Harry Potter estava escondido atrás de uma coluna do banheiro dos monitores, observava Draco Malfoy jogar água no rosto. Já fazia algumas semanas que Harry perseguia Draco, ele tinha que descobrir o que o garoto estava tramando. Mal sabia Harry que Draco já havia percebido isso.

"O que ele está fazendo?", Harry observava, "Espera, não, ele não está... Chorando?"

Sim, Draco estava chorando, as lágrimas escorriam pelo seu rosto como nunca haviam feito antes.

Pelo espelho, Malfoy percebeu que alguém estava o observando, fingiu não ver. Era Potter, aquele testa-rachada estava lhe observando há algum tempo. "Idiota!", pensou Draco, "Pensa que eu não sei o que ele está fazendo. Mas ele tinha que aparecer logo agora? Nessa merda de momento de fraqueza? Bosta, bosta, bosta!"

"Devo falar com ele?", pensava Harry, "Não, claro que não, estou ficando louco por acaso? O que devo fazer então? Acho que já está na hora de confrontá-lo, melhor nesse momento, ele está desprevenido."

Draco limpou o rosto e já estava apanhando suas coisas para partir quando ouviu a voz de Potter, que já estava com a varinha em punho. Malfoy não perdeu tempo, logo ergueu a varinha que já estava preparada há muito tempo.

"O que faz aqui, Malfoy?"

"Isso aqui é um banheiro, não é? Achei que fosse permitido que os estudantes o usem."

"Não dê uma de espertinho pro meu lado, eu sei o que você está fazendo!"

"Oh, sabe mesmo? Pois me diga, por que eu pensei que eu estava apenas fazendo minhas necessidades!"

"Largue essa varinha, ou eu serei obrigado a utilizar magia."

"Por Merlin, Potter!", Draco cuspiu as palavras da mesma maneira que sempre falava o nome de Harry, "Não me faça morrer de medo!"

"Eu estou falando a verdade! Vamos, largue a varinha!"

"Não!"

Nesse momento o ódio entre os dois era tão grande, que todos os seus músculos tremiam. Draco deixou de lado o tom sarcástico e começou a brigar com Harry.

"Largue você a varinha! Eu estava aqui, então você chegou! Vai embora e me deixe em paz, seu idiota!"

"Malfoy, cala a boca e larga logo essa varinha!"

"Não me mande calar a boca! E eu não vou largar a minha varinha!"

E então: "Estupefaça!", Draco gritou. Porém Harry foi rápido "Protego!" E o feitiço ricochiteou.

"Isso não é necessário, não vamos duelar!", Harry tentava acalmar Draco.

"Cala a boca, Potter! Você pediu por isso, agora aguente! Petrificus Totallus!"

Dessa vez Harry não conseguiu desviar e foi atinguido pelo feitiço, ficou paralisado. Malfoy não sabia mais o que fazer, entrou em desespero, correu para dentro de um dos boxes. Depois de 30 segundos Harry voltou ao normal e foi atrás de Draco. Quando localizou o garoto, Harry resolveu usar um feitiço que alguém havia escrito em seu livro de poções: "Sectumsempra!", mesmo sem saber o que o feitiço poderia causar. Draco foi atingido na barriga. A dor foi imensa, ele não conseguia nem se mover para alcançar a varinha que ficou atirada no chão.

Sangue.

Harry ficou paralisado vendo Malfoy agonizar. "Droga, eu não queria ter feito isso!", pensou Harry em desespero, "Foi ele quem pediu por isso! Droga!" Então teve uma ideia. E gritou para Malfoy:

"Eu sinto muito, Malfoy. Não era a minha intenção, eu volto em um instante."

"N-não!", Draco utilizou suas últimas forças para falar, "Não me deixe a-aqui sozinho, s-seu m-maldito!".

Mas já era tarde, Potter já havia partido.

xxxxxx

No salão comunal da grifinória, Ron, Hermione, Ginny e Neville jogavam snap explosivo. A não ser por uma Ginny perguntando constantemente "Onde o Harry está?", tudo estava tranquilo.

"Sua vez Mione.", Ron disse.

