Capítulo 1: Libertando o Amigo


- Bem, se o que Dumbledore escreveu está certo, o local é esse aqui. - disse para si mesmo o jovem de cabelos ruivos, mochila amarela nas costas, ao entrar no começo da rua, observando a casinha branca típica de subúrbio, pegando novamente a carta em papel-pergaminho que recebera, enquanto o taxista recebia o dinheiro e lhe entregava o troco, o táxi no qual vira de Londres para tal rua voltando para seu local de origem exatamente quando uma coruja descia ao seu ombro:


"Sr. McGregor

Por algum motivo, perdemos o contato com Harry. Enviamos a carta de confirmação, mas não recebemos respostas. O prazo esgotou-se a 3 dias. Queria que você fosse dar uma verificada para nós. Sendo bruxo de sangue comum e não sendo conhecido dos Dursley, acho que você vai poder passar-se melhor por algum parente perdido ou algo assim do Harry. Acredito que alguém com sua inteligência e habilidades especiais não terá nenhum problema em elaborar um plano capaz de enganar ou ao menos de fazer os Dursley permitirem que ele o acompanhe até algum lugar seguro.

Qualquer coisa, mande-me uma coruja URGENTE! Temos suspeitas de que Harry pode estar com problemas SÉRIOS provocados pelos Dursley.

Alvo Dumbledore,

Diretor de Hogwarts.

PS: O endereço de Harry e dos Dursley é:

Rua dos Alfeneiros 4

Little Whinging

Surrey

PS 2: Se tiver qualquer problema, o Snuffles vai estar por perto. Não se preocupe em saber quem é o Snuffles, que ele sabem quem você é."


- A sorte do Dumbledore é que eu não voltei para Sligo esse ano, não é, Hawking? - disse o garoto, acariciando a coruja branca como a neve que acabara de pousar sobre seu ombro, que respondeu-lhe bicando leve e carinhosamente o lóbulo da orelha e amassando de leve sua camiseta da cantora irlandesa Enya. Aliás, cujo nome era o mesmo de sua irmã. Afinal de contas, esse era um nome que convinha a uma irlandesa com habilidades de canção.

O garoto olhou seu relógio de bolso. Onze e meia. A casa não parecia muito agitada. Parecia até bem tranqüila.

- Se aquele tal Valter for grosseiro comigo, ele vai se arrepender amargamente. Juro por São Patrício! - disse para si mesmo Mitch. Mitch lembrava-se como o tal Valter Dursley fora grosseiro com sua cunhada ainda algumas semanas atrás, quando tanto ele quanto o Harry voltavam da escola. O problema é que o senhor Dursley odiava pessoas como sua cunhada, Harry ou ele. Bruxos.

Mitch McGregor continuou observando a casa, pensando em todas as possibilidades, elaborando um plano. Ele era bruxo, mas tendo ainda 12 para 13 anos (faria aniversário no dia 27 de agosto) não podia usar nenhum tipo de feitiçaria fora do período letivo (fato que é ilegal pelas leis dos bruxos, podendo até mesmo dar como pena a exclusão da sociedade bruxa). Mesmo assim sua varinha, um bastão de 40 cm, feito com pau-brasil e crina de pégaso no cerne, estava guardada na sua mochila, pois queria estar preparado caso os Dursley resolvessem engrossar. Claro que ele preferia fazer isso na paz, mas ele era irlandês e tinha o Sangue Auror, o que praticamente o impedia de errar no julgamento com as pessoas, precisando apenas ver as pessoas para ter uma idéia de como elas são. E Mitch já tinha visto os Dursley algumas vezes. E algo sempre dizia a Mitch que os Dursley representavam apenas uma coisa: problemas.

A carta lhe fora enviada por Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, uma conceituadíssima escola para Bruxos aonde tanto Mitch quanto Harry Potter estudavam. Ambos eram da mesma Casa, a Grifinória, mas Mitch estava indo para o terceiro ano e Harry para o quinto. Mitch sabia que se Harry não tinha entrado em contato com Hogwarts ainda, algo de errado tinha acontecido. Já passara a época quando todos os alunos recebiam cartas (ou corujas, como eram chamadas as correspondências entre os bruxos), procurando confirmar seu retorno a Hogwarts. Isso deixou todos preocupados, e por isso Mitch foi mandado.

