- Katekyo Hitman Reborn® e seus personagens pertencem à Amano Akira;
- Essa é uma fanfic yaoi, ou seja, contém relacionamento homossexual entre os personagens. Se você não gosta ou sente-se ofendido com esse tipo de conteúdo sugiro que vá ser feliz lendo shoujo;
Have Yourself a Merry Little Christmas
A última bolinha foi pendurada na pequenina árvore. A mão que a segurou tremeu levemente, dobrando os dedos e afastando-se devagar, temendo que o menor movimento pudesse por tudo a perder. No terceiro passo um dos pés ficou preso ao tapete, e foi com um barulho surdo que Dino caiu sentado, cobrindo o rosto e imaginando que seu trabalho havia sido destruído. Não houve outro barulho, e suas mãos permitiram que os olhos cor de mel voltassem a encarar a árvore localizada em um canto do quarto de Hotel. Um longo e aliviado suspiro cruzou seus lábios e o louro ficou em pé, batendo a calça jeans e afastando-se o máximo possível daquela área. Romário estava no centro comercial e seus subordinados espalhados por quartos e outros lugares, então, naquele momento, o Chefe dos Cavallone era literalmente mortal.
O italiano colocou as mãos na cintura e admirou seu trabalho com orgulho. A árvore era natural e media cerca de um metro. Ele a havia trazido direto da Itália, e mesmo passando por alguns problemas alfandegários, a árvore conseguiu entrar em solo japonês. Os enfeites foram comprados há alguns dias, e na última hora Dino se dedicou totalmente a enfeitá-la. Bolinhas, lacinhos, e pisca-piscas deram vida ao largo quarto de Hotel. Só havia um enfeite que ficara de fora: a estrela que deveria ser colocada na ponta. O louro encarou o objeto sobre a cama e sorriu. Ainda não. Só mais um pouco...
A porta do quarto foi aberta com certa pressa e fúria. O Chefe dos Cavallone não se virou, sabendo exatamente quem havia invadido sua suíte e se aproximava com passos duros e pesados. Seu corpo virou-se ao sentir-se puxado e um par de olhos negros o encarou com escárnio. Sua camisa branca fora puxada, e mesmo sabendo que deveria temer aquela investida, tudo o que o Chefe dos Cavallone fez foi sorrir e abaixar levemente o rosto, beijando os lábios finos e zangados de sua companhia. Um tonfa o teria atingido pela esquerda, mas o italiano o segurou sem esforço. A mão direita de seu amante estava em suas vestes, então não haveria perigo de receber um segundo ataque. Ao invés de ralhar, Dino inclinou um pouco mais a cabeça e deslizou sutilmente a língua dentro da boca do moreno. O corpo do Guardião da Nuvem tremeu com aquele ousado convite, e em um rápido movimento o louro o puxou para junto de si, beijando com fome aqueles lábios.
Hibari apenas gemeu baixo. Absorto e entregue.
O Chefe dos Cavallone sentou-se na beirada da cama, sentindo o corpo do moreno sentar-se sobre o dele. Os joelhos do Guardião da Nuvem estavam afastados, e o louro havia passado as mãos ao redor das costas de seu amante, mantendo-o naquela posição. O primeiro beijo foi seguido por um segundo e um terceiro. Quando os lábios se afastaram, ambos tinham os rostos corados e as respirações descompassadas. Hibari subiu a mão direita até a nuca de Dino, permitindo que seus dedos se perdessem naqueles cabelos finos e alourados, apenas para puxá-los com certa força para trás, fazendo com que aquele homem o encarasse.
"Você está bravo." O Chefe dos Cavallone sentiu a dor em seus cabelos, mas não se importou. Os olhos que o observavam eram muito mais perigosos e selvagens. "Nós conversamos sobre isso, Kyouya. Você disse sim!"
"Não. Eu não disse." O Guardião da Nuvem tinha a voz baixa. Seus dedos soltaram a mecha de cabelo, mas seu corpo não se moveu. "A ideia é absurda. Desista, eu não irei."
"Kyouya, não existe nada de absurdo." Dino fez seu amante sentar-se um pouco mais acomodado em seu colo. "Será uma memória. A sua memória." O louro mordeu levemente o lábio inferior, procurando as palavras certas. "E-Eu sei que a ideia vai soar boba, mas se você está com ciúme, s-saiba que na teoria eu continuarei a passar o dia com você... de uma forma ou de outra..."
"Essa ideia não é boba, é impossível." O Guardião da Nuvem apertou as bochechas do italiano. Ele? Ciúme? Não, obrigado.
"Hehehe eu imaginei."
A risada do Chefe dos Cavallone saiu levemente desapontada. Ele não falara brincando.
Hibari levantou-se e abaixou-se, pegando o tonfa que estava sobre o tapete e guardando-o dentro do terno. Seus olhos negros encararam a árvore de Natal em uma das extremidades do quarto e por um momento ele se calou.
"Eu sei que o que pedi parece impensado, mas eu realmente gostaria de fazer algo por ele, digo, você."