"Tudo bem, eu vou j...", dizia Hermione quando foi interrompida por um Harry muito assustado.

"O que está acontecendo, Harry?", disseram Ginny e Hermione juntas.

Toda Griffindor observava a cena.

"Você é boa em feitiços de cura, não é Hermione?", Harry disse sem delongas.

"S-sim, eu sou, mas por que você está..."

"Não dá tempo de explicar, você tem que vim comigo agora."

"O que aconteceu Harry?", perguntou Neville.

"É Harry, o que quer que seja pode contar com a gente.", completou Ron.

"Obrigado pessoal, mas isso é algo que preciso fazer sozinho. Mas com a ajuda da Mione, é claro.", disse Harry. "Vamos logo, por favor."

"Tudo bem, vamos.", disse Hermione.

"Mas Harry, nos deixe ajudá-lo", implorou Ginny.

"Não, obrigada Ginny... Vamos Hermione."

Hermione acompanhou o amigo até alcançar o corredor do banheiro.

"Harry, eu não posso entrar ai, é o banheiro masculino!", dizia Hermione, mas Harry já foi a puxando pelo braço.

"Nada disso Hermione, vamos logo, eu realmente preciso de sua ajuda.", implorou Harry.

Mesmo sem entender o que estava acontecendo, Hermione acenou que sim com a cabeça.

Quando eles entraram no banheiro, podiam ouvir soluços vindos de um dos Boxes. Hermione sentiu alguns calafrios.

"O q-que... Quem está ai?", perguntou Hermione.

"É o Malfoy.", Harry disse em resposta.

"O QUÊ!"

"Eu... Nós estávamos duelando, e eu usei um feitiço que estava escrito no livro de poções, mas eu não sabia o que iria acontecer, então ele começou a sangrar e eu não soube o que fazer!", Harry estava tremendo, "Eu realmente não queria ter machucado ele, Mione!".

"Harry! Você não deveria usar um feitiço se não sabe o que ele faz!", Hermione estava espantada com tudo isso.

"Eu sei, eu sei. Eu fiz tudo errado, a culpa é minha, mas, por favor, salva ele!", Harry já estava começando a chorar também.

"Certo, eu vou fazer o que eu puder.", disse Hermione e logo foi entrando no box com muita cautela. "Malfoy? Você pode me ouvir?"

"É-é cla-claro q-que eu p-posso te ouvir!", mesmo com muita dor, Draco não deixava o sarcasmo de lado.

"Então tente relaxar que eu, é... Eu vou te ajudar."

"E-eu não p-preciso da ajuda de uma s-sangue-r-ruim!"

"É claro que você precisa!", Harry se intrometeu.

"Isso foi culpa sua, Potter! C-chame outra pessoa!"

"Não! Eu sei que foi culpa minha, mas você precisa deixar a Mione te curar!", Harry realmente estava desesperado, "Por favor, por favor!"

"Nã-", mas Malfoy não conseguiu terminar a frase, desmaiou.

"Harry, eu não sei se eu vou conseguir ajudá-lo.", disse Hermione calmamente.

"Por favor, Hermione! Você é a única que pode ajudar! Isso foi culpa minha, eu sou um idiota, eu não quero que nada aconteça com ele! Por favor!", Harry implorava, "Por favor!"

"Tudo bem, eu vou fazer o possível."

Então Hermione sacou a varinha, tentando lembrar-se de todos os feitiços de cura que conhecia. Harry se aproximou dos dois e ficou o tempo inteiro do lado de Draco.

Levou um longo tempo para que as feridas ao menos parassem de sangrar, mas Hermione continuou. Quando as feridas se fecharam um pouco, Hermione conjurou algumas ataduras para cobri-las.

"Isso é o máximo que eu posso fazer, Harry.", ela disse finalmente.

"Certo. Você acha que ele vai ficar bem? Dá pra acordar ele?", Harry perguntou.

"Eu não sei, acho melhor a gente levar ele pra ala hospitalar. Madame Pomfrey vai saber o que fazer."

"Claro, você tem razão. Muito obrigada Hermione, eu não sei o que eu seria sem você!"