Foi então que ele se aproximou mais ainda da casa e bateu à porta:

- Já vai! - disse uma voz irritada por dentro da casa.

O senhor Dursley apareceu à porta. Grande, corpulento, com um bigode farto que lembrava a Mitch um leão-marinho, ele vestia-se sobria e impecavelmente, mesmo em um sábado, como era aquele dia.

- Bom dia, senhor Dursley...

- Como sabe meu nome?

- É que eu sou um amigo do Harry e precisava falar urgente com ele...

- QUEM LHE DEU ESSE ENDEREÇO! AQUI NÃO MORA NENHUM HARRY! - disse Valter, explodindo, tentando bater na porta.

- É um dos amiguinhos de reformatório do Potter? - disse uma voz de mulher de dentro.

- Guida, não se envolva com essa...

- Eu sei bem o que estou fazendo, Valter. Pode deixar que desse moleque cuido eu!

Uma senhora saiu para fora, acompanhada por um buldogue, secando o garoto de cabelos ruivo-sangue e olhos verde-esmeralda, com seu jeans e sua camiseta da cantora irlandesa Enya, coruja ao ombro. Mitch também observou a senhora em trajes espartanos, sentindo que aquela mulher era problema. Também viu sair um filhote de elefante com forma humana, mais ou menos de seu tamanho. Mitch apostou, pelo que sabia de conversar com Harry no Salão Comunal da Torre de Grifinória, que tratava-se do tal Dudley Dursley, ou Duda, um monstro em forma de ser humano com algum tipo de psicose que divertia-se humilhando e maltratando Harry.

- Pode deixar que eu cuido dele! - disse a senhora.

- Bom dia, senhora...

- Não me venha melar meu ouvido, moleque, pois eu sei o que vocês fazem lá em St. Brutus. E você não vai levar esse moleque Potter para fazer arruaças!

"St. Brutus! Então os Dursley não contaram para essa senhora que Harry é um bruxo?", pensou Mitch. Saindo então, Mitch viu Harry Potter. Apesar de mais velho dois anos que Mitch, Harry era mais baixo e mais magro que ele, tendo uma cicatriz em forma de raio na testa, cabelos negros rebeldes e olhos verdes. A cicatriz era uma marca de um feitiço poderoso ao qual Harry foi submetido quando criança por um bruxo do mal chamado Voldemort. Esse feitiço teria rebatido e derrotado o tal bruxo. O feitiço era chamado Avada Kedavra, um dos mais perigosos feitiços que um bruxo poderia utilizar, que junto com outros dois feitiços era conhecido como Maldições Imperdoáveis. E ele era o pior de todos os feitiços, pois matava instantaneamente o alvo, se acertasse. Mitch mesmo já sobrevivera a dois ataques com esse feitiço, pois conseguira se esquivar antes de ser atingido.

- Bem, senhora, é que temos que levar o Harry, sabe? O diretor do colégio tá...

- Você está pensando que pode chegar assim e levando o Harry daqui? Quem garante que você não vai aprontar por aí, você e esse bastardo do Potter?

Mitch viu Harry ficando vermelho. E isso preocupou Mitch. Sendo órfão, Harry odiava quaisquer comentários sem sentido e/ou pejorativos sobre seus pais.

- Eu tenho alguns papéis, inclusive uma correspondência do diretor...

- Vocês arruaceiros são todos iguais. Bem se vê que em St. Brutus os castigos são pouco eficientes. Você vem e fala com esse tom de voz para nós. Você e esse bastardo Potter devem estar de armação!

Mitch viu que, se Harry continuasse a ouvir tantos insultos à família dele, ia acabar tendo uma EIM (Emissão Involuntária de Magia) e fazendo só-Deus-sabe-o-que com a tal da Guida.

- Harry, chega aqui, preciso falar com você... Assunto particular...

- Já estou...

- Nada disso, Potter! - disse Guida, virando-se para Harry. Depois, voltando-se para Mitch - Ele não vai com você, seu arruaceiro!

- Por favor, senhora, eu estou querendo conversar numa boa... - disse Mitch, já começando a perder as estribeiras.

- Vou te dar uma lição, seu moleque abusado! Estripador, pega! - disse a senhora soltando o cachorro e apontando para Mitch.

