Em LA num sábado à noite
Let me think about it
You saying baby
I'll take you for a ride
Let's get together
Work it all night
(Ida Corr – Let me think about it)
1 – Na Teddys com Spunk Ransom
Estava claro. A praia era o cenário apropriado e o mar turquesa brilhava como se houvessem milhões de diamantes dentro. O arco-íris se erguia até o topo do céu e seu final era invisível, lá no horizonte. Respirei o ar úmido e salgado da praia. Estava tudo perfeito.
Chace caminhava em minha direção com sua camisa branca aberta nos primeiros botões modelando super bem seu peito musculoso. A jeans escura combinava com seus olhos e contrastava com sua pele dourada, que brilhava refletida pelo sol. Mas o melhor (além do cabelo louro despenteado), ah, o melhor era mesmo aquele sorriso. Um sorriso indescritível. Os dentes branquinhos brilhantes à mostra naqueles lábios levemente rosados.
À medida que ele chegava mais perto, seu sorriso aumentava e a minha sensação de estar no céu também. Chace Crawford? Era ele mesmo? Naquele momento mais parecia uma obra de arte de Monet (ou Dalí, ou da Vinci, ou até Michelangelo) caminhando em minha direção.
Dei um passo à frente e meus pés afundaram na areia macia e quente. Chace parou a alguns passos de mim e sorriu o mais suave dos sorrisos. Eu retribuí o melhor que pude e o abracei como se nunca mais fosse soltá-lo. Chace tinha um cheiro doce, sua pele era macia e seu corpo se encaixava perfeitamente no meu.
– Eu te quero – ele sussurrou no meu ouvido com uma voz sexy até demais. – Eu te desejo... – ele continuou e isso causou um leve arrepio na minha nuca. – Eu te amo.
Eu sorri de satisfação e me virei para encontrar os lábios familiares.
Era o mesmo beijo de sempre, o que me fez relaxar.
Chace ainda era doce, delicado e suave como sempre foi. Não havia mudado nada. Ele enfiou sua mão por entre meus cabelos e me puxou mais pra perto.
Mas nesse momento, quando estava tudo perfeito, eu senti algo vibrar na minha perna. E a imagem de Chace foi se desfazendo na minha frente, junto com o cenário perfeito, o cheiro e o gosto perfeito. Nada daquilo era real. A única coisa que parecia ser real ali era o troço vibrando no meu bolso!
Argh. Santo Deus, alguém, por favor, faça isso parar de vibrar?
Não, ninguém? Estiquei o braço até encontrar o pequeno retângulo vibrante; a merda do meu celular. Por que eu o havia guardado ali? Por que eu estava de calças? Atendi o celular antes que minhas mãos o jogassem janela afora involuntariamente.
– Vem cá, você vive em qual fuso horário? Aqui nos Estados Unidos já é hora de dormir! – eu falei com minha voz falhando.
– Ella, erm... Stella? – alguma voz patética falou do outro lado da linha. Eu suspirei bem alto. – O.K., é você. Eu quero saber é em que mundo você está. Ainda é meia noite. Você não tem nada mais interessante pra fazer? – a voz perguntou.
– Dormir é interessante (ainda mais com aquele sonho...) – eu falei entediada. – Quem é?
– Vanessa. E outra: to saindo daqui de casa com o Zac. A gente está indo pra Teddys. Ta todo mundo lá. Eu não vou deixar você ficar dormindo. To passando aí em quinze minutos – ela disse e desligou o telefone.
– Vai todo mundo pro inferno! – eu gritei sozinha no quarto.
Fechei os olhos novamente, tentando voltar para o meu sonho perfeitamente impossível. Não dava. Tudo que me vinha à mente era a porcaria da festa de hoje à noite. Desistindo, levantei-me e fui tomar banho.
A água estava quente de arder na pele, mas estava boa. Eu abri a torneira no máximo e comecei a cantar bem alto Over My Head, do The Fray. O xampu era de chocolate e o condicionador de hortelã, uma combinação plausível. Quem foi a anta que fez as compras daqui de casa? Não me diga que fui eu porque... A não ser que eu estivesse bêbada.
Tomei o banho, indignada. A minha única sorte era que a Teddys tinha cheiro de maconha, que sempre grudava no meu cabelo e esse cheiro horrível só saía com três dias de lavagem completa. Saí do banho, me enxuguei e liguei a TV.
