Eu quero você
Bleach e seus personagens pertecem à Tite Kubo.
Hisagi está disposto a conquistar o coração da severa capitã do 2º esquadrão. Para isso ele usará todo seu charme e persistência. Será que Soifon cederá aos encantos do belo tenente do 9º Esquadrão?
Capítulo 1: Primeiro encontro
O que eu estou fazendo aqui? Perguntava-se pela bilionésima vez Soifon. O que eu tinha na cabeça quando aceitei esse convite? Por que eu deixei Yoruichi-sama me convencer?
Flashback on
– Mas, Yoruichi-sama, você acha que isso é correto? Afinal, eu sou uma capitã e ele apenas é um tenente. Pergunta pela quinta vez uma Soifon confusa e envergonhada.
– Mas claro que é! Você não gosta dele?
– Bom... sim... Ele é um ótimo tenente e toma conta muito bem do esquadrão dele. É como se o 9º Esquadrão ainda tivesse um capitão!
– Bem, não era isso que eu queria saber e não foi bem isso que eu queria saber, mas tudo bem. – Disse Yoruichi com uma cara de "meu Deus, essa menina tem problema". – Mas voltando ao assunto, agora você vai trocar de roupa e colocar essa aqui que eu comprei especialmente pra você no seu primeiro encontro com o Hisagi.
– Mas Yoruichi-sama, eu não disse que eu vou!
– Ah, mas é claro que você vai! Você tem que deixar de ser boba e aproveitar mais a vida. Afinal, nada melhor do que sair com um homem pra acabar com o tédio.
– Mas... mas... mas... eu... nunca fiz... isso, respondeu uma Soifon roxa de vergonha.
– Ótimo, mas um motivo pra você sair com ele! Hein? Eu ouvi falar que ele está caidinho por você. Aproveita!! Venha aqui, vamos, tire esse uniforme shinigami horrível e coloque essa roupa sexy que eu comprei pra você.
– Espere, Yoruichi-sama, eu... – E Yoruichi nem deixou a pobre coitada terminar de falar. Pegou Soifon e praticamente a obrigou a trocar de roupa.
Flashback off
Soifon estava se sentindo ridícula naquele vestido tomara-que-caia vermelho um pouco rodado com um bolero branco por cima e sandálias brancas. A roupa que Yoruichi comprara na realidade não tinha nada de sexy, para ela realmente parecia sexy, na realidade vulgar.
Hisagi vestia uma camiseta sem mangas verde, calça jeans e tênis. Para ele, Soifon estava realmente linda naquela roupa, que lhe havia caído como uma luva, delineando o corpo bem torneado da capitã sem deixá-la vulgar. Mas ele estava incomodado porque ela sempre olhava para os lados ou para baixo, e nunca para ele. Fazia já algum tempo que ele tinha uma queda pela capitã, mas só agora resolveu investir, depois de toda a confusão e tensão da Batalha do Inverno ter passado. E para isso, pediu a ajuda de Yoruichi que, claro, se prontificou a ajudar o rapaz a conquistar sua inflexível e durona pupila.
– Algum problema, Soifon-taicho? Você parece incomodada. Não está gostando do lugar?
– Ahn? Ah, não, não é nada. Esse... esse lugar até... que é... agradável, Hisagi-fukutaicho.
Eles estavam numa lanchonete e já estava no fim da tarde. O encontro foi feito no mundo real como exigência de Soifon porque ela não queria que outros shinigamis vissem os dois juntos e sozinhos.
Comeram alguma coisa e resolveram caminhar pela cidade. Nenhum dos dois falava nada. Hisagi não sabia o que dizer. Tinha medo de dizer alguma coisa que não agradasse a capitã do 2º Esquadrão e piorar (ainda mais) as coisas. Ela, por outro lado, não sabia o que falar, já que Yoruichi havia lhe dito para não conversar sobre trabalho em hipótese alguma. Mas o que mais ela fazia, além de cuidar do seu esquadrão praticamente 24 horas por dia? Ela participava das reuniões da Associação das Mulheres Shinigamis, mas ela tinha certeza de que Hisagi não se interessaria por esse tipo de assunto.
