Além do espelho Chapter 1: O primeiro passo, a harry potter fanfic

Eu decidi reestruturar esta fic, então, ela está só sendo revista e reformatada, mas nada do conteúdo dela está sendo alterado. Uma versão melhorada, agora que ela está terminada. XD

Título: Além do Espelho
Autora: DarkAngel
Sinopse – Dois lados de um mesmo espelho. Dois lados de uma mesma guerra. Dois lados de uma mesma história. Não há caminhos errados para quem não tem escolhas.
Shippers: Draco Malfoy\Hermione Granger (e mais alguns outros sem importância ao longo do caminho, como Remus\Tonks, Andromeda\Ted, Harry\Ginny, Harry\Snape e por aí vai)
Gênero: Romance\Songfic\Angst\Drama
Classificação: NC-17\M
Spoilers: até Enigma do Príncipe fielmente seguindo o canon e, depois disso, alguns pedaços de Deathly Hollows, mas não tudo e não necessariamente canon.

Disclaimer: Nem as músicas dos capítulos, nem os personagens do universo de Harry Potter me pertencem, e eu definitivamente não ganho dinheiro com isso.

Música do Capítulo: The Prayer, Bloc Party.

Capítulo Um

O Primeiro Passo

Hermione descia as escadas distraidamente. Os meninos haviam a deixado na biblioteca há quase uma hora atrás, e estavam esperando por ela na cozinha, onde Lupin havia pedido que estivessem todos, à noite, pois tinha notícias importantes a dar. A morena tinha consciência de que estava atrasada, mas tinha sido impossível largar o livro que estava lendo e, na verdade, ainda lia, mesmo correndo o risco de desabar escada abaixo. A garota usava roupas trouxas que não costumava usar em Hogwarts; uma saia clara no comprimento dos joelhos e uma blusa preta, justa e quente, que fora de sua mãe. Adquirira o hábito de vestir-se como sua mãe costumava pedir que ela se vestisse desde que Grimmauld Place tornara-se o lugar que ela podia chamar de casa. Todas as suas coisas estavam ali, assim como as que restaram de seus pais, tudo guardado com ela, em seu quarto. Seus cabelos estavam presos em um nó, de onde escapavam várias mechas, que teimavam em cair sobre seu rosto por mais que ela as afastasse, enquanto seus olhos esquadrinhavam as palavras do livro, avidamente. Só conseguiu convencer-se a fechá-lo quando já estava na porta da cozinha, de onde ecoavam as vozes de Lupin e mais alguma pessoa, que lhe era familiar, mas ela não tinha certeza de onde e nem a quem a voz pertenceria. Finalmente, entrou no local e deixou o livro escorregar de suas mãos com o choque. Com certeza ela conhecia aquela voz. De Hogwarts. Pois quem estava sentado na ponta da mesa, de frente para a porta, lançando-lhe um olhar frio, enquanto ela abaixava-se para pegar o livro, era ninguém mais, ninguém menos, que Draco Malfoy.

"Lord give me grace and dancing feet
And the power to impress
Lord give me grace and dancing feet
Let me outshine them all"

Hermione conseguiu recuperar-se um pouco e desfez a expressão pasma de seu rosto, pegou o livro e murmurou um pedido de desculpas a Lupin, pelo atraso, fingindo não notar que o loiro ainda a observava, friamente. Sentou-se entre Ron e Harry; o rosto do ruivo estava da cor se seus cabelos e a expressão de Harry era tão impassível que ela poderia jurar que ele estava se controlando para não pular no pescoço de Malfoy.

