Shiper: GSR
Disclaimer: Os personagens do CSI não me pertencem.
Sinopse: Sara e Grissom estão casados e fora do CSI. Eles estão em Boston e vão a um concerto, onde uma bomba explode em pleno palco, e Grissom vai assumir as investigações. Enquanto isso, um envelope é dado a Grissom , o que leva à suspeição do comportamento de Sara...
Capítulo 1
Grissom e Sara terminavam de se arrumar para ouvir a Filarmônica de Boston tocar. Era sem dúvida, uma grande noite para Grissom. Ele bem que estava precisando de uma diversão, pois os últimos meses foram bem atabalhoados para ele: a ausência de Sara; a decisão de sair do CSI; a viagem a Costa Rica; dias e noites tórridos de um amor nunca saciado... Sim, Grissom precisava de descanso.
Desde que voltaram tinham-se baseado em San Francisco, no apartamento dela. Baseado, era o termo correto, pois viajavam por todo país e mesmo fora dele, onde Grissom ministrava palestras de Entomologia ou Perícia Forense. Aliás, era incrível a procura por esta última.
- Deve ser por causa da proliferação dos shows de TV – disse Grissom que achava a maioria falso e glamurizado.
- A indústria do crime é um filão de ouro, para os produtores gananciosos de Hollywood. – Corroborou Sara, enfiando uma meia.
- Ainda bem, que estamos longe de tudo isso! - Disse beijando-a.
- É... - Sara levantou-se, e foi arrumar sua gravata borboleta. – Francamente, Gil! Não sei porque você não usa aquelas gravatas feitas...
- É que elas me parecem tão falsas, querida!
- Pelo menos, você não lutaria com elas!
Sara olhou para aquele homem de smoking, a seu lado e sabia que se apaixonaria por ele, outra vez, e outra e outra, até o infinito. Ela o amava tanto, que até doía.
Olhou para sua mão esquerda, que ostentava uma aliança, sob um solitário de brilhante; simples, mas muito bonito. Ela não se importava com convenções, mas não podia negar, que tinha se sentido orgulhosa. De ter sido pedida em casamento, duas vezes, e por ter se casado com aquele homem maravilhoso.
Sara era avessa à tradições, contudo o casamento e a vida longe do CSI, estavam lhe fazendo um bem enorme. Estava mais bem disposta, mais sorridente, com o rosto apresentando uma cor mais saudável e os lábios abertos, num permanente e contagiante sorriso.
Sara Grissom feliz e de bem com a vida, enterrara para sempre a Sara Sidle solitária, aflita e melancólica. A felicidade fez uma parceria de sucesso com ela.
O mesmo não se podia falar de Grissom. Sem dúvida ele relaxara, parecia descansado, até engordara alguns quilinhos... Isso era por fora, o que o mundo podia ver. Mas seu interior, estava agitado. Quando ela perguntava, ele dizia que "tudo estava bem, você não precisa se preocupar!". Mas ela se preocupava.
Desde os pequenos sinais de impaciência, aqui e ali; passando por reclamações a respeito de tudo até o tamborilar de dedos, em várias ocasiões, demonstrando impaciência, raiva e frustração, conforme o caso.
Sara não sabia se esse estado era devido à pressão e cansaço dos últimos meses, ou se originava do seu desligamento abrupto do CSI. Tudo funcionava as mil maravilhas para ela. Aconteceria o mesmo com ele? Difícil saber, pois nesse particular, ele continuava muito fechado. Era um compartimento dele, ao qual, nem Sara tinha acesso.
Tendo se arrumado ele perguntou a Sara, se ela já estava pronta; se já podiam ir:
- O concerto começa às 8 h e não quero chegar atrasado – pegou as chaves do carro alugado, assim como os tickets ganhos em Harvard e os óculos, e colocou-os nos bolsos.
Viu em cima da mesinha, os programas. Perguntou se Sara podia levá-los na carteira.
- Claro! Mais alguma coisa? – Ela veio do quarto, envolta numa nuvem de perfume.
Grissom achou-a deslumbrante e, soltou uma exclamação.
- Querido, este foi o melhor elogio, que alguém já me fez!
Ele deu um galante sorriso, ela colocou os programas na carteira prateada, apagou a luz e saíram.
Na rua, ela embrulhou-se totalmente no mantô branco. Estavam em fevereiro e ainda fazia muito frio.
- Com frio, querida? Você está tremendo! – Falou Grissom, enquanto, cavalheirescamente, abria a porta do carro para ela sentar.
