Rachel não podia estar mais feliz. Realizou seu sonho de ir para New York, entrou para uma das melhores faculdades de lá e, mesmo com sua personalidade difícil, tem muitos amigos. Resumindo: para ela, as coisas iam tão bem que nem ela mesma acreditava.

É claro que, junto com a felicidade de estar no lugar mais fantástico do mundo, também tinha melancolia. Tudo a fazia lembrar de seus amigos, aqueles que deixou em Lima, de sua família, e até do pouco que conseguiu conquistar lá. Rachel Berry sempre soube que seu futuro seria brilhante, até porque ninguém mais do que ela acreditava que havia nascido para brilhar, e, de um certo modo, Lima não era o lugar certo para ela.

Mas todo o sofrimento e esforço valeram a pena. Rachel agora dividia o apartamento com sua melhor amiga, Santana, e de noite, trabalhava um pouco em um bar, chamado Golden Stars (não é a toa que foi o que mais chamou sua atenção),cantando. Duas ou três apresentações por noite bastavam para que ela tivesse um dinheirinho extra para comprar roupas, sapatos e etc. A pequena Berry nunca havia se empenhado tanto em seus estudos e compromissos quanto agora. Na verdade, Rachel andava se preocupando tanto com seu futuro e se empenhando tanto em seus estudos que quase não saia de casa, o que incomodava Santana profundamente.

-Vai Rachel, sai desse quarto. Vamos fazer alguma coisa! Você está na cidade mais maravilhosa do mundo e nem sequer aproveita o que ela tem para nos oferecer!

-E você acha que eu não sei Santana? Meu sonho sempre foi morar aqui, o único problema é que eu dei duro para chegar onde estou e não é agora que eu vou relaxar.

-Duas horinhas não fazem mal a ninguém. Ou você fecha esse livro e vai passear comigo, ou eu dou uma de Lima Heights.

-Tudo bem. Mas só duas horinhas.

Depois de tanta insistência, Rachel finalmente largou os livros e saiu com sua melhor amiga. Ela precisava disso. De ar fresco, de sair daquele apartamento. Já era quase pôr do sol quando as duas saíram de casa. A luz meio amarela meio alaranjada do sol deixava NY mais lindo do que o normal, e, para aproveitar essa beleza toda, as duas foram para o Central Park. Nenhum lugar de NY era mais lindo.

Depois de cantar, o que Rachel mais gostava era de deitar naquela grama, sentir o vento brincar com seu rosto e seus cabelos, e observar as estrelas quando anoitecia.

Rachel ficou tão distraída e relaxada de estar lá, que perdeu a hora, já eram quase nove horas e elas estavam lá desde o por do sol, o que é bastante tempo. Sem mais nem menos, Rachel cutucou Santana, que levou um susto, e disse:

-ACORDA SANTANA, A GENTE PERDEU A HORA!

Rachel saiu correndo, o mais rápido que podia, afinal, já era tarde e ela nem tinha feito seu trabalho de artes cênicas ainda. Sem olhar para onde andava, sem querer, ela trombou com uma pessoa sem querer, e acabou caindo no chão. Meio atordoada, Rachel só conseguiu se levantar graças a uma mão estendida na sua frente. Era um menino lindo, de mais ou menos 1,95, com um pequeno topete no cabelo. Pegou sua mão e, justo quando foi pedir desculpas, ficou perdida em seus olhos meio castanhos claros meio escuros, que a faziam se sentir de um jeito esquisito.

-Ei, você está bem?

-S-sim, estou. – Rachel dizia, meio atordoada – Me desculpe por ter trombado em você, é que eu estou com um pouco de pressa e eu nem vi você na frente.

-Tudo bem . A propósito, meu nome é Finn – disse ele.

-E eu sou Rachel – disse, ofegante – Ei, agora eu tenho eu tenho que ir, já perdi a hora. Até qualquer dia.

-Até, e, tomara que um dia eu te veja aqui de novo!

Rachel abanou a mão, e só voltou a correr quando Santana a puxou pelo braço, fazendo com que a troca de olhares entre ela e Finn se quebrasse repentinamente.

Assim que chegou em casa, a primeira coisa que queria fazer era tomar um banho, e depois, dormir. Rachel sabia que já não dava mais tempo de fazer seu trabalho, pois toda essa revira volta fez com que ela chegasse em casa somente às onze. Tomou seu banho, vestiu seu pijama branco com estrelas rosas e douradas, e se deitou, tentando dormir. Mas toda vez que Rachel fechava os olhos, tudo que vinha em sua cabeça era o menino alto que tinha conhecido mais cedo, Finn, e como aquela troca de olhares a fez se sentir diferente.