O poder de sua constelação

Capítulo 1: Amor que vem à tona.

Marin andava pelas ruínas do santuário perdida em seus pensamentos, pensava em tudo o que mudara em sua vida desde sua chegada ao santuário. As dificuldades que enfrentou para se tornar uma amazona, visto ao fato de ser uma estrangeira e de muitos ali se oporem ao treinamento de alguém de outro país.

Tudo agora parecia mudado, dizia ela para si mesma, agora todos pareciam ter finalmente se cansado de serem hostis para com ela. O bondoso mestre colocou sobre seus cuidados o treinamento de um jovem aspirante a cavaleiro, também vindo do oriente.

Olhou a sua volta uma vez mais, seus passos vagantes em pensamentos a tinham levado até ali novamente, lá estava ela em frente à casa de leão. Aioria treinava distraidamente e ela se sentou para apreciar o guerreiro. "É as coisas realmente mudaram" pensou ela esboçando um sorriso triste por detrás da máscara. Sempre tivera um carinho especial pelo cavaleiro de leão, que fora seu mestre, que a havia ensinado tudo o que sabia; mas esse carinho fora mudando com o tempo e se transformando em amor...Mas ela sabia que aquele sentimento não deveria existir.

Aioria levantara aquela manhã sentindo uma tristeza imensa em seu coração, apesar de já terem se passado anos desde a acusação de traidor ao seu irmão ele ainda sentia o gosto amargo das injúrias que ele tinha de suportar por este fato. Isso ainda o doía...

Saiu para treinar tentando esquecer um pouco aquele passado triste, durante seu treino sentiu uma cosmo energia familiar...Olhou disfarçadamente para o alto das ruínas, e a viu escondida nas sombras a observá-lo...Sim era ela, era Marin...

Virou-se novamente, com um sorriso tímido nos lábios, a presença dela mesmo que à distância o alegrava de uma maneira que ele não conseguia explicar. Pensava consigo mesmo como aquela menina tão frágil se tornara aquela linda mulher, forte e decidida. Suspirou e disse para si mesmo... "Sinto falta da menina...que um dia foi deixada aos meus cuidados". Olhou novamente para o alto, ela não mais se encontrava lá, talvez tivesse percebido que ele a vira.

Sentiu novamente aquela estranha melancolia que sempre se apossava dele quando Marin se afastava... "Acho que irei até lá ver o treinamento que ela realiza com aquele garoto".

Marin orientava Seiya em seu treinamento, havia horas em que tinha de ser muito rígida para com o garoto, que às vezes fraquejava.

- Vamos Seiya, concentre seu cosmo... Ou nunca será digno de ser protegido pela constelação de Pégasus.

- Mas Marin, eu...

- Vamos rapaz, faça o que sua mestra disse e verá do que você é capaz, queime seu cosmo. Marin virou-se, conhecia bem aquela voz, conhecia muito bem...

- Seiya, poderia me deixar a sós com Marin?

- Claro Aioria, vou procurar o meu jantar... Até mais Marin!!!

- Espere Seiya!!!!

- Deixa ele, quero conversar com você... Podemos caminhar um pouco pelas ruínas?

- Claro! – ela esboçou um sorriso atrás da máscara.

Andavam em silêncio sem trocar palavras. Aioria olhava para ela, tão linda, nunca tinha visto seu rosto... mas via nela uma beleza única. Marin também o olhava de volta disfarçando, o homem que tinha a seu lado era lindo, por dentro e por fora e que agora olhava para ela com aqueles olhos verdes cheios de carinho e ternura.

- O que queria falar comigo Aioria? – tomou por fim a coragem de perguntar.

- Era você que estava no alto das ruínas perto da casa de leão? – "claro que era ela seu idiota, não tinha uma pergunta melhor para fazer? Tinha de dizer a coisa mais óbvia e idiota?"

Marin sentiu o rosto esquentar por detrás de sua máscara, ele a vira... o que diria agora... que o estava admirando ao longe?

- Sim... – falou com dificuldade sem olhar no rosto do cavaleiro.

- Por que não aproveitou para ir conversar comigo? – "você nem tem certeza se ela estava lá por sua causa, seu burro?"

- É que eu... estava pensando... pensando em como as coisas mudaram... e... e... acabei por me deparar de frente a sua casa. – "isso tonta mais um pouco e você dizia que só queria era vê-lo."

- Eu também estava pensativo esta manhã, lembrava dos últimos anos que passaram...

- Lembrava-se de seu irmão?

- É e de outras coisas também...

- Posso saber qual eram as outras coisas?

- Era... – queria dizer que era sobre ela, mas não tinha coragem...

- Algo apenas seu?

- Nem tanto.

- Aioria, agora eu preciso voltar, ver o que o Seiya está aprontando, ele está sobre minha responsabilidade. – "Assim como um dia eu estive sobre a sua - pensou ela."

- Assim como eu um dia fui responsável por você também, não é mesmo? – Disse ele como se tivesse lido os pensamentos dela.

- É, assim como eu...

- Sinto falta... – disse quase em um sussurro.

- Eu também... – acrescentou no mesmo tom.

