Atenção! Os personagens de Inuyasha pertencem à Rumiko Takahashi, apenas peguei eles emprestados!


Quando eu era pequena sempre achei que poderia ser tudo, tudo o que eu quisesse, tudo o que os meus ídolos eram, o céu era o limite. Hoje, com 22 anos, formada, desempregada, com muitas perspectivas para o futuro, mas nenhuma nem perto de ser concretizada, me pego pensando na vida. Eu quero viajar muito, conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes, eu quero amar e ser amada, quero uma família, trabalhar com algo que eu amo, filhos, uma vida confortável, um futuro. No momento tudo isso parece tão distante e impossível. Acho que não adianta ficar divagando sobre o meu passado, presente, futuro, minhas frustrações, mas sim dormir, porque amanhã é um novo dia, e eu tenho uma entrevista de emprego.

Acordo com o sol refletindo em meu rosto, franzo a testa, ao contrário de muitas pessoa não me sinto mais disposta ao acordar em um quarto iluminado com o sol brilhando e passarinhos cantando. Não me espreguiço, apenas tateio a cômoda ao meu lado a procura de meu celular, localizo-o, aperto o botão e olho o visor para verificar que horas são. Ora, são 8:30, e então grito.

- AAAAAAAAAAAAAAAAH!

Levanto da cama correndo, aos tropeços chuto a cadeira que fica no meu quarto, não perco tempo me lamuriando. Corro para o banheiro, tomo uma ducha rápida e faço minha higiene pessoal, saio correndo do banheiro, nua, resvalo em uma poça que eu mesma fiz no chão e caio, não perco tempo com isso também, apesar de sentir minha bunda doloria. Sem desistir vou até o quarto, mais calmamente agora, e coloco a roupa já selecionada no dia anterior.

Olho-me no espelho para passar uma leve maquiagem, "reboco" como costumo dizer. Após, confiro meu visual, estou vestindo uma calça social presta e justa, um par de sapatinhas pretas de verniz e uma camisa social de mangas curtas na cor azul-bebê, meus cabelos estão ajustados à minha tiara preta. Não me atento ao fato de estar bonita ou não, apenas preciso estar apresentável e básica, para uma entrevista de emprego é mais seguro, em minha opinião. Nunca me considerei muito bonita, apenas em raros momentos, após muito me arrumar. Meus familiares e amigos falam que sou e que chamo atenção. Não posso perder tempo fazendo uma autoanálise já que estou atrasada para a entrevista que está marcada para às 9:15 e já são 9 horas, por sorte o local, uma livraria, é cerca de 7 quadras do meu minúsculo apartamento.

Chego ao meu destino às 9:13, esbaforida, com as bochechas avermelhadas, mas cheguei. Está tudo certo, agora percebo que xingar a minha falta de sorte como tive vontade de fazer não adiantaria de nada, a melhor coisa foi ter mantido a calma. Uma vez me disseram que quando as coisas dão errado deve-se seguir em frente e ser otimista. Se você falar que não tem como piorar, aí que as coisas vão por água abaixo. Sou prova viva disso, estou aqui, na frente do meu destino, a Livraria Taisho, uma das mais conceituadas e antigas livrarias da cidade, nada pode dar errado.

E então, como se a vida adorasse tirar uma com minha cara, uma Mercedes preta estaciona abruptamente em frente à livraria, fazendo com que a poça de água situada na rua, remanescente da chuva da noite anterior saltasse em mim. Olho desolada para minhas roupas, levanto a cabeça e o motorista do carro já está fora dele atravessando a rua, só consigo olhar suas costas largas e musculosas e os cabelos cortados rentes à nuca, loiríssimos, quase brancos, ele nem percebeu o que acabou de fazer, adentra calmamente no austero edifício do outro lado da rua, o qual contrasta com a simpática livraria atrás de mim.

Pelos deuses, é muito tarde para xingar? Que vá tudo para o inferno, mas preciso dizer, mesmo que seja em um quase inaudível sussurro:

- Tem como piorar?

Resigno-me com meu trágico destino e entro na livraria. Não sou de desistir. Com sorte o simpático dono se compadecerá da minha situação.


Pessoal, eu sei que o capítulo é minúsculo e não dá pra tirar muita informação do que vai acontecer a partir dele, mas é pra ver se alguém gosta e tem interesse que eu continue publicando. Também sei que não escrevo bem, sendo assim, sintam-se livres pra me bombardear de críticas construtivas!

Beijos