Portal da fadas
Um pequeno garoto corria pelas ruas molhadas da enorme cidade que se erguia a seu redor. A chuva que caia sem parar molhando o pobre garoto que ao parecer nem se importava. Era uma chuva forte com trovões e relâmpagos, mas mesmo essas coisas assustadoras mais a penumbra da noite, o garoto continuava correndo tendo suas lagrimas misturadas com as gotas de chuvas que caiam em seu rosto e encharcavam suas pequenas roupas que eram apenas uma calça jeans, uma blusa vermelha e sapatos pretos.
O pequeno não devia ter mais de cinco ou seis anos e mesmo assim estava sozinho naquelas ruas sombrias e vazias. Ele pisava rapidamente pelas possas de água respingando mais água em sua roupa. Era mais que provável que ele teria um belo de um resfriado ou ate mesmo poderia morrer de hipotermia. Era uma imagem de se dar dó ao ver aquele pequeno ouriço negro correndo sem rumo chorando a berros e soluçando sem parar.
Ai é que vocês se perguntam: onde estão os pais dessa pobre criança? O que pode ter acontecido para ela estar desse jeito? Por que ela não está em casa, confortável e quente? Pois ele não tinha mais pais, e estava chorando exatamente por esse motivo. Não podia mais voltar para sua casa porque se não ele mesmo perderia a vida. O que aconteceu fora que seus pais foram mortos, diante de seus olhos, por uma gangue que tinha em seu bairro. Isso era normal naquela cidade, mas esse pequeno ouriço nunca imaginara perder os pais dessa maneira. Era muito pequeno e por sorte conseguira escapar dos assassinos. Mas e agora? Estava sozinho no mundo sem casa, sem família, não tinha nada! O que faria? Ficava vagabundando pelas ruas ate morrer de fome? Seria bem mais fácil se matar agora e acabar com todo esse sofrimento.
Em um momento, em que chegou no pequeno parque infantil, acabou escorregando na grama molhara, machucando suas mãos e seu rosto. Já não podia mais levantar. Suas ultimas gotas de energia se haviam esgotado. As lagrimas ainda saiam e seus ombros tremiam não só pelos soluços como também pelo frio. Estava só. Tudo havia terminado. E tinha tantos planos para o futuro... Tinhas tantas coisas que queria fazer e ao mesmo tempo tantos lugares que queria visitar, pessoas a conhecer... Se apaixonar. Podia ser ridículo, mas uma das coisas que mais queria era ter a mesma sorte que seu pai e encontrar uma mulher doce e perfeita como sua mãe para poder estar ao seu lado e constituir família. Mas ao parecer nunca teria essa oportunidade. Queria pelo menos ter tido o luxo de se desculpar com seus pais antes de tudo acontecer...
De repente uma delicada mão se pousou em sua cabeça o fazendo se encolher na grama. Tinha medo de ser um dos homens que mataram seus pais que o havia seguido e agora o queria matar. Mas dessa vez não fugiria. Não havia sentido em fazer isso nesse momento, afinal, já estava tudo perdido para ele mesmo. Tudo que podia fazer agora era esperar seu fim pacientemente.
- Pobrezinho. – disse uma voz doce e delicada. Sabia que era uma mulher que falava, mesmo tendo um ligeiro tom infantil na voz. Ela o acariciou a cabeça com delicadeza, fazendo o pequeno garoto ter coragem o suficiente para levantá-la e olhar para sua companhia. – Tudo bem menino?
Ele apenas assentiu, abestalhado com o que via a sua frente. Era a garota mais bonita que poderia ter visto em sua curta vida. Ela tinha os cabelos loiros grandes que caiam como um manto dourado por suas costas indo ate o quadril, eles reluziam de uma maneira angelical tão calmante que parecia mais uma aura dourada. Seus olhos eram de um azul claro tão belo quanto o céu azul do dia, cheio de carinho e amor, com brilhos inocentes e maternais. Não era muito alta, podia-se dizer que não passava de um metro e 60 e tinha o corpo completamente proporcional ao tamanho. Era uma ouriça de feições delicadas e reluzentes que parecia ser tão delicada que só essa chuva poderia desmontá-la. Usava um vestido azul delicado e claro e mais nada, estava com os pés descalços no chão úmido e frio, e parecia não se importar nem um pouco com isso.
A bela garota o ajudou a levantar e o mirou de cima a baixo. Seu olhar mostrava a tristeza e a pena que sentia dele e o pequeno não pode evitar ficar constrangido. Estava todo sujo, desarrumado, machucado... Em um estado lamentável enfrente a um ser completamente belo e angelical. A garota ficou da altura dele e tocou um leve machucado que tinha na maça do rosto o fazendo fechar os olhos levemente.
- Pobrezinho. – repetiu a garota. Ela não devia ter mais de 17 anos, mas seu olhar demonstrava sabedoria e bondade como os de uma verdadeira ânsia, mas ao invés deles terem o brilho fraco igual a o de uma ela tinha um forte brilho hipnotizador que encantou ao garoto. – Todo sujo e machucado, sem falar que deve estar morrendo de frio com essa roupa encharcada.