24 horas, ótimo. Ia ver de passagem, pela milésima vez, o mesmo episódio de Jack Bauer. Será se nunca iam atualizar a FOX? Eu podia falar com meu pai mais tarde...
Passei o hidratante que deixava as pernas brilhosas, o desodorante com cheiro de cereja e sequei o cabelo com o secador velho (mas bom) da minha mãe. Eu o havia roubado há uns três anos. Assim que eu já tinha ondas o suficiente, passei o laquê e vesti minha camisa de ombro caído do Bart Simpson. Vesti a calça Diesel surrada e calcei meu escarpam vermelho. Coloquei o colete preto e o deixei aberto mesmo.
Por último, acabei com meu 5° perfume – usei uma tonelada –, minha marca registrada.
Delineador? O.K.. Sombra? O.K.. Batom? O.K.. Gloss.? O.K.. Blush? O.K.. Não tava faltando nada. Guardei meu celular, minha carteira e mais algumas coisas na minha bolsinha de lado vermelha.
Saí toda desengonçada pela sala, onde estavam Melissa e Kellan em um beijo meloso e mais que delicado.
Que loucura era aquela? Minha irmã estava mesmo pegando o gostoso do Kellan Lutz?
Limpei a garganta e os dois começaram a rir.
– Estou saindo – anunciei.
– Tchau, Stella – Kellan disse passando o braço pela cintura de Melissa. Ela apoiou sua cabeça no ombro dele.
– Tchau, Kellan... Tchau, Li – eu sorri.
– Já vai tarde – Melissa brincou.
A buzina soou impaciente do lado de fora e eu me apressei, me batendo em todas as paredes de vidro fosco até chegar do lado de fora de casa. Tinha alguma coisa errada comigo hoje... Talvez eu ainda estivesse com muito sono.
Vanessa me esperava ao lado de Zac, no seu Audi S4 Cabriolet preto. Ela sorriu e deu uma buzinada quando me viu. Eu tapei os ouvidos e fui andando – ainda tropeçando nos meus próprios pés – até lá.
Abri a porta e me sentei atrás de Zac.
– Oi, pessoas! – eu disse e me inclinei pra frente pra ficar entre eles e poder mexer no aparelho de som.
– Que milagre foi esse que você obedeceu às ordens da Vane? – Zac riu e empurrou minhas mãos pra trás. – Eu gosto dessa música.
Dei de ombros. – Hip hop? – gargalhei. – Mas é que hoje eu tava meio que sem nada pra fazer. E o telefone me tirou totalmente o sono. Meu sonho estava tão bom, vocês nem imaginam – eu falei "misteriosa", ou pelo menos tentei parecer.
– Hum... Boys 'detected' – Vanessa riu. – Com quem foi o sonho?
– Depois eu te conto – eu disse mudando de rádio.
– Mas que porra! – Zac voltou pra rádio de hip hop e aumentou o volume no máximo.
Eu sorri, afastei pra trás e afundei no banco. Meu celular fez barulho de mensagem. Eu só ouvi porque vibrou. O volume que Zac tinha colocado era tão alto que doíam os ouvidos.
Peguei meu celular e fui ver a mensagem:
De: Tom Sturridge –25/06/2008 às 00h48min
Ella, cadê tu? Ainda ñ te vi aqui na Teddys.
Ñ vai dizer que ta dormindo.
E vem logo que o bicho ta pegando fogo. HAHA
Bjão, Tom.
Eu ri sozinha. "O bicho ta pegando fogo"? Tom figura.
Acalma aê, sua fresca.
To chegando.
P.S.: nada pega fogo sem mim. ; )
Stella.
Enviei.
– Tom disse que a Teddys ta pegando fogo – eu falei.
– Que Tom? – Vanessa perguntou e sussurrou alguma coisa pra Zac.
– Sturridge – ele respondeu. – Não é?
– É sim – eu falei.
– Realmente, acho que a Teddys ta lotada hoje. Se esse tal de Tom Sturridge veio de Londres até aqui. Eu, hein.
– Mas o Tom é baladeiro mesmo – Zac sorriu e mudou de rádio.
– Finalmente! – eu aplaudi. Vanessa aumentou o volume.
– É uma pena que a gente acabou de chegar – ela riu.
– Pena nada.
Ela estacionou o carro ao lado de uma BMW vermelha na qual estavam Jake McDorman e uma menina que eu realmente não sabia quem era. Eles se beijavam loucamente e estavam prontos pra fazer obscenidades em público.
