Autora: Mia
Beta reader: Fer Porcel! Eu tenho mesmo uma sorte desgramada!
Nota: Presente de aniversário para a Carlinha BastetAzazis, minha filhotinha com o Kakashi. Eu queria que ela amasse um cara melhor, como o Sai, ou o Naruto, ou o Shicamaru que é tão inteligente quanto ela, mas não se manda no coração e ela foi amar logo o Sasuke, que é muito emo pra ela... Mas, enfim, é a vida... Ela foi visitar mesmo a torre Eiffel com o maridão, e então eu aproveitei o plot e dei um susto nela lá em cima.
Disclaimer: Acho que todo mundo já sabe... Deve ter anúncio em Marte também: Harry Potter é da JK Rowling. Só aquele povo enturmado com ela é que está tirando proveito financeiro com ele. Mas brincar a gente pode.
Um Encontro Misterioso
O céu se descortinava aos olhos do casal conforme o elevador subia, rasgando a paisagem de nuvens cinzentas. Era dia ainda, e a Cidade Luz já fervilhava. Champ de Mars era um tapete verde, estendido exuberante aos pés da torre.
Os dois amantes se olhavam e riam, excitados e deslumbrados pela aventura.
No alto, como o vento fustigava tudo apresentado ao céu aberto, resolveram descer para o resguardo das paredes envidraçadas, apreciando o maravilhoso bônus que era Paris na primavera. Nem a espera à entrada do passeio e os andares apinhados de gente conseguiam apagar o sorriso do jovem casal.
Enquanto observava o cenário, os olhos dela percorriam curiosos os recantos dentro do andar, capturando o que faziam os demais turistas em suas expectativas e surpresas anunciadas. Uma família completa de italianos bonachões se amontoava sorridente a um canto enquanto revezavam a pequena filmadora digital. Casais variados, crianças, um pequeno grupo de orientais. Ninguém guardava para si a admiração.
Deixando o companheiro debruçado sobre a vidraça absorvendo as imagens belíssimas esparramadas pelo horizonte, ela correu feliz para o canto mais vazio, buscando uma melhor visão. Ao se virar abrupta, esbarrou com força no homem de preto que cruzou com ela, apressado.
A gola levantada do sobretudo escuro encobria parcialmente o rosto pálido dele, e ela se surpreendeu com a aparência atormentada que se desenhava sob os cabelos negros que desciam escorridos pelos ombros do homem estranho.
Ele registrou a presença dela com o canto dos olhos, respirando com cuidado, como se houvesse perigo à volta. A moça o observou correr os olhos nervosos pelo local antes de fixá-los nela novamente.
- Perdão, eu o machuquei? – ela perguntou mais impressionada do que deveria.
Não houve resposta. Ele a encarou sério, mantendo-a hipnotizada nos olhos negros dele, num diálogo mudo, procurando uma identificação escondida.
- Está com a chave? – ele perguntou grave.
Ela analisou a pergunta, sem entender realmente.
- Chave? – falou, presa nos olhos dele.
Novamente ele a observou sério, demorado, conferindo atitudes, postura, buscando algum jogo dúbio. Devagar, a fisionomia fechada dele foi atenuando e um pequeno sorriso levantou o canto do lábio fino enquanto a sobrancelha erguia cínica, julgadora.
- Aqui! – Ouviu-se do fundo da plataforma, entre as ferragens.
Os dois se voltaram para um vulto aflito na sombra, olhando de um lado para outro, como se fugisse de um mal. Hesitante, o homem de preto a observou de lado, medindo-a.
- Madame... – falou cumprimentando-a com um leve inclinar de cabeça e dirigiu-se ao encontro do vulto esperando ao fundo.
Ela permaneceu por mais um tempo acompanhando-o se afastar, até que os ruídos em volta vieram arrancá-la daquele transe inusitado.
Voltou ao encontro do companheiro que fotografava distraído os cenários, maravilhado e exultante como uma criança feliz. Sorriu para ele, retribuindo com carinho emocionado.
Impressionada com a figura esquiva em que esbarrara momentos antes, olhou mais uma vez para trás, para se certificar de que não fora uma ilusão ou devaneio aqueles olhos negros e profundos que lhe aprisionaram os sentidos.
O canto vazio, instantes depois de vê-lo ocupado pelas duas figuras, sobressaltou-lhe o coração e lhe acordou os instintos, deixando-a mais impressionada e pasma. Ela olhou ao redor, mas, inexplicavelmente, os dois haviam desaparecido, como num passe de mágica.
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A vista perfeita se abrindo límpida, seu companheiro lhe sorrindo caloroso, embevecido e extasiado com tudo que compartilhavam, e o encontro inesperado com o misterioso homem de preto fariam daquela viagem uma lembrança que ela carregaria por muitos anos adiante, gravada na memória de uma maneira viva e dominante, até poder novamente retornar ao mesmo ponto onde sua impressão fora capturada.
Fim
Obrigada pela sua atenção! Eu agradeço de coração seu comentário e suas impressões!
