Traduzida em: 16/08/2008
Autora: Spurnd
Parte 1
E isso é o que Pierre odeia sobre estar em turnê; a forte dor de cabeça e as longas entrevistas; e ele está bastante agradecido por sua banda de colegial ter chegado a algum lugar, mas sua paciência não agüenta tanto; ele está cansado e eles estão em algum lugar em Massachusetts, Boston, se ele estivesse chutando corretamente. Eles estavam sendo entrevistados em uma hora impiedosa da manhã. Isso não funciona bem com ele e, ultimamente, tudo o que ele quer fazer é deitar-se numa cama aquecida e dormir, porque ele está mal-humorado e é Natal e ele está com saudades de sua família. Mas sua agenda pede por outra coisa e ele, que não tem escolha nessa questão, veste sua melhor expressão para o dia, porque, caso contrário, se ele começar mal-humorado é assim que ele estará pelo resto do dia.
Ele tomou Tylenol mais cedo, mas isso fez pouco para diminuir a pressão em sua cabeça. É sete e meia e ele está sentado em sua cama de hotel, com uma garrafa de água na mão e a cabeça já está martelando pela falta de sono. "Pierre? Pierre, você está aí?" Alguém chama por trás da porta. Com um grunhido, Pierre se levanta da cama para atender.
"Oi." David sorri, parecendo um pouco corado e algo faz Pierre sorrir de volta, apesar da dor de cabeça. Ele abre uma fenda na porta e absorve a visão de David, seu cabelo um pouco bagunçado, colado contra um lado de seu rosto e ele está usando seu melhor sorriso e seu melhor jeans, mas tudo em David nunca está meio-feito ou meio-bom. Tudo em David é perfeito e Pierre pode atestar isso.
"Você está se sentindo bem?" David pergunta, preocupação em seu rosto. Pierre se sente mal de repente, mas uma parte dele quer fazer isso passar. "Você parece um pouco cansado."
"Yeah, bem, eu não tenho dormido muito bem ultimamente." É a resposta do maior, mas ele não diz o que o mantêm acordado a noite toda e até ele perceber, bem, o que você sabe, já é de manhã e ele só tem uma hora, antes que eles precisem fazer outra coisa promocional.
"Não?" David diz, seu cenho se franzindo. "Você tem alguma coisa?" e David tem que se esticar para tocar seu rosto, checando sua temperatura.
Pierre não acha que é possível se excitar com um único toque, mas se David não afastar sua mão, ele pode fazer algo que fará com que David o odeie para sempre. "Nah, nah, eu estou bem. Apenas com dor de cabeça." Pierre diz, reunindo toda sua coragem nas palavras, mas elas saem num patético guincho. David lhe lança um olhar curioso.
"Bem, você quer descer? Nós temos uma entrevista em meia hora. Quer tomar café da manhã?"
Pierre balança a cabeça. "Eu provavelmente ficaria enjoado se comesse."
"Tem certeza?" David pergunta, enquanto Pierre pega a chave do quarto e fecha a porta atrás de si.
Pierre força um sorriso. "Yeah, eu estou bem, David." O menor caminha na frente dele e Pierre tenta não olhar para sua bunda; nesses dias está ficando difícil se controlar, porque seu autocontrole está desgastado, mas ao mesmo tempo ele teme a rejeição. David flertava bastante. Mas isso era parte dele, David era… Bem, David e ele flertavam com quase todo mundo, então Pierre não tinha muita certeza.
Pierre suspira quando o baixista pára em frente ao elevador e aperta o botão para chamá-lo. Ele se vira, lançando ao vocalista um pequeno sorriso, que faz seu coração dar voltas em sua caixa torácica. E isso não é apenas por sexo - essa coisa com David - e é isso que mais assusta Pierre. Na melhor das hipóteses, David também gosta dele, mas e se fosse apenas sexo o que ele queria? Pierre tem que arriscar muito e sua cabeça dói, então ele não quer pensar sobre esse assunto.
Quando as portas cromadas se abrem, David sorri para ele de novo, radiante e, Deus, Pierre tem que lutar contra a vontade de afastar seu cabelo. "Depois de você, Pie." Ele diz.
"Depois de mim." Pierre murmura sob a respiração e ele se sente enjoado. Cinco minutos com David no elevador e sem toques.
[...]
Por volta do meio dia, depois do almoço, eles estão numa loja de música para assinar alguns CDs. A dor de cabeça de Pierre tinha diminuído consideravelmente e ele é grato ao Tylenol, mas mais a David, que tem estado ao seu lado o dia todo, fazendo-o rir ou, às vezes, sendo o único legal o bastante para rir das piadas dele. E Pierre tenta contar tantas piadas quanto possível, porque ele gosta de ouvir a risada de David; ver a curva de sua garganta sempre que o menor joga sua cabeça para trás, com os olhos fechados e ri. Ri de algo muito estúpido, que Pierre sabe que não é nem sequer meio-engraçado, mas David o faz de qualquer modo, por que é assim que ele é. Ele é legal, ele é fofo e ele é tudo o que Pierre quer, mas pode nunca ter.
Então, eles estão sentados lá, esperando que os fãs venham, porque o gerente da loja ainda não havia aberto a mesma e há um bando de garotas do lado de fora da porta, sob o sol, mas é dezembro, então está um pouco frio. Pierre odeia que os fãs tenham que esperar tanto, mas o que ele realmente odeia é que David esteja sentado próximo a ele e seus braços estão quase se tocando. A pele de Pierre está ansiando por contato e mesmo que ambos estejam usando um agasalho, isso é o bastante para ele. David se vira para ele, balançando a caneta em seus dedos finos e Pierre não consegue desviar os olhos do movimento da mão dele, rápido, ágil.