"Você perde tempo com pensamentos desnecessários, Cavallone." O Guardião da Nuvem desviou os olhos da árvore, pousando-os em Dino.
"Não são desnecessários..." O louro encarava as mãos, incapaz de olhar diretamente para seu amante. A ideia soava impossível, mas ele passara tanto tempo planejando e combinando aquele dia. Sem contar que no fundo tudo aquilo era para Hibari. Do maior ao menor pensamento. Tudo o que faço ultimamente é por ele. "Você nunca me pediu nada, mas eu gostaria de fazer alguma coisa. E isso eu posso fazer, Kyouya."
O moreno não respondeu. Seus passos o levaram novamente até o Chefe dos Cavallone, parando em frente àquele homem e soltando a gravata preta que usava.
"Quanto tempo até o retorno de Romário?"
"Meia hora, talvez? Ele disse que passaria em algum lugar antes de ir à casa de Tsuna." O italiano ainda tinha a voz baixa e desanimada.
"Você disse que quer fazer algo por mim, não é? Sugiro que seja rápido então."
Foi somente quando a gravata caiu sobre o tapete do quarto que Dino ergueu o rosto. O moreno inclinou-se sobre ele, abrindo com destreza os botões da camisa branca que o louro vestia.
O Chefe dos Cavallone arregalou os olhos cor de mel, mostrando uma expressão surpresa e levemente desconsertada. Sua mão teve tempo apenas de tirar o enfeite em forma de estrela de cima da cama ou teria deitado sobre ele. Seu amante sentou-se sobre seu colo, abrindo o zíper da calça jeans com movimentos ainda mais rápidos. O italiano o segurou pela cintura, virando-se e ficando por cima. Seu corpo abaixou-se e seus lábios capturaram os de Hibari, iniciando um longo e úmido beijo, enquanto suas mãos abriam os botões da calça que o homem que estava por baixo vestia.
Os movimentos foram velozes. A calça e roupa de baixo do Guardião da Nuvem foram retiradas ao mesmo tempo, mas ele manteve o terno e a camisa branca. As mãos de Dino, porém, encontraram acesso àquela área, e ele brincou um pouco com os mamilos do moreno enquanto sua boca e língua estavam ocupadas causando mil e umas sensações no baixo ventre de seu amante. A voz rouca e sensual do moreno ecoou baixa e contida pelo quarto. Ele parecia estar sentindo muito mais as carícias, e foi com certa relutância que o Chefe dos Cavallone pegou o tubo de lubrificante de uma das gavetas. Em momentos como aquele Dino gostaria de saborear sem pressa o homem que tanto amava.
Infelizmente a situação não permitia longas e demoradas carícias. O italiano substituiu seus dedos por seu membro após alguns minutos, penetrando Hibari e arrancando dos lábios sempre arrogantes um gemido de total deleite. Os dois estavam juntos há pouco mais de cinco anos, então não havia nada que Dino não soubesse sobre o moreno, principalmente quando se tratava de oferecer prazer. Ele conhecia cada pedacinho e sabia exatamente onde deveria tocar. E ao retirar-se do corpo de seu amante e penetrá-lo novamente, o segundo gemido deixou o louro ainda mais excitado. Ouvir a voz do Guardião da Nuvem naqueles momentos de prazer era extremamente erótico.
O italiano amou Hibari duas vezes naquele curto tempo. Talvez fosse o clima, talvez a pequena desavença que tiveram minutos atrás, ou simplesmente porque os corpos de ambos eram extremamente compatíveis, mas assim que começaram, foi difícil encontrar um momento para pararem. O segundo orgasmo fez o moreno virar levemente a cabeça para trás. Ele estava sentado no colo de Dino, e a última vez que o louro o penetrou fez com que o Guardião da Nuvem quase perdesse a consciência. Hibari precisou de alguns segundos para retornar a si, permitindo que seu amante o beijasse enquanto os corpos voltavam ao normal. O moreno sabia que precisaria de um banho e isso incluiria uma nova troca de roupas. O beijo foi profundo e íntimo, marcando o fim de toda aquela curta agitação. O Chefe dos Cavallone o deitou na cama, retirando-se de dentro dele. O Guardião da Nuvem ficou alguns minutos deitado antes de sentar-se na cama e finalmente ficar em pé. Seu quadril ainda não doía, mas ele sabia que era uma questão de tempo.
"Eu preciso de outras roupas. Não posso ir dessa maneira."
"Estarão aqui quando sair. Quer que eu o ajude?" A voz do italiano soou baixa. Dino estava deitado de lado na cama, nu e admirando seu amante afastar-se, caminhando na direção do banheiro. Seu lábio inferior foi mordido e o louro tentou controlar a vontade de segui-lo e amá-lo novamente no banho.