– Hum, taicho... – Começou Hisagi. – Eu poderia chamá-la apenas de Soifon? Claro, enquanto estivermos, hum... aqui... sabe, saindo... – se apressou a falar Hisagi ao ver o olhar severo que estava recebendo. – Você pode me chamar de Shuuhei se quiser...
– Faça o que quiser. – disse Soifon, aborrecida ao ver algumas garotas passarem e reparar no cabelo delas, como andavam e se vestiam. Que rapaz repararia nela, pior, a acharia bonita? Ela era pequena e tinha o corpo musculoso demais para uma mulher. Suas mãos eram calejadas pelo uso constante da espada e seu corpo tinha poucas curvas com seios e quadris pequenos. Ou seja, ela era nada atraente para um homem.
– O que você quer de mim? – Perguntou de supetão Soifon, parando de andar, irritada com as garotas, consigo mesma e com Hisagi que tinha olhado para elas.
– Como? – Hisagi piscou, sem entender a pergunta da capitã.
– Eu perguntei o que você quer de mim. Qual seu interesse? Você acha que assim conseguirá o posto de capitão mais fácil? Porque eu não tenho nada que possa atrair um homem, além de meu posto de capitã. Digo... eu não sou bonita e não sou delicada como essas garotinhas estúpidas. – Ao dizer isso ela jogou a cabeça na direção do grupo de garotas que olhava uma vitrine, conversando e rindo. – Vamos, me responda! É uma ordem, Hisagi-fukutaicho!
Hisagi suspirou, entendendo o que a shinigami queria dizer. Ele , que tinha parado de caminhar também, se aproximou da capitã, colocou as mãos em seus ombros e os acariciou levemente. Soifon sentiu o corpo estremecer e a cabeça rodar. Nunca ninguém havia feito esse tipo de carinho nela.
– Soifon, eu não acho que sair com você me tornará capitão algum dia. Isso só acontecerá pelo meu esforço e força de vontade. Eu quis sair com você porque eu me interesso por você... como mulher. Você pode não se achar bonita, mas eu te acho uma mulher muito linda. Você é forte, comanda um esquadrão inteiro sozinha, é inteligente e decidida. O que mais eu quero de uma mulher? Além do que, como eu disse, eu te acho muito bonita. Você está linda nessa roupa! Digo..., você é sempre linda, mas hoje, com essa roupa, você está linda demais. – Nessa hora, Soifon sentiu seu rosto arder e abaixou a cabeça de vergonha. Será que ele estava dizendo a verdade? Para Soifon, ela nunca viu ninguém ser tão sincero quando Hisagi estava sendo, mas mesmo assim, ela ainda estava desconfiada.
– Soifon, eu gosto de você de verdade. – completou Hisagi, corando um pouco também. Ver Soifon desarmada e tímida era simplesmente maravilhoso. Ele não sabia o que mais o excitava: vê-la poderosa e mandona, fazendo seus inimigos beijarem o chão que ela pisava ou frágil e corada com ela estava agora. Ela parecia uma garotinha desprotegida que precisava de socorro. E ele, claro, achava que era sua obrigação protegê-la. Pensando isso, ele a trouxe mais para perto de si, envolvendo-a com os braços, fazendo-a colocar as pequenas mãos nos seus ombros. – Se você acha que eu gosto de garotas desse tipo aí, está muito enganada. – Ele fez sinal pro lado do grupo de garotas. – Eu prefiro mulheres como você, determinadas, batalhadoras e independentes. Eu prefiro você. E por isso que estou saindo com você. É muito simples.
