Nome da Fic: A Senhora dos Mares
Autora: Diana Black
Betas: Lívia Cavalheiro e Sandy Meirelles
Shipper: James/Lily; Sirius/PO; Remus/PO...
Resumo: No século XVIII, a busca de uma garota pela vingança a leva a conhecer um mundo nunca antes imaginado. Piratas, lendas, maldições e mágica, tudo deixará de ser um grande mistério quando Lily entrar nos domínios da Grande Senhora.
Censura: 16-17. Mais explicações na N/A.
O capítulo 1 dessa fic, O Casamento, eu dedico à Bruna por seu próprio sonhado casamento. Toda a felicidade do mundo, querida!
A Senhora dos Mares
Capítulo 1
O Casamento
O lugar era Sunset Ville. Uma cidadela pacata do litoral sul da ilha da Grande Bretanha habitada por todos os tipos de pessoas, cheia de ruas de pedra escurecida pela maresia e postes de lampiões de luzes amarelas cercados de insetos. Tinha uma das mais belas paisagens do continente de modo a atrair muitos visitantes e poucos investimentos do governo.
Naquela noite qualquer da segunda metade do século XVIII, as luzes estavam acesas, mas as ruas jaziam vazias assim como as várias embarcações visitantes. Todos os que eram ligados à marinha, aos Winsdor ou aos Walter, encontravam-se no casamento do Comandante da Marinha, Charles Winsdor, com a belíssima Charlotte Walter, filha única do maior comerciante local.
A cerimônia já acabara e eles estavam na mansão dos Walter comemorando o enlace com muita música, comida e bebida de qualidade. Ninguém jamais poderia saber, mas o grande número de convidados obrigara o ligeiramente pão-duro Sr. Michael Walter a comprar um vinho mais barato. A decoração seguia a moda e era feita com muitas rendas douradas, linho nobre, porcelana, cristal e prata.
Charlotte Winsdor, uma morena baixa e de traços finos, sorria sinceramente para seus convidados enquanto caminhava em seu vestido branco perolado parisiense buscando sua melhor amiga, Lily Evans.
Charlotte sabia que Lily tinha planos para aquela noite, por isso queria se despedir adequadamente e desejar toda a sorte do mundo à amiga. Apesar de acreditar que seu objetivo era bastante utópico e alarmantemente perigoso, conhecia a ruiva filha de Roger Evans o suficiente para saber que não descansaria enquanto não tivesse sua vingança.
A noiva finalmente avistou a amiga no vestido de linho avermelhado que lhe emprestara para a ocasião. Estava próxima a uma pilastra bebericando seu vinho e adiantou-se em sua direção assim que a viu.
- Lotte – suspirou Lily, abandonando a taça numa mesa qualquer e segurando as mãos da amiga carinhosamente. – Você está tão linda!
- Obrigada, minha amiga – ela agradeceu, radiante. – O que achou da cerimônia? Eu não consigo me lembrar de nada, exceto do "sim" e da troca de alianças...
Elas riram, cúmplices.
- Foi perfeita como a festa está sendo, não se preocupe, Sra. Winsdor.
- Céus! Lily, estou casada! – a animação da amiga era tão contagiante que Lily só podia sorrir.
- Sim. E será a esposa mais feliz, além de a mais bonita.
- Espero que sim. – A sinceridade emanava da moça, enquanto ela fitava os olhos verdes da amiga. – Mas e você, Lily? Quando vai permitir que um rapaz a corteje?
Lily sorriu pacientemente. Aquela questão era mais comum em sua vida do que perguntas sobre sua saúde.
- Talvez quando terminar o que vou fazer. Ainda sou nova, não se preocupe.
Charlotte ficou séria e fez uma expressão entre ansiosa e triste.
- Tem certeza de que precisa fazer isso? Por que não esquece essa história e segue sua vida? Aposto que o Sr. Evans ficará muito mais feliz se tiver sua filha casada, feliz e segura.
- Por favor, Lotte, eu já expliquei milhões de vezes. Não estrague esse dia tão maravilhoso com suas preocupações, eu vou ficar bem.
