Perfeição

Sempre gostei da perfeição, tudo pra mim tinha que ser perfeito e era. Desde pequeno eu estava acostumada a ter uma mãe perfeita: que ao contrario do que muitos pensam era carinhosa. Sempre tive um pai perfeito: que impunha respeito em todos que o rodeavam. Tinha uma vida perfeita: nada me faltava. Sempre fui o típico menino rico e mimado.

Então tudo que eu pensava ser perfeito desmoronou: minha mãe se tornava cada vez mais distante e com ar doente ( alguns anos mais tarde ela enlouqueceu) meu pai se tornou um comensal, mas se deu mal e foi preso. A fortuna Malfoy foi pelo ralo, estava pobre, apenas com alguns bens que ainda poderiam me manter por toda a vida, mas mesmo assim abaixo do patamar que estava acostumado.

Continuei a gostar da perfeição, mesmo que não a tivesse. O único momento da minha vida em que encontrei algo que não fosse perfeito e mesmo assim eu gostei foi no momento em que reencontrei Ginny Weasley. Faziam cinco anos que não a via, cinco anos desde o confronto final entre o Potter e Voldemort. Eu tinha que dar o braço a torcer, ela estava linda! Descobri que iríamos trabalhar juntos, na mesma sala.

Foi vivendo no mesmo ambiente que ela que percebi que ela tinha seus defeitos e também foi vivendo no mesmo ambiente que ela que descobri que pela primeira vez em minha vida gostei da imperfeição.

A weasley casou-se com o testa rachada, só depois disso percebi: estava apaixonado por ela.

Alguns meses depois casei com Astória: ela era a esposa perfeita: bonita, submissa e sangue puro. Ao trabalhar consegui reconstruir uma fortuna digna de um Malfoy e ao casar com Astória essa fortuna duplicou. Voltei a ter uma vida perfeita, mas já era tarde demais: descobri que preferia a imperfeição que em minha mente tinha de uma ruiva com um sorriso magnífico.