Little Hope
Ele era tão pequeno.
Hagrid carregava-o no colo enquanto a moto dava partida e subia para os céus. O meio-gigante preferiu não olhar para trás e ver as ruínas da casa dos Potter para não sentir seu coração partir-se em mil pedaços. Hagrid preferia olhar apenas para as estrelas – e para o bebê.
As mãos dele tateavam o céu, tentavam pegar a lua. Ele era tão pequeno e tão adorável. Já dava para ver a cicatriz que o feitiço da morte deixou e Hagrid a beijou para que o bebê não tivesse pesadelos à noite.
E aquela seria uma noite longa. Ele ficaria se perguntando se aquilo estava certo, deixa uma criança fora de seu mundo, afastada de todos que lhe querem bem. E também pensaria em James e Lily, e em como os dois tinham dado suas vidas por aquele bebê.
Hagrid pensaria que a guerra havia acabado e que aquela criancinha tão pequena e tão adorável era o sinal de que eles, finalmente, viveriam em um mundo de paz.
A noite estava estrelada e o bebê queria pegar a lua.
Hagrid não queria largá-lo nunca mais.
