Doce
Eram opostos: o negro no branco, o dourado no castanho, os cinzas no mel. Eram luz e sombras, de todas as formas óbvias e não óbvias. Eram a salvação e o pecado mortal, eram um oprimido uma dama.
Ninguém entenderia, é claro, se os visse. Mas não precisavam de platéia, apenas precisavam um do outro para saber que a vingança era um prato que se comia frio, com gosto doce dos lábios finos de Astória contra os lábios grossos de Dean.
Não havia amor, mas havia muito desejo. Um desejo incontrolável de pagar o que lhe foi feito, de ter alguém que fosse machucar. Afinal, Draco e Ginny eram orgulhosos, detestariam perder, e desprezariam aquela escolha. Eles os ridicularizavam perante toda a escola, todos viam a tensão mal escondida quando eles se encontravam.
A fama de corno manso não cai bem em ninguém, mas os dois aceitavam com alguma tranqüilidade. Sabiam, no fundo, que quando deslizavam pela pele um do outro, estavam pagando traição com uma ainda maior – por ser mais bem feita.
Só não esperavam que se tornasse um vício impossível de interromper mesmo quando seus namoros terminaram.