Soifon não sabia o que dizer. Ela estava embriagada pelas palavras do tenente e pelo seu perfume, que fazia sua cabeça ficar leve, deixando-a tonta. A proximidade dos corpos fazia seu estômago gelar. Tudo era novo pra ela. As sensações, os toques de um homem, a vergonha, a timidez. Nada daquilo parecia real. Ah, como ela queria esquecer tudo e entregar-se aquele homem na sua frente. Mas os anos de treinamento e autocontrole ainda tomavam conta dela. Por mais que desejasse encostar sua cabeça no peito musculoso de Hisagi, sua mente lhe dizia que poderia ser um truque, uma armação. Ela jamais havia baixado a guarda com ninguém, exceto com Yoruichi, e ela havia lhe traído e ido embora sem dizer nada.
– Você ainda não está convencida, não é? – Hisagi falou depois de esperar uma resposta e perceber que a capitã travava uma luta interior. Ele sabia que deveria ter paciência com ela. O terreno em que ele estava se aventurando era muito perigoso e, com um passo em falso, ele botaria tudo a perder, inclusive a própria vida. – Não se preocupe, eu sou paciente e persistente. Eu só queria que você soubesse que eu tenho interesse em você apenas como mulher, nada mais.
Depois disso, Hisagi baixou sua cabeça na direção da shinigami e, como Soifon não reagiu, ele delicadamente encostou seus lábios nos dela. Foi um beijo tranquilo, quase um roçar de lábios.
O que Hisagi realmente queria ela apertá-la mais ainda, beijá-la com sofreguidão e explorar aquela boca pequena e deliciosa com sua língua. Mas ele não podia se exaltar. Ele tinha que ir com cuidado, até ganhar a confiança de Soifon e poder avançar mais.
Soifon estava nas nuvens. Se o tenente a soltasse agora, ela com certeza cairia no chão. Suas pernas estavam fracas e bambas. Sentir os lábios de Hisagi sobre os seus, no seu primeiro beijo, foi uma sensação indescritível: parecia que fogos de artifícios estavam explodindo em sua cabeça e um esquadrão inteiro de borboletas estava se revoltando em seu estômago. Finalmente teve que admitir que não foi uma má ideia assim sair com o tenente. Depois de se sentir frustada, isso era como um bálsamo para uma ferida. Ela queria mais daquele homem, daquele beijo. Sua mente pedia por isso. Seu corpo pedia por isso. Mas, para sua frustração, Hisagi terminou o beijo, afastando-se um pouco dela, encarando-a e acariciando seus cabelos de leve. Ela não ficou com raiva do rapaz por terminar o beijo tão rápido, mas ficou decepcionada. Será que ele não gostou? Será que ela não sabia beijar? Será que...? Tantas perguntas passavam pela cabeça dela que a deixava confusa.
– Acho melhor voltar para a Soul Society. – Finalmente Hisagi disse. – Adorei sair com você e espero que possamos continuar saindo. – Ao terminar de dizer isso, ele depositou um selinho nos lábios de Soifon, despertando-a do transe. – Vamos? – Ele disse com uma voz doce, puxando-a pela mão.
– Vamos. – disse simplesmente Soifon.
Durante todo o caminho, até se separarem para voltarem aos seus esquadrões, Hisagi segurou a mão da capitã. Que mão mais pequena! Se alguém visse não imaginaria o que essas mão podem fazer com um inimigo! Mas eu gostaria mesmo é de ter essas mãozinhas correndo pelo corpo, pensava Hisagi, todo cheio de si, porque sabia que havia ganhado a confiança da capitã. O primeiro passo, o mais difícil e o mais perigoso havia sido dado com sucesso. O resto seria consequência.
Soifon já não se importava com quem quer fosse que os visse assim, andando lado a lado de mãos dadas. Ele, todo orgulhoso e com uma cara de felicidade. Ela, levemente corada e com um pequeno sorriso nos lábios e os olhos brilhando.
Antes de se separarem, ele novamente a beijou com doçura, afirmando que logo iria chamá-la para passearem juntos novamente.
Soifon foi para o seu esquadrão, agradecendo Yoruichi por tê-la feito ir ao encontro. Afinal, não foi tão ruim assim, ela pensou novamente enquanto trocava de roupa para ir dormir.
Continua...
