- Você sabe o que isso significa, não sabe Alice? – A diretora perguntou pela segunda vez e a menina na sua frente só respondeu com um girar de olhos.
Tinha sido pega, mais uma vez, em mais um colégio, fazendo algo que era considerado imperdoável. Seria expulsa pela terceira vez naquele ano.
Parecia não ligar nenhum pouco. já sabia o que iria acontecer, seu pai apareceria, faria uma ceninha, depois gritaria com ela na volta pra casa e a deixaria sozinha para tratar de algum projeto que o faria ficar ainda mais rico. E ela seria mandada para alguma outra escola que ele pagou uma fortuna para que a aceitassem.
- Se você tentasse mais poderia ser uma menina ótima – A diretora continuava falando e ela não prestando a mínima atenção – Tanto potencial, você é bonita, inteligente e tem o mundo aos seus pés.
Alice girou os olhos mais uma vez, estava ficando de saco cheio de esperar pelo seu pai.
Alguém bateu na porta e a direta imediatamente mandou entrar.
- Novamente, Alice? – Ele falou duro assim que seus olhos bateram na menina sentada perto da janela – O que eu vou fazer com você?
- Senhor Masen – A diretora chamou a atenção dela pra ela – Receio que não poderemos fazer nada, ela será expulsa.
- Eu entendo – Ele concordou, sentando na frente da mulher e ao lado da filha – Talvez se pudermos negociar.
Alice girou os olhos pela terceira vez, desde que entrou naquela sala. Seu pai pensava que o dinheiro resolvia tudo e tinha razão. Ela tinha aprendido há muito tempo que qualquer pessoa tem um preço e nem sempre ele é tão alto quanto se pensa.
- Senhor Masen não existe negociação – Ela mulher falou com a voz dura – Ela foi pega, fumando maconha, atrás do ginásio.
Ele olhou a filha de supetão.
- Você estava o que? – Perguntou indignado.
- Fumando maconha atrás do ginásio da escola – Ela respondeu como se fosse um fato sem importância.
- Você deve entender nossa posição delicada – A diretora estava ansiosa para se ver livre de uma aluna tão problemática – Senhorita Masen não é mais aluna dessa escola.
Ele se levantou com raiva e pegou a filha pelo braço, também a forçando a se levantar.
- Eu sinto muito – A diretora falou alarmada quando percebeu a raiva nos olhos do homem em sua frente.
- Eu também – Ele respondeu seco e saiu arrastando, Alice pelo braço, para fora da sala.
Passou pela secretaria e assinou o papel da expulsão.
- Terceira escola em 6 meses – Ele falou consigo mesmo, quando os dois já estavam acomodados na limusine – A primeira vez por causa de drogas, e você sequer nega.
- É verdade – Ela falou jogando os ombros.
- Isso acaba aqui – Ele ameaçou.
Ela girou os olhos e riu debochada.
- O que vai fazer? – Perguntou o desafiando – Me mandar para um colégio interno na Suíça.
- Eu não vou gastar mais nem um tostão com os seus estudos – Ele falou sem olhá-la – Chega de tentar te convencer. A partir que agora é escola publica.
Ela gargalhou ainda mais debochada.
- Quero ver você tentar – Cruzou os braços em cima do peito e ficou olhando pela janela.
- Eu não vou tentar, alias estou parando de tentar agora – Ele pegou o celular – Se não quiser não precisa ir, mas pode dar adeus aos cartões de crédito.
- Você não vai fazer isso – Ela o desafiou confiante.
- Alô Cíntia – Ele falou ao telefone – Preciso que você cancele todos os cartões de crédito que estão no nome da Alice.
A menina ao seu lado parecia apavorada.
- Você não pode fazer isso – Ela gritou com ele.
- Permanentemente – Ele falou ainda no celular – Obrigado Cíntia.
Desligou o telefone e ficou olhando a filha, que estava vermelha de raiva.
- Vá para a escola e fique fora de confusão por um mês que eu te devolvo um cartão – Ele falou fazendo o gesto com o dedo – Termina o ano letivo que você recebe 3 cartões de volta.
- Eu não vou pra droga de escola publica, nenhuma – Ela gritou, ficando ainda mais vermelha.
- Eu não poderia ligar menos – Ele respondeu sem olhar pra ela.
- Eu saio de casa – Ela o ameaçou.
Ele balançou a cabeça, rindo.
- Você não vai fazer isso – Ele falou ainda sorrindo – Pra fugir de casa é preciso ter a disposição para o trabalho, coisa que você não tem.
- Não duvide de mim – Ela falou irritada.
Ele jogou os ombros e desceu do carro quando chegaram em casa, colocando a cabeça dentro para respondê-la.
- Me seria uma grande economia – Depois desapareceu a deixando sozinha e respirando fundo para acalmar a raiva.
Subiu para o seu quarto e se jogou na cama, pensando nas possibilidades.
A escola publica até que não seria de tudo ruim, ela sabia que era muito menos rígido e controlado, do que os colégios que estudara. Poderia se manter até o fim do ano e recuperar os cartões de crédito e ainda ficaria com a ficha mais limpa com o pai.
- Inferno controlado pelo governo, ai vou eu!! – Ela falou pra si mesma olhando o teto do quarto.
Sejam bonzinhos e deixem reviews me dizendo se devo continuar.
Hugs 'n Kisses
