Prologue: Do You See What I See?

Para começar tudo, eu não sou louca, esquizofrênica, e muito menos possuo um sexto sentido. É mais complicado do que isso, na verdade. Se você já leu "The Summonig", deve saber que a personagem principal é uma necromante. Você pode até dizer que sou uma também. Mas novamente, é mais complicado que isso. Eu sou uma pessoa complicada.

Eu não pratico a arte da "necromancia", nem em parte. Na verdade, eu praticamente nasci com esse, digamos, dom. Você consegue imaginar como assustada uma garotinha ficaria se ela visse uma pessoa morta, que parece ser normal, mas quando a pessoa se movesse, a menina veria as cicatrizes da morte? Nem chega a ser assustador. É mais do que isso. De primeira eu me perguntava por que tinha que ser eu. Porém, quanto mais fantasmas eu via, eu os ajudava, me fazendo perder esse medo. Alguns foram mais difíceis que os outros, outros foram mais assustadores que o resto, e outros eram insanos.

Eu tinha seis anos quando vi meu primeiro fantasma.

Estava brincando no jardim com minha Barbie, enquanto minha mãe estava deitada na cadeira bebendo chá gelado. Eu ouvi passos vindos do portão da cerca, e olhei. Parado lá estava um garoto alto, com cabelos longos e preto escuro. Sua pele era morena. Ele parecia simpático, e acenou para mim. Eu sorri para ele.

"Bella, eu vou entrar para fazer uma ligação. Você ficará bem por 10 minutos, sem mim?" Minha mãe perguntou.

"Sim, mamãe." Eu respondi.

Ela saiu da cadeira e foi para dentro. Eu ouvi os botões do celular enquanto ela os apertava. Olhei de volta para o menino e acenei para ele. Ele riu baixinho e se ajoelhou ao meu lado.

"Oi, meu nome é Jacob. Gostaria de saber se você poderia me ajudar a encontrar meu cachorro. Ele fugiu e eu estou procurando-o por horas", ele disse baixinho, embora sua voz estava rouca.

"Claro, está bem."

"Ótimo. E qual é o seu nome?"

"Bella", eu disse timidamente.

"Bem, Bella, agradeço sua ajuda. Vamos por ali, eu acho que eu vi correr naquela direção, e entrou em um beco", apontou ao longe. "Quero verificar se ele ainda está lá."

Eu balancei a cabeça e levei minha boneca Barbie comigo. Eu me levantei e comecei a caminhar em direção ao portão. Jacob abriu a porta para mim e, por um pequeno momento, eu vi sua nuca. Fiquei ali, chocada.

Havia um buraco, cercado por sangue. A parte de trás da camisa estava manchada com sangue seco e rasgada em algumas partes. Através dos rasgos, pude ver várias cicatrizes que eram longas e profundas. Então eu notei que ele estava mancando. Seu tornozelo estava completamente distorcido. Já estava ofegante. Jacob se virou com uma expressão preocupada.

"Bella? O que há de errado?" ele perguntou.

Eu não poderia responder. Eu estava tremendo e lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Dei um passo para trás e agarrei a boneca para o meu peito. Quando ele começou a caminhar em minha direção, dei mais um passo para trás. Ele ergueu a mão para mim e então eu vi que o seu dedo médio foi dobrado completamente para trás. Eu choraminguei.

"O que... que é isso? Fique longe de mim!" Eu gritei para ele. Minha respiração já estava ofegante e minha visão embaçada com lágrimas nos meus olhos.

Ele deu outro passo para mim e isso foi o suficiente para que eu saísse correndo. Corri para a porta e me apressei em trancá-la, com medo de Jacob pudesse entrar. Encontrei minha mãe sentada no sofá e falando ao telefone. Quando ela me viu, ela disse a pessoa na linha que ligaria depois. Desligou o telefone e correu em minha direção. Ela me abraçou e acariciou meus cabelos. Eu chorei no seu ombro e enterrei meu rosto em seu cabelo.