"Is it so wrong to crave recognition?
Second best, runner-up
Is it so wrong to want rewarding?
To want more than is given to you?
Than is given to you"

- Bom, continuando, - disse Lupin, calmamente, - por ter sido nosso informante por mais de um ano, agora que foi descoberto, é mais do que simplesmente nosso dever acolher o Sr. Malfoy. Ele mesmo já se dispôs a continuar ajudando a Ordem e, como os Comensais com certeza virão atrás dele, o melhor lugar para que ele fique é aqui. A Mansão não é segura e, bem, aqui é o nosso quartel general de qualquer maneira. – ele concluiu, hesitando, lançando um olhar quase que de desculpas para Harry, que cerrou ainda mais os dentes, enquanto Ron parecia prestes a entrar em combustão espontânea, no entanto, nenhum dos dois abriu a boca para protestar. Olhando de uma expressão conformada para outra, por toda a mesa, Hermione não se conteve.

- Como assim, aqui? Ele pede a nossa ajuda, dá algumas informações, faz besteira e nós vamos ter que agüentá-lo aqui?!

Draco encarou-a, produzindo o olhar mais desafiador que conseguiu. Lupin abriu a boca para responder, mas quem falou foi o loiro.

- Se não tivesse se atrasado, Granger, não teria perdido a explicação que desmancha esse seu conto de fadas, onde sou eu quem corre para a Ordem. Vocês vieram até mim e eu não recusei a oferta de me tornar espião, mas a proposta partiu do próprio professor – ele conseguiu falar a palavra como se fosse algo degradante – Lupin. Eu não passei algumas informações; eu passei muitas e valiosas. E, definitivamente, eu não fiz besteira; se não fosse por mim, a sua amiguinha de cabelo rosa não estaria mais tropeçando por aí. Foi por ajudá-la que eu denunciei a minha posição.

"Tonight make me unstoppable
And I will charm, I will slice
I will dazzle them with my wit
Tonight make me unstoppable
And I will charm, I will slice
I will dazzle, I will outshine them all"

Hermione ouvira falar em um problema com Tonks na última missão, mas não sabia bem o que havia acontecido. Ela, Ron e Harry estavam em Little Hampton na ocasião, procurando pistas de Horcruxes. Sabia que a metamorfomaga havia sido salva na última hora de uma maldição imperdoável. Só não imaginava que havia sido salva por Malfoy.

"Standing on the packed dance floor
Our bodies thrown in time
Silent on the weekdays
Tonight I claim what's mine"

A morena procurou o olhar de Lupin e, em seguida, o de McGonagall.

- Isso... isso é verdade, professor? – sua voz saiu quase num fio.

- É, sim, Hermione. – respondeu Lupin, gravemente, - Se não fosse pelo Sr. Malfoy, Tonks estaria... – ele hesitou, e engoliu em seco antes de continuar, - morta. A ação do Sr. Malfoy evitou isso, mas acabou com seu disfarce. E é por isso que ele tem que ficar aqui. É o lugar mais seguro que podemos oferecer.

Hermione compreendeu, então, as expressões de Harry e Ron. Eles deviam estar tão ou mais indignados que ela, mas eles realmente não podiam falar, ou fazer, nada. Afinal, Malfoy estava ali porque eles haviam pedido ajuda; porque ele havia salvado a vida de Tonks. Levantou o olhar e encontrou o loiro ainda a encarando com um meio sorriso presunçoso diante do silêncio dos três.

"Is it so wrong to crave recognition?
Second best, runner-up
Is it so wrong to want rewarding?
To want more than is given to you?
Than is given to you"

A reunião terminou pouco depois e, mal haviam sido dispensados, Ron pegou a mão da morena e praticamente a arrastou para o quarto que ele dividia com Harry, seguindo o moreno. Assim que fechou a porta, a jovem virou-se para Harry, que se sentou na beira da própria cama, imitado por Ron, que desabou na sua.

- Você sabia, Harry? – ela indagou, caminhando até eles e sentado-se ao lado do namorado, encarando o moreno na cama da frente, - Sabia que o Malfoy era o nosso espião?

O rapaz deu de ombros e ajeitou os óculos sobre o nariz, passando a mão pelos cabelos, exasperado, em seguida.