- Rezarei por você todos os dias – prometeu soltando as mãos de Lily e tirando um anel dourado com pequenos pontos brilhantes verdes de seu dedo. – Leve consigo. Se precisar, venda. Se não precisar, guarde para lembrar que sempre terá para onde ir.
- Ah, Lotte! – Lily sentia seus olhos marejarem enquanto punha o anel no dedo e abraçava a amiga. – Meus parabéns, minha irmã. Nos veremos em breve.
- Tome cuidado – implorou Charlotte, apertando a outra em seus braços para enfatizar seu pedido.
- Cuide-se você também.
- Senhorita, senhora Winsdor – uma voz profunda cumprimentou-as e elas se soltaram.
Era um homem alto, de cabelos negros lisos e cuidadosamente presos, chapéu bege com uma pena vermelha e roupa de gala branca. A espada pendia presa ao cinto. O paradoxo entre seus traços finos e aristocráticos e o bronzeado dourado do sol só podia ser ignorado por conta dos olhos azuis brilhantes que dominavam qualquer aspecto de suas feições. As duas amigas não precisaram se entreolhar para concordar que era um estrangeiro de beleza fantástica.
- Vim pedir a honra dessa dança à dama de cabelos vermelhos, a mais bela desse baile – ele continuou.
- Eu tenho de voltar para meu marido – disse Charlotte. – Vá, Lily, você pode esperar mais um pouco antes de partir.
- Não sei...
- Por favor, Lily, por mim! – Charlotte pediu, olhando-a como se fosse estúpida. – Fará bem para você dançar um pouco.
A recém-casada virou-se para o cavalheiro com um sorriso agradável e fez uma mesura que ele retribuiu depois de congratulá-la pelo matrimônio. Antes de sair, porém, Charlotte piscou para a amiga com excitação.
Lily suspirou e fitou-o. Era um homem bonito demais para que negasse uma dança. Além do mais, Charlotte tinha razão em dizer a ela que precisava se deixar ser cortejada, e o rapaz fora tão educado...
- Senhorita?
- Evans. Lily Evans – informou oferecendo sua mão e deixando-se ser guiada para o local próximo ao grupo musical. – O senhor?
- Me chame de Cooper – pediu. – Desculpe a indelicadeza, mas não pude evitar ouvir o que dizia. A senhorita pretende partir esta noite?
- Sim – respondeu sucinta.
Eles entraram na fila composta pelos casais que dançariam a próxima música.
- Posso saber para onde?
- Na verdade, não – respondeu com delicadeza.
A música começou, eles avançaram de braços dados.
- Por quê?
- Porque não acreditaria.
- Tente.
Eles se postaram frente a frente e a música soou mais rápida para que se encontrassem na metade do caminho que os separava e girassem de braços dados.
- Vou atrás de um pirata – ela disse quando deram os braços, olhando-o com as sobrancelhas erguidas como se o desafiasse a crer.
Eles se soltaram e Lily foi para o lugar do parceiro, que ocupou o dela. O violino ecoou e voltaram a se aproximar ao mesmo tempo em que os outros casais o faziam.
- Difícil de acreditar.
- Eu o alertei.
- Mas por que a senhorita iria atrás de um pirata?
Lily o encarou, séria. Partiria dali naquela mesma noite, não faria mal contar a um desconhecido seus motivos. Possivelmente ele nem acreditaria.
- Por que ele arruinou minha família – disse.
A música se tornou lenta novamente e eles se encararam à distância, a saia do vestido da ruiva agora balançava mais devagar sob as mãos dela.
- Quem seria esse pirata? – Cooper perguntou.
- Potter – respondeu. – Capitão Potter, do Esmeralda.
- Ah, já ouvi falar – Lily notou um tom de diversão na voz dele. Rolou os olhos imaginando porque era tão difícil acreditar em seus planos. Esse era um dos motivos pelo qual desejava tanto cumprir sua tarefa. Não precisaria mais ouvir o tom de deboche que usavam quando ela dizia pretender encontrar e matar um pirata. – Seria ousadia perguntar como pretende pegar o... Hmmm... Capitão Potter?
