Being Human
Prólogo
Os anjos estão caindo, o chão está abençoado, pelo sangue dos anjos no chão.
Dean não podia acreditar. Via anjos caindo, as asas pegando fogo e desaparecendo até que os corpos celestes se chocassem contra o solo de maneira violenta e que emitia rojões como trovão. Mordeu os lábios e gritou por Castiel, para que ele aparecesse, para saber se ele estava bem, porque depois que viu o primeiro anjo cair, não conseguia mais senti-lo e isso o apavorava.
_Dean.
Olhou para o irmão e o ajudou a entrar no carro, ele estava destruído, não tinha sido uma boa idéia deixá-lo fazer os testes, mas finalmente os portões tinham sido fechados e nenhum demônio andaria pela Terra novamente. Socou o volante com força, mordendo os lábios com mais força sentindo o gosto de sangue na boca, Castiel já devia ter aparecido. Estava preocupado com ele, muito. Parou o carro e fechou os olhos.
_Cas! – chamou, sentindo o peito apertar, sentia que tinha alguma coisa errada. – Cas!
'Dean' ouviu-o dentro de sua cabeça e talvez fosse só sua imaginação, mas sentia que devia ir atrás dele, mesmo sem saber por onde começar. 'Dean' ecoou outra vez e então saiu do carro, olhando a sua volta, procurando por ele em todo o lugar que podia ver.
_Cas! – gritou no meio da rua, sentindo aquela sensação novamente lhe fazer sufocar, precisava encontrá-lo logo, sabia que ele estava precisando de si, sabia porque sentia Castiel bem fundo em sua alma, como se aquela marca que uma vez tinha sido feita em sua pele, não ficara apenas ali, era como se tivesse lhe marcado a alma.
'Dean' olhou para o lado, a voz estava ficando mais perto, andou em direção a floresta e entrou no meio das arvores, quase não conseguia enxergar ali, mas sentia-se aquecer e não sabia como, mas sentia Castiel perto. 'Dean' andou mais alguns passos e encontrou o homem sentado, as mãos cobrindo o rosto.
_Cas? – chamou baixinho, pousando a mão no ombro dele, sentindo o tecido do sobretudo um pouco úmido. – Castiel?
Ele levantou o rosto para o seu e os olhos dele nunca lhe pareceram tão apagados, tão sem vida, sem nada. Nunca lhe pareceu tão sem esperança. Dean teve vontade de chorar ao vê-lo daquele modo, parecia não ter mais em que acreditar, nada em que confiar e se segurar.
_Cas... – sua voz saiu esganiçada e o moreno apenas baixou os olhos, voltando a encarar as mãos. – Cas, você lembra de mim? – sentiu o medo se apossar de seu coração. – Lembra não é?
Os olhos dele encontraram os seu de novo e um sorriso triste se desenhou na boca rachado do amigo.
_Sim, Dean, eu me lembro de você. – então o sorriso se apagou. – Você é aquele que eu agarrei firme e salvei da perdição, quando era um anjo. – a última palavra pareceu doer em si.
Dean mordeu os lábios, apertou de leve seu ombro e suspirou fundo.
_Eu sei. – Castiel voltou a olhá-lo e Dean continuou. – Não vai ser fácil, cãs, nem um pouco e vai doer cada maldito dia da sua vida, mas eu vou estar aqui com você está bem? Eu vou ficar do seu lado, eu prometo. – e sorriu, tentando passar segurança. – Vai ser eu, você e o Sammy contra o mundo. Vem, vamos para casa.
Castiel fechou os olhos, balançando a cabeça em concordância, deixando que Dean o levantasse e o apoiasse no próprio corpo, segurando firme em seu quadril, forçando-o a dar passos lentos, que pareciam doer demais.
Estavam a alguns passos do carro, já tinham deixado a floresta para trás quando o ex-anjo parou, olhando para o rosto do loiro que era iluminado apenas pelo brilho da lua. Nunca aquele humano lhe pareceu tão forte, ele realmente era um soldado leal.
_Obrigado, Dean.
Os olhos verdes voltaram-se para os seus e um sorriso pequeno acompanhou o olhar cheio de carinho que ele lhe deu, resmungando depois algo como 'Isso é coisa de mulherzinha, não precisa agradecer, não.' mas Castiel colocou a mão em seu peito.
_De verdade Dean. Obrigado, por me salvar.
_Você me salvou tantas vezes... Não precisa agradecer, Cas. – estava sério. – Tudo bem? – e o viu concordar, colocou-o no banco de trás do carro, vendo o olhar preocupado que o moreno lançou para Sam. – Ele vai ficar bem, não se preocupe.
_Eu poderia curá-lo se ainda fosse um anjo. – e toda aquela tristeza pareceu voltar com força maior.
_Hey, não fica assim. Eu não quero ver você com esse olhar de novo, Cas! Nunca, está bem?
_Me desculpe, Dean. – e tudo pareceu piorar.
Dean sentiu o peito doer e estava pronto para lhe dizer que só queria que o moreno ficasse bem, quando ele tombou a cabeça para o lado, olhando fundo em seus olhos, como se o que fosse perguntar a seguir fosse importante demais.
_Como me achou Dean? – viu o loiro corar, mas não deu importância.
_Você me chamou. Eu ouvi você aqui dentro. – disse apontando coração, sentindo-se meio maricas depois.
A mão de Castiel pousou ali, em cima da sua e Dean não evitou olhar para elas unidas, tudo ali parecia tão certo, mas sabia que não podia se aproveitar da fragilidade do amigo. Não podia fazer com que ele ficasse confuso só porque seus sentimentos por ele ultrapassavam o da amizade.
Suspirou fundo e tirou a mão dele dali.
_Eu estava te chamando no meu coração. – Castiel disse e Dean piscou várias vezes.
_Isso deve ser o tal 'laço profundo' não é? – e sorriu, tentando quebrar aquele clima que tinha se estabelecido entre os dois, sabia que se continuassem daquele modo não responderia por seus próximos atos.
Tratou de tirar aquilo da cabeça e fechou a porta, dando a partida e seguindo em direção ao Bunker. Olhava pelo retrovisor sempre que tinha chance, e depois de algum tempo não encontrou mais os olhos do ex-anjo lhe encarando de volta, ele agora olhava para fora da janela, com os mesmo olhos tristes que o tinha encontrado na floresta.
Voltou os olhos para a estrada, mordendo os lábios, pensando em algum modo de fazer o anjo não ficar pensando tanto nos acontecimentos daquela noite. Amaldiçoou Metatron com todas as suas forças e jurou que vingaria o amigo.
'Amigo', ecoou em sua cabeça e aquela palavra doeu bem fundo, como se esmagasse seu coração. Não podia ficar pensando naquilo, Castiel precisava dele como amigo agora, então era melhor enterrar esses pensamentos e sentimentos bem fundo, de modo que eles nunca mais viessem à tona. Olhou para o irmão dormindo, precisava cuidar dele também.
Chegaram no Bunker e Dean acordou o irmão, fazendo-o se apoiar em si enquanto o levava para dentro, Castiel os seguia quieto. Ficou olhando enquanto Dean o colocava na cama, dizendo que prepararia algo para ele comer, que iria cuidar dele até que ele pudesse se colocar em pé, sem ajuda.
Castiel sorriu do modo gentil e preocupado como Dean cuidava do irmão. Isso o fez pensar em sua família. Em seu Pai ausente, em seus irmão brigando entre si, em sua família destruída e agora... Caída.
Sentiu os olhos arderem e não sabia o que era aquela sensação que fazia seu peito comprimir de um modo doloroso demais para agüentar. Ser humano era doloroso demais. Voltou para a sala enorme que tinham passado para ir ao quarto de Sam.
_Quem é você? – uma voz gritou e sentiu algo espetando-lhe as costelas, Castiel virou na direção da voz e o menino asiático apontava-lhe o que parecia uma katana.
_Kevin Tran? O profeta.
_Kevin, Kevin! – a voz de Dean soou desesperada, enquanto o loiro corria até eles. – O que esta fazendo?
_Dean, você voltou! Olha foi tudo muito estranho, tudo começou a tremer e...
_Kevin, Kevin! – e espalmou as mãos no peito dele. – Respire, você precisa respirar, lembra?
_Tudo bem Dean, eu estou respirando, mas é que eu não conheço ele, eu fiquei...
_Ele é o Cas. – disse.
Kevin voltou os olhos para o moreno de olhos muito azuis e engoliu em seco.
_Você é o anjo? – Kevin perguntou e Dean ia falar algo, mas aquela expressão de tristeza profunda voltou no rosto do moreno.
_Ex-anjo. – o moreno corrigiu e então baixou a cabeça, se ainda tivesse seus poderes poderia desaparecer dali para não olhar os rostos deles, mas ele não tinha mais, porque não era mais anjo, e por sua culpa seus irmãos também não eram mais.
Mordeu os lábios e olhou para Dean.
_Onde eu posso ficar sozinho Dean?
O loiro olhou para ele e quis dizer que se dependesse de si, ele nunca ficaria, mas então o puxou pela mão até um outro quarto que tinha ali, abrindo a porta e deixando que o outro entrasse primeiro.
_Pode ficar aqui, se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode me chamar, meu quarto é no fim do corredor, está bem? – e então saiu.
Queria poder ficar e fazer companhia a ele, queria poder conversar e saber o que se passava, o que ele sentia, queria ajudá-lo porque sabia que não estava sendo nada fácil para ele, mas naquele momento sentiu que Castiel era inalcançável, mesmo tendo se tornado humano.
Ele sempre seria inalcançável para si. Fechou a porta do quarto e rumou para a sala, afundando na cadeira enquanto bebia um pouco de whisky direto da garrafa, queria deixar de existir.
Kevin arqueou as sobrancelhas quando passou por ali as três da manha, Dean dormia esparramado no sofá, a garrafa caída aos seus pés, enquanto ele resmunga algo incoerente. Deu de ombros, pronto para voltar ao seu quarto.
_Inalcançável. – o ouviu balbuciar e tinha certeza que ele estava falando do ex-anjo, porque tinha notado o olhar, cobriu o loiro com uma manta que tinha por ali, desejando boa noite, antes de voltar para o quarto.
Quando estava passando em frente ao quarto do ex-anjo pode ouviu balbucios, mas quase não podia entender o que ele dizia, mas então uma palavra, que ele passou a repetir como um mantra, Kevin pode finalmente entender.
_Perdão, perdão, perdão, perdão, perdão...
N/a: Olha eu aqui de novo *faz dançinha* lalalala' Essa fic é toda da Lia Collins, porque o plot é dela. Obrigado por confiar em mim para fazer, mesmo! Vai ser ambientada na 9ª temporada, mas eu não vou focar nas caçadas, isso não quer dizer que não vai ter uma ou duas ao longo da estória. O objetivo aqui é focar na relação deles, é isso eu acho.
PS: Eu não quero ser chata, mas deixem review tá? Ultimamente tem bastante gente apenas favoritando as fic's, mas não deixam opinião, nem elogiando, nem criticando. E o pior é que quando alguém favorita eu fico na expectativa que a pessoa vai voltar e deixar review depois, entendem?
Pra vocês que vão embarcar em mais essa comigo, até a próxima meus doces =**