"Bella, querida. O que há de errado?" Sua voz era suave, mas preocupada.

"Jacob... Cão perdido... Sangue... Facadas... Bala", eu consegui dizer por soluços.

"Querida, quem é Jacob?" Sua voz era mais alarmada.

"Jacob é:" Eu levantei minha cabeça e no canto da sala estava Jacob. Ele estava apoiado torto e seus olhos estavam vermelhos. Eu gritei. Eu continuei gritando e me balançando. Mamãe levou as mãos ao meu rosto e sacudiu minha cara.

"O que é isso?"

"Ele está ali!"

"Quem é?"

"Jacob! Ele está bem ali no canto", eu apontei no canto da sala fazendo minha mãe virar. Minha mão estava tremendo.

Ela virou de costas e sobrancelhas franzidas no meio. "Bella, não há ninguém lá."

"Sim, tem alguém sim! Jacob está bem ali! Porque você não pode vê-lo?"

Ela olhou novamente.

"Não tem ninguém lá, Bella. Eu acho que preciso levá-la ao hospital."

Ela colocou nos braços e me levou para o carro. Ela foi para o lugar do motorista, sempre segurando minha mão. Antes de partimos, eu vi a janela da sala. Jacob estava olhando através da cortina com a mesma expressão preocupada. Virei a cabeça rapidamente e respirei fundo.

Quando chegamos ao hospital, fomos encaminhados para um médico especializado em deficiência mental. Ele fez vários testes e me fez várias perguntas sobre o que vi. Eu respondi a suas perguntas de forma honesta e tentei não chorar quando eu chegava nos detalhe.

Depois de uma semana, o Dr. Crowley concluiu que eu não mostrava sinais de esquizofrenia ou qualquer outro meio de diagnóstico que inclui alucinações. Ele disse que eu estava, provavelmente, só imaginando que alguém estava lá depois de assistir ou ler algo assustador. Essa foi a única explicação que fez sentido, assim que eu e minha mãe fomos para casa.

No dia seguinte, desci e vi minha mãe colocando as panquecas na frente da cadeira que normalmente uso. Sentei-me e minha mãe abriu o jornal. Olhei atrás dela e arregalei os olhos.

"É ele", eu sussurrei.

Minha mãe abaixou seu jornal lentamente. "Do que você está falando?"

"É ele, Jacob," eu apontei. Ela virou o jornal e começou a ler em voz alta.

"Em 17 de abril, Jacob Black, com quatorze anos, foi encontrado morto em um beco, em Phoenix, Arizona. Teve seis facadas nas costas, um tornozelo e um dedo quebrado, e uma ferida de bala na parte de trás do pescoço. Os pais de Black disseram que o filho saiu a procura de seu cão perdido, Sam, e não voltou. Em busca de seu filho, eles o encontraram em um beco... " Ela continuou.

Eu parei de ouvir. Jacob tinha dito que achava que ele viu o seu cão em um beco. Deve ter sido esse o beco em que o encontraram morto. Mas eu o vi no dia 20 de abril, e ele não poderia estar vivo. Minha respiração estava frenética e meu garfo batia no prato fazendo barulho.

Mamãe tinha parado de ler e olhou para baixo. Eu não acho que ela percebeu que a data da sua morte, foi a data que o vi. Eu não lhe disse isso, estava muito assustada.

Eu comecei a ver mais pessoas depois disso. Uma senhora idosa e uma menina da minha idade. Ambos estavam no jornal e tinham morrido de diferentes maneiras. Por esta altura, a mãe começou a ter uma epifania. Ela me olhou e lambeu os lábios.

"Bella", ela sussurrou. "Você pode ver fantasmas?"

"Acho que sim", respondi, olhando para a parede.

Eu sabia que eles eram mais do que apenas fantasmas, mas eu não podia dizer isso a ela. Eu não podia dizer a ninguém.

Esta sou eu, Bella Swan. Eu sou a menina que consegue ver pessoas mortas.


Essa é uma fanfic de KarinaCullen. Não me pertence.

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