Eles voltaram a se aproximar e girar, dessa vez duas vezes para cada lado.
- Ouvi falar que ele tem um fraco por moças ruivas – ela respondeu.
- Por que só agora decidiu procurá-lo?
- Pretendia ir desde o ano passado, mas Charlotte pediu que eu esperasse seu casamento.
- Você é amiga da família, não é?
- Sou amiga da noiva.
- Sabe onde está a família do noivo?
- Pensei que você fosse um convidado do noivo.
- Eu sou, por isso queria cumprimen...
Antes que Cooper pudesse terminar sua explicação, no entanto, as portas se abriram e o grito de um dos guardas silenciou os músicos e as conversas.
- UM NAVIO PIRATA ESTÁ ANCORADO ATRÁS DAS COLINAS – berrou o homem.
O Comandante Winsdor se aproximou dele com um olhar irritado, mas o silêncio tornou impossível não ouvir as palavras ofegantes e discretas do segundo soldado que se aproximou:
- Dizem que Black está aqui.
A expressão de Charles mudou para interessada e em seguida para obstinada. O comandante desembainhou a espada, erguendo-a com o braço direito e ordenou que todos o imitassem. Mandou que três guardas tomassem conta da porta. Se houvesse um pirata ali, ele seria enforcado naquela mesma noite. Charlotte lamuriou, assustada e infeliz com o rumo que as coisas tomavam, implorando que Winsdor deixasse de lado a provável presença do pirata.
- Se Black estiver aqui, ele morrerá hoje à noite. Desembainhem as espadas, ergam seus braços direitos – ele ordenou novamente em seu tom de alta patente.
Lily suspirou impaciente. Se tivesse ido embora não teria precisado passar por isso. Não pode evitar culpar o galante estrangeiro por atrasá-la. A ruiva observou o comandante caminhar entre os convidados e teve pena de Charlotte, que agora chorava nas escadas, consolada pela mãe.
Winsdor se aproximou da ruiva e ela apenas ergueu as sobrancelhas. Finalmente notou que ele olhava para Cooper, logo atrás dela. Virou-se para seguir seu olhar e notou, sob o botão fechado no pulso do homem, uma pequena marca avermelhada.
- Meu bom Deus – foi tudo que ela sussurrou antes de várias coisas acontecerem ao mesmo tempo.
O comandante notou o mesmo que ela e avançou com a espada em direção ao coração do homem enquanto Cooper passava um braço pela cintura de Lily e colocava sua espada gelada no pescoço da moça, fazendo-a refém. Winsdor parou a ponta de sua própria espada na altura do queixo de Lily. Charlotte gritou e uma senhora gorda à direita desabou no chão, desmaiada. O silêncio tomou conta novamente.
- Olá, Winsdor – cumprimentou Cooper, o hálito quente se chocando contra a orelha de Lily. – É um prazer revê-lo.
- Solte a menina, Black – rosnou Charles, tirando sua espada do rosto de Lily e mantendo-a empunhada. O som das armas dos marinheiros sendo sacadas foi ouvido. – Ela não tem nada a ver com isso.
- Ah, é claro que tem. Ela é minha garantia de vida no momento – comentou num tom divertido de conversa. – Por que não conversamos um pouco? Lily ia dizer agora mesmo onde está sua irmã.
- Não fale da minha irmã – ordenou Winsdor gravemente, sua expressão era de puro ódio e desprezo.
- Por que não? Victoria e eu somos bastante íntimos, você sabe, Comandante – o sarcasmo parecia brilhar em sua expressão.
- Cale a boca, Black – vociferou Charles, apertando o cabo da espada.
Black concordou com um gesto da cabeça e deu de ombros como se dissesse que quem perdia ali era o próprio Winsdor. Caminhou alguns passos com Lily firme em seus braços em direção à saída; não houve impedimentos, as pessoas foram desviando deles como se fossem leprosos. A ruiva viu o medo estampado na face de Charlotte e tentou em vão passar alguma tranquilidade para ela.
- Mais um passo e mando atirar, Black – ameaçou Winsdor.
