Como os Cisnes
Vislumbrou suas faces brandas em pensamento. Fechou os olhos e respirou fundo, sentindo a brisa suave cortar-lhe o espírito como uma lâmina afiada.
Não conseguira protegê-la. Não estava lá.
A crueldade insensata de um desconhecido com uma arma na mão.
Lágrimas congelaram-se sobre seu rosto.
A visão tranqüila daquele lago onde avistava aos pares, o símbolo de sua constelação, o deprimia ainda mais. Brancos como a pureza do amor não declarado, turvavam a clareza de seus pensamentos.
Sentia-se definhar. A tristeza tomava-lhe a razão de viver. Fisicamente vivo e de alma, morto. A saudade o consumia, tal como os cisnes...