Hermione sorriu, aliviada de ter ao menos conseguido melhorar as condições de Malfoy. Então juntos eles o levaram para a ala hospitalar. Hermione lembrou a Harry de que eles não poderiam dizer a verdade, e Harry decidiu dizer que eles estavam praticando feitiços e Harry pronunciou um feitiço errado, então Draco se machucou. Hermione não tinha muita certeza sobre esse plano, mas acabou concordando.

Quando chegaram à ala hospitalar, Madame Pomfrey ficou espantada, Harry contou a história inventada, ela não disse nada, mas pareceu não acreditar. Harry disse para Hermione que ela devia ir para a sala comunal, ele iria continuar com Draco, mas ele disse a ela que não comentasse com ninguém sobre aquilo.

XXXXXXXXX

Quando Hermione chegou à sala comunal da grifinória não havia ninguém exceto por Ron, Neville e Ginny que estavam esperando por ela e por Harry.

"Então, o que diabos foi aquilo?", Ron foi o primeiro a perguntar.

"Eu não posso falar, prometi ao Harry.", respondeu Hermione.

"Como assim não pode falar? Nós precisamos saber!", Ginny disse.

"Isso, quem sabe a gente pode ajudar!", concordou Neville.

"Pessoal, depois vocês perguntam ao Harry, se ele quiser contar..."

"Mas-", disseram Ginny e Neville, mas foram interrompidos.

"Deixa pra lá, gente. Depois o Harry fala. Vamos dormir.", disse Ron.

Ginny e Neville não disseram mais nada. Todos eles já estavam subindo para os dormitórios, mas Hermione segurou o braço de Ron e o puxou.

"Preciso te falar o que houve.", ela sussurrou e Ron acenou em resposta.

Hermione contou tudo o que havia acontecido, Ron não a interrompeu em nenhum momento. Quando terminou Ron disse:

"Vocês deviam ter deixado ele lá, ele mereceu!"

"Ron! Não diga uma coisa dessas!"

"Mas Hermione, ele é um desgraçado, ainda te chamou de sangue-ruim, se eu fosse você eu nem teria encostado nele."

"Mas ele precisava da minha ajuda. O Harry precisava da minha ajuda."

"Por que o Harry tava duelando com ele afinal?"

"Eu não faço a menor ideia."

"Harry deveria esquecer esse cara, ele tá ficando obcecado por ele."

"Eu concordo. Amanhã nós falamos com ele."

Então os dois se despediram e subiram para seus dormitórios.

XXXXXXXXXXX

No outro dia, Harry ainda estava do lado da cama de Malfoy, observando sua respiração fraca. "Por que eu fui fazer isso?", pensava Harry, "Eu sou um idiota, um idiota!".

Madame Pomfrey estava trazendo alguns remédios para Draco.

"Isso vai o fazer acordar.", ela disse, "Você deveria dormir um pouco, ou comer alguma coisa, vá pro seu dormitório, ele já está melhor."

"Não, eu quero estar aqui quando ele acordar.", respondeu Harry.

"Tudo bem, mas depois vá, não quero ter que cuidar de você também."

Enquanto Madame Pomfrey dava os medicamentos a Draco, Ron e Hermione entraram. Harry se levantou imediatamente.

"O que vocês estão fazendo aqui?", perguntou Harry.

"Nós viemos saber como o Malfoy está.", respondeu Hermione.

"Ela veio saber do Malfoy, eu vim saber de você.", replicou Ron.

"Você contou tudo a ele, não foi Hermione?", perguntou Harry.

Hermione ficou vermelha imediatamente e acenou timidamente com a cabeça.

"Eu pensei que não teria problemas.", disse Hermione quase inaudível.

"Tudo bem, ele deve saber."

"Mas na verdade nós não sabemos de nada.", disse Ron zangado, "Por que você estava perseguindo o Malfoy, afinal?"

"Eu não quero falar sobre isso aqui."

Nesse momento Draco se remexeu na cama, Harry olhou para ele com alívio, depois pediu para que Ron e Mione saíssem dali. Ron não aceitou, mas Hermione o puxou até a saída. Madame Pomfrey disse a Harry que tinha que preparar alguns medicamentos, e que já voltaria.

"Malfoy?", Harry se aproximou de Draco novamente, "Você está me ouvindo? Você está bem?"

"E-eu estou ótimo! Não preciso da sua preocupação!", afirmou Draco, mas Harry não achava que isso era a verdade.

"Não, você não está bem. A culpa é minha, eu sei. Sinto muito, você pode me perdoar?"

"O quê?", Draco espantou-se com o pedido de desculpas, "O-menino-que-sobreviveu está realmente me pedindo desculpas?"

"Sim, eu estou. Eu não queria ter te machucado desse jeito, foi um acidente, eu não sabia o que aquele feitiço fazia."

"Potter, seu idiota! Olha só o meu estado!"

"Eu sei, eu sinto muito mesmo. De verdade. Eu nunca quis machucar você assim.", Harry estava a ponto de chorar, "Você me perdoa? Por favor?"

"Tá.", foi tudo o que Draco conseguiu falar.

Madame Pomfrey voltou e obrigou que Harry voltasse para seu dormitório, Harry não queria, mas não conseguiu vencer e se foi.

Draco estava realmente preocupado com o que seu pai e, principalmente, o que o lorde das trevas iriam pensar sobre esse seu descuido com Potter. "Droga, ele me atingiu e eu não fiz nada!", pensava, "Ainda veio me pedir desculpas. Por Merlin, por que eu aceitei? O Lorde das trevas vai ficar muito irritado ao saber disso. Mas quem disse que ele vai saber? O Potter não contou pra ninguém sobre o duelo, se tivesse contado com certeza o Dumbledore ou o Snape estariam aqui. Então é isso, ninguém deve saber."

XXXXXXXXXX

Quando Harry chegou à sala comunal da grifinória, não havia ninguém lá a não ser Ron e Hermione.

"Vocês não deviam estar na aula?", perguntou Harry.

"Sim, nós devíamos. O problema é que você ainda não nos explicou o que diabos foi aquilo com o Malfoy!", respondeu Ron irritado.

"Ron, calma, o Harry não teve culpa e...", dizia Hermione.

"Você não sabe disso! Ele não nos disse nada!", interrompeu Ron.

"Gente, eu vou explicar. Acalmem-se.", disse Harry.

Então todos sentaram e esperaram Harry começar a explicar.

Harry disse que estava achando as ações de Malfoy suspeitas, que quando ele procurava pelo garoto no mapa do maroto ele de repente sumia, por isso Harry decidiu segui-lo, e quando chegou no banheiro Malfoy estava chorando e Harry quis saber o motivo, quando ele perguntou Malfoy e ele começaram a brigar, e acabou dando nisso.

"Mas por que você não disse nada pra gente, Harry?", perguntou Hermione.

"Eu não sei, achei que conseguiria resolver tudo sozinho, mas eu não consegui. Nem ao menos descobri o que ele estava tramando.", disse Harry.

"Da próxima vez que alguma coisa dessas acontecer, você tem que nos falar, pra gente poder ajudar!", disse Ron.

"Certo, eu prometo, se alguma coisa assim acontecer de novo, eu vou falar tudo pra vocês. Ok?", prometeu Harry.

"É melhor mesmo.", adicionou Ron.

"É, mas agora vamos. Já estamos muito atrasados pra aula de transfiguração.", disse Hermione puxando os outros dois pra fora da sala.

Harry mal prestou atenção na aula, sua mente só pensava em Malfoy e em como ele estava. Quando a aula terminasse ele iria visitar o garoto. Mas ele não podia deixar ninguém sabendo que ele iria lá, principalmente Ron e Hermione, se eles souberem vão falar um maior sermão, ou pior, vão querer ir junto. Não, eles não vão saber.

"Harry, vamos.", chamou Hermione ao final da aula. Mas Harry estava com a mente em outro lugar, nem ouviu o que ela disse.

"Harry? Harry!", chamou Hermione novamente.

"Hã? O que foi?", se assustou Harry.

"A aula já terminou cara, vamos embora.", disse Ron.

"Ah, certo. Desculpa.", disse Harry e eles seguiram para fora da sala.