- Não, tia Guida! - gritou Harry.

De nada adiantou. O buldogue rapidamente foi avançando contra Mitch. Mitch sabia que correr não ia resolver. Então pegou o seu braço esquerdo e colocou-o rente ao peito. E deixou que o cachorro viesse.

A dor da mordida foi lancinante, sendo capaz de enlouquecer uma pessoa comum. Mas para alguém que resistiu à Maldição Imperdoável da Dor, a Cruciatus, como ele fizera ainda em seu primeiro ano de Hogwarts, aquilo não era nada.

O cachorro prendeu-se com grande força ao braço de Mitch, as poderosas mandíbulas rasgando carne até atingirem a veia. Foi quando Mitch fez o inesperado: conhecendo de animais, Mitch enfiou dois dedos da mão direita diretamente nas narinas do cachorro, que começou a se estrebuchar e a ganir, sem soltar os dentes do braço de Mitch:

- Não! Pare com isso, seu moleque! Vai matar o Estripador!

- Deixa ele comigo, tia Guida. Esse fedelho amiguinho do Potter vai se dar mal! - disse Duda, sorriso maldoso no rosto, começando a correr, avançando como uma jamanta.

- Parem! Ele só quer que eu vá com ele! - disse Harry, preocupado com o que via nos olhos de Mitch.

Os olhos de Mitch começaram a brilhar, como duas chamas verde-esmeralda, o que Harry sabia ser o sinal de que Mitch estava perdendo o controle sobre si mesmo. Mas Duda não quis saber de conversa, avançando em velocidade contra Mitch. Mitch então pegou e lhe deu um chute com a sola do pé na altura do peito com tanta força que fez o garoto super-obeso recuar com um solavanco, cuspindo sangue:

- Ora, seu... - disse Valter, avançando para Mitch.

- Não, Valter! - disse a tal Guida - Ele vai acabar com o Estripador!

- Tudo o que eu quero levar o Harry comigo! Deixem ele pegar as coisas deles de Hogwarts e vir comigo que eu solto o cachorro e vou-me embora, no que depender de mim para nunca mais voltar. - respondeu Mitch, calcando as sílabas.

- Hogwarts? Mas não era...

- Depois acho que esse mentirosos dos Dursley podem contar para você toda a verdade sobre o Harry. - disse Mitch - Harry, busque suas coisas!

- Nada disso! Esse moleque não sai daqui. - disse Valter.

- Se você não deixar Harry vir comigo, o cachorro morre! - disse Mitch, em tom de ameaça. Valter foi avançando para Mitch, quando esse lhe disse. - E se tentar qualquer gracinha, você vai se arrepender amargamente, Valter Dursley.

- Você não ousaria...

- Ele está falando sério, Valter! - disse Guida, desesperada - Cachorros só respiram pelo nariz!

- Está bem! Vá, moleque! - disse Valter para Harry.

- Harry, pegue seu malão e suas coisas. Assim que você descer, eu solto o cachorro. - disse Mitch.

Harry foi e buscou o malão de Hogwarts, junto com uma mochila de roupas e uma gaiola com um pano branco sobre ela. Era aonde morava a coruja de Harry, Edwiges.

- Agora eu vou acabar com você, seu pirralho! - disse Duda, arremessando uma pedra pesada que havia apanhado no chão contra Mitch

Mitch quase foi atingido, assim como Hawking, a coruja que estava ainda sobre os ombros de Mitch. Esse subiu rapidamente, evitando a pedrada que seria fatal, e voou, atacando Duda, com suas patas, asas e bicos afiados.

- Dudinha! - gritou a mulher com cara de cavalo que estava se aproximando, a qual Mitch praticamente reconheceu de cara como Petúnia Dursley, irmã da mãe de Harry, Lílian Potter - Seu malfeitor! Faz algo para parar esse bicho maluco. - disse ela, tentando afastar Hawking de Duda.

- Ele mereceu. Ninguém mandou esse babaca do seu filho atirar pedras contra o meu Hawking. Está tudo aí, Harry? - disse Mitch.

- Sim! - disse Harry, apressadamente - Vamos sair daqui, logo, antes que aconteça mais problemas.

- OK! Esses trouxas estão me deixando enojado. Nunca vi trouxas tão trouxas. - disse Mitch, seus olhos ainda ardendo em fúria verde - Hawking, volta!

