N/A: Eu sei que não deveria estar começando outra história agora, mas não pude resistir. :3
Observação: A história não é linear. Quem não curte esse tipo de narrativa já está avisado ;]
ABC do Amor
Amizade
- Shikamaru! – a voz de Nara Yoshino podia ser ouvida por todo o quarteirão. – Nara Shikamaru, apareça aqui agora mesmo!
O garoto em questão, entretanto, se encolheu ainda mais em seu esconderijo atrás das lixeiras. Quando percebeu os passos da mãe se afastando, levantou-se e correu o mais rápido que pôde para bem longe dali. Quanto mais longe, melhor, ele pensou.
Só parou de correr ao chegar a uma das colinas que rodeavam Konoha, um dos seus pontos preferidos para observar nuvens. Estava ofegante por conta da longa corrida e uma gota de suor escorria pela sua testa. Espreguiçou-se e deitou na sombra da árvore mais próxima, colocando os braços atrás da cabeça.
Não saberia dizer por quanto tempo estava ali antes de ouvir uma vozinha fina – típica de uma criança de 6 anos – o chamando.
- Shiika... Shiiiiiikaaa!
- Tsc. – o herdeiro Nara fechou os olhos. – Menininha problemática...
- Shika – a voz estava mais perto e parecia se aproximar cada vez mais. – Shika, 'tô te procurando há um tempão... fui até a sua casa e sua mãe falou que você fugiu dos deveres domésticos de novo...
- Deveria ter fugido de você também – murmurou, esperando uma reprimenda dela. Quando não aconteceu nada ele abriu um dos olhos, e o que ele viu fez com que rapidamente abrisse o outro.
Nariz vermelho e escorrendo, olhos inchados e igualmente vermelhos, uma expressão infeliz no rosto. Shikamaru conhecia Ino desde sempre e sabia que a menina não chorava fácil – pelo menos, não na frente dos outros. Sentou-se.
- O que aconteceu?
Imediatamente se arrependeu de ter perguntado. O lábio inferior da Yamanaka começou a tremer e seus olhos se encheram de água. Um segundo depois, um rio brotava daquelas bolas azuis.
O que aconteceu a seguir foi quase instintivo, um ato não pensado, e naquela idade nenhum dos dois parou para pensar muito naquilo.
Shikamaru levantou-se e envolveu os braços em volta da loira. Ela, por sua vez, agarrou-se ao amigo como se sua vida dependesse daquilo.
- Shh, calma. Vai ficar tudo bem – ele murmurava as mesmas palavras que ouvia de sua mãe quando ele quem precisava de consolo. Após alguns minutos, o choro de Ino diminuiu e ela foi capaz de falar.
- I-Inuzuka Kiba... ele e aquele cachorro estúpido dele... e-eles jogaram a Tsukushi n-na lamaaaaaaaaaaaa – a última palavra saiu como um lamento e as lágrimas voltaram com toda a força.
Shikamaru apertou os lábios. Tsukushi era a boneca de pano que Ino tinha desde que eles eram pequenos. Fora um presente da avó materna, que falecera há pouco tempo, e desde então Ino a carregava para todos os lugares.
Kiba, aquele cachorro idiota, amaldiçoou o Nara enquanto acariciava a cabeça da amiga como um gesto de consolo. Ele passou dos limites...
- Cadê a Tsukushi?
Ino fungou. – E-Eu deixei ela lá... ela tá destruída, Shiikaa...
- "Lá" é aonde?
Uma das mãozinhas da menina enxugava seu rosto. – Naquela poça perto do parque... eles também devem estar lá.
- Ótimo. Assim eu economizo uma viagem.
Shikamaru desvencilhou-se dela, colocou as mãos nos bolsos e começou a andar despreocupadamente. Ino olhou-o por um momento, atordoada, antes de segui-lo.
- Aonde você vai?
- Vou pegar a Tsukushi de volta. Mas antes disso preciso dar uma surra no Kiba.