Hibari meneou a cabeça em negativo e fechou a porta do banheiro. Sua camisa e terno estavam sujos, e ele os deixou no cesto de roupa em cima de uma antiga troca de roupas do Chefe dos Cavallone, tomando cuidado apenas de retirar seus tonfas. Após entrar no box e abrir o chuveiro, o moreno suspirou e fechou os olhos, deixando que a água morna o acertasse no rosto. Se fosse possível, o Guardião da Nuvem não tomaria aquele banho. A noite seria longa e ele gostaria de ter pelo menos o cheiro daquele homem para lhe fazer companhia.
X
"Eu estarei esperando aqui." Dino sentiu-se levemente nervoso. Todas as vezes, mesmo por acidente, que Hibari voltava para o passado ou ia para o futuro, ele se sentia temeroso. E se alguma coisa desse errado? E se a troca um dia se tornasse permanente? Imaginar uma vida sem o Guardião da Nuvem era mais do que ele poderia suportar.
"Faça alguma gracinha e eu o morderei até a morte quando voltar." O moreno lançou um olhar carregado na direção de seu amante antes de sair do quarto.
O Chefe dos Cavallone suspirou e decidiu arrumar a suíte. A roupa de cama seria totalmente trocada e enquanto estendia o novo lençol, o louro percebeu o nervosismo dando-lhe arrepios. Ele tinha uma teórica ideia do que faria naquela noite, mas sabia melhor do que ninguém que a prática seria algo completamente diferente. Eu prometi ao garoto. Eu prometi que ele teria uma boa noite. Uma noite memorável. Há duas semanas o seu Kyouya foi enviado para o passado em um acidente. O Guardião da Nuvem foi pego pela bazuca de dez anos da Família Bovino enquanto deixava o Templo. O resultado não poderia ter sido diferente: Kusakabe que estava ao lado de seu Chefe, dirigiu o pequeno Hibari de dez anos até o Hotel em que Dino estava hospedado, entregando-lhe o problema.
O italiano, entretanto, não se surpreendeu com a inusitada visita. Vez ou outra o Guardião do Trovão decidia aprontar das suas e infelizmente o moreno conseguia ser sua vítima favorita. O Chefe dos Cavallone apenas abriu a porta de seu quarto para sua nova companhia, passando praticamente o dia inteiro como babá. Aquelas dozes horas passaram rapidamente, pois o pequeno permaneceu pouco tempo acordado. Porém, o louro obteve uma informação valiosa: aparentemente o futuro Guardião da Nuvem estaria sozinho naquela véspera de Natal. Ouvir aquilo atingiu de maneira certeira o fraco coração de Dino. Hibari não pareceu se importar em ficar sozinho, mas o italiano disse que aquilo era errado e não poderia acontecer.
"A véspera de Natal é um evento muito importante, Kyouya. É o dia que passamos ao lado daqueles que são importantes." O Chefe dos Cavallone corou. "N-Não que seus pais não gostem de você! Eu tenho certeza de que eles estão tristes por não passarem a véspera de Natal ao seu lado."
"Eu realmente não me importo." O jovem Guardião da Nuvem folheava um livro enquanto estava deitado na larga cama. Seus pezinhos balançavam, mostrando as pequeninas meias amarelas."
"Mas eu me importo!" A voz do louro chamou a atenção do garoto, fazendo-o sentar-se na cama. "Está decidido! Eu passarei a véspera de Natal com você!"
"Você?" Havia descrença naquela interrogação.
"Eu darei um jeito de você retornar para este tempo e então passaremos a noite juntos. Eu o levarei para jantar fora, e veremos a grande árvore de Natal no centro de Namimori e você poderá escolher o presente que gostaria de ganhar."
"Eu não sairei se houver pessoas na rua." O moreno respondeu baixo. "Eu não gosto de pessoas..."
"Eu sei que não." Dino não se daria por vencido. Mentalmente ele já conseguia visualizar a noite perfeita que eles teriam. "Mas apenas por alguns minutos, e eu estarei ao seu lado o tempo todo, até mesmo segurarei sua mão para que não se perca."
Houve uma pequena pausa. O futuro Guardião da Nuvem olhava sério na direção do homem estrangeiro sentado na beirada da cama.
"Por quê?"
"Por que...?" O Chefe dos Cavallone sorriu nervoso.
"Por que você faria isso por mim? Você não me conhece."
Eu conheço você. Conheço muito bem, pensou o italiano, mas o que ele respondeu foi, "Eu disse não? Este dia é para passarmos ao lado daqueles que são importantes. Você é importante para mim."
A resposta pareceu satisfazer a criança. Hibari ponderou por alguns instantes antes de voltar a se deitar e dedicar ao livro de figuras de animais toda sua atenção. O louro sorriu nervoso, levantando-se e indo até a mesa que utilizava como escritório. A confortável cadeira de repente não pareceu tão confortável. Seu coração batia rápido e ele só conseguia pensar em como convenceria o seu Kyouya a aceitar aquele acordo. Ele vai me matar. Kyouya vai me matar!