Olharam-se longamente... As batidas de seus corações aumentaram... Aquele sentimento sempre estivera ali, sempre... Só que agora era tão mais intenso, que ambos não tinham mais como controlar, ou fingir que aquilo era apenas uma amizade.

Abraçaram-se... Aioria passou as mãos pelos cabelos da amazona e esta lhe devolveu o carinho. Marin passou as mãos pelo rosto e retirou sua máscara, ele era o único homem que a vira e a veria sem ela.

- Marin... – suspirou ele... – Você é tão linda!

Beijaram-se, primeiro calmamente, como se estivessem se conhecendo e depois com mais fervor. Pararam completamente sem ar... E fitaram-se novamente.

- Tenho de voltar... - Disse ela, recolocando sua máscara.

- Fique... Apenas mais um pouco... – disse ele, em tom de suplica.

Ela o abraçou novamente, dessa vez com mais força e ele retribuiu.

- Tenho realmente que ir...

- Marin...

Marin saiu andando vagarosamente, tentando não olhar para trás... O que ela acabara de fazer? Teria perdido todo o juízo que possuía? Como tivera a coragem de tirar sua máscara perante um cavaleiro?

Sabia bem o que aquilo representava, ele também sabia... O que faria agora? Teria de decidir se era digna de seu amor, se não deveria matá-lo....Matar?? Matar Aioria... Não isso não lhe passava por sua mente, compreendera naquela tarde que ele também retribuía seus sentimentos; mas ambos sabiam que as regras do santuário eram bastante claras em relação a isso... Eles teriam que se...

- Marin!!!!!! Marin!!!!! Você demorou, aonde foi? – Viu Seiya vir correndo ao seu encontro.

- Estava apenas caminhando pelas ruínas.

- Com o Aioria? – disse ingenuamente Seiya.

- Não Seiya, eu estava sozinha. – respondeu ela com pesar em sua voz...

- Então vamos jantar?

- Vamos Seiya... – "Ele fez o jantar, ai... que Athena me de forças...."

Enquanto comia o "delicioso" jantar com Seiya, pensava naquela tarde... No quanto fora maravilhoso aquele momento... Lembrava-se do abraço, do beijo...Do calor do corpo do cavaleiro... de quão boa era aquela sensação...

Não conseguiu conter um suspiro, ao que Seiya reparou, mas não ousou comentar nada, sua mestra estava silenciosa e distante como nunca estivera antes.

Ao ver a amazona lhe dar as costas, Aioria continuou parado chamando o nome dela aos sussurros... Não queria que ela se fosse, queria que aquele momento continuasse para sempre. Quando a viu sumir no horizonte sentiu uma enorme tristeza... Tomou o caminho contrário e dirigiu-se para sua casa.

"Ela tirou sua máscara, a tirou para mim". Pensava ele ao deitar-se, ela o amava... Sentira isso claramente aquela tarde em todos os sentidos... Ele sabia bem o que significava uma amazona mostrar seu rosto... e ela mostrara... mostrara seu rosto.

A lembrança de seus traços, de seu olhar meigo e cheio de amor, que se misturavam com medo... sua pele... seus lábios, que haviam ido de encontro com os seus... A ternura daquele abraço de despedida... Sim ele tinha certeza de que o que estava sentindo pela amazona era amor... Era amor...

Mas o que ambos fariam agora? Conhecia bem as regras de conduta do santuário... E por elas, este amor não poderia se consumar... não deveria existir.

- Ah, Marin!!!! O que faremos agora?

Nos dias que se seguiram ambos não se encontraram, Marin evitava de todas as formas um possível encontro. Ela queria muito vê-lo novamente, mas sabia que o resultado seria trágico se alguém descobrisse o que estava acontecendo entre ambos.

Continuou treinando Seiya que agora aprendia tudo rapidamente e se dedicava de uma maneira única aos treinos; o menino certa vez lhe confidenciara que queria virar cavaleiro para voltar ao Japão e reencontrar-se com sua irmã, que lhe haviam prometido localizar se ele voltasse com a armadura.

Aquela confidencia de Seiya gerava uma grande angústia em seu coração.

Logo após um dia de treinamento, Aioria foi procurá-la, não agüentava mais aquela fuga constante... Encontrou-se com Seiya na porta da casa onde ela morava...

- Seiya, onde está sua mestra?

- A Marin está preparando o jantar...

- Posso entrar pra falar com ela?

- Se tiver coragem....

- Por que diz isso?

- Ela não gosta que a vejam cozinhando. – Seiya o olhou com uma cara má... – Vai lá, se arrisca, só quero ver o que acontece.

- Humpf... – Aioria deu de ombros e entrou.

Marin preparava sim o jantar, estava sem sua máscara, riu pra si mesmo... Então é por isso que ela não deixa Seiya entrar.

Aproximou-se devagar, sem fazer ruído algum...Ela estava totalmente distraída... Ele exitou um pouco, mas disse-lhe no pé do ouvido...

- Será que você podia me convidar para jantar?

O que se seguiu depois disso ele mal percebeu, Marin o atacou rapidamente e o jogou no chão... Ela o olhou assustada...

