E quanto a mim?
Você assim e eu, por final, sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Sempre preocupado demais com os outros, nunca teve tempo de se olhar no espelho e enxergar que, diabos, ela não o amava. Foram anos tentando chamar a atenção, agradar, dispor-se para tudo. E ela, preocupada com um terceiro que não faria metade do que ele faria por ela. Por mais que tentasse não sofrer, não conseguia. Carregava consigo aquele peso chato de quem ama por tanto tempo que não conseguia simplesmente abrir mão. No íntimo da alma, ele ainda tinha uma ponta de esperança. Algo que lhe dizia que, no final, ele seria recompensado, e que ele seria feliz por completo. Então preferia, por comodismo ou não, continuar.
Não a culpava, afinal. Ninguém tem culpa quando se ama, simplesmente acontece. Apesar dos pesares, ele devia uma coisa a ela. Ele, que nunca amou ninguém, pôde, enfim, amar. E ninguém podia mudar isso.
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar [...] !
N/A: Eu e meus devaneios. Nem gosto de Los Hermanos, mas eu acho as letras do Camelo verdadeiras poesias... Então, por que não, né?
