CAPÍTULO 1
You're My Everything
Querida Maura
Eu não posso por em palavras o medo que eu senti de perder você essa noite. Poder finalmente segurar você firme contra o meu peito depois de tudo, acariciar seus cabelos dourados, e depois olhar intensamente para seus olhos, que me fazem esquecer o mundo lá fora. Como você me domina assim ?
Eu queria que você estivesse aqui agora... Eu entendo que você precise passar um tempo sozinha depois de tudo isso. Mas eu ainda sim queria você aqui...
Ainda me lembro da raiva que senti quando Hoyt tentou machucar você. Eu senti a fúria de um boxeador durante uma luta, mas era pessoal e não circunstancial.
Querida Maura... Eu não tenho mais nada a dizer agora, eu só gosto de te chamar assim.
Minha princesa...
Minha Maura... Eu gostaria que você realmente fosse minha.
Jane Clementine Rizzoli
Mais uma carta... Jane a pegou dobrou e jogou dentro da caixa já cheia de cartas.
"Se continuar assim precisarei de outra caixa" - pensou Jane - "Droga" - sussurrou.
"Eu preciso dizer a ela" - murmurou
"Não posso mais lutar contra isso" - disse aumentando seu tom de voz.
"Droga" - disse finalmente gritando e atingindo um soco a parede a frente da mesa que escrevia as cartas.
Olhou para sua mão em seguida, "Isso vai doer amanhã" – pensou.
Levantou-se então da cadeira que estava sentada, e caiu na cama, afundando sua cabeça no travesseiro, não se importou em cuidar da sua mão. Só precisava descansar agora.
Acordou no dia seguinte com o seu despertador, bateu com sua mão no despertador para fazê-lo parar de tocar.
"Aiii...Deus!" – exclamou.
Depois de um tempo olhando para sua mão tentando descobrir o que havia acontecido ali.
Ela finalmente se lembrou o motivo.
"Melhor pedir para a Maura dar uma olhada nisso..."
" Droga..."
"Maura..." – repetiu novamente, de uma forma mais doce, o nome daquela que a faz se arrepiar.
"Porque você não sai da minha cabeça ?" – pensou, já sabendo a resposta para a pergunta.
Levantou-se em seguida, precisava se arrumar para trabalhar. Tomou um banho, comeu um sanduiche natural, alimentou Jo Friday, pegou a chave de seu carro e partiu para o departamento.
Foi direto para a sala de Maura, precisava que ela desse um jeito em sua mão, ou aquilo atrapalharia o seu trabalho. Viu as luzes acesas, se aproximou da porta e bateu.
– Entre – disse Maura.
Respirou fundo e entrou. Lá estava ela sentada, com seus cabelos dourados sobre seus ombros, um vestido vermelho que lhe caia perfeitamente. "Deus, ela é tão linda" – pensou.
– Jane...
Saiu de seus profundos pensamentos e voltou a realidade.
– Está tudo bem ? – perguntou Maura.
– Sim, eu só...estou um pouco distraída hoje.
– Algum motivo para a distração ?
– O que ? – perguntei, surpresa com a pergunta.
– Eu perguntei, se tem algum motivo para a sua distração.
"Você" – pensei, gostaria de ter coragem de dizer isso. – Na verdade não – respondi finalmente.
– Eu preciso que você olhe a minha mão... – acrescentei.
– Deixe me ver... – Maura disse se levantando e se aproximando, o que me fez respirar fundo.
Me apoiei na mesa e ergui a minha mão, para que ela pudesse ver. Ela ficou alguns segundos olhando para minha mão, enquanto eu a admirava.
– Ela está bem inchada, Jane. O que aconteceu ?
– Você pode me dar alguma coisa para aliviar a dor ? – perguntei fugindo de sua pergunta.
– Não fuja da minha questão Jane.
– Você pode só me dar alguma coisa e eu vou embora ? – respondi em um tom rude.
Ela apenas assentiu, foi até uma gaveta, a abriu, pegou alguns comprimidos e voltou até mim.
– Me desculpe... Eu não queria falar assim com você.
– Está tudo bem... – disse sem olhar para mim. – Aqui – disse me dando os comprimidos – Esse daqui, você toma de 6 em 6 horas para diminuir o inchaço e esse aqui você toma para aliviar a dor, mas não exagere.
Peguei os comprimidos e coloquei no bolso. Quando ela começou a se afastar, segurei sua mão.
– Me desculpe... É serio... Eu não quis parecer grossa com você – disse enquanto acariciava a sua mão.
Deixei uma de minhas mãos segurando a mão dela, enquanto com a outra, comecei a acariciar seu rosto, dando um pequeno sorriso. Ela sorriu em seguida.
– Me desculpe... – repeti, e a abracei.
