Não sei de onde veio isso, e to bem ciente da repetição chata de palavras. É só mais um devaneio esquisito de quem tá de férias e sente saudades de Harry Potter.


e ela era linda

O mundo todo desmoronou quando aquela toalha caiu.

Não havia ninguém para admirar, só ele.

Só ele.

Só ela.

Só havia ela e aquelas costas nuas e aquelas curvas e aqueles cabelos e ela.

E ela era linda.

Ela era tão linda que ele não conseguiu se mexer, mesmo que fosse um pecado estar olhando sua melhor amiga nua.

E foi tudo culpa de Ron. Se ele não fosse monitor, Harry não teria acesso ao banheiro dos monitores também. Se eles não fugissem para aquela banheira imensa toda sexta-feira ao crepúsculo, Harry não teria visto o que viu.

E foi tudo culpa de Hermione também. Se ela não fosse monitora.

Se ela não fosse linda.

Se as costas nuas dela não estivessem refletidas no mosaico do vitral.

Se ela não tivesse deixado a toalha cair.

Se ele não fosse curioso.

Se ela não fosse tão linda.

Se, se, se.

O mundo desmoronou outra vez quando aquele filha da puta beijou Lavender Brown.

Não havia ninguém para vê-la chorar, só ele.

Só ele.

Só ela.

Só havia aquele perfume de cravos e aqueles dedos trêmulos e aquelas lágrimas quentes e ela.

E ela era tão linda.

E ela era tão triste que ele queria quebrar todos os dentes de Ron e fazê-lo se desculpar. E ele queria tanto abraçar ela e tocar aquelas costas nuas. Ele queria tanto.

E foi tudo culpa de Hermione. Culpa dela e das curvas de seu corpo, e culpa daquele amor grande demais.

Ela era tão triste.

As lágrimas eram tão quentes em seu ombro.

As mãos dele eram tão grandes.

O beijo era desesperado.

Se ela não fosse tão linda.

Se ela não fosse tão triste.

Se ele fosse mais curioso.

Se, se, se.

O mundo adorava desmoronar.

Não havia mais ninguém para vê-la lutar, só ele.

Só ele.

Só ela.

Só havia aquele gosto de ferrugem e aquele vermelho do sangue e aqueles dedos trêmulos e ela.

E ela era tão forte.

E ele precisava protegê-la. Precisava ser forte também. Precisava esquecer as costas nuas e os cabelos e as lágrimas quentes. Ele não queria esquecer.

E a culpa era sua desta vez.

E ela continuava tão linda.

E ela continuava tão triste.

E ela era tão forte, que se ele pudesse, teria desmoronado nela.

Se ele também fosse forte.

Se ele esquecesse as costas nuas.

Se ele não esquecesse as costas nuas.

Se ele a amasse.

Se ela o amasse.

Se, se, se.

O mundo estava finalmente no lugar.

Não havia mais ninguém para vê-la nua, só ele.

Só ele.

Só ela.

E ela era maravilhosa.

E ela continuava sendo linda e triste e forte.

E era maravilhosa.

Se ele nunca tivesse visto as costas nuas, os cabelos castanhos e os dedos trêmulos. Se ele não tivesse visto as lágrimas quentes e os soluços. Se ele não tivesse visto aquele vermelho e sentido o gosto da ferrugem.

Se

O que?

Ele a amava.

Ela o amava.

E era tão linda que ele queria eternizá-la com as mãos.

Se ela não tivesse aquele anel no dedo.

Se ela não fosse do outro.

Se ele tivesse sido mais curioso.

Se, se, se.


respira e comenta, se valer a pena.