A coruja parou de arranhar e bicar Duda, que tinha ficado com dois cortes na bochecha bem feios, sem falar nas lacerações e marcas de garras, patas, penas e bicos na face, e ocasionalmente nas mãos da senhora Dursley, que tinha com isso conseguido um belo conjunto de arranhões em cada braço.

Mitch soltou os dedos das narinas do cachorro, que largou o braço de Mitch como primeira reação, ofegante. O sangue descia-lhe suave e lentamente pelo braço.

- Seu moleque! Porque... - disse Valter.

- Isso é para esse seu filhinho babaca grotesco metido a besta aprender a nunca mais irritar um irlandês. E o recado vale para todos vocês também. - disse Mitch. Valter levou um susto ao ouvir a palavra "irlandês": provavelmente ele era um daqueles ingleses típicos que viam em todos os irlandeses arruaceiros e terroristas.

Mitch sentia-se levemente tonto, sangue vertendo no braço com veias rompidas. Duda estava ajoelhado de dor. Guida não sabia se socorria Estripador ou se avançava em Mitch, enquanto Petúnia Dursley estava disposta a defender seu "pobre filhinho", mas claro que não ao custo do próprio pescoço excessivamente grande.

- Vamos, Mitch! - disse Harry, afastando-os da Rua dos Alfeneiros.

Ao saírem da rua, sentaram-se num ponto de ônibus próximo, Mitch escorado sobre Harry de tontura causada pelo sangue que jorrava.

- Você está bem, Mitch? - disse Mitch, preocupado com o braço de Mitch, que continuava vertendo sangue.

- Tem uma bandana branca na mochila nas minhas costas. Pegue-a para eu fazer um curativo no meu braço. Não tenho como tirar a bandana com o meu braço estrupiado. - disse Mitch.

- OK! - disse Harry.

Harry pegou a bandana e a entregou a Mitch, que a amarrou no lugar do ferimento.

- Isso deve resolver até chegarmos em um Hospital. Esse é o bom de ter ambidestria. - disse Mitch - Harry, porque você não entrou em contato com Hogwarts?

- Por causa disso.

Harry ergueu o pano e Mitch viu a coruja branca de Harry, Edwiges. Sua asa estava quebrada, Mitch reconheceu na hora. O avô e tutor de Mitch, Elric McGregor, bruxo e ex-Auror, criava corujas em uma fazenda chamada Caer Slaeun, em Sligo, na Irlanda (a República, ou Eire).

- Droga! A asa dela está quebrada. O que...

- Duda, claro! Ele deu uma pedrada de propósito na Edwiges, e eu não tinha como cuidar dela. Claro que ele alegou que foi sem querer, mas...

- Sei, não precisa comentar. Faz quanto tempo?

- Anteontem, exatamente quando Edwiges ia levar minha confirmação para Hogwarts...

- Bom, ela não deve ter começado ainda a calcificação do osso, e isso é bom. Podemos dar uma olhada melhor nela chegando no "Caldeirão Furado". Deixa eu ver se consigo fazer um curativo rápido. - disse Mitch, apalpando a asa de Edwiges.

Edwiges encolheu a asa de dor:

- Calma, Edwiges! Eu vou dar um jeito nisso. Posso te ajudar, mas você vai ter que colaborar comigo. Harry, na minha mochila tem uma fita de linho. Pegue ela e rasgue um pedaço. E pegue aquele palito de sorvete que está no chão para mim e quebre-o em dois. Vou fazer uma tala na asa dela, para o osso ficar direito. - disse Mitch, enquanto dobrava com cuidado a asa de Edwiges no ponto em que estava quebrado.

Harry fez o que Mitch pediu. Ele pegou as coisas que Harry lhe entregara e, com dificuldade, fez a tala na asa de Edwiges.

- Isso deve bastar até chegarmos no "Caldeirão Furado".

- Mitch, quem te mandou?

- Dumbledore...

- Por que...

- Acho que não queriam queimar o filme de Mione ou do Rony. - disse Mitch, gemendo de dor.

- O seu braço...

- Liga não! Vou ficar legal. Vamos passar em algum hospital e vou dizer que fui atacado por um cachorro por acidente.

- OK!