"Deus eu poderia segurá-la em meus braços pela eternidade" – pensei.
Meu pensamento foi interrompido pelo meu celular tocando.
"Droga!" – exclamei. – Desculpe.
– Tudo bem – respondeu ela, voltando para sua mesa em seguida.
– Rizzoli – atendi meu celular.
– Certo...o lixão, conheço sim...Não será necessário, ela está comigo. Até... – desliguei.
– Temos um caso ? – perguntou ela.
– Sim. Vem comigo, eu disse ao Frost que você está comigo, então ele não irá te ligar.
– Certo.
– É melhor levar um casaco, está frio hoje – avisei.
– Eu não trouxe – respondeu ela preocupada.
– Tudo bem, você fica com o meu – respondi.
– Certo... Mas e você, Jane ?
– Eu gosto de frio – sorri e abri a porta dando espaço para que ela passasse.
Pegamos o elevador e descemos até o estacionamento. Caminhei até o meu carro.
– Vamos no seu ?
– Sim, se estiver tudo bem para você.
– Está sim – ela sorriu.
Abri a porta do carro para ela, entrou e eu consegui ouvir um "obrigado" baixo. Fechei a porta, andei até o outro lado e entrei dentro do carro.
Nós passamos o caminho inteiro em silêncio.
"Silêncio..., eu não gosto disso" – pensei
Maura ficava apenas olhando as pessoas na rua durante o caminho. Não olhou para mim, nem uma vez. É isso que me faz pensar que ela não sente o mesmo. Toda vez que eu tinha chance, eu olhava para ela. Gosto de admirá-la.
Chegamos ao local do homicídio, quando ela estava prestes a sair, segurei sua mão.
– Espere – disse tirando o meu blazer do corpo. – Pega, veste isso.
Ela sorriu, pegou e vestiu, enquanto eu andava até o outro lado do carro e abria a porta para ela.
– Esse seu blazer preto, ficou bom com o meu vestido vermelho. Eu gostei – ela disse sorrindo para mim.
"Esse sorriso..." – pensei. – É ficou bom sim, você está linda – respondi dando um sorriso em seguida.
– Obrigada Jane – ela retribuiu o sorriso e fomos em direção ao corpo.
Maura se abaixou ao lado do corpo, enquanto eu fui até o Frost para pegar informações do caso.
– Olá Frost.
– Hey Jane.
– O que temos ? – perguntei.
– James Levine, foi encontrado nesse lixão por um catador.
– 2 Tiros no peito e um na cabeça – disse Maura.
– Isso parece execução. Você conversou com o catador ?
– Exatamente o que pensei – fez uma pausa. – Korsak está fazendo isso agora – disse apontando.
– Certo.
– Droga, esse lugar fede... – reclamou Frost.
– O que você esperava ? – respondi soltando um riso em seguida.
– Vamos terminar logo, para sairmos daqui – respondeu Frost.
Olhei para o lado e Korsak estava vindo até nós.
– Hey Jane.
– Oi Korsak.
– E então o que conseguiu ?
– Não muita coisa. Ele disse que veio aqui de manhã como sempre, e encontrou esse cara. Nunca o viu antes.
– Certo. Algum parente ?
– Já conseguimos o número da namorada dele. Ela está a caminho.
Me virei para Maura e perguntei:
– Terminou Maura ?
– Sim, vou mandar retirar o corpo – respondeu e saiu.
– Detetive Rizzoli ?
– Sim – me virei e era um policial.
– A namorada da vitima esta aqui.
– Certo, leve-a para a delegacia. Nós estamos indo para lá – fiz uma pausa. – Esse lugar fede demais, vamos embora daqui.
– Já estava na hora – respondeu Frost.
Chamei Maura e fomos para o meu carro. Durante o caminho até a delegacia, novamente o silêncio reinou entre nós... Quando Maura chamou meu nome:
– Jane ?
– Sim ? – olhei para ela brevemente.
– Você tomou o seu remédio ?
– Droga, eu esqueci totalmente. Quando chegar na delegacia, eu tomo. Obrigada por me lembrar Maura.
– Tudo bem – ela sorriu quando olhei para ela após responder.
Quando chegamos na delegacia, fomos para o elevador. Maura apertou o botão do terceiro andar e eu fui para o segundo. Quando a porta se abriu, olhei para Maura e disse:
– Nós vemos mais tarde ?
– Sim – ela sorriu.
Retribui o sorriso e fui encontrar Frost e Korsak na sala de interrogatório. Mas antes, peguei um comprimido de cada remédio e tomei, antes que me esquecesse.
Passamos a tarde inteira interrogando, até que chegamos a conclusão de que um "amigo" de James, o matou por que ele estava devendo dinheiro a ele.
Prendemos o assassino e caso encerrado.