O Guardião da Nuvem dos Vongola não matou o italiano, mas chegou muito próximo. Ao ouvir a proposta, o moreno retirou os tonfas de dentro do terno e não hesitou em atacar seu Tutor e amante. Dino precisou pular da cama e correr até seu guarda-roupa para pegar seu chicote. A luta dentro da suíte durou cerca de cinco minutos. Nesse tempo, que pareceu muito mais longo, o Chefe dos Cavallone precisou se defender ao mesmo tempo em que tentava evitar que o moreno quebrasse a mobília do Hotel. Foi preciso muito mais do que pedidos de desculpas para aplacar a ira de Hibari. O louro estava com a respiração descompassada quando finalmente conseguiu imobilizar seu amante. O Guardião da Nuvem tinha os braços presos junto ao corpo, impossibilitado de qualquer movimento brusco.
"Apenas me escute, ok?"
O italiano segurou o rosto do moreno com as duas mãos e de maneira gentil. Suas palavras foram ditas devagar e com uma expressão séria. Dino falou sobre a conversa com o pequeno Hibari e seus sentimentos por trás daquela decisão. Ao final, o Chefe dos Cavallone encarou seu amante e perguntou se era verdade que naquela véspera de Natal ele havia ficado sozinho. A resposta foi o habitual silêncio e o louro soube que havia ganhado a discussão naquele mesmo instante.
"Você deveria cuidar da própria vida, Cavallone." O moreno disse entre os dentes. A humilhação de estar literalmente com as mãos atadas o deixava furioso.
"Eu estou." O italiano sorriu charmosamente, depositando um delicado beijo na bochecha direita do homem à sua frente. "Você é parte da minha vida, Kyouya."
O chicote deslizou pelos braços do Guardião da Nuvem, e assim que suas mãos ganharam a liberdade, um dos tonfas atingiu o rosto de Dino, fazendo-o recuar alguns passos. O Chefe dos Cavallone ajoelhou-se e levou a mão ao rosto, culpando-se por ter sido tão descuidado. Hibari, por sua vez, deixou o quarto com passos pesados e não retornou ao Hotel por dois dias. Na noite que antecedeu o retorno do louro à Itália seu amante veio visitá-lo, mas nenhum deles mencionou novamente aquele assunto; não somente por não haver mais o que ser dito, mas também porque havia coisas mais interessantes para serem feitas naquele quarto.
O italiano arrastou a porta de vidro que dava para a sacada e respirou fundo. O fim do pôr do sol pintava o horizonte com tons opacos de laranja, que acabavam sendo omitidos pelo negro habitual da noite. Dino apoiou os braços na sacada e admirou a vista. Poucas cidades ainda conseguiam despertar aquela sensação de contemplação. Conhecendo boa parte do mundo, o Chefe dos Cavallone sabia diferenciar o céu italiano do espanhol, do americano, do brasileiro, do japonês... Namimori ainda lhe causava aqueles arrepios de admiração, mas ele desconfiava que os motivos deviam-se aos moradores daquela cidade. Cada lugar tem seu próprio charme e seu próprio povo. Eu me sinto em casa quando estou aqui.
O louro esboçou um meio sorriso. Nem todas as pessoas compartilhavam aquele sentimento. Hibari é obcecado por Namimori, mas será que ele realmente é feliz aqui? Um garoto tão novo passando a véspera de Natal sozinho é um triste pensamento. O começo da noite estava frio. Aquele início de inverno seria gelado. Eu quero ajudá-lo. Oferecer uma lembrança agradável para Hibari era tudo o que ele queria.
A espera do Chefe dos Cavallone durou cerca de vinte minutos. Quando Romário bateu duas vezes na porta antes de entrar, a suíte do Hotel estava impecável. O louro havia decidido reler alguns relatórios, erguendo os olhos e sorrindo nervoso para seu braço direito. O subordinado e melhor amigo de Dino foi pessoalmente à casa do Chefe dos Vongola para "pedir emprestado" a bazuca. Os dois Chefes haviam combinado dias antes, e após a casa de Tsuna ele seguiu ao Templo Namimori onde o moreno o esperava.
Ao lado do homem vinha o pequeno Hibari. O futuro Guardião da Nuvem trajava roupas de inverno, e seu casaco era decorado na forma de um gato. A touca possuía duas pequeninas orelhas que pendiam em suas costas.
"Olá, Kyouya." O italiano pousou os óculos de leitura sobre a mesa, ficando em pé.
A resposta foi um simples menear de cabeça. O garoto retirou os sapatinhos antes de entrar na suíte, parando próximo ao jogo de sofás - este localizado em frente à da mesa que Dino estivera sentado. Romário pediu uma silenciosa licença, deixando o Chefe dos Cavallone com seu novo convidado.
"Você está com fome? Podemos comer alguma coisa antes de sairmos."
"Eu tomei chá antes de sair de casa." O futuro Guardião da Nuvem balançou os pezinhos.
"Chá não é comida, Kyouya." O italiano caminhou até o outro lado da suíte, abrindo o guarda-roupa.
