Olá! Estou com um novo projeto de tradução. É uma das minhas fanfics preferidas, a autora é uma amiga querida e a beta da versão em espanhol das minhas próprias fics. Espero que gostem dessa história maravilhosa tanto quanto eu.

Autora: Bellatrix_2009

Beta do Original: Meliza Malfoy

Link da Fanfic original, que só pode ser lida após vocês fazerem uma conta no fórum e serem aprovados por moderador.
(Tirem os traços)
http-:-/-/-las-lagrimas-del-fenix-.-foro-activo-.-com-/-forum

Quando tinha onze anos era o menino mais antipático que havia no mundo inteiro. Cheio de mim mesmo e pedante como ninguém. Lucius tinha enchido minha cabeça com os ideais dos sangue puro e as diferenças de classes, há alguma coisa mais estúpida que essa?

Isso são só idiotices, quando alguém morre isso não tem a mínima importância, você é enterrado como todos os demais... e também não importa na hora de se apaixonar, o coração não enxerga. Você se esquece do dinheiro, da linhagem, da pureza do sangue e dos milhares de galeões que estão em seu cofre privado.

E eu me apaixonei como um idiota.

E com certeza já adivinharam de quem me apaixonei, não é?

Sim, do estúpido Potter, por que o maldito testa rachada tinha que ficar tão gostoso?

Ele veio visitar Azkaban essa manhã, ele e a sangue ruim Granger estão trabalhando num projeto para melhorar as condições dos presos... por isso, hoje nos permitiram tomar banhos, seguramente para que o maravilhoso salvador do Mundo Mágico não tenha que ter o trabalho de franzir o nariz para os cheiros indesejáveis.

Por acaso não podia evitar ser o herói?

Bem, não estou reclamando, graças a ele estou vivo, claro que isso é discutível, alguns pensariam que estar em Azkaban é a pior coisa do mundo... e efetivamente é, mas morrer entre as chamas do Fogo Maldito, que te queima por horas antes da morte seria pior.

Sim, sou um pouquinho covarde quando se trata de dor. As cruciatus que Lucius me lançava me deixaram quase imune, mas morrer queimado? Diabos, minha resistência não era para tanto... E então ele chegou, o maldito testa rachada, em seu cavalo branco, nesse caso uma vassoura velha, como o príncipe encantado para salvar a princesa... Caramba, isso soou mal. Então, reformulando, simplesmente para me salvar, evitando as chamas e me estendendo a mão. O que mais eu poderia fazer?

Bem, nada. Segurei sua mão e subi na vassoura, me agarrando a seu corpo como se fosse uma sanguessuga... isso foi minha perdição.

Apesar do fogo, dos gritos e das caras furiosas de Granger e Weasley, meus sentidos despertaram mesmo com o terror que sentia naqueles momentos.

Seu corpo forte, sua bunda dura e esse cheiro que desprendia o maldito garoto... cheiro, que apesar da fumaça que estava invadindo a Sala dos Requerimentos por causa de todo o lixo que estava se queimando, acumulado por gerações de estudantes, chegava ao meu nariz sem nenhum tipo de restrição, um cheio almiscarado de lavanda e grama fresca, de suor de homem jovem e limpo... o cheiro de Potter, que eu já tinha percebido muitas vezes antes quando trocávamos socos, mas que nunca tinha associado a um corpo bonito e desenvolvido como o do herói.

E então, vê-lo se livrar do maldito mostro que me levava para a cama quando queria foi o golpe final. Potter tinha me salvado duas vezes em só um dia, e claro, passar cinco anos em Azkaban faz com que você idealize suas recordações, e foi o que eu fiz.

Foi um jeito de continuar lúcido, me apeguei a esse breve momento, quando estava agarrado ao corpo do Príncipe Encantado que me resgatou... mas, vê-lo essa manhã foi como se o mundo tivesse deixado de girar, e me dei conta que de tanto pensar nele e evocar todas as recordações tinha feito que me apaixonasse realmente por ele.

Nos fizeram sair para os corredores e ele passou entre nós, não sei se me olhou quando passou ao meu lado, mas eu sim o olhei com dissimulo, tive que tragar saliva e piscar rápido para evitar as lágrimas que queriam cair dos meus olhos, a solidão de Azkaban pode fazer estragos em seu autocontrole, e ver o objeto de seus desejos mais forte e mais belo que nunca, então...