Frost, Korsak e eu, ficamos preenchendo alguns relatórios, enquanto esperávamos a chuva que havia começado a pouco tempo cessar. Quando ouvi os passos de alguém de salto. Meu coração acelerou. "É ela..." – pensei.
– Jane, você vai agora ? – perguntou Maura.
Me virei e ela estava ainda com o meu blazer. Sorri. Ela ficava linda com ele.
– Sim, eu vou... Já terminei aqui – respondi me levantando.
– Até mais Frost, até Korsak.
– Até mais Jane, tenha uma boa noite – respondeu Korsak.
– Boa Noite Jane. Boa Noite Maura – respondeu Frost e Maura retribuiu logo em seguida.
Andamos até a porta do departamento, a chuva havia ficado mais forte.
– Você quer esperar ? – perguntei.
– Eu realmente não acho que essa chuva vá passar rápido.
– Você está certa. – pausa. – Hey, você ainda tem uma troca de roupa no seu carro ? – perguntei.
– Sim, por que ? – respondeu Maura.
– O meu apartamento é mais perto daqui. Você pode ir para o meu apartamento comigo, ao invés de eu te levar em casa e correr o risco do carro atolar. O que acha ?
– É uma boa ideia, Jane – ela sorriu.
Pegamos o elevador novamente e descemos até o estacionamento.
Maura foi até o seu carro e pegou sua roupa reserva enquanto eu a esperava no meu carro.
– Pronto... – disse Maura abrindo a porta do carro. Sorri para ela, liguei o carro e fomos até o meu apartamento.
Durante o caminho, nos sinais vermelhos, eu aproveitava para olha-la. Sempre tão distraída, olhando as pessoas na rua... Eu queria falar algo, queria ouvir a voz dela. Mas se eu precisasse falar alguma coisa para ela, seria "Eu te amo", mas eu não posso dizer isso, então é melhor eu manter a minha boca fechada e só apreciá-la.
– Chegamos. Fique a vontade – disse a ela abrindo a porta do apartamento.
Ela sorriu para mim e entrou.
– Você está com fome ? – perguntei
– Sim...
– Eu posso fazer algo para nós.
– Preparar algo, ou pedir ? – ela soltou um pequeno riso ao final.
– Pedir...Você sabe que não sou bom em cozinhar – sorri para ela, soltando um riso após.
– Não tem problema, eu vou fazer e você vai me ajudar, ok ?
– Então tudo bem... – sorri.
– Que tal um macarrão ?
– Por mim, está ótimo.
– Então será...
– Quer preparar o macarrão ou o molho ? – perguntou
– Dessa vez, o macarrão...Quero aprender a fazer o seu incrível macarrão - sorri
– Então tudo bem... – retribuiu o sorriso.
Escutei bater na porta.
– Quem será ? – perguntei – Eu já volto – disse olhando para Maura.
Ela assentiu com a cabeça e fui abrir a porta.
– Frankie! O que faz aqui ? – perguntei.
– Você não vai nem perguntar como está o seu irmãozinho ? – ele soltou um riso.
– Cala a boca... O que você quer ? – disse tentando prender o riso, mas falhei.
– Mamãe mandou trazer esse dinheiro, é para a Maura.
– E como você sabe que ela está aqui ?
– Se ela estivesse em casa, mamãe saberia. Obvio – ele sorriu e esticou o envelope para mim.
– Certo – disse pegando o envelope. Mais alguma coisa ?
– Não só isso. Tenha uma Boa Noite.
– Você também – respondi e fechei a porta.
Coloquei o envelope em cima da mesa e voltei até Maura.
– Mamãe mandou um dinheiro para você.
– Ahh, obrigada Jane. – Você pode me ajudar a abrir a lata do molho, por favor ?
– Deixa eu te ensinar.
Lentamente me posicionei atrás de Maura, colocando minhas mãos sobre as dela. Respirei fundo. Colei meu corpo no dela. "Deus, eu poderia ficar assim para sempre" – pensei. Pude perceber que ela estremeceu um pouco nesse momento.
– Você pressiona um aqui na borda, colocando força... – disse com as minhas mãos sobre as dela, ajudando-a a fazer o primeiro furo na lata. – Assim...
– Agora, você apenas traz o abridor pelas bordas... – novamente a ajudei a fazer o movimento.
– É fácil – ela sorriu.
Virei minha cabeça olhando para ela, sem mover meu corpo. Nesse momento, ela moveu sua cabeça para olhar para mim. E pude perceber que estávamos muito perto, pude sentir sua respiração. Ela percebeu que estávamos próximas demais. Mas ela não fez nada, porque ela não se afasta ?
Parei de olhar para seus olhos, e desviei meu olhar para sua boca, os sorrisos já haviam se desmanchado.