- Eu imaginava. Não é como se houvesse uma fila de Comensais querendo ajudar a Ordem, não é? E... bom, Dumbledore confiava nele. - os três entreolharam-se, lembrando-se da cena que Harry havia lhes contado, no alto da torre de astronomia – A surpresa foi que nós fomos procurá-lo, e não o contrário. – concluiu, dando de ombros mais uma vez.

- É, bom. Agora vamos ter que conviver com isso, certo? – Hermione disse, tentando levantar o ânimo dos outros dois, - Talvez nem seja tão ruim assim, não estamos mais na escola, não é como se estivéssemos competindo entre as casa ou algo assim. Estamos todos do mesmo lado agora, certo? – ela lançou um olhar, insegura, para os outros dois; Harry deu de ombros mais uma vez e atirou-se de costas na cama, bagunçando ainda mais os cabelos com as mãos, num gesto claro de frustração. A morena olhou para o namorado, o ruivo a encarou de volta e abriu a boca para falar, fechando-a em seguida e repetiu o gesto mais duas ou três vezes, antes de desistir e apenas balançar a cabeça, deixando claro que sua indignação ultrapassava o limite das palavras. A jovem suspirou, resignada, e pegou seu livro, dando boa noite para os dois, beijando Ron rapidamente enquanto Harry desviava o olhar. Deixou o lugar e subiu as escadas para o terceiro andar, onde ficava seu quarto. Andando pelo corredor, notou que a porta do aposento em frente ao seu estava entreaberta e, espiando, viu Malfoy tirado suas coisas de dentro de um malão. Bufou, levemente irritada consigo mesma; como não havia pensado antes que ele ficaria ali? Haviam terminado de descontaminar aquele quarto naquela manhã. Ainda irritada, dirigiu-se para a porta do próprio quarto, estacando quando ouvi a voz do loiro.

- Ei, Granger! – a morena virou-se e fitou os olhos cinzas do outro, que se escorou no batente da porta. – É você que dorme aí? – indagou, arqueando as sobrancelhas, e indicando a porta em frente com um gesto de cabeça.

- É, sou eu, sim, Malfoy. – a jovem respondeu, secamente, mas ainda assim, intrigada. Onde estavam as ofensas, o ar de nojo, o velho e bom, "sangue-ruim"?

O loiro apenas deu um meio sorriso frio e ela ia continuar para seu quarto, quando a voz arrastada soou mais uma vez.

- Você devia ter continuado com os trouxas, Granger.- Hermione encarou-o, fuzilando-o com o olhar, pronta para rebater alguma ofensa, quando ele continuou, ampliando o sorriso, - Você fica muito melhor com as roupas deles do que com as nossas. – ele deu um passo para trás, fechando a porta, deixando Hermione encarando a superfície escura, incrédula.

Ela havia entendido errado, ou Malfoy, ainda que de um jeito torto, havia lhe feito um elogio? Ainda boquiaberta, a morena entrou em seu próprio quarto. Havia algo definitivamente diferente em Malfoy. Restava descobrir se isso era bom ou não.

Draco fechou a porta atrás de si ainda sorrindo, satisfeito consigo mesmo; havia dado o primeiro passo. Com sua identidade revelada, fora forçado a renunciar de uma vez por todas qualquer chance de juntar-se aos Comensais novamente, havia trocado de lado definitivamente. E, daquele lado, o poder estava com Potter; e o loiro pretendia chegar até ele. No entanto, tinha absoluta certeza de que o cicatriz jamais permitiria uma aproximação e muito menos aquele Weasley. Já a sangue-ruim... era sua melhor aposta. Sabia que os dois fariam qualquer coisa que ela pedisse, tinha conhecimento do poder de persuasão da garota e sabia que era inteligente e esperta. Apostava nela como a brecha que ele precisava para aproximar-se de Potter.

Estava do lado "certo", sim. Mas não havia motivo algum para que ele não tirasse proveito disso ou não buscasse poder daquele lado.

Agora é só agir com sutileza e calcular os próximos movimentos, refletiu o loro. E esperar os momentos certos para agir.

Bjs e

R E V I E W !