O vi se deter no fim do corredor, e nos ordenaram voltar as celas. Me virei para escapar rapidamente, já sei que soa covarde e tudo isso, mas era difícil saber que o homem por quem você está apaixonado está vendo como te transformaram numa merda, por muito ódio que ele tenha sentido por mim durante toda a sua vida.

- Malfoy.

A voz do guarda fez com que eu me detivesse imediatamente na porta da minha cela, sequer tive coragem de levantar a cabeça.

- Sim?

- Siga-me.

A ordem foi como uma balde de água fria. Segui-lo? Para onde?

Porém, obedeci docilmente. Não obedecer significava passar a noite na cama de algum dos guardas, isso eu sabia bem. Não que já tivesse passado por isso, mas enquanto pudesse evitar, evitaria.

Tinha evitado durante cinco anos e sequer Potter ia me fazer deixar de evitar, já tinha tido o bastante na minha vida quando passei pela cama do Lorde desde que tinha quinze anos.

Soube em seguida que íamos seguir a Potter e Granger, que caminhavam um pouco mais adiante que a gente.

Me fizeram entrar em um quarto onde interrogavam aos prisioneiros, e que funcionava de enfermaria ao mesmo tempo.

Ao entrar, não pude evitar lançar uma olhada dissimulada no espelho e ajeitar uma mecha do meu longo cabelo que tampava meus olhos. Naquela rápida olhada, vi que os anos não haviam sido generosos comigo... como haviam sido com o par de heróis, que seguramente estavam desfrutando a visão do meu corpo magro graças a má alimentação, do meu cabelo longo que chegava até a cintura, mas cheio de nós e sujo. E das várias rugas que as intermináveis horas de insônia tinham deixado ao redor dos meus olhos. Eu parecia um homem muito mais velho, e suspirei ao pensar que só tinha vinte e três anos, como estaria aos trinta? Como um velhinho de setenta?

- Ei... Malfoy, pode se sentar na nossa frente?

A hesitação e a amabilidade na voz do herói me desconcertaram por alguns segundos, mas me lembrando das camas dos guardas, me sentei rapidamente em frente a eles, de qualquer maneira, eram as ordens, certo? Foi quando notei que estávamos sozinhos.

- Malfoy, alguns slytherins que não participaram ativamente na guerra e que começaram a voltar do exílio vieram falar comigo.

Sequer levantei a cabeça, mantive meu olhar fixo nas minhas mãos, que retorcia inevitavelmente uma contra a outra com nervosismo e frustração.

- Não vou depor contra nenhum deles. - Me surpreendi ao ouvir o som rouco e ardido da minha própria voz, seguramente porque nunca a usava.

- Claro que não, quer dizer... não viemos por isso. - Murmurou Granger, sua voz soava contrariada e nervosa.

- Eles me disseram... - Potter pareceu inseguro e ainda assim não me atrevi a olhar seu rosto. - Bom, já sabe que seu pai passou pelo beijo do dementador?

- Já sei. - Disse, friamente. - E também sei que minha mãe se suicidou na mansão faz alguns anos, era isso o que tinham para me dizer? - Perguntei, e minha voz saiu carregada de rancor, mamãe tinha se salvado de Azkaban graças a Potter, que declarou a seu favor no julgamento, o agradeci naquele momento, mas, ela estava morta de qualquer maneira e não era justo que tripudiassem com a minha dor.

- Não, não era isso. - Potter disse, sua voz soou um pouco dura.

- Então, o quê? - Minha curiosidade ganhou.

- Ela tentou interceder a seu favor, mas o Wizengamot não quis escutá-la, era sua mãe e...

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos.

- Quero voltar para minha cela. - Disse, com um sussurro abafado. - Podem terminar com isso rápido? Escutarei todos os insultos que me disserem, mas não fiquem com rodeios.

- Só queremos que responda algumas perguntas, Malfoy... de verdade, não queremos te insultar, só que nos responda, certo?

Suspirei, tenho certeza que eles viram isso perfeitamente. Pigarreei para clarificar um pouco a voz.

- Certo, mas com a condição que digam aos guardas que me comportei bem.

Atrevi-me a olhá-los de soslaio e vi como trocavam um olhar irritado.

- Algum deles te tocou? - Potter perguntou, com a voz um pouco alterada, como se estivesse com muita raiva.

- Ainda não, e quero seguir evitando isso. - Respondi.

Escutei como Potter também limpava garganta para clarear a voz.

- Não se preocupe com isso... não vai acontecer, pelo menos é o que espero. - Desta vez sim o olhei no rosto e com raiva, ainda que na mesma hora tive que dissimular como babei ao vê-lo ali, tão másculo e tão bonito.