No caminho Harry deu alguma desculpa dizendo que ia pegar alguma comida na cozinha, mas seguiu pra ala hospitalar para encontrar Malfoy.

XXXXXXX

Quando Harry chegou à ala hospitalar se assustou, havia um vulto preto ao lado da cama de Malfoy. Snape.

"Droga", pensou Harry, "se o Malfoy disser alguma coisa a ele eu vou perder pontos, ou ser suspenso, ou até expulso."

Harry já estava saindo de fininho da sala quando Snape o viu.

"Sr. Potter, o que faz aqui? Não me diga que veio ver o Sr. Malfoy."

"Errr... Eu... Não, eu vim ver Madame Pomfrey... Eu, errr, me machuquei na aula de transfiguração, talvez ela possa me ajudar.", mentiu Harry.

"Ela não está aqui, Potter. Se for algo grave eu posso usar uma poção. Deixe-me ver.", disse Snape.

"Não, não é grave. Eu posso esperar ela voltar, senhor.", disse Harry, "Com licença."

E saiu imediatamente da sala.

"Draco?", chamou Snape.

"O quê?", respondeu o garoto.

"O que o Potter realmente estava fazendo aqui? Foi ele quem fez isso?", perguntou o professor.

"Não. Eu já disse que foi o idiota do Goyle. Ele estava tentando acertar algum primeiro anista, mas acabou me acertando, foi só um acidente.", mentiu Draco.

"E qual o feitiço que ele usou?", Snape suspeitava de Draco.

"Eu não sei, eu não ouvi.", disse Draco, "Agora, por favor, professor, me deixe dormir, estou cansado."

"Tudo bem senhor Malfoy, mas essa história está muito mal contada.", disse Snape e saiu da sala.

Enquanto Snape caminhava calmamente e balançando sua longa capa, Harry estava escondido atrás de uma coluna próxima, poucos segundos atrás ele estava escutando a conversa entre Snape e Malfoy. Afinal, o que foi aquilo? Por que Malfoy não contou a verdade? No momento em que o professor virou o corredor, Harry já estava se esgueirando para dentro da ala hospitalar.

"Dra-, errr... Malfoy?", chamou Harry.

"Oh, Merlin. O que veio fazer aqui, Potter?", perguntou Draco.

"Sei lá.", respondeu Harry, "Quer dizer, sei sim. Eu vim ver você."

"Me ver? Pra quê?"

"Eu sou o culpado por tudo isso, certo?"

"Claro que é!"

"Então eu tenho obrigação de saber de sua saúde."

"Mas eu já estou perfeitamente bem. Não preciso da sua preocupação! Saia daqui e me deixe descansar!"

"Mas Malfoy, eu quero saber se você está melhor. É só isso."

"Então tá. Você já viu que eu estou melhor. Agora: CAI FORA!"

Harry nem olhou mais para Malfoy, sabia que se o fizesse iria desejar matá-lo, então ele simplesmente saiu da sala com a pior cara do mundo e batendo a porta atrás de si. Não sabia nem por que estava indo visitar Draco, ele merecia estar sofrendo assim. Aquele idiota. Mas afinal, fora Harry quem o feriu, era responsabilidade dele, e de mais ninguém.

Mas, por que Malfoy não falou a verdade sobre o acontecido? Não é típico do loiro perder uma oportunidade tão grande de ferrar com Harry. Droga. Harry havia ficado com tanta raiva que se esqueceu de falar isso pra Malfoy, amaldiçoado seja.

XXXXXXXX

Na sala comunal da grifinória, os estudantes descansavam depois de um dia de aula. Harry entrou sem ser percebido. Porém enquanto subia as escadas, Ron e Hermione o pararam.

"Então, cadê?", perguntou Ron com uma expressão animada.

"Cadê o quê?", Harry ficou sem entender.

"A comida, ora. Você disse que ia lá na cozinha.", explicou Ron.

"Ah é... Eu, hã... Comi por lá mesmo.", mentiu Harry.

"Ah, mas eu queria um pouco...", Ron ficou desanimado.

"Ronald, já chega. Se quiser comida, vá pegar você mesmo.", disse Hermione.

