Nota de Autor:
Bem, finalmente decidi quebrar o silêncio e decidi escrever alguma coisa!
Muito sinceramente, sempre quis escrever um fanfic sobre o Letherface, tanto baseado no original como no remake e na prequela.
"O Mensageiro" é uma história que compreende o período entre a prequela e o remake, mais concretamente, logo a seguir aos eventos do primeiro. Como tenho o intuito de escrever uma história relativamente longa optei pela minha língua materna para tentar trabalhar o mais possível os recursos estílisticos e o vocabulário (embora o ínicio seja mais díficil uma vez que já estou um pouco enferrujada). Contudo, não descarto a opção de a traduzir para inglês para também aproveitar para o treinar.
Nota: O prólogo foi construído segundo a visão do homem, supostamento o condutor da carrinha, que está a falar com o polícia no final do filme.
Fiquem bem!
Author's Note:
Well, finally I decided to break the silence and write something!
Honestly, I always wanted to write a fanfic about Leatherface, be it based on the original, the remake or the prequel.
"O Mensageiro" (The Messenger) has as a time line the events beetween the prequel and the remake, more specifically, right after the first one. Because I've the intention of doing a relatively long story I choosed to write it in my mother language (Portuguese) to train and explore myself as a writter. However, I still pretend to translate it to english.
Note: The prologue was constructed based on POV of the man who's talking to the police officer in the end of the movie.
Take care!
Silêncio. Finalmente, este voltara a dominar a paisagem. Uma estranha ilusão de tranquilidade começava a preencher a vazia planície. Paralelamente, a lua revelava-se, após a passagem e desintegração de uma nuvem que, segundos antes, ocupava a maior parte do espaço celeste. A luz, suavemente, iluminou o alcatrão, agora, pintado a negro.
"Aaah..." - um suspiro fraco escapou pelos lábios quebrados e pálidos do moribundo, enjoado ao sentir o acre e metálico sabor na sua boca, e assolado pelo desespero que começava a sentir. Uma dor aguda enraizava-se ao longo do seu abdômen, anestesiando-o devagar, à medida que a sua consciência desvanecia. Contudo, apesar do seu sofrimento e das intermitentes luzes do carro da polícia, conseguiu-o ver. Tentou mover o braço, mas já não o sentia. Tentou falar, gritar, pedir ajuda, mas apenas lhe escapou um gemido agudo e sufocado. A pressão aumentou nos seus pulmões. Com um espasmo repentino, tossiu uma quantidade alarmante de sangue. Porém, não se preocupou. Chegara a sua hora. Todas as tentativas de o contornar só prolongavam a dor. Assim, encostou a cabeça contra a estrada e deixou-se sufocar no seu próprio sangue.
Os olhos vidrados olhavam o caminho, sem o verem. "Já devia estar em casa..." - pensava em silêncio com as últimas réstias de consciência que possuía. Um sorriso irónico e infeliz deformou-lhe o rosto velho e cansado. "Não acelerar...exageras...quantas vezes é que ela me disse isto?". Se pudesse, ter-se-ia rido da sua desgraça. A sua filha sempre o repreendera por ser "acelera". E, o curioso, é que o acidente não tinha sido por culpa sua! Mas sim, a velocidade obrigou-o a parar, a sair do carro, falar com o agente...a estar, vulnerável, no local errado, à hora errada. Ainda à pouco, levar uma multa e estar atrasado eram as sua principais preocupações... Coisas tão mundanas, tão insignificantes.
Como a morte nos governa é, deveras, impressionante. Mascara-se no nosso quotidiano, enquanto estamos distraídos e, por vezes, iludidos com uma falsa imortalidade e cegos com egocentrismo. Depois, ataca-nos, sem contarmos, e obriga-nos a reconhecer a nossa insignificância e estupidez nos escassos momentos que nos sobram...quando sobra algo.
Ao menos, despedia-se da vida com um sorriso, embora sarcástico.
E ele seguia, a passos largos e cansados, ao encontro da escuridão. Não passava de uma figura distorcida e desajeitada, de ombros descaídos. Todavia, expelia uma energia enigmática que triplicava a sua presença. Momentaneamente, perguntou-se se seria a própria Morte...mas não, tratava-se apenas de um mensageiro.