O moreno permaneceu sentado até Dino aproximar-se. O Chefe dos Cavallone abaixou-se e ficou na altura da criança, passando gentilmente um pequeno cachecol branco pelo pescoço de Hibari.
"Está muito frio lá fora e você pode ficar doente."
"Eu não ficarei doente." O Guardião da Nuvem afundou metade do rostinho dentro do cachecol. Sua voz soou vaga e abafada.
"Nós cuidaremos para que isso não aconteça, certo?" O louro passou o cachecol negro ao redor de seu próprio pescoço. "Vamos?"
Hibari desceu da poltrona e segurou a mão que lhe foi oferecida. Os dois colocaram os sapatos antes de deixarem a suíte, caminhando lado a lado. No elevador o louro ajeitou a touca sobre a cabeça do pequeno, e assim que chegou ao térreo, o futuro Guardião da Nuvem apertou a mão de Dino com um pouco mais de força ao ver todas aquelas pessoas.
"Não se preocupe, eu não vou a lugar algum." A voz do Chefe dos Cavallone soou baixa e segura. "Estaremos dentro do carro praticamente o tempo todo."
Se o moreno ouviu ou entendeu aquelas palavras o louro não sabia. Romário os esperava do lado de fora do Hotel, abrindo a porta do carro negro e fazendo uma polida reverência quando seu Chefe passou. O destino do passeio já havia sido previamente conversado, então assim que entrou no veículo, o italiano colocou o cinto de segurança ao redor do corpo de Hibari, fazendo o mesmo com seu próprio cinto em seguida.
As ruas estavam cheias e bem iluminadas. No início o futuro Guardião da Nuvem mostrou pouco interesse em toda aquela agitação. Seus olhinhos estavam fixos em suas mãos, mas assim que chegaram ao centro de Namimori, o entorno roubou totalmente sua atenção.
Anualmente, na praça central, uma grande e alta árvore de natal era montada e decorada com bolinhas, lacinhos e pisca-piscas. Na ponta havia uma bela estrela que parecia iluminar todo o local. O pequeno Guardião da Nuvem virou a cabeça, soltando com extrema facilidade o cinto de segurança que lhe fora imposto, e inclinando-se próximo à janela. Dino riu consigo mesmo ao ver a cena, aproximando-se do garoto. O rostinho do moreno parecia vibrar silenciosamente com o que via.
"Romário, pare o carro."
O veículo parou ao lado da calçada e o subordinado que estava no banco do passageiro desceu e abriu a porta para que seu Chefe tivesse passagem. O louro desceu e deu a volta, abrindo o lado que Hibari estava sentado e oferecendo sua mão.
"Vamos."
O futuro Guardião da Nuvem recuou. Suas mãos juntaram-se ao peito e ele balançou a cabeça em negativo.
"Você terá de esperar mais cinco anos para que montem a árvore, e eu tenho certeza que mesmo assim você não irá visitá-la. Então, vamos?" O garoto permanecia irredutível. "Kyouya, eu prometo que não soltarei a sua mão. Você pode confiar em mim."
Aquelas palavras pareceram convencer um pouco Hibari. O pequeno hesitou por mais alguns instantes, mas algo naquele convite e na grande árvore de Natal pareceu conquistá-lo. O moreno aceitou a mão e desceu do carro, mas seu rosto afundou-se ainda mais no cachecol, deixando visíveis apenas os grandes olhos negros.
Dino caminhou sem pressa na direção da árvore. Várias pessoas pareciam ter tido aquela mesma ideia, então o Chefe dos Cavallone precisou escolher um ponto com menos pessoas, já que o futuro Guardião da Nuvem se sentia cada vez mais tenso. Romário vinha um pouco atrás, os olhos atentos, mas uma atitude despreocupada e relaxada. Cerca de vinte subordinados da Família haviam se misturado aos visitantes, prontos para defenderem seu Chefe se algum perigo aparecesse.
A animação de Hibari finalmente deu o ar da graça quando o louro o levou para uma parte vazia. As cores e as luzes encantaram a criança, que resolveu mostrar a parte do rosto que estava escondida. O Chefe dos Cavallone sorriu satisfeito, permanecendo fielmente ao seu lado durante o tempo que o moreno achou necessário. Os olhos cor de mel de Dino admiravam o pequeno, mas uma parte dele começou a pensar em Kyouya. O seu Kyouya. Eu o deixei em uma casa vazia. Isto foi um pouco cruel.
Após a visita à árvore, o jovem Guardião da Nuvem pareceu um pouco mais animado. Quando foi sugerido que os dois visitassem uma loja de brinquedos antes de retornarem ao Hotel, o moreno reclamou muito pouco, resignando-se a acompanhar sua animada companhia. Os dois (e o batalhão de subordinados) seguiram a pé até a área comercial, e apesar de saber muito bem que Hibari odiava multidões, o Chefe dos Cavallone precisou dar crédito ao menino. Ele se comportou bem durante os minutos de caminhada, e quando entraram na loja, as mãos foram soltas pela primeira vez.
"Fique por perto, Kyouya!" O louro disse com a voz mais alta. "E escolha o que quiser!"