"Sua dor de cabeça está melhor agora?" David pergunta, calmo, e Pierre sorri para ele. Ele não pode evitar. É tão típico de David perguntar isso. E ele encolhe os ombros, corando, porque ele gosta disso mais do que alguém pode imaginar, o fato de David ser tão preocupado com ele. Ele assente. "Yeah, eu estou bem agora. Obrigado por perguntar."
"Yeah, bem, eu odiaria se você se sentisse mal." David diz e, embora Pierre não esteja certo, ele vê malicia em algum lugar daquele sorriso. "Porque assim eu me sentiria compelido a te fazer se sentir melhor."
Um arrepio corre pela espinha do maior e David nota, rindo para ele com um brilho perverso em seus olhos. Então ele sente algo em sua coxa. Ele se retrai, porque a coisa está se movendo para mais perto de sua virilha, mas antes que a alcance, se afasta. Ele olha para David, que está sorrindo para ele, uma inocência enjoativa e Pierre engole em seco. "O que... O que foi isso?"
"Pierre, querido, eu não vou esperar para sempre."
E Pierre realmente tenta entender o que David está dizendo, mas ele nunca foi bom nisso, em toda essa coisa com David. David estava tentando fazer uma abordagem? Não, espere, ele também o quer, certo? Mas e se ele não quisesse? E se isso tudo fosse uma grande brincadeira para ele? E se Pierre corresponder e David rir dele, falando que não intencionava realmente aquilo e que ele não devia ter levado isso tão a sério?
Pierre não fala mais nada depois disso, até que eles começam a assinar CDs de garotas em saias curtas que passam por eles, uma de cada vez, e uma em particular surpreendeu Pierre. "Você pode assinar meu quadril?" ela pergunta, e ela é morena com olhos azuis, mas seus olhos parecem jovens, não tão velhos quanto ela quer que eles sejam.
Pierre lança a ela um olhar cético, mas a garota não o percebe. "Vamos lá, Pie, assine." David diz, acotovelando-o nas costelas para persuadir. Ele murmura sob a respiração e Pierre não é tímido, de verdade, longe disso, mas de algum modo ele se sente um pouco estranho em estar assinando o quadril de alguma garota pré-adolescente. Mas ele o faz ainda assim, e depois do falso coração que ele desenhou na pele pálida, a garota vai até David, que a assina facilmente, um leve sorriso em seu rosto, antes de virar sua atenção de volta para Pierre e erguer uma sobrancelha. "O quê? Por que você está olhando para mim desse jeito?" Ele pergunta a Pierre. "Tem alguma coisa no meu rosto?"
"Não, nada, eu... Apenas... Nada." Pierre suspira e assina mais CDs, colocando mais falsos corações e sorrisos em suas fotos.
"Você gosta de garotas em saias curtas?" David pergunta perto dele, sob sua respiração, tão baixo que Pierre não sabe se é apenas sua mente ouvindo coisas. Ele se vira para David, que ainda está olhando para a assinatura num pôster dele e engole em seco intensamente. "Eu não sei do que você está falando..."
"Por que se é preciso uma saia para você me notar, então eu vou arranjar uma." David diz a ele, quase amargamente, mas isso é tão erótico que Pierre puxa o ar com força. "E eu vou deixar você me levar a qualquer lugar. É isso o que você quer, Pierre? Eu usando uma saia?"
Pierre não sabe como responder isso. "David, o que você está... Tentando dizer?"
David o olha. Aborrecido. É assim que David se sente e ele rola os olhos, porque Pierre consegue ser ingênuo demais. É fofo por um tempo, mas agora isso não ajuda em nada a situação. "Você gosta de mim, Pierre?"
Pierre rola os olhos e ri, mas é de nervoso, porque ele está sob um exame minucioso e David é o único a examiná-lo, e isso faz com que seja dez vezes pior. Ele se contorce em seu assento, mas tenta não se sentir intimidado pelo olhar do menor. "É claro que eu gosto de você." Ele murmura, mal registrando o nome que ele está rabiscando na capa de um cd. "Quero dizer, você é meu amigo. Eu gosto de você."
"Pare de tentar agir tão estupidamente!" David sibila para ele e o maior quase cai da sua cadeira. "Eu quis dizer, você gosta de mim? Desse modo?" E antes que Pierre possa responder, David deixa sua mão falar por ele.
Ele alcança o pulso de Pierre e o puxa para baixo da mesa, sua própria mão segurando a do vocalista e a guiando em direção à sua virilha. Os olhos de Pierre se arregalam e ele sabe que eles vão ter problemas se ele tentar algo agora, mas David está sorrindo para ele maliciosamente e seu jeans parece se apertar do nada.
David solta sua mão e Pierre ri nervosamente, olhando para ele e umedecendo seu lábio inferior. "Isso é um sim ou um não?" e Pierre pode facilmente dizer não, rir disso tudo, mas todo o sangue está correndo para uma parte interessante de seu corpo e ele conhece umas cem maneiras de aliviar a doce dor em seu jeans, e muitas delas envolve David se contorcendo sob ele. Então ele balança a cabeça e seu medo vem parar em sua garganta. "Eu gosto de você, David." Ele fala para o menor. "Eu gosto de você mais do você pode imaginar."
David sorri. "Então não me deixe esperar mais." Com isso, David se inclina na direção dele e Pierre pode sentir o cheiro de menta em seu hálito, seu suor misturado ao shampoo e é necessária toda a sua força de vontade para não lamber os lábios de David. "Nove horas. Você espera por mim."
E David segura sua mão, enlaçando seus dedos e Pierre não pode evitar sorrir. "Eu vou vestir aquela saia." David murmura. "E você pode tomar o controle. Me levar para onde quiser."