- Você não vai destruir a vida de uma jovem dama apenas para me capturar, vai, Comandante Winsdor? – questionou Black, num tom de drama fingido. – Sempre achei que a marinha devesse proteger os civis acima de tudo.
Lily ofegou, esperando que o pirata estivesse certo.
E então ela teve uma epifania.
Se Black era um pirata, poderia conhecer ou saber o paradeiro de Potter. Se ajudasse o homem a fugir talvez ele pudesse lhe indicar para onde ir. Era sempre um risco, claro, mas o quê, na vida dela, a partir daquela noite, não seria oficialmente um risco?
A ruiva virou o pescoço lentamente e sua testa tocou o ombro do pirata.
- Fique quieta, Srta. Evans – ele ordenou num sussurro.
- Não vou tentar fugir – ela sussurrou. – Se me levar até Potter.
- Feito – ele respondeu imediatamente.
Então ela gritou, assustando-o, mas fingindo dor com sucesso.
- Por favor, Black, tenha pena de mim – ela implorou, gemendo. – Tenho de cuidar do meu pai.
- Fique calada – ele ordenou, parecendo quase divertido com a interpretação da moça. – Mande seus guardas saírem da minha frente e eu posso cogitar deixá-la viver, Charles.
- Black... – a voz de Winsdor saiu cheia de repulsa. – Seu ladrão desgraçado, não vai fazer mal a nenhuma mulher nessa cidade enquanto eu viver.
- Nenhuma outra, não é, Comandante? – O modo como ele zombava da patente de Charles impressionava Lily. – Ou talvez Victoria não considere o que fiz a ela um mal...
- Enfrente as consequências dos seus atos como um homem! – Winsdor interrompeu.
- Eu sou um homem, Comandante Winsdor, você sabe. Mas também sou um pirata. Mande abrirem a maldita porta e trancarem depois que sairmos. Eu vou saber se não fizerem isso.
O comandante amaldiçoou o pirata em voz alta. Fez, então, sinal para que os guardas saíssem da porta. Black passou por elas levando Lily.
- Meus parabéns, Winsdor, Charlotte. Foi uma linda festa. Final inesperado, mas... – ele disse, e todos desapareceram por trás das portas e o som das trancas foi ouvido. – Corra, senhorita Evans.
Eles dispararam em direção à saída da mansão, Black à frente. O pirata levou as duas mãos à boca fazendo uma espécie de concha e assoviou de forma peculiar.
- Se quiser chegar até o seu pirata, vai ter de ser mais rápida – ele gritou enquanto saltava uma pedra do jardim e seu chapéu voava para trás.
- Tente fazer isso usando um vestido – gritou Lily de volta.
Ela teve a impressão de ouvi-lo rir. Tentou acelerar a corrida para que não fosse deixada para trás e quase caiu quando três homens aparecerem no fim do jardim dos Walter e indicaram o caminho para onde deviam ir. Black pegou seu pulso e disparou ladeira abaixo em direção ao mar fazendo Lily achar que a qualquer momento alçaria vôo, tamanha era sua velocidade.
- Eles estão ali atrás, capitão – gritou alguém à direita de Lily.
- Sigam em frente – berrou Black.
Lily foi puxada para uma rua escura à esquerda e em seguida voltou a descer em direção ao mar na rua seguinte. Quando eles chegaram à praia, viraram novamente à esquerda em direção a um conjunto de pedras onde as ondas se quebravam com um estrondo. Lá havia um barquinho de madeira. Black colocou a moça nele sem pedir permissão e pulou em seguida. Puxou os remos e aguardou impaciente.
Levou uma eternidade para os outros três chegarem, gritando estarem sendo seguidos e o som de tiros ser ouvido.
- Grite, Lily! – ordenou Black.
- O quê? – ela perguntou, olhando-o como se fosse louco.
- Grite!
A ruiva gritou. E quase imediatamente os tiros pararam. Ela voltou a gritar, imaginando que se realmente estivesse sendo sequestrada iria gritar, buscando denunciar sua localização. Dois dos piratas que chegaram por último começaram a remar e em alguns minutos estavam à beira do navio. Ela subiu as escadas de ferro negro pregadas ao casco e foi seguida pelo capitão.
