Regina estava casada havia pouco tempo, mas a tristeza que sentia em seu coração não condizia com alguém que havia acabado de se casar. Ainda sofria muito com a morte de Daniel e ela constantemente ainda se pegava pelos cantos chorando a morte de seu grande amor. Ela não tinha ninguém com que pudesse desabafar tudo o que estava sentindo naquele momento. Sentia-se confusa e não tinha nenhuma amiga com que pudesse conversar e contar tudo o que a estava afligindo naquele momento tão sofrido em sua vida.

Em meio a todos os conflitos internos que estava vivendo ela ainda precisava encontrar um jeito para se vingar de Snow que não teve a capacidade de guardar um mísero segredo. Na cabeça de Regina aquela inocente criança era a grande responsável pela grande infelicidade que tinha em seu coração.

Não era assim a vida de casada que Regina idealizava. Era totalmente diferente da vida que Regina idealizava e sonhava viver com Daniel. Ela se sentia totalmente sufocada pela vida palaciana e não conseguia se adaptar a uma vida cheia de regras estipuladas que claramente beneficiavam mais os homens do que as mulheres. As outras mulheres do reino também enojavam Regina pela futilidade dos assuntos naqueles malditos chás da tarde em que era obrigada a participar todas as tardes. Leopold também passava longe de ser um marido idealizado por Regina. Para a jovem rainha o marido fazia questão de menosprezá-la e humilhá-la diante de todos com quem conviviam naquele maldito castelo que fazia tanto mal para Regina.

Sentia-se presa dentro de uma gaiola e isso para Regina era como se recebesse uma condenação à morte diariamente. Justamente ela que prezava e gostava tanto da liberdade de poder pegar o seu cavalo e sair por aí cavalgando em terras desconhecidas sentindo apenas a brisa do vento em sua pele. Ela vivia com uma péssima sensação de se sentir sufocada e tentava desesperadamente encontrar uma brisa de ar que a fizesse respirar como há muito tempo ela não conseguia. Aliás, ela conseguia se lembrar nos mínimos detalhes a última vez que ela conseguiu respirar sem nenhuma dificuldade. Era no dia em que ela e Daniel estavam se preparando para fugir. Depois desse dia a angústia e o desespero acompanham a vida de Regina.

Ás vezes Regina tentava sozinha abrir aquelas pesadas janelas de madeira de seu quarto que era cuidadosamente mobiliado como uma rainha merece. Mas não era isso que Regina queria para a sua vida. Se ela tivesse Daniel em sua vida como antigamente ela poderia estar dormindo um chão duro que mesmo assim ela estaria imensamente feliz.

Mas aquela infelizmente não era a sua realidade e quando pensava na grande paixão de sua vida algumas lágrimas lutavam para cair e deixar transbordar toda a tristeza que sentia em seu coração. Regina simplesmente cansou de lutar com seu coração e deixou apenas que as algumas lágrimas teimosas caíssem pelo seu belo rosto que era tão belo.

Finalmente depois de tanto lutar com a janela de seu quarto ela consegue abri-la na esperança de conseguir respirar novamente, mas mesmo com aquele vento entrando em contato com a sua pele ela ainda sentia aquela terrível sensação de falta de ar. Percebeu que teria que conviver com toda a angústia que morava em seu coração. Sentia falta da liberdade e isso ficava evidente nas feições daquela jovem rainha que se aprofundava cada vez mais numa depressão que as outras pessoas simplesmente fingiam não perceber.

Ainda tinha que conviver diariamente com aquela mimada e nojenta filha do rei. Regina odiava Snow com todas as forças de seu coração e cada vez mais ficava difícil para a rainha a convivência entre ela e a garota que estragou a sua vida. E isso matava Regina por dentro. Todas as noites ela era obrigada a colocar aquela garota mimada para dormir e a cada noite Regina imaginava um jeito diferente para eliminar aquela praga de sua vida.

As imagens vinham tão claramente em sua mente que as vezes Regina podia senti-la pressionando o travesseiro no rosto de Snow para sufocá-la enquanto a jovem dormia. No começo a jovem relutava para sobreviver e recuperar o ar e quando não tinha mais forças para lutar e estivesse imóvel Regina tiraria o travesseiro e veria o corpo morto de sua enteada. O rosto da rainha esboçara um sorriso de felicidade e satisfação. Mas quando dava por si Regina apenas estava comtemplando o sono de Snow.

Numa outra noite Regina se imaginava cravando uma estaca no peito da garota e ficava vendo todo o sangue do corpo de Snow se esvair daquele maldito corpo até Snow ficar mais pálida do que ela normalmente já era. Envenenamento, tortura, não tinha nada que escapasse da mente tão fértil de Regina. Ela só não tomava nenhuma decisão precipitada porque ela pressentia que se o rei descobrisse algo com certeza ela estaria condenada a morte. E definitivamente não era isso que a rainha queria para a sua vida.

Primeiro ela precisava se reerguer e tomar as rédeas de sua própria vida para que depois ela começasse a pensar como seria a grande vingança de sua vida. Ela esperava ansiosamente o dia em que faria Snow sofrer tudo o que ela merecia sofrer e enquanto isso não acontecia, ela simplesmente era obrigada a se fazer de madrasta amorosa.

Era difícil manter a sanidade em meio a tantas mágoas, mas o rosto de Daniel sempre vinha nos pensamentos de Regina e apenas por isso que ela conseguia suportar a vida miserável que ela era obrigada a viver.