Sara não respondeu, parecia até, que o frio lhe travava a língua. Ele deu a volta e colocou-se no assento do motorista. Aproveitou para falar-lhe das reservas que havia feito no"Sorellina", um restaurante fino, de comidas italianas. Vendo que ela ainda tremia então deu a partida e ligou o aquecedor. Logo o carro ficou quentinho e Sara soltou a língua.
- Não seria melhor, se tivéssemos trazido um mapa, afinal é uma cidade estranha, a gente pode se perder!
- Não tem perigo! O caminho até o Jordan Hall é muito simples, não tem como se perder! É só continuarmos na Avenida Massachussets, virarmos à esquerda na Huntington e entrar na Gansborough. é nº 30, bem no começo, não tem como errar. E para facilitar, o restaurante, aonde iremos depois do concerto, fica na mesma Avenida Huntington...
- Você fez as reservas, Gil?
- Sim, querida! Para o Sr. e Sra. Grissom! Não me esqueci de nada!
Apesar de não estarem no concerto ainda, aquilo era música aos ouvidos de Sara: Sr. e Sra. Grissom! Ah!... Chegaram rapidamente ao destino. Sara ficou boquiaberta, com a beleza do teatro. Em estilo renascentista, com uma acústica perfeita o Jordan Hall era sem dúvida, o coração e alma dos seguidores da boa música, desde quando foi inaugurado, em 1903.
Ele fazia parte do New England Conservatory, dividia seus 1013 lugares, entre platéia e varanda. Os Grissoms estavam acomodados na varanda e Sara achava que de qualquer lugar em que estivessem, veriam bem o palco, da mesma maneira.
Às oito horas em ponto, o último a ser aplaudido foi o maestro Benjamin Zander. Depois se fez um grande silêncio, onde sua batuta foi arrancando dos músicos, os mágicos acordes do Prelúdio, de Tristão e Isolda.
Um pouco depois, quando a soprano Linda Watson, deliciava os amantes de ópera, como Grissom, com Liebestod, ouviu-se um estrondo no palco, seguido de um clarão. Muita gente chegou a pensar em algum efeito especial. Depois que a fumaça se dissipou, viram que tinha explodido uma bomba no palco, sendo seguido de uma intensa correria e gritaria.
Os músicos, no palco, que não haviam se ferido, não sabiam o que fazer. Funcionários do Jordan entravam com extintores, para apagar focos de incêndio. Junto com alguns espectadores, tentavam em vão, colocar juízo naquelas pessoas, que corriam feito loucas e gritavam coisas desconexas.
Um local fechado para mais de mil pessoas, só podia dar encrenca. E deu: no final computava-se 198 pessoas feridas, entre escoriações leves e graves resultados de pisoteamentos.
Sara por instinto tentou se levantar. Grissom impediu-a, com um braço, que parecia de aço.
- Fique sentada e me espere. Vou tentar ajudar os funcionários do teatro com essa gente desgovernada. Você ficará segura aqui. Estamos muito longe do palco e, não creio que outras bombas mais, explodam no teatro. O perigo agora está no nervosismo dessas pessoas, que as fazem cometer atos insanos.
Assim que disse isso desapareceu e deixou Sara apreensiva, até vê-lo novamente dez minutos depois, em cima do palco. "Que ele foi fazer lá?", se perguntou em pensamento, "como se eu não soubesse a resposta!" e um sorrisinho acompanhou seu pensamento...
Viu os paramédicos retirarem cinco macas do palco e um sujeito parrudo, enfiado num, sobretudo cinza-chumbo, maior do que ele aproximar-se de Grissom. Deram-se as mãos e conversaram um pouco.
Sara viu-o entretido e chegou a pensar que ele a tinha esquecido ali. Mas Grissom falou alguma coisa ao homem atarracado, e ambos levantaram o olhar e, olharam para ela. Grissom fez-lhe um sinal para ela ir ter com ele.
Ela levantou-se e desceu prontamente, pois aquele teatro vazio causava-lhe aflição. Àquela hora, só se via movimento no palco e em sua cercania. O restante se encontrava vazio.
- Sara, este é o capitão Ramos, uma espécie de Brass daqui. – Disse Grissom, apresentando-a como sua esposa.
- Ramos?
-Sim, tenho ascendência portuguesa, Sra. Grissom. Estava falando a Grissom, que nos sentimos honrados com a presença dele aqui. Imagine só, Gilbert Grissom! O lendário Grissom, em pessoa!
- Assim, eu me sinto a própria múmia!
Todos riram polidamente e Sara não gostou do capitão, assim que ele lhe estendeu a mão mole, gorda e peluda, ao serem apresentados: aquele aperto de mãos, sem vontade, impressionou tão mal, quanto o olhar furtivo, que não encarava seu interlocutor. Sara detestava, tanto uma coisa, quanto outra.
