Capítulo 1 – No sofá (H/G)

Até hoje não sei o que mais amo nele. Não sei se é a cor dos seus cabelos, se é o seu perfume ou se é o jeito que ele diz meu nome. Talvez seja tudo isso junto. Talvez seja isso e mais um pouco. Talvez seja aquele jeito de menino carente que ele ainda não perdeu.

Mas eu e Harry já estamos juntos há quanto tempo mesmo? Sete anos de casamento, dois de namoro... Nove anos! Ainda existe a mesma paixão, a mesma urgência de estarmos juntos. Nosso amor se fortalece todos os dias.

Se fortalece quando vejo Harry brincando com nossos filhos. Tentando ralhar com Tiago. Lendo para o Alvo dormir... Ainda lhe devo uma menina. Como ele diz uma menina com o meu sorriso...

Talvez pensando nessa menina que ele tanto sonho é que escolhi essa camisola. Negra, longa, sensual. Sei que ele gosta. Um pouco de perfume... Meus cabelos presos... Sei que ele gosta de solta-los...

Harry está no andar de baixo. Trabalhando no escritório. Gosto das vezes que namoramos no sofá na sala de estar. Agora é mais difícil. Os meninos estão cada vez mais crescidos.

Desço de vagar, pés descalços, para ele não ouvir que estou chegando.

A porta do escritório está entre aberta. Lá dentro só a luz do abajur. Ele parece muito concentrado nos papéis que tanto lê.

Harry... – Falo baixo, voz rouca, sedutora. – Oi!

Ele me olha. Sorri. Reconhece as minhas intenções. Com aquela camisola que homem não reconheceria.

- Gi... Camisola nova?

- Gostou! – Caminho devagar em sua direção e sento na beirada da mesa de trabalho dele. – Pena que você tá trabalhando?

- Quem disse! – Ele fala. Entende os meus sinais. Sempre entendeu. Desliza a mão suavemente sobre as minhas pernas, levantando a camisola.

Harry sempre soube o que me agradava. O que me fazia queimar de desejo. Ele foi o primeiro e único homem na minha vida. Lembro da nossa primeira vez. Aqui mesmo nessa casa, quando ele me pediu em casamento. Se eu não tivesse tomado a iniciativa, nada teria acontecido. Lembro das nossas mãos meio que desajeitadas, do nervosismo, da ansiedade, do medo de não estar agradando...

Mas depois dessa vez.... A gente aprendeu junto. Aprendeu a amar junto.

Sem avisos... Ele me puxa para o seu colo e começa a beijar meu pescoço, suas mãos passeiam sobre as minhas pernas...

As minhas mãos obedecendo ao desejo procuram ansiosas os botões da sua camisa... Nessas horas eles só atrapalham...

- Gi... Os meninos...

- Dormem!

Suas mãos alcançam os meus cabelos, que ele solta... Sua boca captura a minha. Nossas línguas dançam um dança louca, frenética...

As alças da minha camisola caem sobre os ombros com seus beijos. A sua camisa revela o seu peito onde minhas mãos deslizam...

A cadeira é desconfortável. Fico em pé e o puxo com rapidez para o sofá do escritório. Sempre o sofá.

- Podemos ir para o quarto. – Ele sussurra no meu ouvido.

- Eu gosto do sofá!

Minhas mãos sabem muito bem o caminho. Sei de olhos fechados como abrir a fivela do cinto da calça que ele usa.

Minha camisola já jaz no chão.

Harry se livra rápido da calça. Já sinto o seu desejo crescente.

Ele me leva a loucura. Beija calmamente meu colo, meus seios, minha barriga... A sua mão desliza suavemente entre minhas cochas e se acalma puxando devagar a minha calcinha.

Eu solto gemidos de prazer. Baixos. Não posso me esquecer tem duas crianças dormindo, não colocamos nenhum feitiço para abafar o som, senão não ouviríamos se um dos dois chorar... Coisas de quem tem filhos...

Passo a mão pelos seus cabelos, despenteio mais do que já são. Aqueles olhos de esmeralda me olham com desejo.

O beijo agora é com urgência. Já não agüento. Preciso dele agora! Me posiciono, convidando ele para encaixar seu corpo sobre o meu.

Harry entende o meu pedido mudo. Se livra da última peça de roupa. Mas antes de me possuir, me tortura mais um pouco.

Me olha com calma... Como se decorasse a geografia do meu corpo. Desliza suas mãos pelos meus seios. Vagarosamente, suas língua passeia pela minha barriga. Já não agüento mais...

- Harry...

Ok! Ele quer tortura. Agora é a minha vez. Dou pequenas mordidas na sua orelha, beijo o seu pescoço e o seu peito. Minha mão desliza sobre as suas costas... Depois vão para um lugar perigoso... Ouço seus gemidos roucos no meu ouvido.

- Gina...

- Eu quero você agora....

Ele me obedece. Já o sinto dentro de mim. Como na nossa primeira vez. O ritmo se intensifica. Minhas unhas se enterram nas suas costas...

- Gi...

Nossos corpos agora são um só. Dançamos a mesma dança... Nossos suores se misturam... Nossos gemidos são um só. Alcançamos juntos o prazer.

O ritmo diminui.

Harry descansa o peso do seu corpo sobre o meu. Adoro isso! Adoro sentir o meu homem sobre mim! Durante as gravidezes era o que mais sintia falta. Harry é sempre tão cuidadoso.

Ficamos assim. Perdemos a noção do tempo. Sinto um frio gostoso. Ao mesmo tempo a quentura do corpo de Harry me esquenta.

Sem quebrar o encanto ele se move. Pega minha camisola no chão e as suas roupas. Me beija delicadamente. A urgência já passou o desejo já se acalmou...

- Vamos para a cama...

Ele me guia e subimos as escadas ainda embalados pela dança do amor.

Na nossa cama, me beija novamente, ficamos ali abraçados, sonolentos... Sinto a sua respiração no meu pescoço. Já estou quase dormindo, quando ouço um chorinho vindo de um dos quartos da frente. Harry se mexe.

- Eu vou! – Beija o meu cabelo e vai atender o nosso filho.

Sempre soube desde que era uma menina, desde que vi Harry pela primeira vez naquela estação, sozinho, perdido, carente... Que daria para ele todo o amor que poderia dar a alguém. Nunca tive tanta certeza em minha vida. Fecho os olhos. Harry volta.

- Não foi nada... Ele já dormiu de novo! – Ele deita me abraça para dormimos.