- Hawking, vá embora! Vai para a casa de Anya. A gente se vê mais tarde.

A coruja branca como a neve piou de compreensão e alçou vôo, desaparecendo nos céus no exato momento em que...

- Pensa que vai fugir, garoto irlandês? - disse uma voz.

Aproximou-se então Duda, que seguiu Harry e Mitch. Junto a ele estavam mais dois garotos, ambos mais mirrados, mas mesmo assim muito fortes, ou pelo menos assim aparentavam.

- Pensei que tinha aprendido a lição, Dudley. - disse Mitch.

- Acha que vai escapar ileso, garoto irlandês? Você e esse bastardo do Potter? Papai mandou eu trazer o bastardo de volta, mas acho que vou aproveitar e me divertir um pouco... - disse Duda, o sorriso maldoso e loucamente sádico indo de orelha a orelha.

- O nome é Mitch McGregor. E você precisa de mais dois para atacar alguém com o braço ferido? Que tipo de covarde você é?

- Covarde você vai ver quando eu arrasar com você.

- Realmente está a fim de brigar, Duda? Tá disposto a encarar uma briga comigo, Dudley Dursley? - disse Mitch. Depois disse baixinho para Harry - Fica de lado, Harry! Não se envolva. Deixa que eu cuido do Duda...

- Se estou? - respondeu com uma gargalhada Dudley Dursley - A coisa mais divertida vai ser eu te detonar e depois aproveitar o embalo e acabar com esse Potter maldito.

- Só vou te avisar uma coisa então: se eu entro numa briga, é para matar ou morrer. É você quem decide. - disse Mitch, colocando o corpo discretamente em posição marcial, de forma que Duda não distinguisse que ele estava partindo para a luta.

- Vamos ver então. Gordon, Michel, peguem o irlandês folgado!

Os dois vieram lado a lado, em carga, guarda aberta. "Que ridículo! Esses dois não vão dar nem para a saída!", pensou Mitch. E, aproveitando as aulas de Tae Kwon-Do e Karatê, além das aulas que tinha com o professor Toshiro Yanaga em Hogwarts, de Combate Mágico, enfiou um chute giratório alto com o peito do pé nos dois ao mesmo tempo, atingindo os dois garotos na cabeça com grande violência, mandando os dois valentões a nocaute automaticamente. Claro que Duda ficou impressionado e temeroso:

- Já devia ter aprendido, Dudley Dursley, que não se brinca com irlandeses, e principalmente com Mitch Andaluzia McGregor! Um irlandês, quando luta, não é para brincar. É para matar ou morrer.

- Polkiss, seu idiota, agarra ele! - gritou Duda.

Mitch sentiu então duas mãos agarrando seus ombros por suas axilas, travando-o de um jeito que tornava-o indefeso para os golpes de Duda, que se aproximava sadicamente para atacar McGregor de forma impiedosa. "Deixe estar, seu covarde!", pensou Mitch, enquanto começou a se mostrar realmente agressivo, encaixando os dois cotovelos na boca do estômago de quem estivesse atrás dele e o calcanhar em certas partes que costumam realmente doer quando atingidas. Uma voz urrou de dor e os braços soltaram Mitch, que virou-se e viu que o que o segurou foi um moleque que era raquítico como um rato, embora fosse bem alto, mais ou menos da altura de Mitch e de Duda. Não que isso fizesse alguma diferença para Mitch, que encaixou um chute com a ponta do pé no queixo do garoto. O garoto recuou, e Mitch então pegou o braço e girou-o em um golpe de molinete, atirando o garoto no chão. Depois Mitch virou-se para Duda, que estava temeroso.

- Ainda tem algo para fazer contra mim? - disse Mitch, em tom de desafio.

- Seu... arruaceiro irlandês! Agora sim eu vou acabar com você!

Duda então avançou, como quem vai dar um soco. Mitch correu e saltou. Naquele momento, Duda estacou, o que facilitou o serviço de Mitch, que enfiou-lhe o calcanhar na cara com um chute voador com tanto gosto que Mitch chegou a ter a impressão de ter ouvido o barulho de cartilagem macia se partindo. Duda despencou como uma baleia encalhada na praia, e lá ficou, enquanto Mitch e Harry andavam mais adiante, para tomar um táxi.