"Ele parece mais animado." Romário entrou na loja e parou ao lado de seu Chefe. "A árvore foi uma excelente ideia. Até mesmo Hibari não resiste a algumas luzes."
"Ele ainda é uma criança. Seria muito estranho se aqueles enfeites não o conquistassem. Você conseguiu trazê-lo sem problemas?"
"O Hibari dessa época reclamou um pouco, mas deu certo." O braço direito dos Cavallone achou melhor omitir as partes que o Guardião da Nuvem insultou seu amante e fez centenas de ameaças nem um pouco educadas.
Dino esboçou um meio sorriso, adentrando melhor à loja de brinquedos. Seus olhos cor de mel percorreram as prateleiras, procurando um garotinho japonês de olhos grandes e sorriso contido. O primeiro local que passou pela mente do Chefe dos Cavallone foi o setor de bichos de pelúcia, e não foi nenhuma surpresa encontrar o pequeno Hibari perdido em um zoológico de pelúcias.
"Viu algo que lhe interessou?" O louro abaixou-se e pegou uma tartaruga de pelúcia que estava aos seus pés.
"Tudo!" O futuro Guardião da Nuvem estava sentado no colo de um gigantesco panda. O menino ficou em pé e abriu os bracinhos, mostrando que "tudo" significava literalmente tudo.
"Tudo?" O italiano fingiu surpresa. Aquela era uma típica resposta do moreno. "Eu poderia comprar tudo, mas acredito que você não conseguirá retornar com todos os seus novos amigos."
"Eles não serão meus amigos, serão meus subordinados!" Hibari respondeu rápido. Seus olhos encararam o entorno e ele reconheceu que o estrangeiro parado à sua frente tinha razão.
Dino riu consigo mesmo, admirando aquela criança tão geniosa. O pequeno Guardião da nuvem começou a andar pelos bichos de pelúcia, decidindo qual seria o felizardo da vez. A busca durou alguns segundos, e o moreno perdeu-se em uma parte da loja, retornando com um grande pássaro amarelo de pelúcia. O Chefe dos Cavallone não conseguiu omitir uma gostosa gargalhada ao ver a cena.
"Tem certeza que consegue carregá-lo?" O louro caminhava lado a lado com sua companhia. Os dois não passaram pelo caixa, deixando a loja automaticamente. Romário foi responsável pelo pagamento do pássaro de pelúcia, seguindo seu Chefe logo em seguida.
O humor do moreno melhorou consideravelmente após adquirir o presente. Suas pernas balançavam no banco do carro e ele abraçava o bicho de pelúcia com todas as suas forças, enquanto o italiano lançava um rápido olhar para o menino sentado ao seu lado. Hibari parecia contente, à seu modo, claro, e isso o deixava satisfeito. Entretanto, havia uma parte de Dino que sentia um pouco de ciúme. O Guardião da Nuvem nunca o trataria como tratava o bicho de pelúcia. O moreno nunca o abraçaria daquele jeito ou seria possessivo com ele. Eu estou agindo como um idiota. Sentir ciúme de algo inanimado é o fim do mundo! O louro suspirou e balançou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos para longe. Aquela noite pertencia somente ao futuro Guardião da Nuvem.
X
O caminho de volta foi feito em silêncio. Romário entrou direto no estacionamento no subsolo do Hotel, e ali a temperatura parecia ainda mais baixa. O Chefe dos Cavallone seguiu ao lado do moreno, e assim que entraram no elevador, os dois se livraram ao mesmo tempo de seus respectivos cachecóis. Hibari carregou seu subordinado o tempo todo, e assim que a porta do elevador foi aberta, o jovem Guardião da Nuvem soltou um baixo "Oh!". A mesa utilizada como escritório estava toda decorada, como uma mesa de jantar. Havia frango, pernil, massas, patês, cremes e outras delícias, e as poltronas foram substituídas por uma pequena mesa.
"Achei que estivesse com fome e decidi que era melhor jantarmos no Hotel." Dino colocou uma das mãos sobre o ombro de Hibari. "Por que não vamos lavar as mãos? Você pode comer o que quiser."
"Tudo o que eu quiser?" Os olhos negros brilharam.
Ele realmente ama essa palavra. O Chefe dos Cavallone retirou os sapatos com os pés e acompanhou o garoto até o banheiro. Ao chegar ao local, o pequeno Guardião da nuvem se adiantou, entrando e fechando a porta, avisando que precisaria usar o banheiro sozinho. O italiano não teve tempo de oferecer ajuda, pois no instante seguinte a porta foi reaberta e o moreno reapareceu, oferecendo ao louro seu pássaro de pelúcia. A porta voltou a ser fechada, mas Dino não precisou esperar muito. O moreno saiu, pegou seu presente e lançou à sua companhia um olhar desconfiado, pensando se alguém o teria espionado. O Chefe dos Cavallone riu e entrou no banheiro, tendo finalmente a chance de lavar as mãos.
