Máscaras

by Saphy D. Black


Só um teatro.

Com máscaras sorrindo para mim.

Sorrisos que já vieram pintados.

Perfeitos para atuar, fingir, mentir.

Para me hipnotizar.

Retirando por completo minha sanidade.

Forçando-me a também usar máscaras.

A fazer parte dessas atuações.

Eu as usava. Por medo. Pela glória.

(A suposta glória)

Seguindo aquele círculo vicioso que os Black mantém há gerações.

Nunca me pareceu opcional.

Mas meu irmão quis mostrar a eles o contrário.

Ele nunca usou máscaras.

Ainda assim, sua expressão mostrava apenas o que lhe interessava.

-x-

Eu olhava todas aquelas pessoas e não tinha dúvidas sobre quão falsas elas eram.

O que era hipocrisia.

Porque eu também era uma marionete mascarada.

Somente agindo como Walburga e Orion ordenavam.

Tendo máscaras de acordo com a faceta que precisasse mostrar.

Sirius sempre discordou disso.

Decidiu que nunca ia ser como eles.

(Nunca ia ser como eu)

Sentenciou seu fim, logo no começo.

E sem usar nenhuma máscara.

-x-

O Lorde das Trevas nunca se importou que não mostrássemos nossa verdadeira face.

Talvez ele fosse só mais um fraco que também usa máscaras.

Nunca soube. Não importa.

(Não faria diferença)

Nós o obedecíamos, e este era o fato.

Acreditávamos no puro-sangue.

Ou isso era mais um dos ideais que as máscaras tinham de passar.

-x-

Descobri certas verdades.

As máscaras pareceram mais pesadas de se carregar.

Mais falsas.

(E isso era possível?)

Tinha chegado o fim da festa.

Era hora de tirá-las.

-x-

Eu fora fraco.

Agora, iria reparar as coisas.

(Pelo menos, era o que repetia constantemente no escuro, pra mim mesmo)

Lutar por algo com real fundamento.

Talvez eu mudasse o mundo.

Poderia ser que sim.

Mas não estaria aqui para ver.

-x-

Eu confiei minha vida a Kreacher.

E talvez mais que isso.

O mundo bruxo inteiro estava em minhas mãos.

(Que infantil acreditar nisso)

Ele cumpriria minhas ordens.

Era o primeiro e único que me viu sem máscaras.

Foi o último que eu vi, ao morrer.

-x-

A água gelada tocando meus lábios.

Os braços de pessoas mortas me puxando.

Fim, fim, fim.

Não pensei em Walburga. Não pensei em Sirius. Não pensei em nenhum deles.

Apenas senti o mundo se desfazendo.

Agora, eu simplesmente não os pertencia mais.

Não restou sequer uma máscara.

(E não houve um "descanse em paz, Regulus")


N/A - Cara, que plot velho. Eu venho trabalhando ele a seis meses. Não sei bem, mas o resultado me agradou.

Ah!, pro pessoal que lê e favorita sem deixar review... eu mando PM reclamando, mesmo.

Vejo todo mundo no inferno; até a próxima :mrgreen: