One Tree Hill
Estilo: Short-Fic (mas pode ficar comprida se tiver muitas reviews).
Resumo: E se o Lucas tivesse ligado para Brooke ao invés de Peyton ou da Lindsey?
Capítulo 01.
- Você só pode estar brincando, Lucas Scott! – murmurou Brooke ao vê-lo no aeroporto. Lucas a esperava de um modo carinhoso, com os braços abertos.
- Você não me leva a sério, não é mesmo? – murmurou ele em seu ouvido.
- Qual é? Acha mesmo que eu vou cair na sua lábia outra vez? – Brooke riu abertamente e se afastou de seu abraço e pegou um dos tickets em sua mão com avidez – De qualquer forma, eu preciso mesmo de umas férias antecipadas.
- E a Clovers Overs Bros?
- Ela sobrevive sem mim! – Brooke piscou para ele e segurou em sua mão, puxando-o para a plataforma de embarque - Mas o que deu em você para me ligar assim?
- Caridade! – murmurou ele com a boca de lado, sentindo os dedos suados entrelaçados aos de Brooke, não se sentiu muito à vontade.
- Oras essa, você podia convidar sua mãe, Nathan ou Haley, mas eu? Fiquei realmente tentada pelo seu convite, principalmente quando o assunto envolve casamento – Brooke devolveu no mesmo tom de brincadeira.
- Bem, ainda há tempo de desistir se você não quiser – ele arregalou a testa.
- Calado, Lucas Scott, venha, vamos! – eles entregaram as passagens para o homem de terno que ficava em frente as portas de vidro que davam acesso à sala de embarque.
Os dois foram rindo como se tivessem trocando piadas, e Brooke tentava esquecer os seus problemas relacionados a Angie, mas não porque queria se esquecer dos bons momentos em que havia passado com a garotinha, era mais pelo fato de estar sentindo um arrombo no coração do tamanho do mundo de saudades dela. E não havia como superar isso, só mesmo Lucas para ajudá-la daquela forma.
Era exatamente o que Lucas sabia fazer essa vida. Lucas sabia modificá-la, sempre que ela precisava. Ele estava lá.
Afastando a cabeça desses pensamentos que a incomodavam, ela deitou a cabeça no estofado da cadeira do avião, olhando as estrelas brilharem do lado de fora da janela, as luzes do aeroporto piscando.
- Tenho medo de que a Peyton ache isso estranho! – comentou Brooke – E eu não suportaria perder uma amiga na altura do campeonato, não com tantos problemas acontecendo!
- Peyton não tem nada haver com isso, ok? Eu a convidei e você aceitou, é uma viagem entre dois amigos, tudo bem? – sussurrou Lucas bem de perto.
Brooke tinha lágrimas nos olhos. Ele a acalmava como ninguém, ela se aconchegou em seus braços, encaixando a cabeça em seu peitoral, firme e malhado. Apagou os olhos por um instante querendo acordar no sofá de sua casa, com uma ligação/informação sobre Angie.
- Tudo vai ficar bem, não vai, Lucas?
- Sim, é claro que vai, a viagem ainda nem começou – ele disse com o queixo encaixado em sua cabeça.
Brooke chorou por mais alguns minutos em silêncio, e aos poucos em que decolavam, ela sentia que Lucas estava ao seu lado, era um conforto, uma segurança. Pelo menos alguém estaria ali com ela. Não importa o que aconteceria dali para frente, mas Lucas estaria sempre, sempre ali, e isso era o suficiente.
Quando Brooke se afastou dos braços de Lucas, ela notou que havia adaptado ao seu perfume masculino por um bom tempo, passou a mão no rosto, sentindo ainda molhado pelas lágrimas. Não havia passado muito tempo, mas Lucas também parecia dormir profundamente. Olhou no relógio e constatou que quarenta minutos tinham se passado. E ela mal acreditou que realmente estava ali, com ele. Atravessando o país de avião.
Ela olhou e viu o perfil de Lucas, dormindo como um anjo, parecia tão cansado quanto Brooke. Desejou conversá-lo com ele por mais alguns segundos, mas seria egoísmo da sua parte acordá-lo somente para trocar meia dúzia de palavras inseguras.
Isso, insegura, era exatamente assim que ela estava se sentindo. Afinal de contas, o que as pessoas diriam dessa viagem com o Lucas? O que a Lindsey diria? No pior das hipóteses, o que Peyton diria?
Brooke fechou os olhos tentando se afastar desses pensamentos mais uma vez, e apertou o botão ao lado direito para poltrona descer um pouco a fim de relaxar antes de chegar em Las Vegas. E não foi difícil pegar no nosso novamente.
- Já chegamos! – sussurrou Lucas em seu ouvido – Brooke, acorda!
Brooke pulou assustada para o lado com os dedos de Lucas em seu braço. Ela deu uma última olhada por cima do ombro e viu o sol clareando no horizonte.
- Devo ter dormido bastante – ela deu um sorriso e ficou em pé, ajeitando os cabelos e passando a mão no rosto para acordar.
- Dormiu um tempão – disse Lucas fechando o livro que estava no colo – Eu acordei já faz um tempo e fiquei vendo você dormir. Ainda parece cansada!
- Não mais - respondeu ela sem sinceridade – Obrigada mesmo pela viagem, Lucas.
- Imagina, eu só quero me divertir um pouco – ia dizendo ele enquanto pegava as pequenas bagagens no maleiro.
Assim que entraram no táxi, Brooke tirou o celular da bolsa e o ligou, quem sabe alguma ligação perdida, mas por enquanto não havia nada. Ela o guardou de volta na bolsa, apreciando os primeiros momentos na cidade cheia de luzes.
- Vamos direto para a igreja? – brincou Lucas.
- Oh, claro, marido Lucas! – ela o abraçou de lado – Sabe o que isso me lembra? Aquela nossa noite em Nova York, que você "me pediu" – ela fez aspas com os dedos - em casamento. Sabe... Aquele mesmo dia que você pediu a Peyton!
Brooke esperou que Lucas fizesse algum comentário, mas ele simplesmente fechou a cara, resmungando uma palavra várias vezes.
- Peyton. Peyton. Podemos não falar dela por alguns minutos? – pediu ele.
- Tudo bem – concordou Brooke séria erguendo as mãos como se pedisse desculpas – Sem mais Peytons!
- Obrigado – agradeceu Lucas voltando a sorrir e seus olhos se encontraram com os de Brooke – É por aqui – murmurou batendo a mão no ombro do taxista.
- Está falando mesmo sério? – perguntou Brooke vendo o hotel imenso em que eles estavam parando em frente, cheio de luzes – Deve ter custado uma fortuna.
- Não para uma lua-de-mel! – riu Lucas abrindo a porta para ela, após entregar alguns dólares para o motorista. Brooke saiu sorridente.
- Obrigada, marido! – e sorriu passando a mão pelo vestido – Tchau taxista, obrigada também! – acenou para ele antes de sair.
Brooke esticou o pescoço olhando para as centenas de janela que subiam em cima, pareciam não ter fim.
- Hotel ou palácio? – perguntou ela quando os guardas de roupas vermelhas e chapéus no mesmo tom com detalhes dourados abriram as portas para eles passarem.
Nem Lucas, nem Brooke agradeceram porque os habitantes daquela cidade eram tão gentis que se toda hora retribuíssem não iam ter saliva pelos próximos dias. O casal passou de braços dado indo em direção à recepção.
- Um quarto extra luxo, certo, sr. Scott? – perguntou a balconista com um sotaque carregado. O casal trocou um olhar sinistro.
- Na verdade, eu queria trocar por duas camas de solteiro, certo?
- É um pouco mais caro – informou a moça.
- Não precisa, Lucas – sussurrou Brooke segurando o seu braço – Não mesmo.
Lucas não deu ouvidos a ela, preferia trocar a cama de casal por duas de solteiro mesmo, não ia submeter-se a constrangimentos com Brooke, estava ali para se divertir. Tirou o cartão de crédito de dentro do terno, entregando à mulher.
- Curta a lua de mel, Brooke Davis! – riu Lucas.
A mulher devolveu o cartão com as chaves, os dois foram para o mesmo quarto, que era tão grande que podiam morar ali pelo resto de suas vidas. Tinha um banheiro enorme do tamanho do quintal da casa da Brooke, uma hidromassagem que ocupava metade.
- Uau, é perfeito! – disse Brooke ao se sentar na cama – É realmente magnífico, Lucas. Obrigada.
- Não precisa agradecer, só vamos curtir! – respondeu ele tirando o terno e jogando na cama, cansado de viajar com aquelas roupas pesadas.
Brooke escolheu a outra cama para se sentar, deixou o celular de lado. Ela sentiu um barulho vindo de dentro da bolsa, levou alguns segundos para perceber que era o seu celular tocando. A ruiva puxou o zíper apressada e tirou o celular de dentro.
- Mamãe?
Lucas sentiu o estômago aquietar, achou por um segundo que fosse Peyton, e desejou no fundo que não fosse. Não queria que ela atrapalhasse esses dias que passaria ao lado de Brooke. Ele ficou em pé, vagando pelo quarto, com uma latinha de refrigerante nas mãos, comendo os biscoitos que estavam no pote de doces.
- Você não tem o direito de intervir nas minhas coisas, mamãe – disse ela brava aos berros – É o meu trabalho, é o meu serviço! – Brooke desligou o celular, prestes a ter um ataque de raiva.
- O que houve? – perguntou Lucas que quase soltou um "tudo bem?" mas sabia que não estava.
- É a minha mãe, é o meu serviço, é a minha vida... Está tudo desmoronando, Lucas! – ela disse com lágrimas nos olhos.
Ele piscou firme e caminhou até ela com os braços abertos, Brooke se aninhou em torno dele, deitando a cabeça de lado em seu ombro, segurando muito para não chorar naquela viagem que deveria ser tão especial para Lucas. E para ela, também.
- Estamos aqui para curtir, relaxar – disse ele passando a mão pelos cabelos dela – Por que não desliga o celular um pouco?
- Eu até queria, mas... Não posso! – sussurrou com a voz rouca, quase chorando – Estou esperando outras ligações mais importantes!
Eles perderam a noção do tempo, abraçados ali, no meio do quarto de hotel. Lucas beijou a sua cabeça e em seguida se afastou.
- Eu tenho medo de voltar a Tree Hill!
- Não precisamos, por enquanto.
- Um dia teremos que voltar as nossas vidas habituais, Lucas Scott!
- E quem disse que as nossas vidas serão as mesmas depois de Las Vegas? – brincou Lucas pegando a carteira e colocando no bolso da calça de trás.
- Não brinca! – sorriu Brooke – Eu desejaria que tudo acontecesse de outra forma, que não fôssemos os mesmos quando voltarmos!
Lucas abriu a porta indicando a livre passagem para Brooke para o corredor, mas ela voltou para buscar a bolsa e o celular jogados em cima cama.
- Deve ser muito importante mesmo – disse Lucas com rugas na testa, fazendo um biquinho e apontando para o celular dela – Algum namorado realmente especial dessa vez!
- Não seja bobo – disse ela sacudindo a cabeça – Eu não estou apaixonada!
- Posso ver pelos os seus olhos que está, Brooke! – disse ele enquanto apertava o botão para chamar o elevador – Chega a ser óbvio.
Brooke riu alto, com a alça da bolsa pendurada no ângulo entre o braço e ante-braço, o celular bem seguro na mão direita.
- É só o Dr. Copeland... – disse ela quando as portas do elevador se abriram, encararam suas faces do outro lado, no espelho.
- Dr. Copeland? Hm... Aprovo o namoro! – disse Lucas franzindo o cenho, mordendo os lábios.
- Não seja bobo, Lucas. Dr. Copeland nunca se apaixonaria por uma garota como eu! – disse ela apertando o botão para descer.
- Por que não? Bonita, inteligente, prestativa! Você é tudo o que os homens querem, Brooke Davis!
Ela riu alto e as portas do elevador se dividiram ao meio, eles atravessaram o saguão dando risada.
- Ethan é uma pessoa muito especial, eu... Eu não brincaria com os sentimentos dele!
- Ethan? Primeiro nome? Já estão tão íntimos assim? – perguntou Lucas.
- Não, somente amigos – Brooke descia com Lucas as escadas de mármore do hotel – Não sei se devia ter seguido em frente a conversa com Ethan. Achei muito egoísmo da minha parte me apaixonar justamente quando Angie estava na sala de cirurgia, enfrentando problemas muito mais sérios!
- Todos problemas relacionados ao coração são sérios, Brooke. Inclusive os sentimentos! – disse Lucas abrindo a porta do táxi parado ali na frente, aguardando a vez de passageiros.
- Não brinca com isso! – devolveu Brooke séria.
- Sério, Brooke, você pode ser qualquer outra coisa, menos egoísta – disse Lucas olhando profundamente nos seus olhos, sentado ao seu lado – Sem contar que... O amor não tem data marcada para chegar, ele simplesmente aparece nos momentos mais impróprios – Lucas piscou seriamente para ela – Se você gosta mesmo desse cara, devia correr atrás. Lutar por ele!
Brooke o encarou por mais alguns segundos.
- Sabe de uma coisa, Lucas?
- Você é o cara mais sensato que eu tive a felicidade de conhecer.
Ele deu um sorrisinho, aquele mesmo galã de sempre. E eles ficaram em silêncio, este foi quebrado pelo taxista que perguntava aonde eles iriam.
- Tomar café da manhã, o melhor lugar que você conhece.
- Fala sério, Lucas, você não pode gastar todo o seu dinheiro comigo!
- E quem disse que eu vou pagar a conta?
Ela pareceu assustada.
- Brincadeira! Eu me encarrego disse, pode ficar tranqüila, minha noiva! – ela deitou no ombro dele, segurando o seu braço – Te pedi em casamento e exatamente do mesmo jeito que eu vou tratar você – ele fez uma pausa - Como minha esposa!
- Amizade com bônus? Hm... Gostei disso! – riu ela se lembrando de alguns anos atrás.
- Não voltaremos os mesmos para Tree Hill assim – disse Lucas olhando o trânsito pelo pela manhã nas ruas de Vegas.
- Promete mesmo? – perguntou ela com a voz baixinha.
- Prometo!