Hibari sentou-se na cadeira e admirou a mesa com olhos brilhantes e famintos. O italiano se prontificou a servi-lo e colocou no prato um pouco de tudo o que o menino apontava com seu pequenino dedo. O jovem Guardião da Nuvem estava muito bem acomodado em seu lugar, mas esperou que o louro se servisse para começar a comer, agradecendo antes de dar a primeira garfada. Dino não estava com muita fome, mas faria companhia ao seu convidado. O moreno comeu devagar, movendo com certa facilidade os talheres, parecendo gostar muito do frango, mas uma única mordida no lombo ao molho de ameixas foi suficiente para ele. O Chefe dos Cavallone bebericou um pouco do vinho em sua taça, dando atenção as fatias de pernil em seu prato.
O jantar transcorreu em silêncio. Hibari comeu tudo o que estava em seu prato, com exceção do lombo. A sobremesa contou com frutas, sorvetes e pavês. O italiano provou a última parte da refeição, sentindo-se satisfeito. O Guardião da Nuvem serviu-se de um pêssego, limpando o canto da boca e erguendo os olhos para o louro pela primeira vez.
"Obrigado pela comida." O moreno fez uma pequena reverência com a cabeça. "... e pelo presente."
"Você não precisa agradecer." O italiano sorriu, apoiando o rosto em uma das mãos. "O que quer fazer agora?"
Hibari apenas deu de ombros. Suas mãos estavam apoiadas sobre a mesa e ele balançava os pés que não alcançavam o chão.
"Por que não assistimos a um filme? É sobre animais."
O futuro Guardião da Nuvem concordou com a cabeça, deixando a mesa e caminhando até a cama. O louro ficou em pé e o acompanhou, ligando a grande tv e ajeitando os travesseiros para que sua companhia pudesse se sentar confortavelmente. O moreno se acomodou no meio da cama e Dino procurou o canal certo. Ele havia checado a programação anteriormente, mas ao perceber que não havia nada interessante, foi preciso apelar para o pay-per-view, descobrindo assim o tal filme sobre animais.
Hibari fora completamente hipnotizado pelo filme. Seus olhos estavam bem abertos e não pareciam perder uma única cena. O Chefe dos Cavallone tinha a atenção entre a tv e o menino, percebendo o quão simples era encantar uma criança. Espero que ele esteja se divertindo. O italiano virou o rosto, encarando o céu escuro através da porta de vidro que levava à sacada. O que será que o Kyouya está fazendo? Já terá tomado banho? Jantado? Por alguns instantes o louro permitiu-se sentir saudades de seu amante. Ele imaginou o que os dois estariam fazendo, mas não foi preciso pensar muito. Nós provavelmente estaríamos em cima desta mesma cama, porém, em outras circunstâncias. Aquele pensamento fez Dino esboçar um meio sorriso. Sua mente havia ido para longe, e ele só retornou ao momento presente quando sentiu que alguma coisa fora colocada em seu colo.
Na verdade, não havia sido "alguma coisa". Ao virar o rosto, o Chefe dos Cavallone ficou surpreso ao ver o pequeno Hibari sentado entre suas pernas. O garoto abraçava seu subordinado de pelúcia e não parecia se importar com a mudança de lugar.
"Você está com frio? Posso pegar um cobertor."
"Aqui está bom." Os lábios do jovem Guardião da Nuvem mal se moveram.
O italiano riu, abraçando o moreno e envolvendo-o melhor em seus braços. Havia pouco mais de meia hora de filme, e ele não largaria seu futuro amante por nada.
O filme se mostrou muito mais interessante do que Dino esperava. Sua atenção nos minutos finais foi total, e quando os créditos apareceram na tela, ele abaixou os olhos para perguntar se Hibari havia gostado do filme. O que ele recebeu foi o mais doce silêncio. O jovem Guardião da Nuvem dormia profundamente em seu colo, e a cabeça estava confortavelmente apoiada no peito do louro.
Dino moveu a criança com cuidado, acomodando-a na cama. O Chefe dos Cavallone caminhou até o guarda-roupa, retirando duas grossas cobertas. Hibari permaneceu dormindo o tempo todo, afundado em um mar de cobertores, enquanto uma de suas mãos segurava a asa do pássaro amarelo.
O louro retornou ao guarda-roupa para pegar seu pijama e seguindo para o banheiro em seguida. A troca de roupas foi rápida, pois ele tinha medo que o futuro Guardião da Nuvem acordasse e se deparasse com o quarto vazio. O italiano fechou as cortinas antes de se deitar, fazendo o mínimo possível de movimentos para não acordar o moreno.
Por longos minutos Dino ficou observando o pequeno Hibari dormir. O seu próprio sono chegou devagar, fazendo-o piscar várias vezes antes de finalmente fechar os olhos. Entretanto, antes de entrar no mundo dos sonhos, o Chefe dos Cavallone pensou em seu amante, desejando que o Guardião da Nuvem estivesse em um lugar aquecido e confortável. Quando eu acordar o pequeno não estará mais aqui. O louro abriu os olhos com esforço, tocando os cabelos negros da criança e sorrindo.