"Certo, calma ai, Mione.", Ron ergueu as mãos em protesto, "Eu vou lá, ok? Quer ir comigo?"

"Não, obrigada, Ron. E... Me desculpe", Hermione ficou vermelha.

"Tudo bem, sem problemas. Querem alguma coisa?", Harry e Hermione balançaram a cabeça negativamente, "Certo, até daqui a pouco." E Ron saiu da sala.

Harry já estava retomando seu caminho, mas Hermione o puxou novamente.

"O que foi dessa vez?", perguntou Harry.

"Você não foi pra cozinha. Você foi ver o Malfoy.", disse a menina olhando fixamente para Harry.

"Eu... O quê? Claro que não, eu fui à cozinha e...", gaguejou Harry enquanto Hermione erguia uma sobrancelha, "Tudo bem, eu não consigo mentir pra você. Eu fui sim ver o Malfoy."

"Harry!", exclamou Hermione enquanto cruzava os braços, "O que você acha que vai conseguir nesses encontros?"

"Não são encontros! Por Merlin, não são encontros! Eu só quero saber como ele está. Eu sou o culpado disso. Eu! Ninguém mais. Eu não sei o que eu posso fazer para ajudar, então fui lá ao menos para dar apoio."

"Mas Harry, isso não vai dar em nada! Se o Malfoy quiser apoio ele pode receber da Pansy ou até do Goyle, mas eu duvido que ele queira o seu apoio. E eu acho que você já está obcecado por ele, você deve esquecê-lo. Ele é um Malfoy, Harry."

"E você acha que eu não sei?", Harry já estava praticamente gritando, "Eu sei disso mais do que ninguém! E eu não estou obcecado por ele! Eu apenas estou preocupado com o que eu fiz!"

"Mas Harry! Tente entender."

"Não, você é quem não entende! Com licença."

E Harry seguiu seu caminho para o dormitório, deixando uma Hermione triste e constrangida. Mas droga, foi culpa dela. O que ela tem haver com isso? Nada. Absolutamente nada.

Harry jogou-se contra a cama violentamente. Ele fechava as cortinas enquanto seus pensamentos só lhe mostravam um nome: Draco Malfoy. Talvez Hermione estivesse certa. Talvez Harry estivesse mesmo obcecado por Malfoy. Se isso for verdade, ele deve parar com essa idiotice agora mesmo. Certo, parar com isso. Era o que Harry iria fazer. Não iria mais ver Malfoy.

Harry adormeceu, imerso em pensamentos. Mas enquanto dormia teve um sonho. Um belíssimo sonho. Era um dia claro, poucas nuvens no céu. Ele se movia lentamente, apreciando a brisa a passar por seus cabelos. Segurava alguma coisa. Não, não era alguma coisa, era alguém. Uma mão com um toque suave roçava na sua. Ele podia sentir o cheiro desse alguém. Ele desejava saber quem era, mas o toque era tão agradável, que ele não ousaria mover um músculo. Então a mão misteriosa lhe guiou por campos e plantações, subindo e descendo colinas. Enquanto andavam, Harry percebeu que o dono ou dona da mão tinha cabelos loiros e macios, que voavam alegremente ao redor de sua cabeça. Então finalmente chagaram em uma praia de ondas calmas. A mão apenas lhe guiou mais alguns passos, então se sentaram á beira-mar, sem largar as mãos. Agora Harry via o perfil desse alguém, lhe parecia familiar, mas ele não conseguia reconhecer. Foi quando a pessoa misteriosa se virou para Harry, que ficou imóvel. O garoto de cabelos loiros apenas juntou seus corpos, abraçando Harry da melhor maneira que podia. Quando os lábios de Harry e os lábios de Draco estavam prestes a se tocarem, Harry o viu se dissolver no ar, algo o estava puxando pra realidade.

Harry acordou.

xxxxxxxxxxxxxxxx


Lonny 13: Primeira fic de minha autoria, por favor, pessoas lindas, deixem Reviews, me façam feliz! Eu vou postar o próximo capítulo se vocês me inspirarem. Como fazer isso? Deixando Reviews. Por favor, me digam se gostaram, se odiaram, enfim, deixem sua opinião. Obrigada.