Mas o fato de sabermos torna a bem mas ameaçadora." disse Kakuzu.
"Vamos encerrar esse assunto. E agora EU é que não quero saber disso." disse Pain.
"Bem, fora desse assunto PESADO, eu gostaria de dizer que estou resignando minha posição. Por enquanto."disse Tobi.
"E com quem você deixa o anel?" perguntou Pain.
"Zetsu." disse ele, então fez uma pausa e recomeçou novamente.
"Eu vou ainda frequentar este lugar. Por favor, me chamem de Tobi e não levem a sério nada que eu digo."
"Essas são as férias mais estranhas que eu já ouvi falar." comentou Kakuzu.
"Apenas não pense muito nisso." respondeu Tobi.
"Então, estamos acabados. Todo mundo pode dormir agora." concluiu Pain.
Um mês depois da minha "apresentação", Tobi voltou de uma viagem com um novo recruta. Um garoto de 13 anos, Itachi Uchiha. Eu fiquei surpreso ao descobrir que haviam soldados de elite tão novos no futuro.