Vanessa e Zac entraram logo na Teddys enquanto eu arrumava meu escarpam. Jake me viu e deu um sorriso largo.
– Ella! – ele gritou. Parecia mais bêbado que nunca.
– Jake McDorman – eu falei pausadamente. – Quem é sua amiguinha? – perguntei fazendo o sinal das aspas.
– Eu que sei – ele gritou e voltou e beijar a garota. Eu gargalhei e caminhei até a entrada da boate.
Novamente, o cheiro: só maconha. Revirei os olhos e entrei pela porta VIP. Havia alguns flashes lá dentro e a luz da pista de dança era avermelhada. Tudo parecia estar vermelho ali. Todas as bebidas, as roupas até os olhos.
Eu passei os olhos pelos bancos, mas só o que eu via eram amigos bêbados meus. Onde é que o bicho estava pegando? Cadê todo mundo? E Zac e Vanessa? Eles haviam entrado há...
Alguém me puxou com força para dentro das cortinas.
Cortinas?! Para minha surpresa, atrás das cortinas tinha um corredor e Vanessa estava me puxando até o outro lado.
– Que diabos ta acontecendo aqui? – eu perguntei.
– Ta todo mundo escondido aqui, honey – ela sorriu e bebeu um gole da vodka que estava na sua mão.
– Ta tendo alguma espécie de atividade em grupo? – eu perguntei. – Epa, isso soou estranho...
Ela sorriu e depois arregalou os olhos. – Não...
Assim que chegamos à porta, entramos em uma sala cheia de tapetes e que tinha uma temperatura bem geladinha pra dançar e quase não suar. A iluminação do centro era amarelada, mas o fundo da sala era escuro e havia um jogo de luz ao lado do bar, onde algumas pessoas dançavam descontroladamente. Eu passei as mãos no meu cabelo e fui caminhando na direção do bar. Vanessa foi para o lado de Zac, que estava do outro lado da sala, sentado com alguns outros meninos.
Mas, antes que eu pudesse chegar até lá, Tom me puxou e abriu um sorriso. – Já tava na hora.
– Oi, lindo – eu sorri.
– Cara, acho que hoje vai ser o último dia da minha vida – ele disse.
Eu revirei os olhos. – Mais crises emo?
– Que merda, Ella. Sabia que o mundo vai acabar? E tipo, já ta comprovada essa merda. Eu não quero morrer!
Como podia sair tanta merda da boca daquela pessoa tão bonita?
– Tom, escuta – eu disse puxando a cabeça dele pra cima até ele me encarar –, você está muito bêbado hoje, O.K.? (Na verdade, parecia que todo mundo ali tava muito bêbado.) Aqui não é realmente o melhor lugar pra se discutir o fim do mundo.
Ele bufou. – Eu não to bêbado e... Cara, como eu te amo! – ele disse enquanto uma menina o puxava de volta para a mesa.
Eu joguei minha bolsa pro ar e caminhei até a pista de dança, lotada.
– Linds... Companheira de dança – eu sorri.
– To aqui pra isso!
Juntamente com Lindsay, eu comecei a dançar uma música, que no momento não me interessava o nome, do David Guetta. Lindsay estava completamente louca e já estava só de saia e a parte de cima do biquíni – sem contar o cabelo molhado de tanto suor. Ela requebrava até o chão (mesmo que fora do ritmo).
Eu não estava atrás, mas minha calça me impedia de fazer movimentos bruscos, então eu estava no ritmo certo da música. Eu dançava de costa grudada com Lindsay, sem me tocar de quem podia ou não estar olhando. Mas isso era muito comum e eu não ia abrir mão de dançar.
Lindsay jogou os sapatos longe e começou a dançar com um menino bronzeado dos cabelos mais pretos que eu já vi.
Enquanto eu passava os olhos pela sala, encontrei o olhar de Robert Pattinson – sim, aquele gato mesmo – direto na minha direção. Quando ele percebeu que eu havia notado, ele abaixou o rosto e começou a rir.
Eu já conhecia o Pattinson. Ele era um tarado-sem-noção que estava nos EUA por causa da gravação de um filme, Twilight. Eu só sabia das fofocas que saíam sobre ele, "pegou três em uma noite" e coisas do tipo. Mas talvez não fosse só isso, pelo menos ele tinha opinião formada. E ele também não era idiota/retardado.