O garoto voltou a corar. Só agora que percebera que estava tremendo descontroladamente dos pés a cabeça. Seu queixo batia rapidamente fazendo seus dentes doerem, enquanto seu corpo chacoalhava tanto que começava a achar que ia sair pulando dali. A garota deu um singelo sorriso, que ocasionou mais um forte rubor no rosto do garoto, e passou os braços por ele, em um abraço aconchegante e carinhoso. Logo que o garoto sentiu seu corpo junto com o dele um calor se acomodou não só no seu interior como no seu interior também. Ela era quente e confortável, com a pele macia como o mais glorioso dos tecidos. Se apertou um pouco mais contra ela se sentindo protegido e acolhido. Ouvia os batimentos dela, tão compassados e rítmicos que ele pensou ate que era uma doce melodia.
- Se senti melhor? – perguntou a garota acariciando seus pequenos espinhos negros com vermelho. O garoto assentiu prazeroso passando os braços em volta dela também. Queria ficar perto daquela garota, queria estar com ela todo o tempo e sentir sempre essa sensação de aconchego e carinho, esse calor tão aconchegante que lhe protegia da chuva, que nem parecia estar mais caindo. – Agora me conte: o que aconteceu para você estar aqui chorando?
Como ela sabia que estava chorando? Claro que ela podia ter ouvido seus berros e soluços, mas o resto era quase impossível de saber que estava chorando já que a chuva e o frio encobriam todas as evidencias. Mas no momento não se importou com isso. Sentia que podia confiar nela, que ela estava lá para ajudá-lo e não machucá-lo.
- Meus pais foram mortos por uns homens que entraram lá em casa. – disse com a voz cheia de dor e prestes a chorar novamente ao se lembrar dos olhos arregalados de seus pais, as bocas semi abertas e a cara completamente cheia de sangue. Aquele liquido vermelho que escorria dos corpos e ia ate onde estava, manchando um pouco de suas calças e de seus sapatos. – Eu consegui fugir, mas agora não tenho mais para onde ir! Estou sozinho!
- Shhh. – acalmou ela acariciando sua cabeça delicadamente e o abraçando com mais força. – Tudo bem, tudo bem. Você não esta sozinho, ninguém esta.
O garoto olhou diretamente para aqueles belos olhos e tudo o que viu foi a mais pura sinceridade. Ela lhe sorriu e acariciou se rosto sujo e machucado. Ela o carregou com um pouco de dificuldade e o levou ate um banco que tinha no parquinho se acomodando no mesmo com ele em seu colo. O garoto a observava atento, tentando saber o que ela pretendia, não por desconfiança, mas por curiosidade. Depois de estar acomodado no colo dela pode ouvir como ela cantarolava uma pequena canção. Uma tão bela e triste ao mesmo tempo, uma que o fez começar a ter sono.
Acomodou-se no peito dela e começou a relaxar, e por mais que não quisesse dormir temendo que ela fosse apenas um sonho, mas quando o sono vem nada o detêm. Adormeceu naqueles braços quentes e confortáveis escutando a doce melodia. Mas antes de fechar os olhos pode jurar que vira duas asas delicadas atrás da garota, mas não teve tempo saber se era sua imaginação ou se era real.
Quando voltou a abrir os olhos estava deitado sozinho no banco do parque com as roupas secas, e os ferimentos curados. Se sentou rapidamente e procurou a garota com todo o desespero do mundo, mas nada encontrou. Será que tudo fora um sonho? Mas então por que estava no parque? O que havia acontecido?
- Pobre garoto. – disse uma voz feminina, mas não era a da garota, era de uma senhora raposa de pelo marrom com algumas partes grisalhas, os olhos verdes e em uma posição um pouco encurvada. Ela usava um simples vestido amarelo com um chape marrom em cima. Ela mirou bem o garoto todo sujo e se aproximou dele. – Me diga garoto onde estão seus pais?
- E-eles morreram madame. – disse o garoto tímido e educadamente. Queria estar com a garota de novo, com ela se sentia seguro, não se sentia sozinho.
- Venha comigo criança. – disse a senhora dando a mão para o pequeno ouriço. – Vou te levar par um lar. Tenho certeza que os outros dois não vão se importar de ter mais um na casa.
O ouriço seguiu a senhora um pouco relutante. De repente sentiu um pequeno frio na área perto do pescoço, levou a mão ate aquele local e se deparou com um pequeno colar que tinha a forma de uma espiral com vários espinhos. Era da cor vermelha o pingente que se destacava com o prata da corrente.
Nunca o tire, disse uma voz em sua cabeça que reconheceu sendo da garota. Olhou para todos os lados a procurando. Ele lhe trará sorte proteção. É o meu presente para você que me fez sentir tão completa. Espero que não me esqueça pequeno.
De repente, sem saber o porque, olhou para o bosque que tinha perto do parque e pode jurar que vira cabelos loiros esvoaçando junto com pequenos brilhos azuis. Tinha quase certeza que era ela, mas por mais que quisesse ir atrás sabia que não tinha escolha a não ser seguir a velha ate seu novo lar. Mas jurara, jurara a se mesmo que encontraria aquela garota de novo, e quando isso acontecesse não sairia mais de perto dela.
Esse é apenas o prologo de uma fic que eu estou na cabeça e é esperimental. Quiz postar ela rapido porque se não ela fica parada e seria um desperdicio já que tenho uma grande ideia em minha cabeça para ela. Espero que seja de agrado dos fãns do jogo e do desenho já que fiz com todo o carinho e mesmo sendo de um casal que sei que muito poucos gostão quero avisar que tem outros casais tambem. Bjsss e por favor dêm uma chance a essa fic.