Quando finalmente alcançou o convés, Lily se deixou cair no chão de olhos fechados. Ficou ali até a respiração voltar ao ritmo normal e o coração parar de pulsar em sua garganta, alheia a qualquer som que não fosse o da água e o do vento que refrescavam sua pele.
Tinha partido, enfim. Tinha deixado para trás o lugar onde vivera toda a sua vida, tinha deixado seu pai e sua melhor amiga, e estava indo em direção ao seu objetivo. Mesmo que para isso tivesse tido que fazer um acordo com um pirata, fingir-se de donzela em perigo e enganar a marinha de Sunset Ville. O marido de Charlotte devia estar odiando-a naquele momento por tê-lo impedido de pegar um pirata que claramente conhecia há muito tempo.
Lily suspirou. Ergueu a cabeça para lançar um último olhar a sua cidade, mas ela estava oculta pelas colinas. Não pudera se despedir.
A moça lembrou-se, então, de onde estava. Lembrou-se de que estava lidando com um pirata. Um pirata absurdamente belo e cavalheiresco que dançava muito bem, mas que assumira sua índole pirata diante da Marinha havia alguns minutos. E seu pai sempre lhe dissera que eles não eram confiáveis. Seu pai sempre dissera que era preferível morrer a depender de um pirata. Lily abriu os olhos e levou a mão ao decote para conferir se seu canivete ainda estava ali. A única coisa que carregava, além de uma pequena bolsa de moedas presa à perna. Não tivera tempo de passar em sua casa para pegar a bolsa de couro com roupas e comida para algum tempo.
Lady Tiocvari era, na opinião da visitante ruiva, muito menos imponente do que se esperava. Era um imenso barco de casco e velas negras com a tradicional bandeira pirata dançando em seu ponto mais alto. Apesar do insistente trabalho de limpeza de alguns marujos, o navio tinha uma aparência irremediavelmente suja no que, para Lily, combinava perfeitamente com seus incomuns tripulantes.
A embarcação do capitão Black possuía várias figuras exóticas. Homens com tapa-olhos, pernas de pau, roupas rasgadas e sujas, bandanas coloridas. Havia um que devia ter a idade de seu pai e que possuía um papagaio no ombro com quem conversava alegremente enquanto apontava as estrelas. Um grupo de garotos muito jovens fazia uma brincadeira com algumas conchas a um canto, mas a grande maioria limpava ou carregava coisas para dentro do navio através de um alçapão. Alguns espiavam Lily pelo canto dos olhos, outros a encaravam diretamente, alguns ainda a fitavam com interesse cuidadoso. Ela desviou o olhar. À luz da lua crescente tudo parecia especialmente estranho e desconhecido, fazendo-a procurar instintivamente pelo Capitão. Encontrou-o atrás do timão conversando com um rapaz que não devia ter mais que dezessete anos. Os dois olhavam uma bússola, discutindo que direção tomar.
Lily se levantou para ir até Black, mas assustou-se com o som do movimento de uma das velas, quase se desequilibrando. Ela baixou a cabeça, envergonhada, quando algumas risadas alcançaram seus ouvidos e continuou seguindo até a escada de madeira que levaria ao lugar onde estava o timão.
Ela recostou o corpo na amurada e observou a imensidão do mar, sentindo o vento balançar seus cabelos e a saia do vestido vermelho de Charlotte.
- Está se sentindo mal? – questionou Black aproximando-se. Agora que não tinha de fugir de toda a Marinha de Sunset Ville, sua voz voltara a ser profunda e agradável.
- Não – ela respondeu, admirando as milhares de estrelas que refletiam nas águas escuras. – Já naveguei antes.
- Bom – ele disse. – Porque talvez demoremos um pouco a alcançar nosso destino, o vento está contra nós.
- Vai mesmo me levar até o capitão Potter? – ela perguntou, encarando-o, seus olhos verdes questionando os azuis dele.