Aproximei meus lábios do dela, e a beijei... Ela correspondia, busquei por mais abertura em sua boca, que ela logo cedeu... Continuei buscando por mais contato, o que permitiu o beijo a ficar mais quente. Logo eu já estava com os meus braços em volta de sua cintura, tirei um de meus braços, e afastei tudo que tinha em cima do balcão.
Então abaixei minhas mãos até a parte de trás de seus joelhos, ela colocou seus braços em volta do meu pescoço e a ergui, colocando-a sentando em cima do balcão, ainda sem quebrar o contato.
Parei o beijo, porque o ar começou a ser um problema. Então fui até o seu pescoço e depositei vários beijos, enquanto ela colocava suas pernas em volta da minha cintura e me puxava mais para perto.
"Eu sei o que você quer..." – sussurrei no ouvido dela. Ao mesmo tempo que minhas mãos desceram até os seus joelhos e subiram pela parte interna de suas pernas, por dentro de seu vestido.
" Então me dê o que eu quero" – ela sussurrou.
– Jane ?
– JANE ?
– Sim, o que foi ?
–Você está bem ? – ela me olhou preocupada.
– Sim...sim...eu estou... – respondi gaguejando.
– Você já começou a preparar o macarrão ?
– Não... não, me desculpe, eu me distrai.
"Droga de imaginação" – pensei. Eu havia me distraído, enquanto ela abria a lata do molho.
– Percebi... Você me ajudou a começar a abrir a lata e se afastou. E quando eu terminei de abrir, me virei e você estava olhando para mim com uma cara de quem tava muito longe – ela soltou um riso ao final.
– Me desculpe, eu só estou cansada – fiz uma pausa. – Vamos terminar logo...
– Sim, vamos...
Nós terminamos de fazer o jantar, ela me ajudou a fazer o macarrão, depois daquele incidente e fomos comer. Conversamos sobre o trabalho e nada mais.
– Você pode subir e deitar, eu limpo tudo. – disse a ela quando vi que ela havia terminado de comer.
– De maneira nenhuma Jane, eu...
– Não, você está na minha casa hoje, eu limpo, você pode ir descansar.
– Obrigada Jane – ela sorriu.
Peguei os pratos e quando ia leva-los para pia, parei no exato momento em que me lembrei de algo.
– A caixa...as cartas...Droga... – disse já largando os pratos em cima da mesa e correndo até o quarto.
– MAURA ! MAURA!
Ela estava abrindo a porta do quarto quando eu cheguei.
– O que foi Jane ?
– Eu esqueci de...de...forrar a cama hoje de manhã. "Sério ? Isso é o melhor que você pode pensar ?"
– Mas não precisa Jane, eu sei onde fica os lençóis, eu mesmo posso fazer isso. – ela colocou a mão na maçaneta.
– NÃO...Quer dizer... tudo bem eu faço... você pode esperar aqui – sorri e entrei no quarto e fechei a porta rápido, antes que a situação piorasse ali fora.
Respirei fundo, peguei a caixa que estava em cima da mesa e coloquei debaixo da cama.
A cama estava completamente arrumada, então dei um tempo e voltei até a Maura.
– Pronto, terminei – dei um sorriso forçado.
– Não precisava Jane...
– Sim, precisava. Agora eu vou voltar para a cozinha e terminar de limpar... – disse e sai o mais rápido possível. "Essa foi por pouco"
Voltei para a cozinha e terminei de arrumar tudo. Fui para o quarto, e encontrei Maura ainda acordada.
– Como você percebeu, meu apartamento é uma droga, e eu não tenho outro quarto. Então eu vou apenas pegar um travesseiro e uma coberta aqui e já estou saindo.
– Não Jane. De maneira alguma...Você dorme comigo aqui, até parece que nunca dormimos juntas – ela soltou um riso.
Meu pensamento foi muito longe quando ela disse isso. "Concentração Rizzoli"
– Tem certeza ?
– Mas é claro – ela respondeu e se afastou um pouco, dando espaço para mim.
Sorri e me deitei ao lado dela.
– Obrigada Maura.
Ela apenas assentiu e sorriu.
How can I, stay here with you and not be moved by you ?
E como eu poderia ficar aqui com você e não me comover com você ?
Would you tell me, how could it be any better than this.
Me diga como isso poderia ficar melhor ?
You calm the storms and you give me rest.
Você acalma as tempestades e você me dá descanso.
You hold me in your hands,
Você me segura em suas mãos,
You Won't let me fall.
Você não vai me deixar cair.
You steal my heart,
Você roubou o meu coração,
And you take my breath away.
E você tirou o meu fôlego.
Would you take me in ?
Você vai me receber?
Take me deeper, now ?
Vai me atrair mais ainda?