"Feliz Natal, Kyouya."
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Naquela noite o italiano sonhou com uma farta mesa de jantar. Havia carnes e frutas, vinhos e sobremesas deliciosas. Porém, a parte surpreendente ficou por conta das pessoas que o acompanhavam naquela refeição. A mesa possuía lugar para dez pessoas, e em cada cadeira havia um Hibari Kyouya. Todos o olhavam com olhos sérios e aborrecidos, e todos ficaram em pé ao mesmo tempo, retirando seus tonfas, dispostos a atacá-lo. Dino abriu os olhos no mesmo instante, sentindo o coração bater mais rápido. O quarto estava pouco iluminado por causa das cortinas fechadas e seu braço esquerdo dormente. A causa dessa dormência dormia tranquilamente, os olhos fechados e os lábios entreabertos.
"Oh!" O louro sorriu sonolento ao ver que seu amante estava de volta. Seu ombro moveu-se um pouco, fazendo com que o Guardião da Nuvem utilizasse o travesseiro como apoio.
O italiano levantou-se, espreguiçou-se e coçou os cabelos bagunçados. Seus pés o levaram até o outro lado do quarto, onde as mesas haviam sido retiradas pelos subordinados durante a noite, retornando ao velho escritório. As cortinas daquela parte precisavam ser fechadas, e ao encarar a mesa e os relatórios que seriam lidos, Dino sentiu-se desanimado. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi uma folha de papel dobrado. Ela estava encostada sobre um grosso livro.
O Chefe dos Cavallone segurou o pedaço de papel, notando pela primeira vez que seu nome estava escrito em um katakana infantil, e aquela era a única identificação de que aquilo lhe pertencia. O louro desdobrou a folha de papel, abrindo um largo e sincero sorriso ao ver seu conteúdo: era um desenho feito com lápis de cor. Havia uma grande árvore de Natal desenhada ao fundo sob o céu noturno de Namimori. Em frente à árvore havia duas pessoas: um homem de cabelos louros e largo sorriso de mãos dadas com alguém menor e de cabelos pretos, que também sorria, mas de maneira contida e discreta. Havia ainda o desenho de uma bola amarela na mão da segunda pessoa, e o italiano deduziu que aquilo era o subordinado de pelúcia.
Dino sentou-se na cadeira e permaneceu longos minutos admirando aquele simples pedaço de papel. Seus olhos estavam úmidos com lágrimas, mas ele não chorou. O papel foi guardado dentro de uma das gavetas, e o Chefe dos Cavallone refez o caminho até sua cama. O moreno moveu-se quando ele se deitou, abrindo os olhos e piscando.
"Desculpe." O louro disse sussurrado enquanto entrava debaixo das cobertas.
Não houve resposta. Hibari apenas o olhava sem nenhuma expressão naquele belo rosto. Quando o italiano deitou, o Guardião da Nuvem arrastou-se até ele, voltando a apoiar a cabeça em seu ombro esquerdo. Dino ajeitou-se melhor na cama, notando que havia algo entre eles. O Chefe dos Cavallone ergueu levemente o cobertor, não conseguindo omitir uma sonora gargalhada ao encarar um pássaro de pelúcia amarelo nos braços de Hibari. O bicho de pelúcia parecia antigo e sua cor havia desbotado, mas ele se lembrava muito bem daquele animal.
O Guardião da Nuvem tornou a abrir os olhos e parecia muito mal-humorado. O louro ignorou os olhos assassinos, depositando um gentil beijo no alto da cabeça de seu amante.
"Feliz Natal, Kyouya."
O moreno reclamou baixo e avisou que o morderia até a morte se ele não calasse a boca. O italiano pediu desculpas e fechou os olhos, mantendo o largo sorriso. Quando acordasse novamente seria hora de oferecer ao seu Kyouya toda sua atenção, para que dez anos no futuro, Hibari tivesse boas recordações para se lembrar.
- FIM.
Notas da autora:
Feliz Natal hohoho~
Especial D18 entregue. Como o tema é a véspera de Natal, ele foi postado no dia 24/12.
A idéia da fanfic foi o fanart que eu usei como capa. Bati o olho e pensei "Meu especial vai ser com o chibi-Hibari". Eu não agüento. Percebi que adoro escrever crianças, e achei que seria um excelente presente para o pequeno passar aquela noite ao lado do Dino. Quem não gostaria, certo? Trocaria qualquer programa natalino para estar no lugar do chibi-Hibari e ser mimada por um italiano delicinha feito ele :~ aheohouah
Enfim, espero que vocês tenham um excelente Natal, aproveitem para comer nessa época aquelas gordices de final de ano. E vou usar essa oportunidade para agradecer o apoio e carinho de todos os leitores nesse ano que praticamente terminou. Muito obrigada de verdade por tudo :) vocês são muito amorzinhos!
Vejo vocês no especial 8059 amanhã~