- Vá direto ao ponto, Potter, assim terminamos com isso de uma vez.

- Bem, então... Adrian Pucey me disse que quando Voldemort te deu a missão de deixar os comensais invadirem e tentar matar Dumbledore que você se negou, e que então ele ameaçou matar Narcissa.

Desviei o olhar de seu rosto, de que servia isso agora? No entanto, respondi com sinceridade, apesar das recordações dolorosas que voltaram a minha mente.

- Sim, tive que aceitar. - Disse, sucintamente, do que servia que Potter soubesse de todo o medo que tinha passado aqueles três anos?

- Eh... disse também... que Voldemort te estuprou... - Levantei-me rigidamente e virei as costas para eles, tive que abraçar a mim mesmo. Como era possível que Adrian tivesse contado isso para que pudessem me machucar ainda mais? - ... na frente dos outros comensais. - Potter terminou.

Inspirei o ar com força e caminhei até a porta, tentei abri-la para escapar para a segurança da minha cela, talvez a cama de um guarda não fosse tão ruim quanto aquilo, mas a porta estava selada com magia.

- Malfoy?

- Sim. - Respondi. - Está feliz agora? Já posso ir?

- Malfoy, de verdade...

- Sim, fui a puta do Lorde Escuro durante quase três anos... Por acaso isso vai aumentar anos a minha condenação? Quarenta não são suficientes? Não se preocupe, Potter, não vou sair, ninguém vive tanto em Azkaban. - Amaldiçoei minha falta de auto controle, porque sentia as malditas lágrimas caindo dos meus olhos. Ali estava o homem que eu amava, cutucando a ferida sem compaixão, será que não era suficiente que eu morresse em Azkaban? Maldito Adrian, o que pretendia ao contar isso? Será que tinha feito alguma coisa para que quisesse se vingar de mim?

- Olha, Malfoy, isso que estamos conversando não sairá daqui, ninguém vai saber, nós...

- Que grande consolo! - Exclamei, sem poder evitar.

Escutei como Potter respirava profundamente, como se estivesse com falta de ar.

- Já pensou no que faria se tivesse uma segunda chance, Draco?

Deixei de chorar quase sem me dar conta, assombrado pelo fato de ele ter me chamado pelo meu nome. Me virei para eles, que pareciam ansiosos.

- Segunda chance? - Perguntei, não sabia bem do que diabos estavam falando.

- Faria alguma coisa diferente se pudesse?

Potter estava se aproximando de mim, e eu dei alguns passos para trás, lamentavelmente trombei contra a porta do quarto.

- Pare de zombar, Potter. - Sussurrei, sentindo como as lágrimas caiam dos meus olhos novamente.

- Só uma chance, Draco, só uma, para mudar tudo...

- Me deixe voltar para a minha cela, Potter.

- Só uma chance para que eu possa te amar como eu te amo sem sofrer porque você está trancado aqui.

Fechei os olhos com força e solucei, será que estava ficando louco?

- Não peço que esteja comigo, só quero te ver feliz, com quem seja e onde seja, Draco... só uma chance para mudar a sua vida, você aceitaria?

- Sim, aceitaria, gryffindor idiota... você descobriu, certo? Como? Legimência? Por isso está zombando de mim? Isso é baixo, Potter, não pensei que fosse assim.

Potter me olhou com aqueles lindos olhos esmeralda, que mostravam confusão.

- Descobrir? - Perguntou, sua voz era só um sussurro.

- Como vocês descobriu que estou apaixonado por você, maldito cara rachada? - O empurrei para longe de mim e o vi esboçar o sorriso mais lindo que já tinha visto na minha vida.

- Só uma chance, Draco, se lembre, só uma... - Disse, se aproximando rapidamente e segurando meus braços. - Se é verdade o que você diz, vou estar te esperando, Draco, prometo. - Me deu um beijo suave nos lábios. - Só me dê essa poção quando fizer vinte e três anos, se ainda me amar. - O olhei com confusão. - Aproveite essa chance, Draco, porque não haverá outra. - Ele pendurou algo no meu pescoço, tudo foi girando ao meu redor e vi Granger e Potter desaparecendo diante dos meus olhos.

Só um recado, no Fórum do Dragão temos um reduto de fics, e é onde a autora posta mais.

A próxima postagem dessa tradução será no dia 31/10, exclusivamente no Evento de Halloween desse fórum. se quiserem conhecer o fórum e ler antes dos demais sites, deixo o link da tradução aqui.

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Nos lemos por ai.