Prólogo – S.C.
Ele me abandonou, me deixou sem nada, era como se a vida não tivesse mais sentido sem ele. Como se ele tivesse levado metade de mim. Ele teve coragem de me deixar logo depois que eu me entreguei de corpo e alma.
Eu tinha virado um zumbie, não falava com ninguém, quase não comia direito, não fazia praticamente nada. Minha rotina era sempre a mesma. Casa, colégio, trabalho e casa de novo.
Duas semanas depois começei a passar a vomitar e a dormir mais. Não conseguia ficar com nada parado dentro do estômago, nem mesmo água. Também estava sentindo muita tontura e estava desmaiando com muita frequência. Eu não me importava se eu estava doente, ele tinha levado tudo mesmo. Só faltava minha 'vida' humana, se é que eu posso chamar assim.
"Será como se eu nunca tivesse existido".
Descobri que não era doença e que ele, mais uma vez não cumpriu sua palavra. Não que eu esteja reclamando, afinal, é só por causa desse "erro" que eu vivo hoje.
"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."
- William Shakespeare