- Sã e salva – garantiu. – Por que a pergunta? Já não tínhamos combinado isso?
- Sim. Mas você é um pirata, nunca se sabe.
Ele gargalhou.
- Esse é o espírito, senhorita Lily – disse meneando a cabeça. – Mas não se preocupe, eu ia encontrar Potter de qualquer maneira. Você fez um bom negócio.
- Espero que sim. – Ela voltou a olhar para o mar. Não pôde deixar de imaginar o motivo do encontro dos dois.
- Parece que o que tem a resolver com esse pirata é realmente importante.
- Sim, é – murmurou. – Mas dizem que não se deve falar de piratas depois que o sol se põe. – Ela o fitou. – Qual é o seu verdadeiro nome, senhor?
- Continuaremos falando de piratas se eu responder – garantiu, sorrindo belamente e deixando Lily num silêncio de admiração. – Mas é Black. Capitão Sirius Black, aos seus serviços.
- Sirius como a estrela? – ela perguntou, procurando nos céus sem realmente saber o rumo em que estaria a constelação que procurava.
O pirata concordou com um gesto da cabeça.
- Ali, a leste de Órion – disse e apontou a constelação Cão Maior, onde Sirius, a mais brilhante estrela, se encontrava.
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, contemplando o céu.
- Não existem Black na marinha também? Tenho a impressão de ter conhecido algum...
- Existem, mas aqui entre nós não se fala da Marinha depois do pôr-do-sol – ele disse com um sorriso suave.
Lily sorriu, compreensiva. Ele também não queria falar. Era justo.
- Bem, senhorita Lily Evans – ele disse por fim, batendo palmas e chamando a atenção dos homens. – Já que vai ficar aqui conosco por algum tempo, creio que devemos fazer as devidas apresentações. – Ele convidou-a com um gesto a segui-lo e parou na amurada em frente ao timão, de onde se via todo o barco. – Tripulação do Lady Tiocvari, essa é Lily Evans. Lily Evans, bem-vinda ao Lady Tiocvari.
N/B – Livinha: Oooooooooooooook!! O que eu posso dizer nesse primeiro capítulo tão empolgante, surpreendente e que promete muita coisa? Que essa história promete MUITA COISA! Acreditem em mim, sou beta, tenho minhas regalias... Dana!! Maninha, estou louca para ver o desenrolar dessa sua história que promete toda a epopeia que você é capaz de escrever! Um beijo cheio de carinho, e toda a sorte com essa nova história! Liv.
N/B – Sandy Meirelles: É isto! Viciada est! Mais do que beta, sou uma leitora apaixonada! E o jeito que a Dana descreveu as personagens... Por Deus, que cachorro, ops, quer dizer, que pirata é este? Fiquei fascinada como o espírito de Sirius ficou absolutamente adequado ao pirata!!! E estou aqui, simplesmente roxa de curiosidade em saber o que o Potter aprontou... Dana! Sinta-se abraçada, afofada e amassada! Tenho certeza que a história inteira será absolutamente cativante, como esse primeiro capítulo foi!- Alessandra.
N/A: Hey, hey! Então, aqui está, o primeiro capítulo. Não tenho muito o que dizer, aguardo de verdade a opinião de vocês. O que acharam do ritmo? Do tema? Do primeiro capítulo? O começo é sempre mais suave...
Ah, a censura da fic vai ficar em 16 anos, se for ter alguma cena mais forte eu aviso no início do capítulo, ok? Não se esqueçam que o tema deixa abertura pra muito conteúdo, seja sexual, seja violência.
Quero agradecer às minhas duas betas mais lindas do mundo! Liv, chuchu, sempre comigo, obrigada! Sandy, bem, recentemente e muito ativamente comigo, obrigada!
Beijos pra Kelly, pra Dani, pra Grazzy, pra Anis, pra Pri e para as minhas leitoras da outra fic, Yuufu e Kaah~.
E mando um beijo pra minha recém aparecida irmã, Clara, simplesmente pra que ela saiba que estou com ela em todas. Te amo!
Deixo com vocês agora.
Carinho,
Dana