Quando eu morava em Londres, eu vivia na casa da Lizzie (irmã do Robert), e ele estava sempre com uma garota diferente quando aparecia por lá. Mesmo assim, ele me dava olhares indiscretos e indiretas bem malucas. Mas fazer o quê? Ele era (é) Robert Pattinson.
Eu não me deixei abalar com aquilo. Quantos mil garotos idiotas ficavam me observando enquanto eu dançava? O que eles tinham com isso? Muito normal. E essa não era a primeira vez que Pattinson ficava me observando enquanto eu dançava. Mas eu realmente nunca me importei. Os meninos faziam isso com todas as garotas. Continuei dançando feito louca no meio da pista. Porém, eu ainda estava interessada em saber se ele continuava me observando. Virei-me para encará-lo.
Ele já não estava com a cabeça baixa, o olhar me encarava sem um pingo de vergonha. Eu fiquei um pouco chocada. Ele levantou uma sobrancelha e continuou a rir. Ele estava zoando com a minha cara. Por que não zoar com a dele? E foi isso que eu fiz.
Continuei dançando, mas enquanto fazia isso, lhe lançava olhares mal intencionados. Provocantes, até. :P
!!
– Vai lá, Spunk – Sturridge sorriu notando as intenções da garota.
Eu não respondi. Estava simplesmente – eu admito – fascinado com a dança daquela garotinha inocente, Stella Gallagher. Até que não tão inocente assim... Que merda era aquela? Por que ela ficava fazendo aqueles movimentos que deixavam suas curvas tão... Excitantes? Por que ela estava curtindo com a minha cara? E aquela calça colada que a deixava absurdamente irresistível?
Abaixei a cabeça e levantei somente o olhar pra continuar assistindo ao show. Zoando ou não, estava bom. Mas podia ficar melhor.
– Ele ta concentrado demais na menina pra te dar ouvidos, Tom – Ed sorriu.
– Não... Eu to só... Mas cara, vocês não podem negar que ela é muito gostosa. E pô, ela ta pedindo. Vocês não estão vendo? Me dá o telefone dela aí, Sturridge – eu falei sem tirar os olhos dela.
Sem tirar os olhos dela, até porque eu não conseguia. Cada fio de cabelo dela me chamava, cada olhar que vinha daqueles olhos azul piscina me chamava, cada movimento delicado que ela fazia me deixava com mais vontade d e l a. "Vem aqui, Pattz", eu podia imaginar ela dizendo.
No momento em que Sturridge me deu meu telefone e o número gravado, Stella mordeu seu lábio inferior, me tirando do sério. Eu me virei de costas pra poder mandar uma mensagem descente.
Me encontra lá fora.
Rob
Eu enviei e ouvi um barulho de campainha tocar ao meu lado. Ed caiu na gargalhada.
– Bela tentativa, Spunk – ele falou entre risos –, mas parece que ela deixou o celular bem longe dela.
– Acho mais fácil você ir lá... – Sturridge falou pegando uma bolsinha vermelha que tava no chão. – Agora nós temos alguma coisa pra te chantagear. Deixa eu ver... – ele falou mexendo no celular. – "Me encontra lá fora"? Uau! Bem original.
– Vá se foder, Sturridge. Lembra daquela sua tentativa de pegar a Michelle? Posso colocar aquela mensagem na internet... – Sturridge revirou os olhos. – Vou lá falar com ela – eu disse e joguei meu celular em cima da mesa.
Dane-se. Eu não ia sair dali sem prová-la, sem saber o gosto que ela tinha.
Caminhei até Stella, que fingia me ignorar. Ela continuava dançando, mas quando eu cheguei mais perto, peguei o braço dela – sentindo sua pele macia e delicada – mas sem colocar força e ela se virou para mim, com um sorriso malicioso. Eu arqueei uma sobrancelha e cheguei mais perto.
– Posso ajudar? – ela perguntou. Dando uma de difícil, ham? Adoro mulheres difíceis.
Eu não pensei duas vezes na resposta. – Claro.
!!
Putz.
Eu não pensei que seria assim.
Pattinson havia caminhado até aqui, segurado meu braço (não posso deixar passar textura da pele dele! Talvez ele fizesse algum tratamento ou então passasse muito hidratante, porque aquela era uma pele digna de propaganda – tão suave...) e me dito que queria me agarrar? É, eu sei que ele não disse isso, mas ele quis dizer. Ficou subtendido quando ele usou aquele tom sexy/rouco/sei que sou gostoso e MELDELS, aquele olhar.