- O que faz aqui?? – disse ela muito nervosa.

- Eu....

Ela colocou sua máscara rapidamente e o arrastando pela camisa o jogou do lado de fora da casa, olhou pra Seiya furiosa...

- Seiya o que eu lhe falei? Hã?? Qual foi a ordem que eu te dei??

- Bem....eu....Ele não quis me ouvir.... – disse um Seiya gaguejante.

- Não?? Mas vai ser você que vai pagar com uma hora de treino a mais amanhã.

- Mas...Marin ele... – disse Aioria, tentando salvar a pele de Seiya.

- E você, senhor Aioria, aprenda a bater antes de entrar. E pode sim jantar com a gente, mas espere ai de fora junto com Seiya.

Virou-se ainda furiosa e bateu a porta...Seiya e Aioria olhavam para a porta com cara de espanto...

- Ela é sempre nervosa assim rapaz? – perguntou Aioria já recuperado e rindo.

- Eu avisei...

Algumas horas depois...

- Venham o jantar está pronto.

- Que bom... Eu to morrendo de fome... – entrou um Seiya feliz e sorrindo por poder jantar.

- Vou adorar experimentar sua comida. – sorriu Aioria.

Jantaram os três juntos aquela noite, conversaram muito... Seiya contou para Aioria a sua história e o porque de querer tornar-se um cavaleiro.

- Está tarde, e eu já vou. – disse Aioria.

- Ahhhhhhh!!! Fica mais um pouco... – disse Seiya.

- Todos aqui terão de acordar cedo amanhã. – Marin disse a Seiya.

Na verdade, assim como seu discípulo ela não queria que Aioria se fosse, queria que ele ficasse um pouco mais... Estava feliz ao vê-lo ali, junto com eles... Sentiu uma enorme tristeza quando ele se levantou para ir.

- Me acompanha até a porta, amazona?

- Claro.

Marin abriu-lhe a porta e saiu junto com ele, fechando a porta atrás de si.

Os dois se entreolharam... Aioria tomou coragem e perguntou:

- Por que está fugindo de mim?

- Não estou fugindo Aioria...

- Está sim.

- Você sabe que o que fizemos aquela tarde vai contra todas as regras que seguimos aqui, e eu não quero lhe criar novos problemas. – disse ela virando seu rosto para se afastar daqueles olhos que a fitavam tão tristes.

- Problemas? Você nunca seria pra mim um problema. – disse ele.

- Se descobrirem, você sabe bem o que acontecerá.

- Eu sei Marin... Estamos condenados não é mesmo?

Virou-se para ir embora, mas ela o segurou... Olhou a sua volta para ver se ainda permanecia algum cavaleiro perambulando pelo local, mas estava tudo vazio. Tirou sua máscara e a jogou no chão.

- Não quero que você vá... Mas não posso suportar a idéia de que se algo acontecer, irão me obrigar a ir para longe de você.

- Marin...

Abraçou-a sem se preocupar se teria alguém os observando, passou a mão pelos seus cabelos e ficaram ambos ali sem nada dizer. Aioria levantou o rosto descoberto e sem medo algum a beijou com todo o carinho possível. Ela retribuiu o gesto com o mesmo amor.

- O que vamos fazer? – Perguntou-lhe Aioria.

- Eu não sei... – suspirou Marin tristemente.

Marin abaixou-se e pegou sua máscara no chão, colocou-a novamente. Olhou para o homem a sua frente, fez-lhe um carinho e lhe abraçou... Depois virou-se e entrou.

Seiya já se encontrava dormindo, tirou sua máscara e deixou as lágrimas rolarem livres, ela o amava, amava muito. E não sabia o que fazer com o tamanho amor que sentia.

Notas da Autora: Este é o primeiro fic que eu escrevo sobre Saint Seiya, relutei um pouco antes de escrevê-lo, talvez por contar mais com lembranças da infância sobre esse anime, pois só agora que ele voltou a passar na rede aberta que eu voltei a ter contato... Então peço que me ajudem caso aja algum erro ou algo contraditório ao que é contado na série, ok?

Vampire, agradeço a paciência que tem em me agüentar hehe (leia pra mim? Ta bom? Você gostou? Devo mudar algo?), mas não é tão ruim assim é? Confessa você até gosta (risos). Obrigado também por me ajudar a corrigir alguns erros de vocabulário.

Daninhooooooooooooooo, obrigada pelos elogios, é mto bom saber que você gosta ... E não se esqueça logo eu te entrego aquela história ta?

Aoshi, obrigado por acompanhar esta história da sua amiga doidinha... Saber que você curte o que escrevo me dá forças para continuar

June Briefs, obriga por me ajudar a cadastrar meus fics no ff net... Sua ajuda foi super importante...

Filhota, não pense que me esqueci de você... Valeu por ler a mais esta história da mamis maluca ... E o leãozinho continua maravilhoso como sempre, você sabe o quanto eu cuido bem dele né?

Aos que lerem, gostaria mto que dessem sua opinião, se estão gostando, se devo mudar algo... A opinião de vocês é muito importante.

Abraços a todos!!!

Lithos de Lion