Nós estávamos parados no meio da pista, nos encarando feito dois adolescentes com os hormônios fervendo, com várias pessoas dançando ao nosso redor e a única coisa que eu podia sentir era o cheiro do perfume do Pattinson. Sempre gostei de perfumes masculinos e aquele era sem noção de tão bom.
Robert deu um passo à frente e tudo ao meu redor se transformou em vulto.
– Eu não sou tão fácil quanto as atiradas que você pega.
– Oh, não. É claro que não – ele disse num tom irônico. – Você não é atirada. Mas a sua dança, eu confesso... Me deixou...
Eu não o deixei prosseguir; coloquei a mão na sua boca e cheguei mais perto, mordendo meu lábio inferior.
– Você ta provocando, ta pedindo – ele disse e passou as mãos pela minha cintura.
Eu gargalhei. – Você me provoca desde a primeira vez que me viu. Admite.
– Talvez. Na verdade, agora, você querendo ou não, vai ter o que EU quero.
– Hum... E quem disse que eu não quero?
Eu o puxei pra mais perto e beijei aquela boca rosada. Foi uma sensação nova. Parecia que ele usava gloss de morango, de tão deliciosa que aquela boca era. Os lábios dele se moviam em uma sincronia perfeita com os meus, minha língua deslizava em sua boca e os cheiros se confundiam na minha cabeça.
Nós ficamos fazendo isso por algum tempo.
Robert desceu um pouco sua boca até minha mandíbula e roçou seus lábios ali. Eu sorri e fechei os olhos.
Eu puxei seu cabelo macio enquanto ele brincava com meus lábios – os mordia com delicadeza e de vez em quando se afastava para encontrar o ângulo perfeito. Tornava a me beijar.
Eu desci meus lábios até o queixo dele e mordi suavemente. Ele riu e me atacou mais uma vez.
Nós ficamos naquela experiência por alguns minutos, até que ele se afastou um pouco e me encarou com um olhar deliciado. Eu lambi meus lábios.
– Você é sempre assim? – ele perguntou sorrindo.
– Eu acho... Que você devia falar menos.
– Com certeza – ele me puxou novamente e deu um beijo mais selvagem que da primeira vez.
Foi só naquela hora que eu me dei conta de que tava tudo girando. Meus ouvidos ouviam tudo distorcido e minha cabeça latejava. Robert continuava me beijando, mas eu estava sem forças pra continuar. Os cheiros – meu perfume, o perfume dele, o cheiro do quarto – estavam me deixando tonta.
– Eu tenho que ir – menti me afastando dele, mas somente alguns centímetros. Minha cabeça estava pra explodir.
Cheguei um pouco mais perto novamente e o beijei de leve.
– Já? – ele parecia decepcionado. – Foi tão ruim assim?
– Não – eu sorri. – Mas não vai ser hoje que você vai conseguir me levar pro seu quarto... – eu ri. Ele gargalhou.
– Eu juro que não tinha isso em mente, mas agora que você deu a idéia... Fica pra próxima – ele me lançou um olhar malicioso.
Eu tentei permanecer séria. Mas o pior era que aquele era Robert Pattinson! Quando ele me olhava daquele jeito, provocante/sexy/to querendo, eu não podia fazer nada a não ser me derreter em desejo.
– Tchauzinho... – eu disse soltando sua mão antes que meus desejos tomassem conta de mim.
– Hey! – ele me puxou de volta e sussurrou no meu ouvido: – Foi o melhor beijo da minha vida.
O cheiro daquele hálito de morango me fez ficar toda arrepiada. Eu inalei de olhos fechados.
– Bom pra você, porque não acontecerá novamente.
Ele me encarou, confuso. – Não conte comigo para isso – ele disse com uma risadinha e soltou meu braço.
Eu me calcei, fui até a mesa de Tom para pegar minha bolsa e tive que aturar as piadinhas. Ed Westwick, o pior dali, ficava berrando "eca, eca, ela ficou com o Spunk", enquanto as meninas me encaravam atordoadas. Que culpa eu tinha se ele era gostoso?
!!
Stella Gallagher.
Parecia agora o nome mais bonito do mundo.
– Não pensei que fosse ser tão fácil... – Sturridge refletiu. – Você deve ter algum efeito sobre as mulheres. Tipo um dom, sabe?
Ed tentou não rir da observação idiota de Sturridge.
– Otário – eu finalizei.
